A Frente Fria Que a Chuva Traz

A Frente Fria Que A Chuva Traz
A Frente Fria Que a Chuva Traz
Pôster oficial do filme.
 Brasil
2016 •  cor •  87 min 
Género drama
Direção Neville d'Almeida
Produção Marcello Ludwig Maia
Homero Camargo
Silvana Fontana
Roteiro
Baseado em A Frente Fria que a Chuva Traz de Mário Bortolotto
Elenco
Cinematografia Kika Cunha
Figurino Valeria Stefani
Edição Tina Saphira
Companhia(s) produtora(s) República Pureza Filmes
Distribuição Downtown Filmes
Paris Filmes
Lançamento 28 de abril de 2016
Idioma português
Receita R$ 26.000,00

A Frente Fria que a Chuva Traz é um filme de drama brasileiro de 2016 dirigido e escrito por Neville d'Almeida. Baseado na peça de teatro homônima de Mário Bortolotto, o filme é protagonizado por Bruna Linzmeyer interpretando uma prostituta viciada em drogas.[1] É co-protagonizado por Chay Suede, Johnny Massaro e Juliana Lohmann.[2]

A Frente Fria que a Chuva Traz estreou no Festival do Rio em 6 de outubro de 2015 e foi lançado no Brasil em 28 de abril de 2016. O filme foi recebido com avaliações mistas por parte dos críticos de cinema que, no geral, ressaltaram os questionamentos sobre a moralidade que o filme traz, mas com críticas gerais à escrita do roteiro.[3] O filme obteve um público de cerca de 1600 pessoas durante sua curta exibição nos cinemas, gerando uma receita de R$ 26.153,93.[4]

Na 16.ª edição do Grande Otelo, promovida pela Academia Brasileira de Cinema, o filme recebeu uma indicação na categoria de Melhor Roteiro Adaptado para Neville D’Almeida e Michel Melamed, adaptado do texto A Frente Fria que a Chuva Traz de Mario Bortolotto.[5]

A história acompanha um grupo de jovens da classe média alta do Rio de Janeiro que se reúne em uma casa de uma comunidade da cidade para fazer uma festa. Regada a muita bebida, drogas e sexo, a festa começa a incomodar a vizinhança e a relação dos jovens com os moradores da comunidade revela o abismo social que os separam. Em meio às confusões que se sucedem ao longo da noite da festa, a jovem e pobre Amsterdã (Bruna Linzmeyer) se infiltra entre os jovens ricos para conseguir drogas e se depara com questionamentos que a levam a refletir sobre a vida.[6]

O filme marca a volta de Neville d'Almeida na direção de um longa-metragem, sendo este o primeiro longa lançado pelo cineasta em mais de 15 anos, desde Navalha na Carne, em 1997. O enredo do filme é baseado na peça de teatro de mesmo nome e escrita por Mário Bortolotto, o qual também atua no filme com o personagem Vítor.[7]

O cenário do filme foi quase inteiro realizado em um mesmo ambiente, uma laje de uma casa no morro do Vidigal com vista para o mar. A direção de fotografia é assinada por Kika Cunha e busca valorizar a paisagem com tons ensolarados para contrastar com a escuridão emocional dos personagens apresentados na trama.[8]

A estreia mundial de A Frente Fria que a Chuva Traz ocorreu em 6 de outubro de 2015 durante o Festival do Rio, no Rio de Janeiro.[9] O primeiro trailer do filme começou a ser divulgado pelas distribuidoras a partir de 28 de março de 2016. A estreia nos cinemas aconteceu em 28 de abril de 2016 com sessões limitadas.

O filme foi lançado em sessões limitadas com apenas 2 salas de cinema em seu lançamento. Segundo dados do Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro de 2016, realizado pela Ancine, ao longo de sua exibição comercial, o filme alcançou um público de 1.695 espectadores gerando uma receita de cerca de R$ 26.153,93.[4]

A performance de Bruna Linzmeyer como a jovem viciada Amsterdã foi elogiada pela crítica.

