Gilberto Foliot

Gilberto Foliot
Bispo da Igreja Católica
Gilberto Foliot

Título

Bispo de Londres
Ordenação e nomeação
Ordenação episcopal 5 de setembro de 1148
por Teobaldo de Bec
Dados pessoais
Nascimento c. 1110
Morte Cantuária, Kent
18 de fevereiro de 1187 (77 anos)
Títulos anteriores Bispo de Hereford
Abade de Gloucester
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Gilberto Foliot (em inglês: Gilbert Foliot; em latim: Gilbertus Foliot) foi um monge e prelado inglês da Idade Média que atuou como abade de Gloucester, bispo de Hereford e bispo de Londres. Nascido numa família de tradição eclesiástica, tornou-se monge na Abadia de Cluny, na França, aos vinte anos. Depois de passar pelas posições de prior da da ordem, foi nomeado abade na Abadia de Gloucester em 1139, uma promoção influenciada pelo seu parente Miles de Gloucester. Durante seu mandato como abade, adquiriu ainda mais terras para a abadia e pode ter ajudado a falsificar algumas escrituras — documentos que atestam a propriedade de terras — para tirar vantagem numa disputa com o arcebispo de Iorque. Embora Foliot tenha reconhecido Estêvão como rei da Inglaterra, é possível que ele também tenha tido simpatia pela reivindicação da imperatriz Matilde ao trono. Ele se juntou a ela depois da captura de Estêvão e continuou a escrever cartas apoiando a imperatriz depois que ele foi solto.

Foliot acompanhou Teobaldo de Bec, o arcebispo de Cantuária, para um concílio papal realizado em Reims em 1148. Neste período, foi nomeado para a Diocese de Hereford pelo papa Eugênio III. Apesar de uma promessa feita em Reims de não reconhecer Estêvão, Foliot, já de volta à Inglaterra, jurou fidelidade ao rei, o que provocou uma rixa temporária com Henrique de Anjou, filho de Matilde, que, em 1154, tornar-se-ia rei Henrique II da Inglaterra. Quando Teobaldo morreu, em 1160, todos acreditavam que ele seria substituído por Foliot, mas Henrique nomeou seu lorde chanceler, Thomas Beckett, ao invés deles. Foliot depois alegou ter sido contra a nomeação e apoiou Henrique na disputa contra o novo arcebispo. Foliot foi transladado para a Diocese de Londres em 1163, provavelmente um prêmio de consolação por ter perdido Cantuária.

Durante a grande disputa entre Becket e o rei, Foliot foi difamado por Becket e seus aliados. Ele atuava na época como enviado do rei em diversas missões diplomáticas relacionadas à disputa e escreveu diversas cartas contra Becket que circularam por toda a Europa. Becket excomungou Foliot duas vezes, a segunda resultando em seu próprio martírio. Por um breve período depois da morte da Becket, o papa manteve a excomunhão, mas Foliot foi rapidamente absolvido e recebeu permissão para reassumir suas funções episcopais. Além de seu papel na controvérsia de Becket, Foliot também atuou como juíz real, era um hábil administrador e escreveu muitas obras, que, juntamente com suas correspondências, foram publicadas depois de sua morte.

Primeiros anos

[editar | editar código-fonte]

Foliot era provavelmente filho de Robert Foliot — steward de David, conde de Huntingdon (earl), herdeiro do trono da Escócia — com sua esposa Agnes, irmã de Roberto de Chesney, bispo de Lincoln.[1] Seja como for, Gilberto era certamente sobrinho deste Roberto.[2] Outro tio, Reginaldo, era monge na Abadia de Gloucester e abade da Abadia de Evesham.[3] Entre outros membros do clero em sua família estão Roberto Foliot, um bispo de Hereford posterior, talvez oriundo de um ramo da família em Oxford,[1] e dois bispos de Londres anteriores a ele, Ricardo de Beaumis, o Velho, e Ricardo de Beaumis, o Moço.[4] Gilberto também fez referências a Ricardo de Ilchester, que foi bispo de Winchester depois, como parente, mas a relação exata entre eles é desconhecida.[5] Guilherme de Chesney, um proeminente partidário do rei Estêvão em Oxfordshire[6][a] era outro tio[8] e Miles de Gloucester, conde de Hereford (earl), um primo.[9] Por volta de 1145, Foliot interveio para soltar um cavaleiro que estava preso e de quem era parente, confusamente conhecido também como Rogério Foliot, mas cuja relação precisa também não é conhecida.[10]

Nascido por volta de 1110,[11] Foliot tornou-se monge em Cluny[12] cerca de vinte anos depois.[4] Foi prior na Abadia de Cluny e depois na Abadia de Abbeville, uma casa cluníaca.[1][12] Há indícios que ele teria estudado direito em Bolonha[13] e é possível que tenha sido aluno de Robert Pullen um teólogo inglês, em Oxford ou Exeter,[14] provavelmente de exegese bíblica.[15] Ele conhecia também retórica e as artes liberais.[4] Os nomes de dois de seus primeiros professores são conhecidos, mas nada mais se sabe sobre eles.[15]

Foliot esteve presente ao Segundo Concílio de Latrão convocado pelo papa Inocêncio II. As sessões se iniciaram em 4 de abril de 1139 e lá, entre outros temas, foi ouvido um apelo da imperatriz Matilde sobre sua reivindicação ao trono da Inglaterra[16][b]. Matilde era filha e única herdeira legítima do rei Henrique I, mas, depois que seu pai morreu no final de 1135, o primo dela, Estêvão, filho da irmã de Henrique, tomou-lhe a coroa. Já em 1139, Matilde conseguiu arregimentar bastante apoio e passou a contestar o direito de Estêvão ao trono.[19]

Por volta de 1143, Foliot escreveu um relato dos procedimentos do concílio numa carta para um dos aliados de Matilde. Nada foi decidido sobre a reivindicação e nenhuma conclusão se chegou sobre a validade dele. O papado continuou a aceitar Estêvão como rei e o papa ordenou que a Igreja da Inglaterra nada fizesse para alterar o status quo.[16] De acordo com a carta de Foliot, as deliberações se concentraram na legitimidade do casamento dos pais de Matilde. A mãe dela, Edite-Matilde, havia sido educada num convento e havia alguma incerteza sobre se ela já teria ou não professado seus votos antes do casamento com Henrique I. Na época do concílio, a questão provocava preocupações, mas a maioria finalmente se convenceu que o casamento era válido por ter a cerimônia sido celebrada por Anselmo de Cantuária. Foliot parece ter tido dúvidas em 1139, mas, antes de escrever sua carta em 1143, já havia concluído que Matilde era de fato a herdeira legítima e passou a apoiar a causa angevina, o nome pelo qual ficou conhecida a reivindicação de Matilde.[20]

Imperatriz Matilde, a pretendente ao trono inglês que recebeu o apoio de Foliot até fugir em 1148.
Iluminura num manuscrito do século XV preservado na Biblioteca Britânica.
Estêvão da Inglaterra, o rei da Inglaterra que tomou o trono de Matilde.
Iluminura num manuscrito de 1321.

