Frida Vingren
Frida Vingren | |
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Imagem da missionária ainda jovem na Suécia. | |
Nome completo | Frida Strandberg Vingren |
Nascimento | 9 de junho de 1891 Själevad, Suécia |
Morte | 30 de setembro de 1940 (49 anos) Estocolmo, Suécia |
Nacionalidade | sueca |
Ocupação | Missionária |
Religião | Protestante (Pentecostal) |
Frida Maria Strandberg Vingren(9 de junho de 1891 - 30 de setembro de 1940) foi uma missionária pentecostal, enfermeira, jornalista, musicista, compositora, poetisa, articulista e tradutora sueca. Foi casada com Gunnar Vingren, co-fundador das Assembleias de Deus no Brasil onde atuaram juntos.[1][2]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nascida no norte da Suécia, de uma família de crentes luteranos, Frida formou-se em Enfermagem, chegando a ser chefe da enfermaria do hospital onde trabalhava. Tornou-se membro da Igreja Filadélfia de Estocolmo, onde foi batizada nas águas pelo pastor Lewi Pethrus em 24 de janeiro de 1917. Pouco depois, recebeu o batismo no Espírito Santo.[3]
Missionária no Brasil[editar | editar código-fonte]
Após comunicar ao pastor Pethrus a chamada para o campo missionário brasileiro, Frida ingressou no Instituto Bíblico Sueco em Götabro, na província de Närke, mantido pela Associação Evangélica da Pátria. Veio para o Brasil no ano de 1917.[1][4]
Em uma das visitas de Gunnar Vingren, fundador da Assembleia de Deus no Brasil, à Suécia devido ao seu debilitado estado de saúde, ele conheceu Frida Strandberg, e se tornaram amigos. Frida casou-se com o pastor Gunnar em 16 de outubro de 1917, em Belém do Pará, numa cerimônia presidida pelo missionário Samuel Nyström. O casal teve seis filhos: Ivar, Rubem, Margit, Astrid, Bertil e Gunvor.[1][4]
Em março de 1920, a missionária Frida Vingren foi acometida de malária, sofrendo terríveis ataques de febre. Depois de seu restabelecimento, ela enfrentou o problema de saúde do marido. A partir do final daquele ano, Gunnar Vingren começou a sofrer de esgotamento físico, em consequência da dedicação exclusiva ao trabalho missionário e das vezes que contraiu malária. Por esse motivo, o casal decidiu passar um período na Suécia. O retorno ao Pará ocorreu em fevereiro de 1923, quando Frida contava 30 anos.[4]
Mudança para o Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]
Depois de muitos anos no Pará, a família Vingren, decidiu ir para o Rio de Janeiro. Alugaram uma casa no bairro de São Cristóvão, na zona norte da cidade, onde foi inaugurada a primeira Assembleia de Deus no estado.[4]
Paulo Leivas Macalão juntou-se a esse primeiro grupo. A missionária Frida Vingren dirigia cultos, tanto no salão quanto ao ar livre; abriu frentes de trabalho em muitos lugares, liderou a obra social da igreja, bem como grupos de oração e de visitas, além de ensinar na Escola Dominical.[3][4]
Frida foi colaboradora dos jornais Boa Semente, O Som Alegre e Mensageiro da Paz, que substituiu os dois primeiros. Também escrevia e traduzia mensagens evangelísticas, doutrinárias e de exortação. Foi comentarista das Lições Bíblicas de Escola Dominical. Além de escrever, Frida Vingren se dedicava à música. Cantava, tocava órgão, violão e compôs cerca de 23 hinos da Harpa Cristã.[3][4]
O ministério de Frida, no entanto, desagradava a pastores suecos e brasileiros. A primeira reunião que gerou a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, em 1930, que restringiu o que mulheres podiam ou não fazer dentro do movimento.[2]
Tentativa de voltar ao Brasil e morte[editar | editar código-fonte]
Depois de quinze anos dedicados no Brasil, a família Vingren decidiu retornar à Suécia em setembro de 1932. Dias antes da partida, a filha Gunvor morreu de uma infecção na laringe. No país natal, após a morte de Gunnar, Frida é impedida de voltar ao Brasil.[2][4]
Em 1935, Frida foi internada contra sua vontade em um hospital psiquiátrico de Estocolmo, onde perdeu quase 40 quilos. A ex-missionária morreu em 30 de setembro de 1940.[2]
Legado[editar | editar código-fonte]
Apesar das perseguições que enfrentou em vida, atualmente a denominação a que dedicou a vida reconhece "a liderança desta mulher pioneira e sua atuação foi de suma importância para a consolidação da Assembleia de Deus no Brasil".[3] A Casa Publicadora das Assembleias de Deus lançou uma biografia sua, reconhecendo-a como "uma mulher cristã à frente do seu tempo".[5]
Diversas trabalhos científicos também têm pesquisado sua trajetória, tanto no Brasil quanto na Suécia.[2][6][7][8][9][10][11][12][13]
Publicações[editar | editar código-fonte]
- Vingren, Ivar. Pionjärens dagbok: brasilienmissionären Gunnar Vingrens dagboksanteckningar. Estocolmo: L. Pethrus förl., 1968.
