Carga de Canoas
Carga de Canoas | |
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Autor | Oscar Pereira da Silva |
Data | 1920 |
Gênero | pintura histórica |
Técnica | tinta a óleo |
Dimensões | 100 centímetro x 140 centímetro |
Encomendador | Afonso d'Escragnolle Taunay |
Localização | Museu do Ipiranga |
Descrição audível da obra no Wikimedia Commons | |
Carga de Canoas é uma pintura de Oscar Pereira da Silva. A obra é do gênero pintura histórica e esteve localizada na sala dedicada às monções, no Museu Paulista, representando o embarque e partida de uma monção[1]. Baseada em desenho de Hercule Florence, a pintura foi encomendada por Afonso d’Escragnolle Taunay, que esteve à frente da diretoria do Museu entre 1917 e 1945[2].
Descrição[editar | editar código-fonte]
A obra de Oscar Pereira da Silva, feita em óleo sobre tela em 1920, foi encomendada por Afonso Taunay, então diretor do Museu Paulista, e pertence ao Fundo Museu Paulista sob o número de inventário 1-19213-0000-0000. O quadro possui as seguintes medidas: 100 cm de altura e 140 cm de largura.
Análise[editar | editar código-fonte]
A pintura foi composta a partir do desenho Expedição Mercantil de Porto Feliz para Cuiabá, de Hercules Florence, provavelmente durante a década de 1820. A cena retrata o trabalho de preparação de monções. A parte principal do quadro representa o rio Tietê com mata fechada e, do lado esquerdo, habitações. No quadro, há escravos que preparam a embarcação[3].
As bandeiras na canoa são do Império do Brasil, uma importante modificação de Oscar Pereira da Silva em relação ao desenho original de Florence que serviu de base para a produção da tela. Florence foi um dos dois desenhistas contratados pelo cônsul barão Georg Heinrich von Langsdorff, da Alemanha, para realizar o registro da Expedição Langsdorff pelos rios Tietê, Paraná e Pardo[1], realizada entre 1825 e 1826[4]. No desenho de Florence, a bandeira é russa[3], já que a expedição foi financiada pelo Imperador da Rússia, Alexandre I[5][6].
Apesar do título da tela e do desenho original indicarem o momento de embarque da Expedição, análises com base na comparação com outro desenho de Florence, Partida de uma expedição mercantil de Porto Feliz para Cuiabá, sugerem que a cena representada na tela em questão poderia ser, na verdade, o final de um pouso (ou varação). Entretanto, a diferenciação também poderia ser ocasionada pela simples mudança de ângulo de Florence ao desenhar[7].
Contexto[editar | editar código-fonte]
A obra foi encomendada por Afonso Taunay para compor a sala A12, "Consagrada à antiga iconografia paulista", inaugurada em 1922. O projeto, encabeçado por Taunay, de articular a produção de telas baseadas em obras de Florence entre o final da década de 1910 e começo da década de 1920 visava a preparação do Museu Paulista para a celebração do 1º Centenário da Independência sob a construção de uma narrativa nacional centrada em São Paulo. Além de Carga das canoas, Pereira da Silva compôs outras obras para o acervo do Museu Paulista durante a gestão de Taunay, como 9º Encontro de monções no sertão, também baseada em desenho de Florence e Partida de Porto Feliz, baseada em desenho de Aimé-Adrien Taunay[1]. O Museu Paulista também conta com a tela Partida da Monção, de José Ferraz de Almeida Júnior, que retrata exatamente o mesmo momento da expedição, o de embarque e partida de uma monção[7].
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b c OLIVEIRA, Marcela Marrafon de (2007). «Paquequer, São Francisco e Tietê: as imagens dos rios e a construção da nacionalidade». Dissertação (Mestrado) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 21 de junho de 2019
- ↑ LIMA JÚNIOR, Carlos Rogerio (29 de novembro de 2018). v. 26, 2018. «Da pena ao pincel: o passado paulista (re)criado nas encomendadas de Afonso Taunay a Oscar Pereira da Silva». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/1982-02672018v26e34. Consultado em 26 de fevereiro de 2021
- ↑ a b OLIVEIRA, Marcela Marrafon de (2007). «Paquequer, São Francisco e Tietê: as imagens dos rios e a construção da nacionalidade». Dissertação (Mestrado) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 21 de junho de 2019
- ↑ SILVA, Danuzio Gil Bernardino da (org.) (1997). Os Diários de Langsdorff. Campinas: Associação Internacional de Estudos Langsdorff
- ↑ GEORG Heinrich von Langsdorff, barão de Langsdorff (13 de fevereiro de 2017). «Memória da Administração Pública Brasileira». Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ «A EXPEDIÇÃO Langsdorff e a vinda de Rugendas ao Brasil». Brasiliana Iconográfica. Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ a b PARDIM, Sonia Leni Chamon (2005). «Imagens de um rio: um olhar sobre a iconografia do Rio Tietê». Dissertação (Mestrado) – Instituto de Artes. Universidade Estadual de Campinas. pp. 116–117. Consultado em 26 de fevereiro de 2021
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