Em 1139, Foliot foi eleito abade de Gloucester,[1] com a benção do bispo diocesano em 18 de junho de 1139.[12] A causa da nomeação teve o apoio de um parente de Foliot, Miles de Gloucester, que era, na época, conde de Hereford.[21] Foliot era bem relacionado na corte, pois era provavelmente filho de um steward de David I da Escócia antes de ele ter sido coroado. David, por sua vez, era tio tanto da imperatriz quanto da esposa de Estêvão.[9] Depois de sua elevação a abade, Foliot reconheceu Estêvão como rei,[20] mesmo tendo até então apoiado Matilde.[4]

Estêvão foi capturado pelas forças de Matilde em 2 de fevereiro de 1141[22] e ela convocou um concílio em Westminster para angariar apoio para assumir finalmente o trono. Foliot esteve presente e foi dos mais fervorosos apoiadores da causa angevina nos meses seguintes.[23]

Foi nesta época como abade que Foliot escreveu sua resposta a Brien FitzCount, um dos mais antigos aliados de Matilde, discutindo as deliberações do Segundo Concílio de Latrão sobre a causa da imperatriz. FitzCount, numa carta perdida, apresentou suas razões para apoiar Matilde e a resposta de Foliot proôes uma defesa à causa de Matilde.[24] Foliot também escreveu que Estêvão havia "desonrado o episcopado" com seu comportamento em 1139,[25] quando o rei prendeu Rogério de Salisbury, o bispo de Salisbury, e o sobrinho dele, Alexandre, que era bispo de Lincoln, além de tentar prender outro dos sobrinhos de Rogério, Nigel, bispo de Ely. Depois da prisão, Estêvão forçou os bispos a entregarem seus castelos e seus cargos seculares.[26] A maioria dos historiadores entendem que a carta de Foliot defende firmemente a causa de Matilde,[24] embora um dos biógrafos recentes de Estêvão, Donald Matthew, alegue que o apoio de Foliot era "morno" na melhor das hipóteses, motivado principalmente por causa da localização de sua abadia, que ficava numa das fortalezas de Matilde. Matthew lembra que a Abadia de Gloucester não devia nenhum serviço militar como imposto feudal, o que permitia que Foliot não fosse obrigado a escolher um dos lados de forma irrevogável. Ele também lembra que, depois de 1141, Foliot assinou apenas uma das escrituras de Matilde.[27] Foliot, por outro lado, avaliou a defesa dos direitos de Matilde feita por Roberto de Gloucester e a reforçou com seus próprios argumentos. Roberto argumentou que a Bíblia apoiava a sucessão feminina e citou Números 36, que permitia que mulheres recebessem heranças, mas proibia que elas se casassem fora de suas tribos. Em sua resposta, Foliot alegou que Roberto havia na realidade citado Números 27, que não fazia restrições ao casamento de herdeiras.[28]

Durante seu mandato como abade, Foliot iniciou uma amizade com Elredo de Rievaulx, um escritor e, futuramente, santo,[29] que dedicou-lhe um livro de sermões.[11] Outro amigo e aliado desta época foi Teobaldo de Bec, o arcebispo de Cantuária, que, durante o reinado de Estêvão, tentou reunir a Igreja da Inglaterra sob seu comando. Foliot ajudou Teobaldo como ponto de ligação entre o arcebispo e o partido de Matilde.[4]

Foliot se interessou pelo mosteiro da Abadia de Cerne, em Dorset, que, em 1145, recebeu o prior da Abadia de Gloucester, Bernardo, como abade.[30] Um reformador ativo, Bernardo recebeu o apoio de Foliot,[11] mas os monges de sua nova abadia resistiram e o expulsaram do mosteiro.[31] Os dois lados apelaram ao papa, que deu razão ao abade. Embora Matilde tenha escrito para Foliot e intercedido em nome dos monges, Foliot lembrou que não lhe era possível desobedecer uma ordem do papa.[32]

Ainda enquanto abade, Foliot supervisionou a aquisição de um priorado dependente na cidade de Hereford para o mosteiro.[33] A maior parte dos edifícios da abadia são anteriores ao mandato de Foliot e não há evidências sólidas de que ele tenha construído qualquer um deles. Uma disputa que se arrastou entre Gloucester e a Arquidiocese de Iorque sobre algumas mansões foi finalmente resolvida na época em favor de Gloucester. A vitória, porém, só se deu pela utilização de escrituras falsas que Foliot pode ter ajudado a forjar, uma prática comum entre os mosteiros da época[4] Foliot também entrou em conflito com um bipo galês Uhtred, bispo de Llandaff, sobre o Priorado de Goldcliff e uma igreja em Llancarfan[34] cobrança de dízimos e a construção de novas capelas sem autorização da abadia.[35]

Bispo de Hereford

[editar | editar código-fonte]

No início de 1148, Foliot acompanhou Teobaldo de Bec ao Concílio de Reims, mesmo tendo o arcebispo sido proibido de participar pelo rei Estêvão[36] e os dois estavam presumivelmente juntos quando o arcebispo embarcou num pequeno barco de pesca em sua fuga da Inglaterra para o continente.[37] Roberto de Bethune, o bispo de Hereford[c] morreu no concílio e Foliot foi nomeado pelo papa Eugênio III para substituí-lo na Diocese de Hereford, que estava nas mãos dos angevinos[38][d]. Teobaldo foi o responsável pela nomeação, tendo urgido o papa a realizá-la.[33] É provável que antes de sua consagração, Foliot tenha prometido que não juraria fidelidade a Estêvão.[38] Ele foi consagrado em 5 de setembro de 1148[39] em Saint-Omer pelo arcebispo Teobaldo.[1] Os demais bispos ingleses presentes em Reims — Hilário de Chichester e Joscelino de Bohon[37] — se recusaram a participar, alegando que era contrário ao costume que um bispo inglês fosse consagrado fora da Inglaterra.[40] Outra preocupação dos bispos era de que o papa teria infringido o direito de Estêvão opinar na nomeação.[41] Depois da consagração, Foliot jurou fidelidade a Henrique de Anjou, filho da imperatriz e novo comandante dos angevinos[42][e].

Foliot trocou de lado ao retornar para casa e jurou fidelidade a Estêvão, enfurecendo os angevinos.[44] Teobaldo conseguiu assegurar a paz entre as partes[45] ao afirmar que Foliot não poderia se recusar a prestar homenagem "ao príncipe aprovado pelo papado".[46] Foliot também tentou manter Hereford juntamente com a Abadia de Gloucester, mas os monges resistiram.[38] Ao invés de aceitar a situação, que era similar à de Henrique de Blois, que era bispo de Winchester e abade de Glastonbury simultaneamente, os monges de Gloucester realizaram uma eleição três semanas depois da consagração de Foliot e escolheram seu prior como novo abade.[47]

Foliot apoiou a nomeação de seu tio, Roberto de Chesney, para a Diocese de Londres, trabalhando junto ao papa em prol de Roberto; depois de eleito, os dois mantiveram uma duradoura correspondência. As cartas ao tio estão repletas de calorosos sentimentos, mais do que se esperaria de uma simples correspondência obediente.[48] Entre outros correspondentes episcopais e amigos estavam Rogério de Pont L'Évêque, arcebispo de Iorque,[49] Joscelino de Bohon, o bispo de Salisbury[50] e Guilherme de Turbeville, o Bishop of Norwich, que se tornou um correspondente regular depois que Foliot foi transladado para Londres.[51]

Durante o período final do reinado de Estêvão, Foliot atuou como juiz, incluindo num caso em 1150 envolvendo santuário e seu parente Rogério, o conde de Hereford, que acabou na corte do arcebispo Teobaldo.[52] A participação em assunto judiciais fez com que ele contratasse, em 1153, um secretário especializado em direito romano.[53]

Depois da ascensão de Henrique de Anjou ao trono como Henrique II em 1154, Foliot convenceu o conde a se submeter ao pedido do novo rei de que ele lhe devolvesse certos castelos que estavam em sua custódia.[54] No verão de 1160, Foliot escreveu para o papa Alexandre III, que o rei acabara de reconhecer como papa em detrimento de seu rival, Vítor IV, insinuando que a canonização do rei Eduardo, o Confessor, que vinha sendo prorrogada pelo antecessor de Alexandre, Inocêncio II, deveria ser entendida como uma recompensa pelo reconhecimento.[55]

