Aver-o-Mar
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Freguesia portuguesa extinta | ||||
Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Neves | ||||
Gentílico | Averomarense | |||
Localização | ||||
Localização de Aver-o-Mar em | ||||
Mapa de Aver-o-Mar | ||||
Coordenadas | 41° 24′ 09″ N, 8° 46′ 13″ O | |||
Município primitivo | Póvoa de Varzim | |||
Município (s) atual (is) | Póvoa de Varzim | |||
Freguesia (s) atual (is) | Aver-O-Mar, Amorim e Terroso | |||
História | ||||
Fundação | 1922 | |||
Extinção | 2013 | |||
Características geográficas | ||||
População total (2011) | 8 675 hab. | |||
Altitude | 14 m | |||
Outras informações | ||||
Orago | Nossa Senhora das Neves |
Aver-o-Mar é uma zona urbana do concelho da Póvoa de Varzim em Portugal sendo sede da atual União das Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso.[1] Aver-o-Mar foi sede da extinta Freguesia de Aver-o-Mar entre 1922 e 2013, freguesia que foi agregada na referida União de Freguesias e que tinha 8675 habitantes (2011). A povoação de Aver-o-Mar foi elevada à categoria de vila em 2003. Foi integrada na cidade da Póvoa de Varzim, em 2006. Subdividia-se em diversas localidades rurais e piscatórias, hoje subdivide-se em dois bairros urbanos: Aver-o-Mar (bairro) e Agro-Velho, este último partilhado com a freguesia vizinha de Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai.
História
[editar | editar código-fonte]Aver-o-Mar era um antigo território piscatório e agrícola a norte da Póvoa de Varzim. Abonemar é o mais antigo topónimo de Aver-o-Mar e data de 1099. O povoamento do lugar deveu-se ao cavaleiro da honra de Varzim, D. Lourenço Fernandes da Cunha. Desde a fundação do Condado de Portugal, Varzim era um vasto território feudal, com autonomia administrativa e militar, fundado pelo avô de D. Lourenço. Abarcava então todo o território desde a costa até ao monte de Laundos. O feudo foi posteriormente fragmentado ainda durante a Idade Média, devido ao seu poderio.
À volta de 1656, foi anexada à vila (município) da Póvoa de Varzim, por provisão régia, devido a uma população crescente constituída por pescadores-lavradores. Em termos religiosos, pertencia à paróquia de Amorim, constituiu freguesia própria em 10 de Agosto de 1922, separando-se de Amorim, algo que era ambicionado pelo lugar desde os finais do século XIX.[2] Os núcleos rurais e piscatórios de Aver-o-Mar já eram significativos durante todo o século XX.
Nas últimas décadas do século XX, com o crescimento urbano da Póvoa de Varzim, a povoação começou por ser urbanizada como sequência natural do Bairro Norte, ganhando carácter balnear ou suburbano. Grande parte da sua população de quase 10 mil habitantes está integrada na malha urbana da Póvoa de Varzim,[2] o que levou a que a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim ao esboçar o Plano de Urbanização que delimitava as novas fronteiras da cidade, passasse a incluir também esta antiga freguesia como urbana desde 1995. Foi elevada a vila em 1 de Julho de 2003, posteriormente o seu território foi incluído na cidade da Póvoa de Varzim, desde o censo de 2001 como parte da cidade estatística e oficializado em Janeiro de 2006 com a aprovação do Plano de Urbanização e dos limites da cidade pelo governo nacional.
Em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, perde o estatuto de freguesia autónoma e é agregada às freguesias de Amorim e Terroso, passando a fazer parte da União das Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso, do qual é sede.[3]
Geografia
[editar | editar código-fonte]O Cabo de Santo André localiza-se no norte do território. A zona norte mantém feição rural, enquanto a zona sul encontra-se amplamente urbanizada e verticalizada. Distingue-se o Agro-Velho, uma área balnear, cuja maioria do edificado é usado como segunda casa de carácter balnear. Por outro lado, o Quião ou Santo André é uma área com carácter bastante próprio de identidade piscatória e alinha-se pela costa norte, ligado aos bairros piscatórios da Póvoa de Varzim. A área entre a Avenida Nossa Senhora das Neves e a Estrada Nacional 13 possuiu o antigo núcleo rural de Aver-o-Mar, com vários exemplares de casario rural do século XIX, protegidos pelo Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim.
