Carioca (revista)
Capa do nº 40, 1936, com as Irmãs Pagãs. | |
Editor | Irineu Marinho |
Empresa | A Noite |
País | Brasil |
Idioma | (em português) |
Carioca foi uma revista brasileira que circulou no Rio de Janeiro em meados do século XX.
Conteúdo
[editar | editar código-fonte]O caricaturista Mario Méndez publicou na revista Carioca; um desenho de sua autoria retratando a cantora Dalva de Oliveira a desagradou de tal forma que ela teria chorado "durante uma semana" ao vê-la.[1]
Em suas páginas havia lugar para a crítica musical, como o comentário ali exarado pelo radialista Teófilo de Barros que dizia sobre Carmen Miranda: "Se Carmen gravar uma música qualquer horrorosa, essa música se vende aos milheiros, é tocada, cantada, assobiada até azedar e encher de dinheiro as editoras. O compositor pode ser até qualquer um. Não tem importância. Ficará importante do dia para a noite."[2]
Também cronistas publicavam nela textos que retratavam a realidade da época, como um artigo de 1937 que falava sobre a influência do aparelho de rádio nas casas: "Atualmente, porém, o centro de uma residência é determinado pelo rádio. É este que indica qual o ponto de reunião. Se o rádio estiver na sala de visitas, ali também estarão os habitantes da casa. Mude-se o aparelho para a sala de jantar e tantos os moradores como as próprias visitas aí estarão ao seu redor. Sem o rádio ninguém mais passa. É por isso que todos se reúnem ao seu redor, pois é por causa dele que a sala em que ele se acha é o lugar preferido."[3]
Também em suas páginas, em tempos onde a televisão era algo praticamente desconhecido, o aparelho foi descrito aos leitores como "semelhante a uma eletrola, porém com uma diferença, no lugar do disco há um pequeno quadro de vidro fosco pelo qual se vê imagens”.[4]
A revista dedicou uma seção dedicada à psicanálise, iniciada em 1934 de forma pioneira por Gastão Pereira da Silva, intitulada "Psicanálise dos sonhos", que era ilustrada por uma imagem de Freud e ao final resultou num livro do autor chamado "Conhece-te pelos sonhos".[5]
Referências
- ↑ Alex Caldas Simões (31 de agosto de 2010). «170 Anos de Caricatura no Brasil: personagens, temas e fatos» (PDF). Revista Linguagem, nº 15. Consultado em 27 de agosto de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 28 de agosto de 2018
- ↑ Alessander Kerber (2008). «Representações étnicas das identidades nacionais argentina e brasileira em Carlos Gardel e Carmen Miranda». Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 27, p. 325-358, jul. Consultado em 27 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 28 de agosto de 2018.
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- ↑ Lia Calabre. «O Historiador e o Rádio: relações em questão» (PDF). V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. Consultado em 27 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 28 de agosto de 2018.
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- ↑ Áureo Busetto (2007). «Em busca da caixa mágica: o Estado Novo e a televisão». Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 27, nº 54, p. 177-196. Consultado em 27 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 28 de agosto de 2018.
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- ↑ Jane A. Russo (2007). «A difusão da psicanálise no Brasil na primeira metade do século XX – da vanguarda modernista à rádio-novela». Estudos e Pesquisas em Psicologia. Consultado em 27 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 28 de agosto de 2018.
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