O historiador da arte Hans J. Böker defende que Foliot teria iniciado a construção da Capela do Bispo da Catedral de Hereford. Ele argumenta que o estilo arquitetural da capela (que foi destruída em 1737) era parecido com o das capelas imperiais germânicas e foi deliberadamente escolhido por Foliot para demonstrar sua lealdade ao rei Henrique.[56] Porém, a maior parte das fontes credita Roberto de Hereford, bispo entre 1079 e 1095, como construtor da capela.[57][58]

Quando Teobaldo morreu, em 1160, a maior parte dos contemporâneos de Foliot acreditava que ele era o principal candidato a assumir o posto de arcebispo de Cantuária. Tradicionalmente, a sé de Cantuária era assumida por um monge, pelo menos desde a substituição de Stingand por Lanfranco em 1070. O capítulo catedrático da Catedral de Cantuária era beneditino e Foliot, um monge cluníaco, um ramo descendente dos beneditinos, o que indica que os monges ali não teriam objeções a Foliot por conta disso. O próprio Foliot negou ter se esforçado para conseguir o cargo, mas João de Salisbury e Thomas Becket aparentemente acreditavam que ele o desejava.[59]

Bispo de Londres

[editar | editar código-fonte]
Thomas Becket e o rei Henrique II da Inglaterra, que o persuadiu a se tornar arcebispo de Cantuária, mas que depois tornou-se seu principal adversário.
Iluminura num manuscrito do século XIV preservado na Biblioteca Britânica.
Becket despede-se do papa Alexandre III, outro protagonista na controvérsia.
Iluminura num manuscrito do século XIII preservado na Biblioteca Britânica.

Becket acabou escolhido pelo rei[11] e Foliot reclamou com ele que Becket seria muito mundano,[60] o único magnata ou bispo a se opor à escolha de Henrique.[59] Quando o recém-nomeado arcebispo foi apresentado à corte antes de sua consagração, Foliot comentou que o rei havia realizado um milagre ao transformar um leigo e cavaleiro num arcebispo.[61] Logo depois da consagração de Becket, o rei escreveu ao papa pedindo permissão para ter Foliot como confessor real, o que pode ter sido apenas uma tentativa de conciliação para apaziguar Foliot pela perda de Cantuária ou, alternativamente, um sinal de que o rei e o novo arcebispo já estavam começando a discutir e o rei desejava ter Foliot como contrapeso à influência de Becket.[62][f]

Em seguida, Foliot foi nomeado para a Diocese de Londres,[11] para a qual ele foi transladado em 6 de março de 1163.[39] A nomeação foi proposta pelo rei, que escreveu ao papa afirmando que Foliot lhe seria mais acessível como confessor e conselheiro se vivesse em Londres e não em Hereford. Becket escreveu a Foliot pedindo-lhe que aceitasse a translação.[62] A transferência foi confirmada por Alexandre III em 19 de março de 1163 e Foliot foi entronado em Londres em 28 de abril.[63] A confirmação papal era necessária por que a movimentação de um bispo de uma sé para outra ainda era tema polêmico na época. O cronista medieval Ralph de Diceto, que era cônego em Londres, afirma que o capítulo da Catedral de São Paulo, a catedral da diocese, aprovou a escolha de Foliot.[4] Becket não conseguiu comparecer ao entronamento de Foliot[64] e Foliot não professou sua obediência ao arcebispo, argumentando que já teria jurado obediência a Cantuária quando se tornou bispo de Hereford. O tema foi enviado ao papa, que recusou a pressão de ter que responder.[65] Foliot em seguida tentou tornar Londres independente de Cantuária revivendo o antigo plano do papa Gregório Magno de ter um arcebispo em Londres.[66] Foliot propôs ou que Londres fosse elevada à dignidade de arquidiocese juntamente com Cantuária ou que aquela substituísse esta como sé arcebispal da província do sul.[4] Porém, Foliot depois apoiou Becket em sua tentativa de evitar que o arcebispo de Iorque desfilasse sua cruz arcebispal em procissão diante de si numa visita à província de Cantuária.[67]

Em 1166, Foliot recebeu uma petição para anular o casamento de Aubrey de Vere, conde de Oxford (earl), e Agnes de Essex. Na terceira aparição do casal perante o bispo em sua corte episcopal em 9 de maio de 1166, a condessa Agnes apelou ao papa pedindo-lhe que afirmasse a validade do casamento. Foliot anexou o pedido dela em sua própria carta, que ainda existe, destacando os principais aspectos do caso. Enquanto o papa considerava a questão, Foliot repreendeu o conde pela forma com que tratava a esposa, lembrando-o que até que o papa dissesse o contrário, Agnes deveria ser considerada sua esposa na cama e na mesa. Quando Alexandre III escreveu ao bispo sobre os maus tratos dispensados à condessa — e recomendando que ele ameaçasse o conde com a excomunhão — ele também admoestou o bispo pela forma com que o caso foi tratado.[68]

Conflito de Henrique com Becket

[editar | editar código-fonte]

O Henrique II e Becket começaram a discutir em julho de 1163, primeiro sobre assuntos financeiros e, depois, sobre o casamento do irmão mais novo de Henrique com uma herdeira, que Becket proibiu. A verdadeira fagulha do conflito, contudo, foi o tema dos crimes cometidos por membros do clero, que o rei desejava ver julgados em cortes seculares; o arcebispo era contra, argumentando que o clero deveria ser julgado em cortes eclesiásticas, mesmo se o crime não fosse eclesiástico. No Concílio de Westminster, convocado por Henrique em outubro de 1163 para tratar do tema, Foliot primeiro se alinhou aos demais bispos, que apoiavam Becket. Porém, depois que o concílio foi dispensado, Foliot tornou-se o líder dos bispos que trocaram de lado e passaram a apoiar o rei. Em dezembro, Becket capitulou ao rei.[69]

Em janeiro do ano seguinte, o rei convocou um concílio no Palácio de Clarendon. Os bispos foram instados a aprovar as chamadas "Constituições de Clarendon", que propôs restrições aos poderes da Igreja e limites à autoridade papal na Inglaterra; a recusa de Becket piorou a situação[70] ao atrair para conflito Foliot e os demais bispos ingleses. Quando o arcebispo apareceu na corte real com a cruz arcebispal levada diante de si — um deliberado insulto ao rei[71] —, Foliot disse a Becket que "se o rei empunhasse sua espada como agora você empunha a sua, que esperança existe de uma paz entre vocês?"[72] O rei se recusou a receber Becket e as negociações entre os dois lados logo revelaram que Becket havia ordenado que os bispos se recusassem a julgá-lo sob ameaça de suspensão. Ele também ameaçou levar o caso ao papa, duas ações claramente contra as "Constituições". Na confusão que seguiu, com idas e vindas entre os bispos e o rei e entre aqueles e o arcebispo, Foliot recebeu o pedido de seus companheiros de que tentasse persuadir Becket a mudar seu comportamento. Foliot respondeu que o arcebispo "sempre foi um tolo e sempre será".[73]

