Casablanca (filme)
Casablanca | |
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Casablanca | |
Cartaz do filme | |
Estados Unidos 1942 • b&p • 102 min | |
Gênero | drama romântico |
Direção | Michael Curtiz |
Produção | Hall B. Wallis |
Roteiro | Julius J. Epstein Philip G. Epstein Howard Koch |
Baseado em | Murray Bennett Joan Alison |
Elenco | Humphrey Bogart Ingrid Bergman Paul Henreid Claude Rains Conrad Veidt Sydney Greenstreet Peter Lorre |
Música | Max Steiner |
Diretor de fotografia | Arthur Edeson |
Direção de arte | Carl Jules Weyl |
Figurino | Orry-Kelly |
Edição | Owen Marks |
Companhia(s) produtora(s) | Warner Bros. |
Distribuição | Warner Bros. |
Lançamento |
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Idioma | inglês |
Orçamento | US$ 964 mil |
Receita | US$ 3,7 milhões |
Casablanca (bra/prt: Casablanca)[1][2] é um filme norte-americano de 1942, do gênero drama romântico, dirigido por Michael Curtiz, com roteiro de Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch e Casey Robinson baseado na peça teatral Everybody Comes to Rick's, de Murray Burnett e Joan Alison.[3]
O filme conta um drama romântico na cidade marroquina de Casablanca sob o controle da França de Vichy.
Casablanca é considerado como um dos maiores filmes da história do cinema americano.[4]
Enredo
[editar | editar código-fonte]Durante a Segunda Guerra Mundial, Rick Blaine (Humphrey Bogart), um norte-americano amargo e cínico, expatriado de causas desconhecidas, administra a casa noturna mais popular em Casablanca (Marrocos), o "Café de Rick". Esta também é uma casa de apostas que atrai uma clientela diversificada: as pessoas da França de Vichy, militares da Alemanha Nazista, refugiados, políticos e ladrões.
Uma noite, um pequeno criminoso chega ao clube de Rick portando umas tais letters of transit ("cartas de trânsito"). Essas cartas são uma espécie de passe que permite o trânsito livre através do titular pela Europa controlada pelos Nazistas e chegará até a cidade neutra de Lisboa (Portugal), onde poderia chegar nos Estados Unidos. Assim, os documentos são de valor inestimável para qualquer um dos refugiados à espera de sua chance de escapar de Casablanca.
Sua ex-amante, Ilsa Lund (Ingrid Bergman), que havia deixado Paris sem explicação e que com seu marido Victor Laszlo (Paul Henreid), entra no Café naquela noite com objetivo de comprar os passes. Laszlo é um renomado líder da resistência tcheca que enfrentava os nazistas. O casal precisava das cartas para deixar Casablanca e ir para os Estados Unidos, onde ele poderia continuar seu trabalho.
Produção
[editar | editar código-fonte]Casablanca é baseada em Everybody comes to Rick's (Todo mundo vem para o café de Rick) de Murray Burnett e Joan Alison, uma obra que nunca foi encenada.[5] Quando o especialista em análise literária da Warner Bros., Stephen Karnot, leu o trabalho, e chamou-lhe de uma "loucura sofisticada",[6] no entanto, lhe deu o aval. Em seguida, a editora responsável pelo script Irene Diamante, convenceu o produtor Hal B. Wallis a comprar os direitos por US$ 20 000,[7] o preço mais alto já pago por uma peça que não havia sido encenada.[8] O filme do projeto foi rebatizado de Casablanca, talvez tentando imitar o sucesso do filme de 1938 Argel.[9] Assim, a filmagem começou em 25 de maio de 1942 e terminou em 03 de agosto daquele ano atingindo um custo de produção de US$ 1 039 000 (75 mil dólares acima do orçamento). O custo não foi excepcionalmente elevado, mas acima da média do seu tempo.[10]
O filme foi rodado inteiramente em estúdios, com exceção de uma sequência que mostra a chegada do Major Strasser, e que foi realizada no Aeroporto Van Nuys. O cenário da rua que foi usada para cenas externas tinha sido recentemente construído para outro filme, The Desert Song,[11] e teve de ser redecorado para a flashbacks em Paris. Por sua parte, o Café de Rick foi construído em três partes desconexas, por isso não pôde ser determinado em um caminho que seria o seu plano. De fato, em uma cena a câmera passou por uma parede da área do café no escritório de Rick. O fundo da cena final, que mostra um pequeno modelo de avião pessoal o L-12 Electra Júnior da empresa Lockheed andando, foi montado utilizando extras anões e um avião de papelão em escala. Fumaça foi usada para simular neblina, para cobrir a aparência frágil do modelo.[12][13]
Roteiro
