Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instituto de Medicina Social | |
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IMS | |
Fundação | 1971 (53 anos) |
Instituição mãe | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Tipo de instituição | Unidade acadêmica |
Localização | Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Diretor(a) | Cid Manso de Mello Vianna |
Vice-diretor(a) | Michael Eduardo Reichenheim |
Total de estudantes | 127 |
Pós-graduação | Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva e Mestrado Profissional em Administração em Saúde |
Campus | Campus Maracanã |
Página oficial | ims.uerj.br |
O Instituto de Medicina Social (IMS) é uma unidade acadêmica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que abriga um dos principais programas de pós-graduação em Saúde Coletiva do país[1], com programas de mestrado, mestrado profissional e doutorado em três grande áreas de concentração: Ciências Humanas e Saúde, Epidemiologia e Política, Planejamento e Administração em Saúde[2]. Em dezembro de 2013, o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do IMS recebeu pela primeira vez em sua história nota máxima na avaliação trienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), relativa a 2010-2012, junto a apenas outros quatro programas da área da Saúde Coletiva, que conta atualmente com 64 programas em todo o país[3][4].
História
[editar | editar código-fonte]No final da década de 60, um grupo de médicos e professores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, percebendo a necessidade de aprofundar e sistematizar as reflexões sobre as questões de saúde[5], trabalhava para modernizar a disciplina de Higiene da faculdade[6][7], entrelaçando conhecimentos de Ciências Sociais com a Saúde Pública tradicional[8]. Inspirados e apoiados por Américo Piquet Carneiro - médico geriatra e diretor da faculdade, que foi um dos idealizadores do Ambulatório de Medicina Integral[9] e da Universidade Aberta da Terceira Idade[10] -, pioneiros da Saúde Coletiva como Hésio Cordeiro, Moysés Szcklo e Nina Vivina Nunes trabalhavam pela superação das orientações funcionalistas das ciências do comportamento, das visões tecnocráticas sobre o planejamento e administração de saúde e da determinação das doenças como o resultado multivariável e anistórico de fatores biopsicossociais[6][11].
Em 1971, apesar do cenário político conturbado pelo regime militar, os esforços desse grupo se materializaram pela oficialização do Instituto de Medicina Social como unidade acadêmica independente da faculdade de medicina[7] e que se caracterizou desde o início pela interdisciplinaridade, espírito crítico, compromisso com a realidade social brasileira e respeito ao livre debate de ideias[5]. Com a entrada de novos professores no instituto e o fomento da Fundação Kellogg, da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa de Mestrado em Medicina Social foi criado em 1974 e funcionou até 1987, quando foi expandido para formar o Mestrado em Saúde Coletiva[5][6].
Foi também em 1974 quando o filósofo francês Michel Foucault, tido hoje como um dos mais importantes pensadores modernos, participou de uma série de seis conferências no Instituto de Medicina Social, a convite da unidade. Marcos da Saúde Coletiva, duas delas - intituladas O Nascimento da Medicina Social e o Nascimento do Hospital - figuram em uma de suas obras mais famosas, a coletânea Microfísica do poder.
Em 1986, é fundado, vinculado ao IMS, o Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva (CEPESC), uma entidade civil sem fins lucrativos cuja função é ser uma estrutura de apoio para a implementação de projetos de docentes e pesquisadores, promovendo e difundindo a produção de conhecimento científico na área de Saúde Coletiva[12]. Atualmente, o Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) conta também com um programa de Doutorado, criado em 1991, e um programa de Mestrado Profissional.
Ensino
[editar | editar código-fonte]Graduação
[editar | editar código-fonte]O IMS é a única unidade acadêmica da UERJ que não possui curso de graduação próprio e específico. Conta, contudo, com três disciplinas obrigatórias da Saúde Coletiva para o curso médico, além de uma eletiva. É responsável, ainda, pela disciplina de Bioética, lecionada para os cursos de áreas humanas da universidade.
Pós-graduação e pesquisa
[editar | editar código-fonte]O Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e o próprio Instituto de Medicina Social são divididos em três áreas de concentração: Ciências Humanas e Saúde, Epidemiologia e Política, Planejamento e Administração em Saúde. Em 2014[2], elas possuem as seguintes linhas de pesquisa:
- Ciências Humanas e Saúde
- Bioética, saúde e sociedade
- Diagnósticos na sua relação com identidades, práticas e teorias biomédicas
- Gênero, sexualidade e saúde
- História e Filosofia das Ciências da Saúde
- Epidemiologia
- Desenvolvimento de métodos epidemiológicos e estatísticos para uso em Saúde Coletiva
- Determinantes sociais da saúde e da doença
- Envelhecimento, saúde e sociedade
- Epidemiologia e políticas de saúde bucal
- Estudos em doenças transmissíveis
- Estudos sócio-antropológicos e epidemiológicos em Saúde Mental
- Nutrição e Saúde Coletiva
- Saúde e ambiente
- Violências públicas e privadas no Brasil
- Política, Planejamento e Administração em Saúde
- Complexo médico-industrial, avaliação econômica e de tecnologias em saúde
- Dimensões das práticas de saúde: atores, contextos institucionais e relações com os saberes
- Força de trabalho e gestão em saúde
- Formulação, implementação e avaliação de políticas
- Saúde Global
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCM-UERJ)
- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
- Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBA)
- Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC-UFRJ)
- Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE)
- Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-FIOCRUZ)
Referências
- ↑ Espaço Colaborativo da Biblioteca Virtual em Saúde ePORTUGUÊSe acessado em 12 de novembro de 2014
- ↑ a b Página oficial do Instituto de Medicina Social da UERJ - Pesquisa no IMS acessada em 12 de novembro de 2014
- ↑ Resultados da avaliação da Capes revelam que pós-graduação teve crescimento de 23% no triênio acessado em 12 de novembro de 2014
- ↑ Planilha de notas da Avaliação Trienal 2013 da Capes
- ↑ a b c Página oficial do Instituto de Medicina Social da UERJ - História do IMS acessada em 12 de novembro de 2014
- ↑ a b c SAYD, Jane Dutra. Instituto de Medicina Social trinta anos de Saúde Coletiva em 2001. Physis, Rio de Janeiro , v. 11, n. 1, June 2001
- ↑ a b Rodrigues HBC. Uma medicina... sempre social? Primeiras incursões à presença de Michel Foucault no Rio de Janeiro, 1974. Historia Agora Internet. 2010;(10):1-28.
- ↑ Página oficial da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ - História da FCM Arquivado em 10 de novembro de 2014, no Wayback Machine. acessada em 12 de novembro de 2014
- ↑ Identidade Médica: implicações históricas e antropológicas / Julio de Mello Filho, organizador. - São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006
- ↑ Página oficial da Universidade Aberta da Terceira Idade da UERJ - Conhecendo a UnATI acessada em 12 de novembro de 2014
- ↑ CORDEIRO, Hésio. O Instituto de Medicina Social e a luta pela reforma sanitária: contribuição à história do SUS. Physis, Rio de Janeiro , v. 14, n. 2, July 2004.
- ↑ Página oficial do Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva da UERJ - Institucional acessada em 12 de novembro de 2014