O filme foi recebido com críticas mistas por parte dos críticos especializados. No website agregador de resenhas AdoroCinema, possui uma nota média de 3,6 de 5 estrelas (3.6 de 5 estrelas.) com base em sete resenhas críticas publicadas pela imprensa brasileira.[3] Francisco Russo, escrevendo para o próprio AdoroCinema, atribuiu ao filme 3 de 5 estrelas, o que o classifica como "Bom", e pontuou: "[...] é fácil não gostar de A Frente Fria que a Chuva Traz. A realidade de Alisson e seus amigos afugenta e provoca asco, pelo modo com as pessoas são tratadas e representadas. Entretanto, o ponto forte do filme é justamente este. Em sua volta ao cinema, Neville entrega um universo odioso e irritante, que abusa do discurso vazio para se justificar, mas que faz parte da sociedade atual"[10]

Ruy Gardnier, escrevendo para o jornal O Globo, disse: "Em geral, os filmes que trabalham com o mote “todos são sórdidos” abusam de moralismo tacanho e esbanjam superioridade diante do que mostram. “Frente fria” lida com isso de outra forma, imbricando festa contínua e vulgaridade infinita, infame e sublime..."[3] Inácio Araújo, crítico da Folha de S.Paulo, escreveu: "Em suma, somos boçais e perversos e não temos que esperar por salvação. É uma ideia. Mas é também o limite do filme: o que tem de um tanto genérica se manifesta nos momentos em que o filme patina e, à falta de aprofundar seu tema, refugia-se em novas cafajestices."[11]

Rodrigo Fonseca, para o website Omelete, escreveu: "Neville constrói um tratado sobre a cafetinização da pobreza pelos mais abastados, apoiado em um elenco de estrelas, a começar por Bruna Linzmeyer numa síntese perfeita do desvario. Num olhar rápido, pode ser dizer que Neville fez uma micareta: a micareta da devassidão."[12] Francisco Carbone, do website Cineplayers, escreveu: "[...] a reviravolta que Frente Fria dá em tudo que está por aí (inclusive no bom mocismo do nosso cinema, com um linguajar deliciosamente chulo e real) e o modo como seu diretor parece ter se preparado a vida inteira para ele, parece dizer que tudo valeu a pena."[13]

Prêmios e indicações

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Ano Associações Categoria Recipiente(s) Resultado Ref.
2017 Grande Prêmio do Cinema Brasileiro Melhor Roteiro Adaptado Neville d'Almeida e Michel Melamed Indicado [5]

Referências

  1. Bruna Linzmeyer vive prostituta viciada em "A Frente Fria que a Chuva Traz"
  2. A Frente Fria que a Chuva Traz: Volta de Neville D'Almeida
  3. a b c AdoroCinema, A Frente Fria que a Chuva Traz: Críticas imprensa, consultado em 17 de junho de 2022 
  4. a b «Cinema | Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual». oca.ancine.gov.br. Consultado em 17 de junho de 2022 
  5. a b «Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2017 anuncia indicados; veja a lista». G1. Consultado em 17 de junho de 2022 
  6. «A Frente Fria Que A Chuva Traz: Novo Drama Brasileiro Chega À Netflix». Minha Série Favorita. 20 de maio de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  7. Fonseca, Rodrigo (27 de abril de 2016). «A Frente Fria Que a Chuva Traz | "As favelas viraram um videogame para playboys", afirma diretor». Omelete. Consultado em 17 de junho de 2022 
  8. Reuters, Da (27 de abril de 2016). «'A Frente Fria que a Chuva Traz' apresenta retrato de juventude vazia». Cinema. Consultado em 17 de junho de 2022 
  9. Kuperman, Karina (7 de outubro de 2015). «"A FRENTE FRIA QUE A CHUVA TRAZ" LEVA JOVENS RICOS À FAVELA E LEVANTA QUESTÕES SOBRE O DISTANCIAMENTO ENTRE OS DOIS MUNDOS». Heloisa Tolipan. Consultado em 17 de junho de 2022 
  10. AdoroCinema, A Frente Fria que a Chuva Traz: Críticas AdoroCinema, consultado em 17 de junho de 2022 
  11. «crítica: Diretor Neville d'Almeida retorna com vigor, mas trama patina - 28/04/2016 - Ilustrada». Folha de S.Paulo. Consultado em 17 de junho de 2022 
  12. Fonseca, Rodrigo (8 de outubro de 2015). «A Frente Fria Que a Chuva Traz | Crítica». Omelete. Consultado em 17 de junho de 2022 
  13. «A Frente Fria que a Chuva Traz (2015): Crítica Cineplayers». Cineplayers. 2 de maio de 2016. Consultado em 17 de junho de 2022 

Ligações externas

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