Depois que os bispos se recusaram a julgar o caso, os barões tentaram fazê-lo, mas Becket se recusou a ouvi-los em sua corte e deixou o conselho sem a permissão do rei.[74] Logo depois, Foliot e Hilário de Chichester foram até Becket e sugeriram uma solução de compromisso, que o arcebispo teimosamente recusou, preferindo se exilar em Flandres, onde chegou em 28 de novembro de 1164.[75] Foliot foi enviado com Rogério, arcebispo de Iorque, Hilário de Chichester, Bartolomeu Iscano, bispo de Exeter, Rogério, bispo de Worcester, Guilherme d'Aubigny, conde de Arundel, e um grupo de secretários reais, até Teodorico, conde de Flandres, Luís VII, rei da França, e Alexandre III. A missão do grupo era evitar que o arcebispo fosse recebido como refugiado,[76] mas, apesar dos esforços, Luís VII concordou em abrigá-lo. A delegação de Foliot teve mais sucesso corte papal; apesar de não conseguirem uma decisão final a favor do rei, o papa também não deu seu apoio a Becket.[77]

Exílio de Becket

[editar | editar código-fonte]
Antiga Catedral de São Paulo, em Londres, sede da diocese de Foliot.
Iluminura do século XVII

Durante o exílio de Becket, Foliot juntou e enviou a Roma o óbolo de São Pedro, o pagamento anual da Inglaterra ao papado.[78] Foliot observou durante o conflito que a disputa não era teológica e nem moral e sim uma discussão sobre o governo da Igreja.[79] Com Becket exilado, o rei confiscou as propriedades do arcebispo e também os benefício dos secretários que o seguiram e Foliot foi nomeado custodiante destes benefícios na Diocese de Cantuária. Becket acusou Foliot e Rogério de Iorque pelos confiscos, mas as evidências indicam que, de fato, eles foram realizados a pedido do rei e que Foliot, pelo menos, era um custodiante confiável que fez questão de garantir que o rei lucrasse pouco da nova receita, destinando a maior parte das receitas para fins religiosos.[80]

No início do verão de 1165, o papa Alexandre III escreveu duas vezes para Foliot, ordenando que ele intercedesse junto ao rei para protestar contra a injunção contra apelos ao papa. Foliot respondeu que o rei respeitava o papa, ouvia seus protestos cuidadosamente e que o arcebispo não havia sido expulso, fugindo por conta própria. Afirmou ainda que o rei havia dito que Becket estava livre para voltar a qualquer momento, mas que teria que enfrentar as acusações feitas em Northampton. Foliot então aconselhou o papa a não impor nenhuma sentença de excomunhão, ser paciente e continuar tentando negociar.[81] Em 1166, Foliot acusou Becket de simonia, baseando-se numa suposta aquisição que Becket teria feito de um cargo de chanceler, embora não haja evidências disto.[82] Nesta época, o rei já havia nomeado Foliot como líder de facto da Igreja da Inglaterra. Os dois se davam bem e foi provavelmente a influência de Foliot que evitou que o rei tomasse uma medida mais violenta contra o arcebispo.[83]

Em 10 de junho, Becket excomungou diversos adversários, alguns pelo nome, e também todos os que se opunham à sua causa.[84] Henrique II respondeu ordenando que os bispos ingleses apelassem ao papa, o que eles fizeram num concílio que Foliot organizou e presidiu em Londres em 24 de junho. A apelação foi escrita por ele e uma segunda carta dos bispos, também escrita por Foliot, foi enviada ao arcebispo. Os bispos basearam seu argumento no fato de os excomungados não terem sido alertados previamente e nem tiveram chance de se defender. Eles lembraram ainda o papa que o rei não havia escalado o conflito e havia se comportado de forma razoável frente às tentativas de aproximação do papa no verão de 1165.[85] Becket respondeu com uma carta escrita a Foliot que revela um profundo ressentimento e está repleta de reprimendas. A resposta de Foliot, numa carta geralmente intitulada "Multiplicem nobis", apresenta sua opinião sobre as habilidades de Becket como arcebispo além das razões pelas quais Becket estava errado.[g] Em seguida, ele segeriu que o arcebispo aceitasse uma solução de compromisso e exercitasse alguma humildade para conseguir seus objetivos.[86] No final de 1166, Foliot conseguiu renunciar à sua posição de custodiante dos benefícios confiscados, algo que já vinha há muito tempo tentando, eliminando assim um dos motivos de conflito entre ele e Becket.[87]

Em novembro do ano seguinte, Foliot, Rogério de Iorque, Hilário de Chichester e Rogério de Worcester foram convocados à Normandia, governada na época por Henrique II, para se encontrar com legados papais e o rei. Depois de algumas discussões, Henrique parece ter concordado que os legados poderiam julgar tanto o caso do rei contra Becket quanto o caso dos bispos. Henrique também ofereceu uma alternativa conciliatória no tema das "Constituições de Clarendon", que os legados aceitaram. Porém, quando eles se encontraram com Becket em 18 de novembro, rapidamente ficou evidente que o arcebispo não aceitaria negociar com o rei e nem aceitar legados como juízes de nenhum caso contra si. Como os legados não tinham mandato para obrigar Becket a aceitá-los como juízes, as negociações terminaram com o rei e os bispos ainda apelando ao papa.[88]

Em 13 de abril de 1169, Becket excomungou Foliot, Hugo Bigod, conde de Norfolk, Joscelino de Bohun e sete outros oficiais da corte real. Novamente, nenhum deles havia sido avisado e contra o pedido do papa de que Becket não proferisse nenhuma sentença deste tipo até que a embaixada de Henrique II tivesse terminado. O arcebispo também alertou diversos outros que, a menos que se desculpassem com ele, haveria mais excomunhões em 29 de maio, festa da Ascensão.[89] Em sua excomunhão, Becket chamou Foliot de "aquele lobo em pele de cordeiro".[90] Embora Foliot tenha tentado angaria a ajuda de seus colegas numa apelação, eles foram pouco solícitos e ele então se preparou para apresentar sua defesa pessoalmente em Roma. Ele chegou na Normandia em junho ou início de julho, onde se encontrou com o rei e onde ficou quando soube que o papa estava tentando novamente assegurar um acordo.[91] No final de agosto ou início de setembro, sérias — e infrutíferas &mash; negociações foram realizadas entre o rei e o arcebispo.[92]

Foliot então seguiu para Roma, mas, em Milão, recebeu notícias de que seu enviado à corte papal havia conseguido que ele fosse absolvido por Routrou, arcebispo de Ruão. Seguindo para lá, Foliot foi absolvido em 5 de abril e reinstalado em sua sé em 18 de maio. O único requisito para sua absolvição foi que Foliot aceitasse uma penitência a ser imposta pelo papa.[93] Grande parte das objeções de Foliot às excomunhões de Becket se baseava na falta de aviso prévio, contrário ao costume estabelecido. Becket e seus aliados notaram que já haviam ocorrido situações na qual havia sido possível excomungar sem avisar antes,[94] mas Foliot alegou que a situação presente em nada se parecia com elas. De acordo com ele, a prática de Becket era "condenar primeiro, julgar depois".[95] O exemplo de Foliot de apelar ao papa foi um passo importante para consolidar um processo de apelação de excomunhões no século XII.[96]

Morte de Becket e anos finais

[editar | editar código-fonte]
Martírio de Thomas Becket, assassinado por 4 cavaleiros a pedido do rei Henrique II da Inglaterra.
Fragmento preservado no Museu Britânico.