- Vingren, Ivar, Nyberg Gunilla, Alvarsson Jan-Åke, Johannesson Jan-Endy. Det började i Pará: svensk pingstmission i Brasilien. Estocolmo: Missionsinstitutet-PMU, 1994.
Referências
- ↑ a b c «Quem foi Frida». editoracpad.com.br. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ a b c d e «A missionária sueca perseguida no Brasil, internada em hospício e 'esquecida' pela História». BBC News Brasil. UOL Notícias. 22 de julho de 2018. Consultado em 22 de julho de 2018. Cópia arquivada em 22 de julho de 2018
- ↑ a b c d «Frida Vingren: uma liderança feminina pioneira». AD Hortolândia. 8 de março de 2017. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ a b c d e f g Araujo, Isael de. (2007). Dicionário do movimento pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. pp. 903–906. OCLC 505684019
- ↑ «Frida Vingren - CPAD - CPAD». www.cpad.com.br. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Bispo, Daisy Mota Ferreira (11 de dezembro de 2017). «Vida e obra de Frida Maria Strandberg Vingren». Revista Discernindo (3): 119–144. ISSN 2357-7649. doi:10.15603/2357-7649/discernindo.v3n3p119-144. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Ulrich, Claudete Beise; Da Silva, Leicyelem von Rondow; Vilhena, Valéria Cristina (18 de dezembro de 2018). «Frida Maria Strandberg, uma missionária esquecida: movida pela Ruah e impedida pelos "homens de Deus"». Revista Pistis Praxis (3). ISSN 2175-1838. doi:10.7213/2175-1838.10.003.ds08. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Pontes, Miquéias Machado (2015). «FRIDA VINGREN E RUTH DORIS LEMOS:». Pax Domini (1): 86–101. ISSN 2448-3540. doi:10.32808/paxdomini.v1i1.27. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Rosado, Sulianne Idalior Paião; Paião, Vander Anderson; Resende, Andrea Lima; Ferreira, Suanne Malu Paião; Oliveira, Liliane Costa de (27 de fevereiro de 2020). «A importância de Frida Vingren para a história da Assembléia de Deus no Brasil». Brazilian Journal of Development (2): 9346–9356. ISSN 2525-8761. doi:10.34117/bjdv6n2-300. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Carvalho, Osiel Lourenço de (27 de novembro de 2013). «Memória coletiva e pentecostalismo - Frida Vingren, a pioneira esquecida». Revista Ciências da Religião - História e Sociedade (2). Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Carvalho, Osiel (25 de maio de 2014). «Memória religiosa e recordação a respeito de Frida Vingren como espaços de tensões no pentecostalismo brasileiro». Protestantismo em Revista (0): 115–126. ISSN 1678-6408. doi:10.22351/nepp.v33i0.1096. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Correa, Marina Aparecida Oliveira dos Santos (31 de agosto de 2018). «DA (IN) VISIBILIDADE À OFICIALIZAÇÃO AO CARGO DE PASTORAS ASSEMBLEIANAS:». Pax Domini (3): 12–25. ISSN 2448-3540. doi:10.32808/paxdomini.v3i3.31. Consultado em 9 de setembro de 2020
- ↑ Daisy Mota Ferreira Bispo (2017). «Vida e obra de Frida Maria Strandberg Vingren». DISCERNINDO - Revista Teológica Discente da Metodista