Pielonefrite

Pielonefrite
Pielonefrite
Fotografia microscópica em que se observam macrófagos e células gigantes num caso de pielonefrite xantogranulomatosa.
Sinónimos Infeção renal[1]
Especialidade Urologia, nefrologia
Sintomas Febre, sensibilidade no ângulo costovertebral, náuseas, ardor ao urinar, micção frequente[2]
Causas Infecções bacterianas[2]
Fatores de risco Relações sexuais, antecedentes de infeções do trato urinário, diabetes, problemas estruturais do trato urinário, uso de espermicida[2][3]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas e complementado por análises à urina[2]
Condições semelhantes Apendicite, diverticulite, endometriose, doença inflamatória pélvica, pedras nos rins[2]
Prevenção Urinar após o sexo, beber água na quantidade recomendada[1]
Medicação Antibióticos (ciprofloxacina, ceftriaxona)[4]
Frequência Comum[5]
Classificação e recursos externos
CID-10 N10-N12, N13.6, N20.9
CID-9 590.0, 590.1, 590.3, 590.8, 590.81
CID-11 1515545517
DiseasesDB 11052 29255 31522
MedlinePlus 001274
eMedicine ped/1959
MeSH D011704
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Diagrama mostrando a localização típica da dor.

Pielonefrite é a inflamação do rim, geralmente causada por uma infeção bacteriana.[3] Os sintomas mais comuns são febre e sensibilidade no ângulo costovertebral.[2] Entre outros possíveis sintomas estão náuseas, ardor ao urinar e micção frequente.[2] Entre as possíveis complicações estão pus em redor do rim, sepse e insuficiência renal aguda.[3]

A pielonefrite é quase sempre causada por uma infeção bacteriana, sendo cerca de 80% dos casos causados por Escherichia coli e Enterobacter.[6][2] Entre os fatores de risco estão as relações sexuais, antecedentes de infeções do trato urinário, diabetes, problemas estruturais no trato urinário, obstrução do uréter e uso de espermicidas.[2][3] O mecanismo de infeção mais comum tem origem em infeções ascendentes com origem no próprio sistema urinário.[2] Em casos pouco comuns, a infeção tem origem na corrente sanguínea.[1] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sintomas e é complementado por análises à urina.[2] Quando o tratamento inicial não surte efeito, pode ser necessária a realização de exames imagiológicos.[2]

A doença pode ser prevenida urinando após as relações sexuais e bebendo água na quantidade recomendada.[1] Uma vez presente, a pielonefrite é geralmente tratada com antibióticos como a ciprofloxacina ou a ceftriaxona.[4][7] Os casos mais graves podem necessitar de tratamento hospitalar.[2] Em pessoas com problemas estruturais do trato urinário ou pedras nos rins, pode ser necessária a realização de uma cirurgia.[1][3]

A pielonefrite é uma doença relativamente comum.[5] Em cada ano, a doença afeta 1–2 em cada 1000 mulheres e 0,5 em cada 1000 homens.[8] Os grupos populacionais mais afetados são mulheres sexualmente ativas no início da idade adulta, seguidas por bebés com menos de um ano de idade e idosos.[2] A doença é 3 a 5 vezes mais comum entre mulheres, com uma incidência de 15–17 casos anuais por cada 10 000 mulheres e 3–5 casos anuais por cada 10 000 homens.[9] Com tratamento, o prognóstico é geralmente favorável entre os jovens adultos.[3][5] No entanto, entre pessoas com mais de 65 anos de idade, o risco de morte é de cerca de 40%.[5]

Referências

  1. a b c d e «Kidney Infection (Pyelonephritis)». NIDDK. Abril de 2017. Consultado em 30 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2017 
  2. a b c d e f g h i j k l m n Colgan, R; Williams, M; Johnson, JR (1 de setembro de 2011). «Diagnosis and treatment of acute pyelonephritis in women.». American Family Physician. 84 (5): 519–26. PMID 21888302 
  3. a b c d e f Lippincott's Guide to Infectious Diseases (em inglês). [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. 2011. p. 258. ISBN 9781605479750. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2017 
  4. a b «Antibiotic therapy for acute uncomplicated pyelonephritis in women. Take resistance into account.». Prescrire International. 23 (155): 296–300. Dezembro de 2014. PMID 25629148 
  5. a b c d Ferri, Fred F. (2017). Ferri's Clinical Advisor 2018 E-Book: 5 Books in 1 (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 1097. ISBN 9780323529570. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2017 
  6. Ramakrishnan, K; Scheid, DC (2005). «Diagnosis and management of acute pyelonephritis in adults». American Family Physician. 71: 933–42. PMID 15768623 
  7. Gupta, K; Hooton, TM; Naber, KG; Wullt, B; Colgan, R; Miller, LG; Moran, GJ; Nicolle, LE; Raz, R; Schaeffer, AJ; Soper, DE; Infectious Diseases Society of, America.; European Society for Microbiology and Infectious, Diseases. (1 de março de 2011). «International clinical practice guidelines for the treatment of acute uncomplicated cystitis and pyelonephritis in women: A 2010 update by the Infectious Diseases Society of America and the European Society for Microbiology and Infectious Diseases.». Clinical Infectious Diseases. 52 (5): e103–20. PMID 21292654. doi:10.1093/cid/ciq257 
  8. Lager, Donna J.; Abrahams, Neil (2012). Practical Renal Pathology, A Diagnostic Approach E-Book: A Volume in the Pattern Recognition Series (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 139. ISBN 978-1455737864. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2017 
  9. Czaja, CA; Scholes D; Hooton TM; Stamm WE (2007). «Population-based epidemiologic analysis of acute pyelonephritis». Clin Infect Dis. 45 (3): 273–80. PMID 17599303. doi:10.1086/519268