Em 14 de junho de 1170, o filho de Henrique, Henrique, o Jovem Rei, foi coroado pelo arcebispo de Iorque, uma infração ao direito de Becket, como arcebispo de Cantuária, de coroar os monarcas ingleses.[97] Embora não existe evidências definitivas de que Foliot teria apoiado a coroação, é provável que ele o tenha feito.[98] A coroação levou o papa a permitir que Becket emitisse um interdito — um decreto que proíbe quaisquer ritos eclesiásticos — sobre a Inglaterra como punição e a ameaça de um interdito forçou Henrique a negociar com Becket em julho. Os dois chegaram num acordo em 22 de julho de 1170, o que permitiu que o arcebispo finalmente voltasse para a Inglaterra, o que ele fez no início de dezembro. Porém, pouco antes de chegar, Becket excomungou Rogério de Iorque, Joscelino de Salisbúria e Foliot.[99] Uma possível razão pode ter sido que os três estavam escoltando eleitores de vários bispados vagos ao rei, que estava na Normandia, para recompensar alguns secretários reais com as posições. Entre estes estavam alguns dos mais tenazes adversários de Becket durante seu exílio.[100] Embora Becket tenha proposto absolver Joscelino e Foliot, ele argumentou que apenas o papa poderia absolver Rogério, que era também um arcebispo, mas ele acabou persuadindo os outros dois a apelarem ao rei. Quando eles o fizeram, a fúria do rei foi tanta que levou-o a proferia a questão que geralmente lhe é atribuída: "Será que ninguém vai me livrar deste padre turbulento?".[99] A frase teria inspirado quatro cavaleiros a deixarem a corte real na Normandia e viajarem para a Normandi, onde, em 29 de dezembro de 1170, assassinaram Becket.[4]

Depois da morte do arcebispo, suas sentenças de excomunhão foram confirmadas, assim como as suspensões já proferidas.[101] O papa, em sua confirmação, fez referência a Rogério de Iorque, Foliot e Joscelino de Salisbúria como sendo a "Trindade Gilbertina". Foliot foi absolvido em 1 de agosto de 1171, mas a sua suspensão continuou em vigor, o que ele só conseguiu remover em 1 de maio de 1172 depois de comprovar que não estava envolvido na morte de Becket.[102] O rei realizou um ato público de penitência em 12 de julho de 1174 em Cantuária, confessando publicamente seus pecados e permitindo que cada um dos bispos presentes, incluindo Foliot, lhe desferisse cinco golpes de vara e cada um dos oitenta monges da Catedral de Cantuária, outros três. O rei então ofereceu presentes ao santuário de Becket e passou uma noite em vigília no túmulo do arcebispo.[103]

Foliot e Becket aparentemente tinham uma boa relação até 1163,[104] mas ela azedou depois desta data.[105] Becket acusou Foliot em 1167 com: "...seu objetivo parece ter sido sempre a queda da Igreja e a minha".[106] Depois que o papa absolveu a excomunhão de Foliot no início de 1170, Becket exclamou para um cardeal: "Satã está solto para a destruição da Igreja".[106] Um biógrafo moderno de Becket, o historiador Frank Barlow, acredita que uma razão para a mudança no comportamento de Becket depois de sua eleição foi sua necessidade de "ser melhor que os demais bispos" e evitar que Foliot fizesse novas zombarias de suas faltas como clérigo.[107]

Foliot foi principalmente uma força moderadora na discussão entre o rei e o arcebispo, pedindo sempre comedimento a Becket e desacelerando as tentativas do rei de impor as "Constituições de Clarendon" de forma mais rigorosa. A retórica de Foliot contra o arcebispo foi sempre muito focada e efetiva. Ele também inventou um novo tipo de petição, chamada "ad cautelam", um apelo ao papa contra quaisquer futuras ações de um arcebispo, uma tática que, apesar de ridicularizada por seus adversários, não foi disputada pelo papa.[4]

Durante seu mandato como bispo, Foliot serviu muitos anos como juíz-delegado papal, especialmente em seus anos finais. Esteve ativo em ambas as suas dioceses apoiando seus capítulos catedráticos e outras casas religiosas em suas jurisdições. Manteve-se constantemente em contato com seus arcediagos e deões a respeito da administração das dioceses.[4] Foliot também reuniu à volta de si um grupo de clérigos que compilaram uma coleção de decretais conhecida como "Coleção Belvoir", que relata principalmente as atividades de Foliot em Londres, composto provavelmente antes de 1175.[108]

Morte e legado

[editar | editar código-fonte]

Foliot morreu em 18 de fevereiro de 1187.[109] O cronista medieval Walter Map o elogiou como "um homem de grande habilidade em três línguas, latim, francês e inglês e eloquente e clara em cada uma delas".[110] O historiador moderno Frank Barlow afirma que "É provavelmente por ser tão santimonial que se pode sugerir que seu comportamento era às vezes desonesto".[38] Foliot ficou cego em algum momento da década de 1180, mas continuou a trabalhar mesmo assim em suas obras bíblicas.[4]

Ele enviou seu sobrinho, Ricardo Foliot, e outro secretário particular para Bolonha para estudar direito na década de 1160, um exemplo da crescente ênfase no direito romano entre seus conterrâneos.[13][111] Outro sobrinho, Ralph Foliot, arcediago de Hereford, foi juiz real no reinado de Ricardo I.[112] Durante seus dois mandatos como bispo, Foliot trabalhou muito para promover seus parentes e todos os arcediagos que nomeou enquanto estava Londres eram sobrinhos ou parentes.[4] Outro empregado seu em Hereford era o acadêmico Rogério de Hereford, que dedicou seu "computus" — um tratado sobre o cálculo da data da Páscoa — a Foliot.[113] Outra obra, "Ysagoge in Theologiam", foi dedicada a ele por um escritor chamado Odo enquanto Foliot ainda era um prior na França.[114][h]

Ornamento da página 2 da "Expositio in Canticum Canticorum" de Foliot na versão de 1638 de Patrick Young

Foliot era um conhecido escritor de cartas e muitas delas foram depois colecionadas num livro.[116] O principal manuscrito deste livro, preservado na Biblioteca Bodleiana, supostamente teria se originado do próprio scriptorium de Foliot.[117] Entre 250 e 300 exemplos de cartas de Foliot sobreviveram[i] que, juntamente com suas escrituras, totalizam quase 500 itens.[4] A coleção foi editada numa edição moderna por Adrian Morey e Christopher N. L. Brooke e publicada pela Cambridge University Press em 1967[118] com o título "The Letters and Charters of Gilbert Foliot" ("As Cartas e Escrituras de Gilberto Foliot").[119] Algumas cartas já tinham aparecido nos volumes de cinco a oito de "Materials for the History of Thomas Becket" ("Materiais para a História de Thomas Becket"), da Rolls Series, publicada entre 1875 e 1885.[120] Edições mais antigas apareceram na série "Patres ecclesiae Anglicanae" da década de 1840[121] e na Patrologia Latina, de Migne, a partir de 1854.[122] As cartas cobrem a maior parte da vida pública de Foliot e são uma das principais fontes da história do período. O historiador David Knowles afirmou, sobre a coleção, que "dada a riqueza de detalhes pessoal e locais, é de grande valor para o historiador eclesiástico".[123] De acordo com Knowles, as cartas de Foliot revelam um bispo e um líder eclesiástico ativo que apoiava as reformas gregorianas, mas que não se metia na política além do que interessava à Igreja.[124]

