Castelo Velho de Alcoutim
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Castelo Velho de Alcoutim Castro de Santa Bárbara | |
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Tipo | Castelo |
Estilo dominante | Medieval |
Início da construção | Século VIII |
Fim da construção | Século IX |
Proprietário(a) inicial | Califado Omíada |
Função inicial | Militar |
Proprietário(a) atual | República Portuguesa |
Função atual | Cultural |
Património de Portugal | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público |
Ano | 31 de dezembro de 1997. |
DGPC | 74092 |
SIPA | 5641 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Alcoutim, Alcoutim |
Coordenadas | 37° 28′ 52″ N, 7° 28′ 18″ O |
Geolocalização no mapa: Portugal Continental | |
Localização em mapa dinâmico |
O Castelo Velho de Alcoutim, também denominado como Castro de Santa Bárbara, localiza-se na atual Freguesia de Alcoutim e Pereiro, no Município de Alcoutim, no Distrito de Faro, em Portugal.[1][2]
Constituíndo-se em uma das mais importantes estruturas da arquitectura militar islâmica do Algarve, o monumento domina a plataforma de topo de um morro alcantilado, sobre o rio Guadiana, a cerca de um quilómetro a norte da vila de Alcoutim.
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto de 31 de Dezembro de 1997.[2]
História
[editar | editar código-fonte]A opção muçulmana pelo sítio onde se ergue o chamado Castelo Velho não é plenamente compreendida pelos estudiosos. É certo, entretanto, que a defesa foi determinada pela navegação no rio Guadiana e pela importância da atividade mineradora na região à época. As pesquisas arqueológicas no local documentam adequadamente a sua edificação, a partir da formação do Emirado de Córdova. Posteriormente, à época dos califas e das primeiras taifas, as suas instalações foram ampliadas, adossando-se algumas edificações às suas muralhas e erguendo-se uma torre para a proteção do portão principal de acesso.
Abandonado durante o século XI em circunstâncias desconhecidas, a estrutura gradativamente perdeu os seus fins militares. Após Reconquista cristã da região, os soberanos de Portugal privilegiaram o sítio da atual vila, para cuja defesa erigiram o Castelo de Alcoutim. Este monumento, entretanto, ainda sofreu algumas intervenções durante o século XIII, como pode ser constatado pela presença de ameias nos panos de muralhas e de portas góticas.
Recentemente vem sendo objeto de pesquisa arqueológica sob a responsabilidade da Prof.ª Helena Maria Gomes Catarino, com recursos oriundos do IPA com apoio logístico da Câmara Municipal de Alcoutim. O projeto, denominado Povoamento e fortificações islâmicas do Algarve Oriental: o Castelo Velho de Alcoutim e o seu território mineiro busca estudar o chamado Castelo Velho e seu território, privilegiando aspectos culturais do processo de islamização e a sua relação com as atividades econômicas regionais, em particular a mineração.
Características
[editar | editar código-fonte]O conjunto compõe-se de dois recintos fortificados, ambos de planta retangular, em pedra de xisto irregular solta, argamassada com terra, característica da arquitetura omíada:
- o interior, em cota mais elevada, corresponde à alcáçova. Com uma área de cerca de 32 metros de comprimento por 22 metros de largura (c. 704 m²), é reforçado por diversas torres de planta quadrangular e rectangular, nenhuma delas posicionada nos ângulos. Os seus muros, com cerca de 2 metros de espessura, apresentam, na face externa, buracos destinados ao escoamento de águas pluviais ou esgotos. No seu interior abre-se a cisterna, assim como se erguem algumas edificações (habitações), caracterizando uma pequena alcáçova, com pátios, arruamentos, cozinhas e quartos. A muralha Norte é rasgada por uma estreita porta e o troço voltado sobre o rio Guadiana teria sido reforçado, durante o século XI, mesma época em que terá sido construído o torreão (5,30 metros de comprimento por 3,80 metros de largura) destinado a reforçar a defesa da porta principal, rasgada a Leste.
- o exterior, delimitado pela cerca que defende o povoado, na encosta. Identificada pela análise dos taludes e pela observação dos tramos visíveis à superfície do solo, apresenta planta retangular e os seus muros são reforçados por torres adossadas. Na cerca abre-se uma porta em cotovelo, que se comunicava com o setor residencial extra-muros que se estendia até à margem do Guadiana.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Carta Arqueológica de Portugal: concelhos de Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim (2ª ed.), Lisboa, 1995.
- Catarino, Helena, "Escavações Arqueológicas nos Castelos de Alcoutim", Actas do 4º Congresso Sobre o Algarve, Lisboa, 1984.
- Catarino, Helena, "Vestígios Muçulmanos no Nordeste Algarvio e o Castelo Velho de Alcoutim", Actas do 6º Congresso sobre o Algarve, Lisboa, 1986.
- Catarino, Helena, "Arqueologia Medieval Islâmica no Algarve - Alcoutim, Salir e Paderne", Boletim Informativo Encontro de Arqueologia do Algarve, Faro (Portugal), 1990.
- "Castelos Muçulmanos no Algarve", Noventa Séculos entre a Serra e o Mar, Lisboa, 1997.
- Oliveira, Francisco Xavier D' Athaíde, Monografia do Concelho de Vila Real de Santo António, Algarve (Portugal), 1908.
- Santos, Maria V. A. dos, Arqueologia Romana do Algarve, 1, Lisboa, 1971.
Referências
- ↑ Imagem e localização no Google Maps [1]
- ↑ a b «Castelo Velho de Alcoutim». www.monumentos.gov.pt (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
- Instituto Português de Arqueologia
- Castelo Velho de Alcoutim na base de dados Ulysses da Direção-Geral do Património Cultural
- Castelo Velho de Alcoutim no WikiMapia