António Neves Anacleto

António Neves Anacleto
Deputado na Assembleia da República
Dados pessoais
Nascimento 1897
São Bartolomeu de Messines
Silves, Portugal
(ex-Reino de Portugal)
Morte 1990 (93 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade português
Partido Partido Social Democrata
Ocupação Jornalista, advogado e político

António Neves Anacleto (18971990), foi um político, advogado e jornalista português.

Nasceu em 1897, na povoação da Amorosa, parte da freguesia de São Bartolomeu de Messines.[1]

Trabalhou como advogado em Faro, onde alcançou algum destaque, e dirigiu os jornais A Ideia, de índole anarquista, e Alma Algarvia.[1] Também foi editor no quinzenário A Alma Académica.[2] Integrou-se no movimento anarco-sindicalista, tendo sido um dos fundadores do Partido Comunista Português, em cujo primeiro congresso, em 1923, participou.[3] Porém, fez parte do grupo dos anarquistas que abandonaram o partido logo durante os seus primeiros anos, por discordar das alterações no seu modelo.[3]

Devido aos seus ideais políticos, foi perseguido pela polícia do Estado Novo, chegando a ser aprisionado em várias ocasiões.[1] Em 1928, foi a primeira pessoa a ser deportada para Moçambique pelo regime militar.[1] Naquela colónia fundou o periódico O Jornal, mas continuou a ser perseguido pela política política, motivo pelo qual fugiu para a África do Sul.[1] Posteriormente residiu em vários países da Europa, só tendo regressado a Portugal após a Revolução de 25 de Abril de 1974.[1] Foi convidado por Francisco Sá Carneiro para ser deputado do Partido Popular Democrático na Assembleia da República, tendo iniciado o seu mandato em 1978, aos 81 anos de idade.[4] Foi nomeado pelo Círculo Eleitoral de Lisboa.[5]

António Neves Anacleto deixou uma vasta obra escrita, incluindo a autobiografia A Longa Luta.[1]

Falecimento e família

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Faleceu em 1990, na cidade de Lisboa.[1] Um dos netos de Neves Anacleto foi Francisco Louçã, fundador do partido político Bloco de Esquerda.[1]

O nome de Dr. António Neves Anacleto foi colocado numa rua em São Bartolomeu de Messines, tendo a cerimónia de descerramento da placa toponímica ocorrido em 16 de Março de 2019, com a presença de Francisco Louçã e de outros membros da família.[1]

Obras publicadas

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  • Traços de uma luta (1938)
  • Os actos abusivos do Banco Nacional Ultramarino e a teoria do abuso de direito (1972)
  • Sabujice e traição (1974)
  • A longa luta: preso, algemado e deportado (1974)
  • O traidor Otelo (1976)
  • A inventona do 28 de setembro: quem a fez? (1976)

Referências

  1. a b c d e f g h i j BRAVO, Paula (14 de Abril de 2019). «Novos topónimos em Messines – Inaugurações vão continuar». Terra Ruiva. Consultado em 10 de Julho de 2020 
  2. «Redactores principaes». A Alma Académica. Ano I (1). Faro: Academia do Liceu João de Deus. 1 de Dezembro de 1920. p. 1. Consultado em 10 de Julho de 2020 – via Biblioteca Nacional Digital 
  3. a b «Francisco Louçã é um revolucionário sem ternura». Sol. 17 de Agosto de 2011. Consultado em 10 de Julho de 2020 
  4. «8 coisas que não sabe sobre Francisco Louçã». Expresso. 17 de Novembro de 2009. Consultado em 10 de Julho de 2020 
  5. «António Neves Anacleto». Assembleia da República. Consultado em 10 de Julho de 2020 


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