Foliot também escreveu diversos sermões e comentários sobre a Bíblia. Destes, apenas os sobre o "Cântico dos Cânticos" e o "Pai Nosso" ainda existem.[4] O primeiro foi publicado pela primeira vez em 1638 por Patrick Young[125] e novamente na Patrologia Latina (vol. 202).[126] Depois, foi publicado mais três vezes, a última em meados do século XX. O segundo foi publicado pela primeira vez por David bell em 1989.[125] Por volta de 60 de seus acta (decisões) como bispo de Hereford ainda existem e, de sua época em Londres, mais cerca de 150.[4] Um contemporâneo, Pedro, prior de Priorado da Santíssima Trindade em Aldgate, Londres, ouviu Foliot pregando um sermão num sínodo e o elogiou como sendo "adornado com flores de palavras e sentenças e apoiado por copiosa rede de autoridades. Ele corria para frente e para trás em seu caminho do início de volta ao mesmo ponto inicial".[127] Este sermão inspirou Pedro de tal forma que ele escreveu uma obra intitulada "Pantheologus", que lidava com o método "distinctio" de exegese, que se desenvolvia nesta época[128][j]. Todas as obras teológicas sobreviventes de Foliot são exegéticas[15] e podem incluir os nove sermões sobre São Paulo e São Pedro dedicados a Elredo de Rievaulx,[126] que foram dedicados a um "Gilberto, bispo de Londres", que pode ser tanto Foliot quanto um bispo mais antigo, Gilberto Universalis. Porém, o historiador Richard Sharpe acredita que o fato de os sermões estarem pareados com um grupo de sermões de Elredo dedicados a Foliot faz com que a atribuição a Foliot seja um pouco mais provável.[129] Estes sermões sobreviveram num manuscrito, preservado na Biblioteca Britânica (Royal 2 D.xxxii), mas ainda não foram publicados. Um outro conjunto de sermões dedicados a Haimo, abade da Abadia de Bordesley, não sobreviveram e são conhecidos apenas pela carta dedicatória.[126]

O antiquário John Bale, na década de 1550, listou seis obras de Foliot que lhe eram familiares, cinco das quais, cartas. A sexta era o comentário ao "Cântico dos Cânticos". Patrick Young também atribui "Lundinensis Ecclesiae" a Foliot. O estudioso John Pits apresentou uma lista idêntica em 1619, acrescentando uma única obra, "Vitas aliquot sanctorum Angliae, Librum unun", mas ela não aparece em nenhum catálogo de livros medieval e não sobreviveu com este nome, portanto é pouco claro se Foliot escreveu ou não o texto. O antiquário Thomas Tanner, escrevendo no início do século XVIII, listou Foliot como autor de sete obras citadas por Bale e Pits, acrescentando uma oitava, o "Tractatus Gilberti, episcopi London: Super Istud "Sunt diuae olivae", citando John Leland, o antiquário do século XVI, como sua fonte. Aparentemente trata-se da coleção de nove sermões ainda não publicada preservada na Biblioteca Britânica. Leland também lista outra de Foliot, "Omeliae Gileberti, episcopi Herefordensis", que ele afirma estar na Abadia de Forde. A obra, perdida desde então, pode ser a coleção de sermões listada acima ou uma conhecida coleção de homilias também perdida. É possível ainda que outro Gilberto seja o autor.[125]

  1. Quando Foliot foi abade em Gloucester, Chesney parece ter extorquido uma quantia de 15 marcos de Foliot, que respondeu com uma ríspida carta urgindo o tio a se contentar com a soma e a meditar sobre seus próprios pecados[7]
  2. Matilde é frequentemente chamada de "imperatriz" por ter sido casada com o imperador germânico Henrique V até 1125, embora ela jamais tenha sido coroada como tal por um papa legítimo.[17] Ela continuou usando o título depois de voltar para a Inglaterra[18]
  3. Roberto de Bethune tinha permissão de Estêvão para participar.[37]
  4. Se a nomeação ocorreu durante o concílio ou logo depois, não é claro, pois a data exata da nomeação não foi preservada, mas, como a consagração de Foliot ocorreu em setembro e o início do concílio foi em março, é provável que tenha sido depois[1][4][38]
  5. Henrique sempre esteve ligado às tentativas de sua mãe de conquistar o trono inglês, mas, em fevereiro de 1148, Matilde deixou a Inglaterra, e, em meados do mesmo ano, os principais membros de sua causa consideraram Henrique como seu líder.[43]
  6. Se o papa permitiu ou não, não se sabe. A informação vem das caras e dali não se infere que o papa tenha proibido a mudança, portanto, presumivelmente, Foliot serviu como confessor real por um tempo.[62]
  7. A carta é de número 170 na edição de Morey & Brooke das cartas de Foliot. Já foi considerada uma falsificação, mas atualmente é geralmente considerada genuína[4]
  8. Nada mais se sabe sobre este Odo e nem do motivo da dedicação[115]
  9. Alguns documentos são difíceis de classificar exatamente como cartas, pois se parecem mais com escrituras[4]
  10. A data do sermão é difícil de ser precisada; sabe-se apenas que ocorreu entre 1170 e 1189, ano da morte de Gilbero.[128]

