Partido da Liberdade da Áustria
Partido da Liberdade da Áustria Freiheitliche Partei Österreichs | |
---|---|
Líder | Heinz-Christian Strache |
Fundação | 1949 (Partido Eleitoral dos Independentes) 1956 |
Sede | Viena, Áustria |
Ideologia | Nacionalismo Conservadorismo Populismo de direita[1] Euroceticismo[2] Anti-imigração Histórico: Nacionalismo liberal |
Espectro político | Direita a Extrema-direita[3] |
Publicação | Neue Freie Zeitung |
Membros | 40.000 |
Grupo no Parlamento Europeu | Aliança Europeia dos Povos e das Nações |
Parlamento Austríaco | 31 / 183 |
Conselho Federal | 16 / 62 |
Parlamento Europeu | 3 / 18 |
Cores | Azul,Branco e Vermelho |
O Partido da Liberdade da Áustria (em alemão: Freiheitliche Partei Österreichs, FPÖ) é um partido político nacionalista da Áustria. O partido foi fundado em 1956.
O líder do partido é Heinz-Christian Strache. A organização juvenil do partido é Ring Freiheitlicher Jugend Österreich. Nas Eleições legislativas austríacas de 2006 o partido recebeu 519.598 votos (11.03%, 21 assentos). O partido tem 2 assentos no Parlamento Europeu. As origens do Partido da Liberdade da Áustria estão no liberalismo e no nacionalismo. O liberalismo nacional era uma das três ideologias políticas austríacas (o conservadorismo, o socialismo e o nacionalismo/liberalismo).
História
[editar | editar código-fonte]Início
[editar | editar código-fonte]O partido foi fundado em 1956, sendo herdeiro do VDU, um partido criado após a Segunda Guerra,que apesar de um relativo sucesso no início, não conseguiu se firmar e acabou devido a disputas internas. Peter Friedrich liderou o FPÖ até 1980, e neste período, o partido não teve muita importância na política austríaca, ficando sempre com cerca de 8% do eleitorado.
Período Steger
[editar | editar código-fonte]A partir de 1980, Norbert Steger comandou o partido. Neste período, era considerado um partido centrista, e em 1983, participou do governo liderado pelo SPO, paradoxalmente, quando o FPÖ teve a pior votação da sua história, cerca de 3%. A partir de 1983, começou uma disputa interna pelo comando do partido, entre Steger e Jörg Haider. Haider era considerado de extrema-direita por Franz Vranitzky, então chanceler, que dissolveu a aliança e formou um novo governo junto ao ÖVP.
Período Haider
[editar | editar código-fonte]Em 1989 a eleição provincial Caríntia, terra natal de Haider, causou uma onda de choque, o SPÖ perdeu sua maioria, o ÖVP foi relegado ao status de terceiros, e o FPÖ chegou em segundo lugar com 29% dos votos. O FPÖ posteriormente formou uma coalizão com o ÖVP, com Haider como governador da Caríntia, neste momento a maior conquista do FPO. A partir de 1990, o partido se voltou a questão da imigração, combinada com críticas mais ferozes contra o establishment político e a União Europeia . Devido a elogios a política trabalhista da Alemanha nazista, levou o rompimento da ÖVP com Haider no governo da Caríntia, e a formação de uma aliança SPO-ÖVP no governo desta província. Entretanto, no mesmo ano, o FPÖ obteve ganhos eleitorais em três eleições provinciais, mais notavelmente em Viena . Em 1993, decidiu lançar a "Áustria Primeira!" iniciativa, que pediu um referendo sobre questões de imigração. A iniciativa foi considerada muito controversa, e cinco deputados do FPÖ, incluindo Heide Schmidt, deixaram o partido e fundaram o Fórum Liberal (LIF).
Em 1999, Haider foi novamente eleito governador da Caríntia.
