Igrejas Caeiro
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Igrejas Caeiro | |
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Nome completo | Francisco Igrejas Caeiro |
Nascimento | 18 de agosto de 1917 Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira |
Nacionalidade | português |
Morte | 19 de fevereiro de 2012 (94 anos) Lisboa |
Ocupação | Ator, locutor de rádio e televisão, político |
Atividade | (1940-?) |
Cônjuge | Irene Velez |
Outros prémios | |
Prémio de Consagração de Carreira da SPA Medalha de Honra da SPA |
Francisco Igrejas Caeiro, conhecido artisticamente como Igrejas Caeiro ComL (Vila Franca de Xira, Castanheira do Ribatejo, 18 de Agosto de 1917 — Lisboa, 19 de Fevereiro de 2012), foi um actor, locutor de rádio e televisão e político português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Igrejas Caeiro nasceu a 18 de Agosto de 1917 em Castanheira do Ribatejo, freguesia portuguesa do concelho de Vila Franca de Xira.[1][2] Oficialmente é natural de Lisboa.[3]
Após um concurso estreou-se como ator em 1940 no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa,[1][2][3] de onde seria expulso, anos mais tarde, por causa das suas posições antifascistas, posições essas que viriam a fazer com que o regime de Salazar o proibisse de se apresentar em espectáculos ao vivo[4]
Através do mesmo concurso de 1940 entrou na Emissora Nacional, onde chegou a locutor de 1.ª classe, antes de ser despedido em 1948, vítima de um saneamento político juntamente com uma dezena de outros trabalhadores que só regressaram à estação estatal após o 25 de Abril de 1974.[1][3]
Entre as suas obras, contam-se a actuação no filme Camões, de Leitão de Barros, em 1946, e a produção, no início da década de 1950, dos populares programas radiofónicos Os Companheiros da Alegria, transmitido diariamente com grande êxito pelo Rádio Clube Português[4] e Comboio das Seis e Meia, com transmissão em diferido pela Rádio Graça.[1][2][3]
No entanto, em 1954, a pretexto de um elogio que fez ao primeiro-ministro da Índia, Nehru, Igrejas Caeiro viu todas as suas actividades profissionais ligadas a espetáculos públicos, dependentes da Inspecção dos Espectáculos, proibidas por um despacho do ministro da Presidência João Pinto da Costa Leite. Passados 5 anos, regressou ao teatro,[3][4] mas pôde recriar Os Companheiros da Alegria como programa de estúdio do Rádio Clube Português.[5]
Em 1969, fundou e foi director artístico do Teatro Maria Matos, em Lisboa,[1][2] que foi inaugurado com a peça Tombo no Inferno, de Aquilino Ribeiro.
Nestes tempos de Primavera Marcelista viria a colaborar na televisão como actor e realizador, sendo ainda o apresentador de TV Palco por cinco anos.[3]
Após o 25 de Abril Igrejas Caeiro foi Deputado pelo Partido Socialista à Assembleia Constituinte (1974-1976) pelo Círculo Eleitoral de Lisboa.[6]
Entre 1976 e 1979, Igrejas Caeiro foi ainda Director de Programas da Radiodifusão Portuguesa E.P., actual Rádio e Televisão de Portugal.[3]
Regressando à política, Igrejas Caeiro foi Vereador da Câmara Municipal de Cascais[2] com o Pelouro da Cultura, Desporto e Turismo, entre 1982 e 1985,[3] durante o mandato da Presidente Helena Roseta.
Fez parte da Maçonaria.[7]
Foi feito Comendador da Ordem da Liberdade a 9 de Junho de 1995.[3][8] Igrejas Caeiro foi ainda distinguido com a Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Oeiras.[3]
Em 2005 Igrejas Caeiro recebeu o Prémio de Consagração de Carreira e a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.[1][2]
Em 2007, recebeu da Câmara Municipal de Lisboa a Medalha de Mérito Municipal, no seu Grau Ouro, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro (27 de Março), a par de Ruy de Carvalho, Fernanda Borsatti e, a título póstumo, Artur Ramos.[9]
Foi casado, durante mais de 60 anos, com a actriz Irene Velez, falecida em 2004, a Lelé dos diálogos de O Zequinha e a Lelé, com Vasco Santana, que Igrejas Caeiro produziu.
Igrejas Caeiro morreu em Lisboa, aos 94 anos, em 19 de Fevereiro de 2012.[1][2]
Filmografia
[editar | editar código-fonte]- Porto de Abrigo (1941)[10]
- Amor de Perdição (1943)[10]
- Fátima, Terra de Fé (1943)[10]
- O Violino do João (1944)[10]
- Camões (1946)[10]
- Três Espelhos (1947)[10]
- O Comissário de Polícia (1953)[10]
- O Trigo e o Joio (1965)[10]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f g Agência Lusa e Público (19 de fevereiro de 2012). «Morreu Igrejas Caeiro». Jornal Público. Consultado em 12 de abril de 2016. Arquivado do original em 12 de abril de 2016
- ↑ a b c d e f g «Morreu Francisco Igrejas Caeiro». Semanário Expresso. 19 de fevereiro de 2012. Consultado em 19 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 9 de julho de 2012
- ↑ a b c d e f g h i j «Igrejas Caeiro». Indica dia 10 para entrega da Comenda. Câmara Municipal de Lisboa. Consultado em 11 de Junho de 2008. Arquivado do original em 11 de junho de 2007
- ↑ a b c João Paulo Dinis (14 de agosto de 2010). «No Ar – Episódio 22». Minutos 15-17. RTP Arquivos
- ↑ Igrejas Caeiro, "Os Companheiros da Alegria", em Clássicos da Rádio
- ↑ Deputado Constituintes. Consultado em 6 de Outubro de 2021.
- ↑ Martins, José Nuno. «Francisco Igrejas Caeiro, in Memoriam». Diário de Bordo, Lda. Revista de Maçonaria: 30
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Francisco Igrejas Caeiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 27 de dezembro de 2014
- ↑ «Câmara atribui Medalha de Mérito a quatro grandes actores no Dia Mundial do Teatro». Câmara Municipal de Lisboa. 28 de março de 2007. Arquivado do original em 5 de maio de 2007
- ↑ a b c d e f g h Igrejas Caeiro. no IMDb.. Consultado em 2016-04-12
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Biografia de Igrejas Caeiro». na Câmara Municipal de Lisboa. [ligação inativa] Arquivado em 2007-06-11
- «Artigo de Apoio : Igrejas Caeiro». na Infopédia
- Igrejas Caeiro. no IMDb.
- «Excerto de António Silva falando com Igrejas Caeiro». na Fonoteca Municipal de Lisboa
- «Excerto de Vasco Santana falando com Igrejas Caeiro». na Fonoteca Municipal de Lisboa
- «Excertos de João Villaret falando com Igrejas Caeiro». na Fonoteca Municipal de Lisboa
- «"Pioneiro da rádio evocado a várias vozes em Lisboa"». Artigo de Tiago Silva Pires (13 de Dezembro de 2004) no Diário de Notícias. Arquivado em 2009-01-02
- «Voto de Pesar pelo Falecimento de Francisco Igrejas Caeiro.» (PDF). Aprovado por unanimidade na Assembleia da República (2012-02-24)
- «Casa Igrejas Caeiro». no sítio da Fundação Marquês de Pombal