Referências

  1. a b c d e f Barrow Fasti Ecclesiae Anglicanae 1066–1300: Volume 8: Hereford: Bishops Arquivado em 9 de agosto de 2011, no Wayback Machine.
  2. Greenway Fasti Ecclesiae Anglicanae 1066–1300: Volume 3: Lincoln: Bishops Arquivado em 9 de agosto de 2011, no Wayback Machine.
  3. Knowles, et al. Heads of Religious Houses p. 47
  4. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s Brooke "Foliot, Gilbert" Oxford Dictionary of National Biography
  5. Knowles Episcopal Colleagues p. 38
  6. Crouch Reign of King Stephen pp. 222–223
  7. Davis "Anarchy of Stephen's Reign" English Historical Review p. 638
  8. King "Anarchy" Transactions of the Royal Historical Society p. 153
  9. a b Crouch Reign of King Stephen p. 302
  10. Stacy "Henry of Blois" English Historical Review p. 24
  11. a b c d e Knowles Monastic Order pp. 293–297
  12. a b c Knowles, et al. Heads of Religious Houses p. 53
  13. a b Turner "Roman Law" Journal of British Studies p. 9
  14. Barlow English Church 1066–1154 p. 247 & footnote 169
  15. a b c Taliadoros "Law & Theology" Haskins Society Journal 16 p. 79
  16. a b Chibnall Empress Matilda pp. 75–76
  17. Chibnall Empress Matilda p. 2
  18. Chibnall Empress Matilda p. 70
  19. Huscroft Ruling England pp. 71–73
  20. a b Matthew King Stephen pp. 88–89
  21. Knowles Monastic Order pp. 284–286
  22. Chibnall Empress Matilda p. 95
  23. Chibnall Empress Matilda pp. 97–99
  24. a b Chibnall Empress Matilda pp. 84–87
  25. Quoted in Crouch Reign of King Stephen p. 101
  26. Crouch Reign of King Stephen pp. 93–101
  27. Matthew King Stephen p. 122
  28. Crouch Reign of King Stephen p. 124
  29. Knowles Monastic Order p. 263
  30. Knowles, et al. Heads of Religious Houses p. 37
  31. Matthew King Stephen p. 121
  32. Chibnall Empress Matilda pp. 140–141
  33. a b Crouch Reign of King Stephen p. 305
  34. Davies Book of Llandaf p. 55
  35. Davies Book of Llandaf p. 107
  36. Barlow English Church 1066–1154 p. 99
  37. a b c Knowles Episcopal Colleagues p. 43
  38. a b c d e Barlow English Church 1066–1154 p. 100
  39. a b Fryde, et al. Handbook of British Chronology p. 250
  40. Poole From Domesday to Magna Carta p. 192
  41. Matthew King Stephen p. 199
  42. Crouch Reign of King Stephen p. 241
  43. Crouch Reign of King Stephen pp. 240–241
  44. Chibnall Anglo-Norman England p. 94
  45. Chibnall Empress Matilda p. 147
  46. Quoted in Crouch Reign of King Stephen p. 305
  47. Crouch Reign of King Stephen p. 304
  48. Knowles Episcopal Colleagues p. 16
  49. Knowles Episcopal Colleagues p. 13
  50. Knowles Episcopal Colleagues p. 20
  51. Knowles Episcopal Colleagues p. 32
  52. Crouch Reign of King Stephen p. 306
  53. Crouch Reign of King Stephen p. 307
  54. Warren Henry II pp. 59–60
  55. Kemp "Alexander III and the Canonization of Saints" Transactions of the Royal Historical Society p. 17
  56. Böker "Bishop's Chapel of Hereford Cathedral" Gesta p. 52
  57. Wischermann "Romanesque Architecture" Romanesque pp. 232–233
  58. Platt Medieval England p. 17
  59. a b Knowles Episcopal Colleagues pp. 44–45
  60. Poole From Domesday to Magna Carta p. 200
  61. Barlow Thomas Becket p. 71
  62. a b c Knowles Episcopal Colleagues p. 46
  63. Greenway Fasti Ecclesiae Anglicanae 1066–1300: Volume 1: St. Paul's, London: Bishops Arquivado em 14 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine.
  64. Barlow Thomas Becket p. 85
  65. Knowles Episcopal Colleagues p. 47
  66. Barlow English Church 1066–1154 p. 36
  67. Barlow Thomas Becket p. 95
  68. DeAragon "Child-Bride, the Earl, and the Pope" Henry I and the Anglo-Norman World
  69. Poole From Domesday Book to Magna Carta pp. 203–205
  70. Poole From Domesday Book to Magna Carta pp. 205–207
  71. Warren Henry II pp. 485–487
  72. Quoted in Warren Henry II p. 487
  73. Quoted in Poole From Domesday to Magna Carta p. 208
  74. Warren Henry II p. 487
  75. Barlow Thomas Becket pp. 115–116
  76. Barlow Thomas Becket p. 119
  77. Barlow Thomas Becket pp. 121–123
  78. Barlow English Church 1066–1154 p. 142
  79. Warren Henry II p. 521
  80. Barlow Thomas Becket pp. 124–125
  81. Barlow Thomas Becket pp. 137–138
  82. Barlow Thomas Becket p. 43
  83. Barlow Thomas Becket p. 140
  84. Barlow Thomas Becket pp. 147–148
  85. Barlow Thomas Becket pp. 149–150
  86. Barlow Thomas Becket pp. 153–155
  87. Barlow Thomas Becket p. 160
  88. Barlow Thomas Becket pp. 171–173
  89. Barlow Thomas Becket pp. 183–185
  90. Quoted in Barlow Thomas Becket p. 185
  91. Barlow Thomas Becket pp. 186–189
  92. Barlow Thomas Becket pp. 189–192
  93. Barlow Thomas Becket p. 201
  94. Helmholz "Excommunication in Twelfth Century England" Journal of Law and Religion p. 243
  95. Citado em Helmholz "Excommunication in Twelfth Century England" Journal of Law and Religion p. 243
  96. Helmholz "Excommunication in Twelfth Century England" Journal of Law and Religion p. 244
  97. Warren Henry II p. 502
  98. Barlow Thomas Becket p. 206
  99. a b Warren Henry II pp. 506–509
  100. Barlow Thomas Becket p. 223
  101. Barlow Thomas Becket p. 257
  102. Barlow Thomas Becket p. 259
  103. Barlow Thomas Becket p. 270
  104. Barlow Thomas Becket p. 35
  105. Barlow Feudal Kingdom of England p. 295
  106. a b Quoted in Warren Henry II p. 512
  107. Barlow Thomas Becket p. 90
  108. Duggan "Decretal Collections" History of Medieval Canon Law pp. 257–258
  109. Fryde, et al. Handbook of British Chronology p. 258
  110. Bartlett England Under the Norman and Angevin Kings pp. 502–503
  111. Bartlett England Under the Norman and Angevin Kings p. 509
  112. Turner English Judiciary p. 91
  113. Moreton "Before Grosseteste" Isis p. 562 footnote 2
  114. Evans "Ysagoge in Theologiam" Journal of the Warburg and Courtauld Institutes p. 1
  115. Evans "Ysagoge in Theologiam" Journal of the Warburg and Courtauld Institutes p. 40
  116. Barlow Feudal Kingdom of England p. 325
  117. Morey and Brooke "Introduction" Letters p. 1
  118. Altschul Anglo-Norman England p. 51
  119. Graves (ed.) Bibliography p. 779
  120. Graves (ed.) Bibliography p. 854
  121. Graves (ed.) Bibliography p. 139
  122. Graves (ed.) Bibliography p. 857
  123. Knowles Episcopal Colleagues p. 40
  124. Knowles Episcopal Colleagues p. 42
  125. a b c Bell "Commentary" Recherches de Théologie Ancienne et Médiévale pp. 83–87
  126. a b c Sharpe Handlist of Latin Writers pp. 144–145
  127. Quoted in Hunt "English Learning" Transactions of the Royal Historical Society pp. 33–34
  128. a b Hunt "English Learning" Transactions of the Royal Historical Society pp. 33–34
  129. Sharpe Handlist of Latin Writers p. 919
  • Altschul, Michael (1969). Anglo-Norman England 1066–1154. Col: Bibliographical Handbooks (em inglês). Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN 0-521-07582-3 
  • Barlow, Frank (1979). The English Church 1066–1154: A History of the Anglo-Norman Church (em inglês). Nova Iorque: Longman. ISBN 0-582-50236-5 
  • Barlow, Frank (1988). The Feudal Kingdom of England 1042–1216 (em inglês) Fourth ed. Nova Iorque: Longman. ISBN 0-582-49504-0 
  • Barlow, Frank (1986). Thomas Becket (em inglês). Berkeley, CA: University of California Press. ISBN 0-520-07175-1 
  • Barrow, J. S. (2002). Fasti Ecclesiae Anglicanae 1066–1300: Volume 8: Hereford: Bishops (em inglês). [S.l.]: Institute of Historical Research. Consultado em 26 de outubro de 2007. Arquivado do original em 9 de agosto de 2011 
  • Bartlett, Robert C. (2000). England Under the Norman and Angevin Kings: 1075–1225 (em inglês). Oxford UK: Clarendon Press. ISBN 0-19-822741-8 
  • Bell, David N. (1989). «The Commentary on the Lord's Prayer of Gilbert Foliot». Recherches de Théologie Ancienne et Médiévale (em inglês). lvi: 80–101. doi:10.2143/RTPM.56.0.2016320 