Governo de Coalizão
[editar | editar código-fonte]Nas eleições gerais de 1999, o FPÖ obteve 27% dos votos, ficando na frente do ÖVP. Em fevereiro de 2002, os dois partidos formaram uma coligação governamental, sob o comando de Wolfgang Schussel, com Haider abrindo mão de qualquer cargo. A coligação sofreu duras críticas dentro e fora da Áustria, já que Haider era considerado como um radical e simpatizante do nazismo. A União Européia lançou sanções diplomáticas contra a Áustria, congelando os contatos diplomáticos com Viena. As medidas foram justificadas pela UE como "a admissão do FPÖ num governo de coligação legitima a extrema direita na Europa." Embora o FPÖ tenha mudado o perfil ao longo do tempo, continuava a ser considerado como um pária, devido as questões polêmicas de Haider sobre o Nazismo e a imigração. O partido, foi então, submetido a uma estratégia de "cordão sanitário" pelo SPÖ e o ÖVP. As sanções da UE foram, contudo, levantadas já em setembro, depois que um relatório constatou que a medida fora eficaz apenas a curto prazo e no longo prazo, poderia despertar reações contrárias à UE.
Entretanto, a partir daí, o partido mergulhou em novas disputas internas, motivadas pelo descontentamento de membros e eleitores sobre às decisões adotadas por Haider em temas polêmicos lançados pelo governo austríaco, como reformas econômicas e fiscais, o que levou a convocação de eleições antecipadas. Na campanha eleitoral seguinte, o partido estava profundamente dividido e incapaz de organizar uma estratégia política eficaz. O partido mudou de liderança cinco vezes em menos de dois meses e, na eleição de 2002, diminuiu a sua percentagem de votos para 10,2%, quase dois terços menos do que na eleição anterior. A maioria de seus eleitores passou para o ÖVP, que se tornou o maior partido na Áustria com 43% dos votos. No entanto, o governo de coalizão entre o ÖVP eo FPÖ foi renovado após a eleição, embora tenha havido crescentes críticas internas no FPÖ.
Divisão
[editar | editar código-fonte]As duras lutas internas levaram à divisão do partido, quando o ex-líder Jörg Haider deixou o partido e em 4 de abril de 2005 fundou um novo partido político, chamado Aliança para o Futuro da Áustria (BZÖ). O Chanceler austríaco Wolfgang Schüssel, em seguida, mudou a sua coligação, retirando o FPÖ e incluindo o BZÖ. Na província da Carintia,o diretório local do FPÖ foi simplesmente transformado no novo diretório local do BZÖ.
Resultados eleitorais
[editar | editar código-fonte]Eleições legislativas
[editar | editar código-fonte]Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status | Notas |
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1949 | 3.º | 489 273 | 11,7 / 100,0 | 16 / 165 | Oposição | como VdU | ||
1953 | 3.º | 472 866 | 11,0 / 100,0 | 0,7 | 14 / 165 | 2 | Oposição | como VdU |
1956 | 3.º | 283 749 | 6,5 / 100,0 | 4,5 | 6 / 165 | 8 | Oposição | |
1959 | 3.º | 336 110 | 7,7 / 100,0 | 1,2 | 8 / 165 | 2 | Oposição | |
1962 | 3.º | 313 895 | 7,0 / 100,0 | 0,7 | 8 / 165 | Oposição | ||
1966 | 3.º | 242 570 | 5,4 / 100,0 | 1,6 | 6 / 165 | 2 | Oposição | |