[editar | editar código-fonte]O filme teve alguns problemas quando Joseph Breen, um membro do corpo de autocensura da indústria de Hollywood, expressou sua oposição ao personagem do capitão Renault que pedia favores sexuais em troca de vistos.[14]
Elenco
[editar | editar código-fonte]- Humphrey Bogart … Richard Blane
- Ingrid Bergman … Ilsa Lund Laszlo
- Paul Henreid … Victor Laszlo
- Claude Rains … capitão Louis Renault
- Conrad Veidt … major Heinrich Strasser
- Sydney Greenstreet … Senor Ferrari
- Peter Lorre … Ugarte
- Madeleine LeBeau … Yvonne
- Dooley Wilson … Sam
Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]Prêmio | Categoria | Recipiente | Resultado |
---|---|---|---|
Oscar 1944 | Melhor filme | Warner Bros. (Hal B. Wallis, produtor) | Venceu[15] |
Melhor direção | Michael Curtiz | Venceu[15] | |
Melhor ator | Humphrey Bogart | Indicado[15] | |
Melhor roteiro adaptado | Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch | Venceu[15] | |
Melhor ator coadjuvante | Claude Rains | Indicado[15] | |
Melhor fotografia | Arthur Edeson | Indicado[15] | |
Melhor edição | Owen Marks | Indicado[15] | |
Melhor Trilha sonora | Max Steiner | Indicado[15] |
Em 1989, o filme foi selecionado para preservação no Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos sendo considerado "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo". Em 2005 foi nomeado um dos 100 melhores filmes dos últimos 80 anos pela Time (os filmes selecionados não foram classificados). Em 2006, o Writers Guild of America, West votaram o roteiro de Casablanca o melhor de todos os tempos na sua lista dos "101 Greatest Screenplays".[16] O filme foi reconhecido várias vezes pelo American Film Institute em muitas de suas listas.
Referências
- ↑ «Casablanca». Brasil: CinePlayers. Consultado em 28 de janeiro de 2020
- ↑ «Casablanca». Portugal: CineCartaz. Consultado em 28 de janeiro de 2020
- ↑ «Casablanca (1942)». American Film Institute. Consultado em 28 de janeiro de 2020
- ↑ American Film Institute. «AFI's 100 years… 100 Movies -- 10th Anniversary Edition» (PDF) (em inglês). Consultado em 7 de outubro de 2007 [requer registro gratuitamente]
- ↑ Inside Warner Bros. [S.l.: s.n.] 1985. 194 páginas
- ↑ Aljean Harmetz (1992). Round Up the Usual Suspects: The Making of Casablanca. [S.l.]: Weidenfeld and Nicolson. 17 páginas. ISBN 0-297-81294-7
- ↑ Harmetz, p. 18.
- ↑ «Casablanca» (em inglês). St. James Encyclopedia of Pop Culture, Gale Group. Consultado em 10 de outubro de 2007
- ↑ Harmetz, p. 30.
- ↑ Behlmer, p. 208.
- ↑ Behlmer, pp. 214–215
- ↑ Harmetz, p. 237
- ↑ Harmetz, pp. 280–81
- ↑ Harmetz, pp. 162–166. Também Behlmer, pp. 207–208 e 212–213
- ↑ a b c d e f g h «16.º Oscar - 1944». CinePlayers. Consultado em 28 de janeiro de 2020
- ↑ «101 Greatest Sceenplays». Writers Guild of America, west. Consultado em 25 de junho de 2011
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Behlmer, Rudy (1985). Inside Warner Bros. (1935–1951). London: Weidenfeld and Nicolson. ISBN 0-297-79242-3
- Epstein, Julius J. (1994). Casablanca. Imprenta Glorias: Fifty Copies Conceived and Illustrated by Gloria Naylor
- Francisco, Charles (1980). You Must Remember This: The Filming of Casablanca. Englewood Cliffs: Prentice Hall. ISBN 0-13-977058-5
- Gardner, Gerald (1988). The Censorship Papers: Movie Censorship Letters from the Hays Office, 1934 to 1968. New York: Dodd Mead. ISBN 0-396-08903-8
- Harmetz, Aljean (1992). Round Up the Usual Suspects: The Making of Casablanca — Bogart, Bergman, and World War II. [S.l.]: Hyperion. ISBN 1-56282-761-8
- Koch, Howard (1973). Casablanca: Script and Legend. [S.l.]: The Overlook Press. ISBN 0-87951-006-4
- Lebo, Harlan (1992). 'Casablanca': Behind the Scenes. [S.l.]: Fireside. ISBN 0-671-76981-2
- McGilligan, Pat. (1986). Backstory: Interviews with Screenwriters of Hollywood's Golden Age. Berkeley and Los Angeles: University of California Press. ISBN 0-520-05666-3
- Miller, Frank (1992). Casablanca – As Times Goes By: 50th Anniversary Commemorative. [S.l.]: Turner Publishing Inc. ISBN 1-878685-14-7
- Robertson, James C. (1993). The Casablanca Man: The Cinema of Michael Curtiz London:Routledge. ISBN 0-415-06804-5
- Rosenzweig, Sidney (1982). Casablanca and Other Major Films of Michael Curtiz. Ann Arbor, Mich.: UMI Research Press. ISBN 0-8357-1304-0
Ligações externas
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