Chartreux

Chartreux

Gato Chartreux

País de origem
 França
Padrões da raça (links externos)
CFA, ACFA, CCA, ACF, FIFe,

O gato Chartreux, também chamado cartuxo[1] em português, conhecido pelo seu sorriso enternecedor, é um gato silencioso e discreto, menos falador que a maioria dos felinos, mas muito ronronante, sendo que raras vezes se ouve miar. Aliás, quando o faz e se espera um miar forte, apenas se ouve um som minúsculo e delicado.

Bastante calmo e extremamente tolerante, é muitíssimo dedicado e apegado à sua família, demonstrando um enorme carinho e simpatia. É também sociável, simpático e adapta-se rapidamente às mudanças.

É um gato que necessita de muito espaço para se exercitar, pois adora correr pela casa sempre na brincadeira com o seu dono ou com um simples brinquedo. Para ele, um pouco de exercício frenético a um ritmo alucinante, pelo menos uma vez por dia é mais do que suficiente para se sentir o gato mais feliz e alegre do mundo. Adora naturalmente, chamar a atenção e ser acariciado mas não gosta de se sentir preso.

O seu pêlo curto, fofo e lanudo é muito macio. A cor é cinza-azulada e pode variar entre cinzento mais claro ou mais escuro, sendo que deve ser uniforme desde a raiz. O brilho do pêlo é percebido através das pontas prateadas, mas não deve apanhar muito sol, pois pode ficar com reflexos acastanhados, o que não é aconselhável. Com um corpo forte, robusto e porém musculoso, o Chartreux é um gato extraordinário.

Origem e História

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A história da raça Chartreux mais parece uma lenda.

Reza a lenda, que os seus antepassados chegaram a França por mar, vindos provavelmente da antiga Síria e Irã e, trazidos pelos cavaleiros que regressavam das Cruzadas.

Diz a história que o Chartreux viveu e recebeu este nome dos monges Cartuxos da França e talvez tenha compartilhado com eles o famoso licor de Chartreuse. Porém, uma recente pesquisa indica que por causa da aparência de lã da sua pelagem, ele recebeu o mesmo nome de uma lã espanhola muito conhecida no princípio do século XVIII.

A presença desta raça já era documentada desde o século XVI e era reconhecida pela sua textura e cor do pêlo sem igual. Contudo, o seu percurso até aos dias de hoje não foi fácil, uma vez que esteve quase em extinção, pois durante os séculos XVIII e XIX a sua pelagem e carne foram comercializados, pois o seu manto lanudo e fofo era muito apreciado.

Costumava ser criado por causa de seu incomparável pêlo aveludado, o que o fazia alcançar um preço elevado. No entanto, na década de 1920, a raça diminuiu numericamente, mas felizmente sobreviveu graças aos esforços de duas freiras atraídas pelos gatos cinzas-azulados que vagueavam pelos terrenos do hospital Belle-Ile-sur-Mer.

Cristine e Suzanne iniciaram, então, a reprodução selectiva da raça adoptando um casal de chartreux que vivia na ilha, Marquise e Coquito. Estes gatos formaram o núcleo do seu programa de criação e uma das gatinhas da primeira ninhada, Mignonne de Guerveur foi a primeira gata chartreux a obter o título de Campeã Internacional. Foi considerada "a gata mais estética da exposição do Cat Club de Paris" em 1931 e os seus descendentes foram Campeões ou Campeões Internacionais.

Em 1939 foi reconhecido o primeiro standard da raça de Chartreux e o famoso gato azul de França passou a ser mais conhecido e representado na Europa ocidental.

No decorrer da 2ª Guerra Mundial, alguns criadores tentaram salvar a raça da extinção, acabando por fazer cruzamentos de gatos azuis com ou sem pedigree, e especialmente British Blue e Persas, para refinaram a tradicional raça francesa.

A Fife (Federação Internacional Felina) em 1970, agrupou o Chartreux e o British Blue no mesmo standard, e finalmente depois da contestação de pessoas com paixão pela raça Chartreux, que provaram as diferenças estruturais e morfológicas entre as duas raças.

Jean Simonnet (presidente do Club du Chat des Chartreux), apurou a raça e publicou em 1972 um livro intitulado " Étude sur le chat des Chartreux", sendo que em 1977 o standard do gato Chartreux foi actualizado pela Fife.

O Chartreux é um gato dócil, afetuoso, amável, brincalhão, com uma forte personalidade e muito independente. Com o seu olhar doce e pêlo lanudo, cativa qualquer um logo no primeiro instante.

Apresenta algumas qualidades típicas de um cão, seguindo o seu dono para onde quer que ele vá e acompanhando-o nos momentos mais alegres e nos mais tristes, também. Demonstra, assim a sua enorme devoção e carinho, podendo ressentir-se bastante numa ausência prolongada do dono.

É um amigo fiel e um ótimo guardião. Apesar da sua aparência calma é dotado de uma extrema inteligência e não dispensa uma bela caçada.

