Coleção Hirschsprung
Den Hirschsprungske Samling | |
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Tipo | Galeria de arte |
Inauguração | 8 de julho de 1911 |
Visitantes | 21.000 (2014) 25.261 (2013) 71.579 (2012) 36.291 (2011) |
Página oficial | hirschsprung.dk |
Geografia | |
País | Dinamarca |
Cidade | Copenhague |
Coordenadas | 55° 41′ 23″ N, 12° 34′ 38″ L |
Geolocalização no mapa: Dinamarca | |
Localização em mapa dinâmico |
A Coleção Hirschsprung (dinamarquês: Den Hirschsprungske Samling) é um museu de arte localizado na capital da Dinamarca, Copenhague. Ele está localizado em um parque em Østre Anlæg, perto do Museu Nacional de Arte da Dinamarca, e abriga uma grande coleção de arte dinamarquesa do Século XIX e início do Século XX. A ênfase está na Idade de Ouro dinamarquesa, de 1800 a 1850, mas também os Pintores Skagen e outros representantes da Revolução Moderna estão bem representados.
O museu foi construído em torno da coleção de arte pessoal de Heinrich Hirschsprung, um fabricante de tabaco e patrono das artes que fundou sua coleção de arte em 1865. Quase quatro décadas depois, em 1902, ele declarou que doaria ao Estado dinamarquês. O museu, concluído e inaugurado em 1911, está em um edifício de neoclássico construído sob projeto de Hermann Baagøe Storck.
História
[editar | editar código-fonte]A coleção
[editar | editar código-fonte]Heinrich Hirschsprung foi um empresário fabricante de tabaco na A.M. Hirschsprung & Sønner. Ele era casado com Pauline Jacobson, e o casal tinha um profundo interesse pelas artes e contava com muitos artistas proeminentes de sua época entre seus amigos íntimos, incluindo o escritor Holger Drachmann e o pintor Peder Severin Krøyer, ambos associados aos Pintores de Skagen. Ao longo de um período de quatro décadas, começando em 1866, Hirschsprung construiu uma extensa coleção de arte dinamarquesa do início do Século XVIII até seus dias.
A coleção foi exibida ao público pela primeira vez em 1888 em Charlottenborg. Isso aconteceu em conexão com a Exposição Nórdica de Indústria, Agricultura e Arte, que se esperava atrair muitos visitantes estrangeiros a Copenhague. O catálogo da exposição exibiu 313 itens, representando cerca de 60 artistas dinamarqueses. Cerca de metade eram pinturas, enquanto o resto eram desenhos, aquarelas, pastéis e algumas esculturas.[1]
Planejamento do museu
[editar | editar código-fonte]Em 1900, Pauline e Heinrich Hirschsprung decidiram doar sua coleção de arte ao estado dinamarquês. Eles tinham uma escritura de doação lavrada, que foi depositada no Ministério de Assuntos Culturais dinamarquês. No entanto, a doação só foi divulgada dois anos depois, em 1902, quando a coleção foi novamente exposta em Charlottenborg. No mesmo evento, o historiador da arte Emil Hannover foi encarregado de catalogar o acervo. A exposição em Charlottenborg também incluiu representações do edifício planejado do museu, que havia sido projetado pelo arquiteto Hermann Baagøe Storck. Não gostando do estilo historicista que dominava a arquitetura dos museus em Copenhague na época, era de importância crítica para Hirschsprung que a coleção fosse colocada em um edifício independente construído com um design mais "sóbrio"; ele também queria que o museu ficasse no terreno onde ficava as muralhas de Copenhague, onde uma série de novos museus haviam sido inaugurados na virada do século, incluindo o Museu Nacional de Arte da Dinamarca.[2]
Nos termos da escritura de doação, o Estado dinamarquês e a cidade de Copenhague, por seu lado, foram obrigados a disponibilizar um local e um edifício para a sua exposição. Esse esquema era semelhante ao que havia sido acordado em conexão com a fundação da Gliptoteca Ny Carlsberg de Carl Jacobsen. Mesmo assim, a demanda de Hirschsprung por um edifício independente deu origem a um debate político sobre a política artística que durou vários anos e colocou os planos em espera.
