Atrahasis
A Epopeia de Atrahasis[1] é um poema épico da mitologia suméria, sobre a criação e o dilúvio universal.[2]
A sua cópia mais antiga data de 1 600 a.C., quando a civilização suméria desaparece ante as invasões dos hititas, e acredita-se que esteja ligada às tradições próprias do templo da cidade-estado de Eridu, vizinha à antiga foz do rio Eufrates. É um dos mitos de criação mais antigos da região do Médio Oriente, narrando a trajetória de Atrahasis ("o muito inteligente").
A estrutura
[editar | editar código-fonte]Fonte:[3]
- Os Deuses Inferiores têm que trabalhar muito e começam a reclamar
- Revolta dos Deuses Inferiores
- Negociações com os Grandes Deuses
- Proposta para criar humanos, para aliviar os Deuses Inferiores de seu trabalho
- Criação do homem
- Comportamento ruidoso do homem; novas queixas dos deuses
- A decisão do deus supremo Enlil de extinguir a humanidade por um Grande Dilúvio
- Atraḥasis é avisado em um sonho
- Enki explica o sonho para Atraḥasis (e trai o plano)
- Construção da Arca
- Embarque na Arca
- Partida
- A grande inundação
- Os deuses estão famintos porque não há mais fazendeiros para trazer sacrifícios
- Decidem poupar Atraḥasis, mesmo sendo um rebelde
- Regulamentos para reduzir o ruído: parto, mortalidade infantil e celibato
A narrativa
[editar | editar código-fonte]Estando os deuses reunidos, Anu, pai dos deuses, admite que os rebeldes tinham motivos para as suas queixas. Os deuses decidiram então criar o homem, para que este se encarregasse do serviço dos deuses. Ea (ou Enqui), deus das águas, deu então o seguinte conselho:
- "... que se degolasse um deus e todos os demais deuses se purificassem no banho de seu sangue. E que a sua carne e o seu sangue, Nintu (ou Mami), a deusa-mãe, misturasse um pouco de argila, de maneira a que deus e homem estivessem misturados, constituindo assim uma só carne e um só espírito."
Os deuses presentes concordaram e degolaram Ué, um deus desconhecido. Ea e a deusa-mãe chamaram então as sete genitoras, que se puseram a pisar a argila ao som de encantamentos mágicos. A deusa-mãe cortou então catorze pedaços de argila, sete à esquerda e sete à direita, e as deusas deram à luz sete varões e sete mulheres que, imediatamente, foram juntos aos pares, e a raça humana recebeu as leis do trabalho.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Córdoba, Universidad Nacional de (1955). Revista de la Universidad Nacional de Cordoba (em espanhol). [S.l.]: Dirección General de Publicaciones, Universidad Nacional de Cordoba.
- ↑ Lambert, W.G., Millard A.R., Civil, M., Atra-Hasis: The Babylonian Story of the Flood. Eisenbrauns, 1999.
- ↑ «The Epic of Atraḥasis - Livius». www.livius.org. Consultado em 21 de agosto de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- The Epic of Atrahasis (em inglês)