É muito silencioso e sensível, pois não gosta de demonstrar os seus sentimentos e raras vezes se ouve miar. É o gato menos falador de todas as raças, mas em contrapartida, contempla-nos com os seus eternos e constantes ronrons. É por isso conhecido como o gato ronronante. Demonstra grande afectividade pelo seu dono, manifestando a sua felicidade e alegria.

Mas, cuidado. É um gato que prefere sofrer em silêncio e por isso o seu dono deve estar sempre atento. E, mesmo no veterinário não deixa de ronronar.

Gostam de viver num ambiente calmo, são bastante tolerantes e sociáveis. Mas, não gostam de ruídos estranhos e barulhos altos, por isso, é de evitar discussões junto deste gato, pois pode ficar assustado. Normalmente, nestas situações opta por retirar-se do local, pois prefere fazê-lo a tornar-se agressivo.

Características

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Cabeça e Pescoço

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Larga na base, crânio bem desenvolvido, mas não abaulado. Espaço estreito e direito entre as orelhas. As bochecas dão à cabeça o formato de trapézio, largo na base, estreito no topo. Expressão doce e sorridente. Pescoço curto e grosso. Nariz largo, direito, mas não arrebitado.

Médias na altura e na largura; bem implantadas no alto da cabeça dando ao gato um ar de alerta.

Expressivos, grandes e abertos, não arredondados, mas ligeiramente amendoados. A cor vai do cobre ao ouro, sendo que se dá preferência uma cor profunda e brilhante.

Corpo e Cauda

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Robusto, com ombros largos e peito profundo. Estrutura óssea forte; massa muscular sólida e densa. Os machos são grandes e as fêmeas médias. A cauda tem um comprimento moderado e é grossa na base e media no resto dela, afilando-se ligeiramente em direcção à ponta oval. Viva e flexível.

Pernas e Pés

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Pernas são relativamente médias com ossatura forte. Os pés são arredondados e de tamanho médio.

Pêlo médio-curto, ligeiramente lanudo na textura e com uma cor uniforme desde a raiz. Sub-pêlo curto; o pêlo é maior e protector.[2]

Penalizações

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Stop acentuado no nariz, nariz arrebitado ou voltado, defeitos palpáveis na cauda.

Desqualificação

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Pêlos brancos, nó visível na cauda, olhos verdes e qualquer sinal de fragilidade na região da cintura até a coxa.

Todos os tons de azul são permitidos, desde o azul-acinzentado claro ao azul-acinzentado escuro; pontas ligeiramente pintadas de prata. Ênfase na uniformidade da cor. O tom preferido é um azul imaculado com um reflexo geral. A pele do nariz é azul acinzentado escuro; lábios azuis; as almofadinhas dos pés são rosa acizentado.

As listas fantasmas são permitidas nos gatinhos bebés assim como as riscas na cauda dos jovens com menos de dois anos.

Outras raças cujo cruzamento é permitido com o Chartreux: Nenhuma.

O Chartreux é um gato de pêlo curto e grosso, que requer pouca manutenção, mas é necessária alguma atenção para que a sua apresentação seja exemplar, pelo que: deve escovar-se pelo menos uma vez por semana, o que para além retirar os pêlos mortos, contribui ainda para uma uniformização da cor do manto do seu gato e evita a formação de bolas de pêlo no estômago.

As suas orelhas requerem especial atenção, pois têm uma segregação auricular maior do que a maioria dos gatos. É aconselhável que as orelhas sejam limpas uma vez por semana, primeiro com lenços úmidos e depois com um cotonete.

A alimentação varia de acordo com as fases de vida de um gato. Quando este é jovem, necessita de um suplemento proteico encontrado em rações de boa qualidade para gatinhos. O gato Chartreux tem um desenvolvimento diferente dos outros gatos e apenas atinge a maturidade perto dos quatro anos de idade, pelo que este tipo de alimentação deve ser administrada até mais tarde. Se o gato for castrado, tiver pouca atividade ou uma idade já avançada, deve-se dar um alimento menos rico, de forma a não ficar obeso. Têm tendência para gengivites, daí a necessidade de ingerirem alimentos secos.

Em alguns Chartreux os dentes incisivos de leite não caem, portanto, logo que nascerem os definitivos é preciso arrancá-los.

Instintivamente procura o tabuleiro para as suas necessidades, preferencialmente, utilize uma areia aglomerante, que facilita a limpeza e torna possível ter uma casa de banho asseada e sempre fresca.

É um gato robusto e saudável.

Referências

  1. Infopédia. «cartuxo | Definição ou significado de cartuxo no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 19 de maio de 2021 
  2. Nota: O grau de pelagem depende de vários factores, como a idade, o sexo e o habitat. Normalmente, os machos adultos têm mantos mais espessos. É permitido pêlo mais sedoso e mais fino nas fêmeas e nos machos com idade inferior a dois anos.

Ligações externas

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