1970 | 3.º | 253 425 | 5,5 / 100,0 | 0,1 | 6 / 165 | Apoio parlamentar | ||
1971 | 3.º | 286 473 | 5,5 / 100,0 | 10 / 183 | 4 | Oposição | ||
1975 | 3.º | 249 444 | 5,4 / 100,0 | 0,1 | 10 / 183 | Oposição | ||
1979 | 3.º | 286 743 | 6,1 / 100,0 | 0,7 | 11 / 183 | 1 | Oposição | |
1983 | 3.º | 241 789 | 5,0 / 100,0 | 1,1 | 12 / 183 | 1 | Governo | |
1986 | 3.º | 472 205 | 9,7 / 100,0 | 4,7 | 18 / 183 | 6 | Oposição | |
1990 | 3.º | 782 648 | 16,6 / 100,0 | 6,9 | 33 / 183 | 15 | Oposição | |
1994 | 3.º | 1 042 332 | 22,5 / 100,0 | 5,9 | 42 / 183 | 9 | Oposição | |
1995 | 3.º | 1 060 377 | 21,9 / 100,0 | 0,6 | 41 / 183 | 1 | Oposição | |
1999 | 2.º | 1 244 087 | 26,9 / 100,0 | 5,0 | 52 / 183 | 11 | Governo | |
2002 | 3.º | 491 328 | 10,0 / 100,0 | 16,9 | 18 / 183 | 34 | Governo | |
2006 | 4.º | 519 598 | 11,0 / 100,0 | 1,0 | 21 / 183 | 3 | Oposição | |
2008 | 3.º | 857 029 | 17,5 / 100,0 | 6,5 | 34 / 183 | 13 | Oposição | |
2013 | 3.º | 962 313 | 20,5 / 100,0 | 3,0 | 40 / 183 | 6 | Oposição | |
2017 | 3.º | 1 316 442 | 26,0 / 100,0 | 5,5 | 51 / 183 | 11 | Governo | |
2019 | 3.º | 769 187 | 16,2 / 100,0 | 9,8 | 31 / 183 | 20 | Oposição |
Eleições presidenciais
[editar | editar código-fonte]Data | Candidato Apoiado | 1ª Volta | 2ª Volta | ||||
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CI. | Votos | % | CI. | Votos | % | ||
1951 | Burghard Breitner | 3.º | 662 501 | 15,4 / 100,0 | |||
1957 | Wolfgang Denk | 2.º | 2 159 604 | 48,9 / 100,0 | |||
1963 | Nenhum candidato apoiado | ||||||
1965 | |||||||
1971 | |||||||
1974 | |||||||
1980 | Wilfried Gredler | 2.º | 751 400 | 16,9 / 100,0 | |||
1986 | Otto Scrinzi | 4.º | 55 724 | 1,2 / 100,0 | |||
1992 | Heide Schmidt | 3.º | 761 390 | 16,4 / 100,0 | |||
1998 | Nenhum candidato apoiado | ||||||
2004 | |||||||
2010 | Barbara Rosenkranz | 2.º | 481 923 | 15,2 / 100,0 | |||
2016 | Norbert Hofer | 1.º | 1 499 971 | 35,1 / 100,0 | 2.º | 2 124 661 | 46,2 / 100,0 |
Eleições europeias
[editar | editar código-fonte]Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
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1996 | 3.º | 1 044 604 | 27,5 / 100,0 | 6 / 21 | ||
1999 | 3.º | 655 519 | 23,4 / 100,0 | 4,1 | 5 / 21 | 1 |
2004 | 5.º | 157 722 | 6,3 / 100,0 | 17,1 | 1 / 18 | 4 |
2009 | 4.º | 364 207 | 12,7 / 100,0 | 6,4 | 2 / 17 2 / 19 | 1
|
2014 | 3.º | 556 835 | 19,7 / 100,0 | 7,0 | 4 / 18 | 2 |
2019 | 3.º | 650 114 | 17,2 / 100,0 | 2,5 | 3 / 18 | 1 |
2024 | 1.º | 893 754 | 25,4 / 100,0 | 8,2 | 6 / 20 | 3 |
Referências
- ↑ Oltermann, Philip (11 de outubro de 2017). «Austrian populists expect to be kingmakers as politics takes turn to right». The Guardian (em inglês). Consultado em 17 de outubro de 2017
- ↑ Perring, Rebecca; Culbertson, Alix (16 de outubro de 2017). «TAKE THAT EU! Austria's eurosceptic Freedom Party could return to power after 12 YEARS». Express (em inglês). Consultado em 17 de outubro de 2017
- ↑ Stone, Jon. «Austrian elections: Far-right FPO poised to enter government». Independent (em inglês). Consultado em 17 de outubro de 2017