Enquanto as discussões decorriam, Hirschsprung continuou a construir a coleção com aquisições como obras de Joakim Skovgaard para a decoração da Catedral de Viborg e uma série de obras de artistas contemporâneos como Michael Ancher, Anna Ancher e Vilhelm Hammershøi da coleção de arte do colecionador Alfred Bramsen. Vários indivíduos também prometeram doar obras para a coleção assim que ela passasse à propriedade pública, enquanto outras foram compradas por Hirschsprung.[3]
Para transformar a coleção em uma exibição representativa da arte dinamarquesa do Século XIX, Hirschsprung também começou a adicionar esculturas às suas coleções, usando o escultor e amigo de sua família Ludvig Brandstrup como conselheiro. Em menos de um ano, Hirschsprung conseguiu coletar a grande maioria das 180 esculturas incluídas no catálogo de 1902. A coleção representa 20 escultores dinamarqueses.[3]
Construção e inauguração
[editar | editar código-fonte]Em 1907, as negociações foram concluídas e foi decidido dar início à construção. O local escolhido foi em Østre Anlæg, um parque construído no terreno das antigas fortificações de Copenhague e onde também foi construída a Museu Nacional de Arte da Dinamarca. Heinrich Hirschsprung morreu no ano seguinte, em 1908, e por isso nunca viu seu museu se materializar. Emil Hannover, o historiador de arte que catalogou a coleção, foi encarregado do design de interiores do museu, bem como da curadoria da exposição. Ele pendurou as pinturas em ordem cronológica, no espírito de Hirschsprung.[4]
A Coleção Hirschsprung foi aberta ao público em 1911. A viuva de Hirschsprung, Pauline Jacobson, esteve presente na inauguração oficial em 8 de julho, mas faleceu no ano seguinte.[5]
Prédio
[editar | editar código-fonte]O edifício do museu é um edifício neoclássico simples com revestimento em mármore claro e uma fachada com frontões e pilastras dóricas. A planta baixa consiste em quatro grandes galerias iluminadas no topo rodeadas por galerias menores, "alcovas", com a luz entrando por janelas altas nas paredes.
Enquanto o edifício visto de fora tem a aparência de um templo de arte, o interior, com seus pequenos cômodos, tem a intimidade de uma casa particular.
O hall de entrada do museu tem um piso de mosaico de 1910 de Joakim Skovgaard no qual as plantas de tabaco estilizadas prestam tributo ao fundador do museu.
Coleções
[editar | editar código-fonte]Idade de Ouro Dinamarquesa
[editar | editar código-fonte]O museu exibe mais de 700 obras de arte. A ênfase está na Idade de Ouro Dinamarquesa. Todos os principais pintores do período estão representados, incluindo Christoffer Wilhelm Eckersberg, Christen Købke, Constantin Hansen, Wilhelm Marstrand e Martinus Rørbye, além de muitos outros nomes.
- Christoffer Wilhelm Eckersberg, Mulher em Frente ao Espelho, 1841
- Dankvart Dreyer, Estrada Pelas Colinas, c. 1842
Revolução moderna
[editar | editar código-fonte]A geração artística do final do Século XIX, também conhecida como a Revolução Moderna na pintura dinamarquesa, que rompeu com as restrições do Academismo tradicional e com a herança da Idade de Ouro, também está bem representada. Isso inclui:
- Pintores de Skagen, como Peder Krøyer, Michael Ancher e Anna Ancher;
- Theodor Philipsen, o principal representante do Impressionismo da Dinamarca;
- Symbolisterne, o movimento simbolista dinamarquês;
- Fynboerne, nativos de Funen, um grupo de artistas que se conheceram na escola de arte independente de Kristian Zahrtmann na década de 1880.
- Anna Ancher, Garota na Cozinha 1886
- Noite de verão na praia de Skagen. O Artista e sua Esposa, 1899
Móveis de proveniência
[editar | editar código-fonte]As galerias menores do museu são decoradas com móveis projetados por artistas da Idade de Ouro e outros móveis de proveniência a eles associados. Isso foi feito por iniciativa de Emil Hannover, o primeiro diretor do museu, quando ele foi encarregado do design de interiores antes de sua inauguração.[4]
- Banquinho da coleção
- Banco com encosto da coleção
Arredores
[editar | editar código-fonte]Há um espaço retangular de paralelepípedos em frente ao museu. Em seu lado esquerdo, está a estátua Um Bárbaro de Carl Johan Bonnesen. Um caminho à direita do museu dá acesso ao Parque Ørsted perto da parte traseira da Museu Nacional de Arte da Dinamarca.
Outras obras do acervo
[editar | editar código-fonte]- Peder Krøyer: Forja em Hornbæk, 1875
- Kristen Köbke: Retrato do Pintor Frederik Södring, 1832
- Kristian Zahrtmann: Leonora Christina no Cativeiro, 1875
- Mikael Anker: Figuras na Paisagem, 1880
- Theodore Philipsen: A Maré, 1892
- Anna Ancher: Garota na Cozinha, 1886
- Vilhelm Hammershøi: Interior com Jovem Homem Lendo, 1898
- Michael Ancher: Retrato da Minha Esposa, 1884
- Dankvart Dreyer: Estrada sobre Colinas, c. 1842
- Christen Købke: Palácio de Frederiksborg, 1835
- Anna Ancher: Interior com uma Jovem em Frente ao Espelho, 1899
- Harald Slott-Møller: Primavera, 1896
Panorama
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Hirschsprung's Exhibition 1888». Den Hirschsprungske Samling. Consultado em 28 de agosto de 2010. Arquivado do original em 19 de julho de 2011
- ↑ «The Museum Building». Den Hirschsprungske Samling. Consultado em 1 de setembro de 2009. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2009
- ↑ a b «While waiting». Den Hirschsprungske Samling. Consultado em 28 de agosto de 2010. Arquivado do original em 19 de julho de 2011
- ↑ a b «Building of the Museum Commences 1907». Den Hirschsprungske Samling. Consultado em 28 de agosto de 2010. Arquivado do original em 19 de julho de 2011
- ↑ «The Opening of the Museum 1911». Den Hirschsprungske Samling. Consultado em 28 de agosto de 2010. Arquivado do original em 19 de julho de 2011