  • Böker, Hans J. (1998). «The Bishop's Chapel of Hereford Cathedral and the Question of Architectural Copies in the Middle Ages». Gesta (em inglês). 37 (1): 44–54. JSTOR 767211. doi:10.2307/767211 
  • Brooke, C. N. L. (2004). «Foliot, Gilbert (c.1110–1187)» ((Requer subscrição ou ser sócio da biblioteca pública do Reino Unido)). Oxford Dictionary of National Biography (em inglês) May 2007 ed. Oxford University Press. doi:10.1093/ref:odnb/9792. Consultado em 7 de janeiro de 2009 
  • Chibnall, Marjorie (1986). Anglo-Norman England 1066–1166 (em inglês). Oxford, UK: Basil Blackwell Publishers. ISBN 0-631-15439-6 
  • Chibnall, Marjorie (1991). The Empress Matilda: Queen Consort, Queen Mother and Lady of the English (em inglês). Oxford, UK: Blackwell. ISBN 0-631-19028-7 
  • Crouch, David (2000). The Reign of King Stephen: 1135–1154 (em inglês). Nova Iorque: Longman. ISBN 0-582-22657-0 
  • Davies, John Reuben (2003). The Book of Llandaf and the Norman Church in Wales. Col: Studies in Celtic History (em inglês). Woodbridge, UK: Boydell Press. ISBN 1-84383-024-8 
  • Davis, H. W. C. (outubro de 1903). «The Anarchy of Stephen's Reign». The English Historical Review (em inglês). 18 (72): 630–641. JSTOR 548993. doi:10.1093/ehr/XVIII.LXXII.630 
  • DeAragon, RáGena C. (2007). «The Child-Bride, the Earl, and the Pope: The Marital Fortunes of Agnes of Essex». Henry I and the Anglo-Norman World: Studies in Memory of C. Warren Hollister. Haskins Society Journal (em inglês). 17. Woodbridge, UK: Boydell Press. pp. 200–216. ISBN 1-84383-293-3 
  • Duggan, Charles (2008). «Decretal Collections from Gratian's Decretum to the Compilationes antiquae: The Making of the New Case Law». In: Hartmann, Wilfried and Pennington, Kenneth. The History of Medieval Canon Law in the Classical Period, 1140–1234: From Gratian to the Decretals of Pope Gregory IX (em inglês). Washington, DC: Catholic University of America Press. pp. 246–292. ISBN 978-0-8132-1491-7 
  • Evans, Michael (1991). «The Ysagoge in Theologiam and the Commentaries Attributed to Bernard Silvestris». Journal of the Warburg and Courtauld Institutes (em inglês). 54: 1–42. JSTOR 751479. doi:10.2307/751479 
  • Fryde, E. B.; Greenway, D. E.; Porter, S.; Roy, I. (1996). Handbook of British Chronology (em inglês) Third revised ed. Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN 0-521-56350-X 
  • Graves, Edgar B. (ed.) (1975). A Bibliography of English History to 1485 (em inglês). Oxford, UK: Oxford University Press. ISBN 0-19-822391-9 
  • Greenway, Diana E. (1968). Fasti Ecclesiae Anglicanae 1066–1300: Volume 1: St. Paul's, London: Bishops (em inglês). [S.l.]: Institute of Historical Research. Consultado em 26 de outubro de 2007. Arquivado do original em 14 de fevereiro de 2012 
  • Greenway, Diana E. (1977). Fasti Ecclesiae Anglicanae 1066–1300: Volume 3: Lincoln: Bishops (em inglês). [S.l.]: Institute of Historical Research. Consultado em 6 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 9 de agosto de 2011 
  • Helmholz, Richard H. (1994–1995). «Excommunication in Twelfth Century England». Journal of Law and Religion (em inglês). 11 (1): 235–253. JSTOR 1051632. doi:10.2307/1051632 
  • Hunt, R. W. (1936). «English Learning in the Late Twelfth Century». Transactions of the Royal Historical Society. Fourth Series (em inglês). 19: 19–42. JSTOR 3678685. doi:10.2307/3678685 
  • Huscroft, Richard (2005). Ruling England 1042–1217 (em inglês). London: Pearson/Longman. ISBN 0-582-84882-2 
  • Kemp, E. W. (1945). «Pope Alexander III and the Canonization of Saints: The Alexander Prize Essay». Transactions of the Royal Historical Society. Fourth series (em inglês). 27: 13–28. JSTOR 3678572. doi:10.2307/3678572 
  • King, Edmund (1984). «The Anarchy of King Stephen's Reign». Transactions of the Royal Historical Society. Fifth Series (em inglês). 34: 133–153. JSTOR 3679129. doi:10.2307/3679129 
  • Knowles, David (1951). The Episcopal Colleagues of Archbishop Thomas Becket (em inglês). Cambridge, UK: Cambridge University Press. OCLC 2742571 
  • Knowles, David (1976). The Monastic Order in England: A History of its Development from the Times of St. Dunstan to the Fourth Lateran Council, 940–1216 (em inglês) Reprint of Second ed. Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN 0-521-05479-6 
  • Knowles, David; London, Vera C. M.; Brooke, Christopher (2001). The Heads of Religious Houses, England and Wales, 940–1216 (em inglês) Second ed. Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN 0-521-80452-3 
  • Matthew, Donald (2002). King Stephen (em inglês). London: Hambledon & London. ISBN 1-85285-514-2 
  • Moreton, Jennifer (dezembro de 1995). «Before Grosseteste: Roger of Hereford and Calendar Reform in Eleventh- and Twelfth-Century England». Isis (em inglês). 86 (4): 562–586. JSTOR 235377. doi:10.1086/357318 
  • Morey, Adrian; Brooke, C. N. L. (2008). «Introduction». Gilbert Foliot and His Letters. Cambridge Studies in Medieval Life and Thought: New Series (em inglês). Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN 0-521-07288-3 
  • Platt, Colin (1994). Medieval England: A Social History and Archaeology from the Conquest to 1600 AD (em inglês) Reprint ed. Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-12913-3 
  • Poole, Austin Lane (1955). From Domesday Book to Magna Carta, 1087–1216 (em inglês) Second ed. Oxford, UK: Clarendon Press. ISBN 0-19-821707-2 
  • Sharpe, Richard (2001). Handlist of the Latin Writers of Great Britain and Ireland Before 1540. Col: Publications of the Journal of Medieval Latin (em inglês). 1 2001 revised ed. Belgium: Brepols. ISBN 2-503-50575-9 
  • Stacy, N. E. (fevereiro de 1999). «Henry of Blois and the Lordship of Glastonbury». The English Historical Review (em inglês). 114 (455): 1–33. JSTOR 579913. doi:10.1093/ehr/114.455.1 
  • Taliadoros, Jason (2005). «Law & Theology in Gilbert of Foliot's (c. 1105/10–1187/88) Correspondence». In: Morillos, Stephen and Kornbgiebel, Diane. Haskins Society Journal 16 (em inglês). Woodbridge, UK: Boydell Press. pp. 77–94. ISBN 1-84383-255-0 
  • Turner, Ralph V. (2008). The English Judiciary in the Age of Glanvill and Bracton, c. 1176–1239 (em inglês) Reprint ed. Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN 0-521-07242-5 
  • Turner, Ralph V. (outono de 1975). «Roman Law in England Before the Time of Bracton». Journal of British Studies (em inglês). 15 (1): 1–25. JSTOR 175236. doi:10.1086/385676 
  • Warren, W. L. (1973). Henry II (em inglês). Berkeley, CA: University of California Press. ISBN 0-520-03494-5 
  • Wischermann, Heinfried (2007). «Romanesque Architecture in Great Britain». In: Toman, Rolf. Romanesque: Architecture Sculpture Painting (em inglês). Köln, GER: Könemann. pp. 216–255. ISBN 3-8331-3600-6 
  • Foliot, Gilbert (outubro de 1948). Adrian Morey and C. N. L. Brooke. «The Cerne Letters of Gilbert Foliot and the Legation of Imar of Tusculum». The English Historical Review (em inglês). 63 (249): 523–527. JSTOR 556005. doi:10.1093/ehr/LXIII.CCXLIX.523 
  • Foliot, Gilbert (2008). Morey, Adrian and Brooke, C. N. L, eds. Gilbert Foliot and His Letters. Col: Cambridge Studies in Medieval Life and Thought: New Series (em inglês). Cambridge, UK: Cambridge University Press. ISBN 0-521-07288-3 
  • Graham, Rose (1945). «An Appeal about 1175 for the Building Fund for St Paul's Cathedral Church». Journal of the British Archaeological Association. Third series (em inglês). x 
  • Hunt, William (outubro de 1923). «The English Bishops at the Lateran Council of 1139». The English Historical Review (em inglês). 38 (152): 557–560. JSTOR 551928. doi:10.1093/ehr/XXXVIII.CLII.557 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]