Edgard Cavalheiro
Edgard Cavalheiro | |
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Nascimento | 6 de julho de 1911 Espírito Santo do Pinhal, SP, Brasil |
Morte | 30 de junho de 1958 (46 anos) São Paulo, SP, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Escritor, editor, crítico literário e biógrafo |
Edgard Cavalheiro (Espírito Santo do Pinhal, 06 de julho de 1911 — São Paulo, 30 de junho de 1958) foi um escritor, editor, crítico literário e biógrafo brasileiro. É considerado o mais importante biógrafo de Monteiro Lobato.[1][2][3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu em Pinhal, onde ajudava seu pai a trabalhar no comércio, e se mudou para Campinas quando tinha doze anos. Devido a seu interesse pela literatura, fundou um pequeno jornal, onde publicara seu primeiro poema. Ao voltar para sua cidade natal, contribui para um jornal local e, ao mudar-se para Bebedouro, passou a trabalhar como bancário. Em 1934[4] participa de um concurso de críticas e contos organizado pela Companhia Editora Nacional e pelo jornal Folha da Manhã (que em 1960 foi unido a Folha da Tarde e Folha da Noite e originou a Folha de S. Paulo),[5] e fica em sexto lugar. No mês seguinte, participando de novo concurso e obtendo nova boa colocação, passa a colaborar com o periódico e com outros órgãos de imprensa. Interessa-se pela obra de Fagundes Varela e, já na capital paulista, publica a primeira biografia do poeta romântico, em 1940.[6]
Edgard escreveu para 84 periódicos nacionais e dois estrangeiros,[7] entre eles O Estado de S. Paulo, Correio da Manhã, Revista do Globo, Diário de São Paulo e Jornal de São Paulo. Além de ter sido um dos fundadores da Câmara Brasileira do Livro, da União Brasileira de Escritores e Companhia Distribuidora de Livros,[8][9] que também dirigiu.[6] Entre seus livros mais conhecidos estão Testamento de uma Geração de 1944,[10] Biografias e Biógrafos e Garcia Lorca. No entanto, sua obra mais conhecida é Monteiro Lobato - Vida e Obra, biografia elogiada pela crítica, pelo público e pela família do próprio biografado,[11][6][12] lançada em dois volumes em 1955.[3]
Ele também criou, em 1943, junto com Carlos Lacerda, o programa No Sítio do Picapau Amarelo transmitido pela Rádio Gazeta.[13] Enquanto presidente da Câmara Brasileira do Livro, em cerca de 1957, foi, ao lado de Mário da Silva Brito, um dos principais idealizadores do Prêmio Jabuti,[14][15] que se tornaria "o prêmio mais importante da literatura brasileira".[16][17]
Legado
[editar | editar código-fonte]Uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF), assim como um prêmio literário instituído pelo jornal Última Hora e pela Editora Cultrix[18] entregue pelo Instituto Nacional do Livro, foram criados em homenagem a ele.[6][19] Anualmente acontece em Espírito Santo do Pinhal a Semana Literária Edgard Cavalheiro, organizada por João Rozon, Ricardo Biazoto, entre outros membros da Casa de Cultura Edgard Cavalheiro, e da qual já participaram Moacir Amâncio, Luiz Ruffato, Paula Fábrio, Alexandre Staut, Monja Coen, entre outros autores.
Algumas Obras
[editar | editar código-fonte]- Fagundes Varela, 1940;
- Evolução do conto brasileiro, 1952;
- A correspondência entre Monteiro Lobato e Lima Barreto, 1955;
- Monteiro Lobato: vida e obra, 1955;
- Garcia Lorca, 1956;
- Maravilhas do conto português, 1957;
- O conto mineiro, 1959.
Referências
- ↑ Godoy, Arnaldo Sampaio de Moraes (26 de julho de 2007). «Direito e literatura: sintomas de desilusão jurídica em Monteiro Lobato». Jus Navigandi (1485). Consultado em 29 de junho de 2022
- ↑ Goldberg, Jacob Pinheiro (2010). O Percurso. [S.l.: s.n.] p. 148
- ↑ a b Barbosa, Alaor. «Monteiro Lobato e Tia Nastácia e a tradicional e poderosa e sempre renascente censura literária no Brasil». União Brasileira de Escritores (UBE). Consultado em 12 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 14 de julho de 2014.