A antiga freguesia estava tradicionalmente dividida em dezoito lugares, hoje bairros urbanos: Agro-Velho, Aldeia Nova, Boucinha, Caramuja, Fontes Novas, Fragosa, Mourincheira, Paço, Paranho, Paranho de Areia, Palmeiro, Perlinha, Finisterra, Paralheira, Refojos, Sencadas, Santo André e Sesins. O INE considerava apenas 16 no censo de 2001. No censo de 2011 e devido a reformas dos lugares, o INE considerava apenas um lugar urbano, Póvoa de Varzim, que abarca a maioria da população da antiga freguesia.
Demografia
[editar | editar código-fonte]Lugar[4] | População (2001) |
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Agro-Velho[5] | 1394 |
Aldeia Nova | 1091 |
Boucinha | 544 |
Caramuja | 56 |
Finisterra | 91 |
Fontes Novas | 1306 |
Mourincheira | 797 |
Paço | 182 |
Palmeiro | 130 |
Paranho de Areia | 1620 |
Paranho de Cima | 469 |
Paralheira | 160 |
Perlinha | 770 |
Refojos | 181 |
Santo André | 192 |
Sencadas | 517 |
N.º de habitantes
Tal como o centro da cidade, Aver-o-Mar é tradicionalmente dividida em duas etnias. À beira-mar vivia o pescador e seareiro de cabelo ruivo e corpo espadaúdo. No interior vivia o homem da aldeia do tipo galego de Amorim. O "seareiro" é um trabalhador que vive da terra e do mar, juntando dois tipos de vivências tradicionalmente separadas na Póvoa de Varzim. Uma parte da população subsiste ainda da agricultura.
Topónimo
[editar | editar código-fonte]O topónimo atual " Aver-o-Mar ", adulterado por via erudita, é uma corruptela do nome arcaico "Abonemar" e da designação popular "Abremar", cujo significado se desconhece, mas que a via erudita terá interpretado como "A Ver-o-Mar". "A Ver-o-Mar" ou "Aver-o-Mar" são termos aceites, sendo a última o mais corrente.
Paróquia
[editar | editar código-fonte]No século XV, já existia uma capelinha dedicada à Nossa Senhora das Neves, que foi aumentada, no século XVIII, pelas religiosas de Santa Clara do Porto.[2]
Sociedade
[editar | editar código-fonte]Em Aver-o-Mar, alguns elementos culturais poveiros eram também visíveis, tal como a variante de Aver-o-Mar do Ala-Arriba e o uso de siglas poveiras.
Em termos musicais, existe a Fanfarra de Aver-o-Mar. O Conjunto Típico Ala-Arriba (1966-1981) é o principal marco musical e cultural de Aver-o-Mar na música portuguesa, com seis discos comerciais lançados e várias actuações de norte a sul do país, com temas populares nos quais se destacam Ó Póvoa Querida, Festas de Santo André e Cego do Maio.
Na praia do Esteiro, ali encontra-se o pitoresco Moinho Luísa Dacosta, onde viveu a escritora Luísa Dacosta. A vivência da dureza da vida das Mulheres de Aver-o-Mar de antigamente afectou a forma da escritora ver o mundo.
Personalidades ilustres
[editar | editar código-fonte]- Barão de Aver-o-Mar
- Francisco Gomes de Amorim (Aver-o-Mar, 13 de agosto de 1827 - Lisboa, Encarnação, 4 de novembro de 1891), foi um poeta, dramaturgo e romancista português. Escreveu as "Memórias Biográficas de Garrett".
Referências
- ↑ «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 22 de Março de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2013
- ↑ a b c «AVER-O-MAR (Nossa Senhora das Neves) - Póvoa de Varzim». Arciprestado de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Consultado em 21 de Janeiro de 2009. Arquivado do original em 14 de Dezembro de 2008
- ↑ Diário da República, 1.ª Série, n.º 19,Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 22 de Março de 2014.
- ↑ Todos os lugares de Aver-o-Mar passaram a ser considerados zona urbana da cidade da Póvoa de Varzim desde 2006, desde essa data são tidos como zonas da cidade e não como localidades.
- ↑ A população refere-se apenas ao antigo lugar e não à parte da cidade que é significativamente superior.
- ↑ INE Biblioteca Digital