Filipa de Vilhena

Filipa de Vilhena
Filipa de Vilhena
D. Filipa de Vilhena Armando Seus Filhos Cavaleiros (1801), quadro de Vieira Portuense.
Nascimento 1585
Morte 1 de abril de 1651
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Cônjuge Luís de Ataíde, 5º Conde de Atouguia
Filho(a)(s) Jerónimo de Ataíde

Filipa de Vilhena, 1.ª Marquesa de Atouguia (falecida em Lisboa, 1 de abril de 1651), foi uma fidalga portuguesa que se tornou símbolo do patriotismo português durante a Restauração da Independência. A sua história foi adaptada por Almeida Garrett em uma peça homónima, o que contribuiu para sua idealização.

Filipa de Vilhena era filha e herdeira de D. Jerónimo Coutinho e de D. Luísa do Faro. Seu pai, conselheiro de Estado e presidente do Desembargo do Paço, embora tenha sido nomeado vice-rei da Índia em 1619, não aceitou tal cargo.

Casou com o 5.º conde de Atouguia, D. Luís de Ataíde, que veio a morrer antes de 1640. Já viúva, D. Filipa de Vilhena teve conhecimento de todos os preparativos da revolução da Restauração da Independência, e aconselhou os seus filhos a aderir à mesma.

Na madrugada de 1 de Dezembro de 1640, por ser viúva, cingiu ela própria as armas a seus dois filhos, D. Jerónimo de Ataíde e D. Francisco Coutinho, e mandou-os combater pela Pátria, dizendo-lhes que não voltassem senão honrados com os louros da vitória. [1]

Contudo, o seu primogénito não era uma criança, como a tradição e a peça de Almeida Garrett indicam, mas já um homem feito, que foi nomeado governador de Peniche e, mais tarde, vice-Rei do Brasil.

D. Filipa foi chamada ao Paço pela rainha D. Luísa de Gusmão, tendo recebido o cargo de camareira-mor e de aia do príncipe D. Afonso, futuro D. Afonso VI.[1]

É de realçar que D. Mariana de Lencastre também armou seus filhos, mas apenas o nome de D. Filipa de Vilhena se gravou na memória colectiva. [1]

Encontra-se sepultada em Lisboa, na Igreja de Santos-o-Velho.

Em 1933 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou a nobre dando o seu nome a uma rua em Lisboa. Localiza-se no prolongamento da Rua de D. Estefânia, entre a Avenida Duque de Ávila e o Largo Dr. Afonso Pena.[2]

A partir de 1948, o seu nome passou também a fazer parte da toponímia da cidade de Loulé. [1]

O episódio de Filipa de Vilhena com os seus filhos no 1º de Dezembro de 1640 foi popularizada por uma tela a óleo de Vieira Portuense, de 1801, e uma aguarela de Roque Gameiro, bem como pela peça D. Filipa de Vilhena de Almeida Garrett, que foi representada pela primeira vez em Lisboa, no Teatro do Salitre, a 30 de maio de 1840, mas publicada apenas em 1846.[3]

Esta peça de teatro seria novamente representada para a RTP em 1988 com a realização de Jaime Campos e a encenação de Joaquim Benite. Tendo como intérpretes António Assunção, Fernando Jorge, João Azevedo, Luzia Paramés, Teresa Gafeira e Vítor Gonçalves.[4]

Referências

  1. a b c d Jorge Filipe Maria da, Palma (2009). Dicionário Toponímico: Cidade de Loulé. Loulé: Câmara Municipal de Loulé. p. 368. ISBN 978-972-9064-30-2 
  2. «Código Postal - Rua Dona Filipa de Vilhena». Código Postal. Consultado em 24 de fevereiro de 2020 
  3. «A Rua de Dona Filipa de Vilhena da Restauração de 1640, Toponimia de Lisboa, 21 de Janeiro de 2016». toponimialisboa.wordpress.com 
  4. «D. Filipa de Vilhena, rtp.pt». www.rtp.pt 

Ligações externas

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