Hastings Kamuzu Banda
Hastings Banda | |
---|---|
Hastings Banda | |
1° Presidente do Malawi | |
Período | 6 de julho de 1966 – 24 de maio de 1994 |
Sucessor(a) | Bakili Muluzi |
Primeiro-ministro do Malawi | |
Período | 6 de julho de 1964 – 6 de julho de 1966 |
Antecessor(a) | nenhum (governo colonial) |
Sucessor(a) | nenhum |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1898 próximo a Kasungu Malawi |
Morte | 25 de novembro de 1997 (99 anos) Joanesburgo África do Sul |
Partido | Malawi Congress Party |
Profissão | político |
Hastings Kamuzu Banda (c. 1898 — 25 de novembro de 1997) foi um político e líder do Malawi, um país da África Oriental, entre 1964 e 1994. Serviu como presidente e primeiro-ministro da sua nação, sendo considerado um dos ditadores mais notórios da África.[1]
Educado no exterior, se considerava um nacionalista e anticolonialista, defendendo a independência do seu país do Reino Unido. Acabou mostrando tendências autocráticas logo no começo do seu governo e teve, já em 1964, que lidar com uma crise interna, suprimindo uma revolta dentro do seu gabinete. Apesar da perseguição a dissidentes e dos abusos de poder, sua posição anticomunista, no auge da Guerra Fria, lhe rendeu apoio do Ocidente.[2] Sua administração foi por um lado bem progressista. Ele apoiava direitos das mulheres, presidiu sob um bom crescimento econômico, investiu bastante em infraestrutura e melhorou a qualidade da educação no seu país. Contudo, seu regime silenciava qualquer voz de oposição e Banda supervisionou um dos aparatos repressivos mais cruéis da África. Seu governo foi marcado por constantes abusos de direitos humanos, com milhares de oponentes políticos sendo presos e torturados. Estima-se que mais de 6 000 pessoas foram assassinadas ou torturadas durante seu regime, sem qualquer julgamento.[3] Outras fontes estipulam que mais de 18 000 malauianos foram mortos no governo Banda. Com o passar dos anos, foi perdendo apoio internacional e mais tarde foi repudiado pelos países vizinhos por ter mantido relações com a África do Sul no período do apartheid.[4]
Em 1993, a pressão internacional e uma série de protestos nas ruas do país forçaram o presidente Banda a mudar de postura. A economia entrou em recessão após o fim da Guerra Fria (que significou o fim do auxílio financeiro a Malawi) e a repressão a oposição começou a chamar a atenção e trazer condenação de todos os lados. Um referendo popular foi convocado ao final de 1993 e terminou com Hastings Banda perdendo praticamente todos os seus poderes. Ele renunciou ao posto de líder de Malawi no ano seguinte, em uma transição relativamente pacífica. Banda tentou, depois, concorrer a presidência por vias democráticas mas foi facilmente derrotado. Ele morreu na África do Sul em 1997, aos 99 anos. Apesar de ter sido preso e julgado, nunca foi condenado pelos crimes que cometeu.[1][5]
Referências
- ↑ a b «History of Malawi». Historyworld.net. 31 de dezembro de 1963. Consultado em 26 de setembro de 2017
- ↑ Kalinga, Owen J. M. (2012). Historical Dictionary of Malawi, p. 12
- ↑ Malawi Tries Ex-Dictator in Murder : Africa: Aging autocrat is one of few among continent's tyrants to face justice for regime's abuses, 21 de maio de 1995, L.A. Times.
- ↑ "Hastings Banda - The Economist". Página acessada em 26 de setembro de 2017.
- ↑ M. Kalinga, Owen J. (2012). Historical Dictionary of Malawi. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. xxvi. ISBN 9780810859616
Precedido por Nenhum | Presidente do Malauí 1966 - 1994 | Sucedido por Bakili Muluzi |