O seu principal biógrafo, Edgard Cavalheiro (autor do livro Monteiro lobato – vida e obra, editado em dois volumes em 1955, portanto sete anos depois da morte de Lobato)
- ↑ AFRÂNIO [Edgard Cavalheiro]. Notas à margem de um concurso de contos. Folha da Manhã, São Paulo, 27 jun. 1934; GRIEQUINHO [Edgard Cavalheiro]. Contos brasileiros. Folha da Manhã, São Paulo, 25 jul. 1934.
- ↑ Maria Luiza Tucci Carneiro, Kossoy, Boris (2003). A Imprensa Confiscada Pelo Deops, 1924-1954. [S.l.]: Ateliê Editorial. p. 134. ISBN 978-8-574-80152-0
- ↑ a b c d «Prefeitura de São Paulo - Reforma São Paulo - Escolas». Prefeitura de São Paulo. Consultado em 12 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 14 de julho de 2014
- ↑ D'ONOFRIO, S.C.T. Fontes para uma biografia intelectual de Edgard Cavalheiro (1911-1958). Dissertação. Mestrado em Estudos Brasileiros, USP, 2012, página 6. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-30012013-215356/pt-br.php
- ↑ Breve nota na imprensa divulga a criação da CODIL: "Suas atividades, já programadas, compreenderão: coleções para o crediário, lançamento de autores novos, reedições, obras avulsas que formarão coleções por assuntos e também a impressão de livros para outras editoras". Fonte: ESCADA Rolante. Folha da Manhã, São Paulo, 25 dez. 1955.
- ↑ Segundo Mário Donato, criação da CODIL deu-se "Graças ao apoio que lhe deram Octalles Marcondes Ferreira, da Companhia Editora Nacional, e Nelson Palma Travassos, da Revista dos Tribunais, para que montasse, com os 'royalties' do primeiro e a gráfica do segundo, a Companhia Distribuidora de Livros, CODIL, que Edgard dirigiu até morrer". Fonte: DONATO, Mário. Vamos lembrar Edgard Cavalheiro. Rio de Janeiro: Tagore, 1990, p. 7.
- ↑ Paulillo, Maria Célia Rua de Almeida (2002). Tradição e modernidade: Afonso Schmidt e a literatura paulista, 1906-1928. [S.l.]: Annablume. p. 32. ISBN 978-8-574-19232-1
- ↑ Em entrevista, afirmou a viúva Purezinha Monteiro Lobato "Pedem-me dizer alguma coisa sobre Lobato, mas nada de novo tenho a acrescentar depois de publicada a biografia feita por Edgard Cavalheiro". Fonte: PRESENÇA de Monteiro Lobato - Com a palavra, D. Purezinha Monteiro Lobato. Shopping News, [São Paulo?], 4 maio 1958.
- ↑ Athanázio, Enéas. «Monteiro Lobato em questão». União Brasileira de Escritores (UBE). Consultado em 12 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 14 de julho de 2014.
e Edgard Cavalheiro, em sua excelente biografia, aborda o fato com detalhes.
- ↑ Libardi, Margareth (2004). Profissão Modelo - Em busca da fama. [S.l.]: Senac. p. 228. ISBN 978-8-57359-392-1
- ↑ «Prêmio Jabuti». Prêmio Jabuti. Consultado em 12 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 9 de maio de 2013 Texto "História" ignorado (ajuda)
- ↑ Prêmio Jabuti: 50 anos. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Câmara Brasileira do Livro, 2008, p. 22.
- ↑ «Marina Colasanto e Christine Fernandes fazem leitura no Rio». R7. 16 de novembro de 2010. Consultado em 12 de fevereiro de 2013
- ↑ Brum, Elian (26 de julho de 2007). «Direito e literatura: sintomas de desilusão jurídica em Monteiro Lobato». Época (429). Consultado em 12 de fevereiro de 2013.
Ganhou dois Jabutis, o prêmio mais importante da literatura brasileira, por seus livros de não-ficção.
- ↑ Antônio, João (2005). Cartas aos amigos: Caio Porfírio Carneiro e Fábio Lucas. [S.l.]: Ateliê Editorial. p. 44. ISBN 978-8-57480-249-7
- ↑ Roschel, Renato. «Sérgio Buarque de Holanda». Almanaque. Consultado em 12 de fevereiro de 2013.
Em 1957, recebeu o prêmio Edgard Cavalheiro do Instituto Nacional do Livro