Jerez de la Frontera
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Município | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | jerezano, na | |||
Localização | ||||
Localização de Jerez de la Frontera na Espanha | ||||
Coordenadas | 36° 42′ N, 6° 07′ O | |||
País | Espanha | |||
Comunidade autónoma | Andaluzia | |||
Província | Cádis | |||
Alcaide | Mamen Sánchez Díaz (PSOE-A) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 1 188,23 km² | |||
População total (2021) [1] | 212 801 hab. | |||
Densidade | 179,1 hab./km² | |||
Altitude | 56 m | |||
Código postal | Del 11401 al 11409 | |||
Código do INE | 11020 | |||
Website | www |
Xerez da Fronteira (em castelhano, Jerez de la Frontera) é um município da província de Cádis, na comunidade autónoma da Andaluzia, na Espanha. Possui área de 1 188,23 quilómetros quadrados, uma população de 212 876 habitantes (2015) e densidade populacional de 178,61 habitantes por quilómetro quadrado.[2] O município é famoso pelo xerez, pelos cavalos, pelo flamenco e pelo motociclismo.
História
[editar | editar código-fonte]A região apresenta ocupação humana desde a Idade do Cobre, quando o Lacus Ligustinus, antiga enseada marítima formada com as águas do rio Guadalquivir, era uma grande riqueza natural e poderoso fator de atração para os seres humanos. A primeira grande civilização que se estabeleceu na região foi a dos tartessos, por volta de 3000 a.C. Os tartessos fundaram, por volta de 1200 a.C., no atual bairro rural de Mesas de Asta, a oito quilómetros do atual centro do município, a cidade de Asta Regia, cuja economia se baseava no comércio de metais.[3] Na época, a região era chamada pelos fenícios de "Xera".
Em 241 a.C., a região foi invadida pelos cartagineses. Com a Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C.), a região foi conquistada pelos romanos. Na época romana, destacou-se a zona agrícola de Ager Ceretanus, que se localizava no território do atual município de Jerez de la Frontera. Em Ager Ceretanus, se localizava o núcleo urbano de Ceret (ou Seret). Tanto Ceret quanto Ager Ceretanus eram dedicados a Ceres, a deusa romana das colheitas. Com a queda do Império Romano do Ocidente (476), a região passou para domínio visigodo, interrompido por um período de domínio bizantino (séculos VI e VII). Os visigodos chamavam a região de Seritium ou Xeritium.
Em 711, após a batalha de Guadalete, a região foi conquistada pelos muçulmanos. Durante o período muçulmano, a cidade foi conhecida como Sherish. Em 1231, ocorreu a Batalha de Jerez, na qual as forças cristãs da Coroa de Castela sobrepujaram as tropas muçulmanas do Reino de Múrcia. A partir de 1248, com a conquista cristã de Sevilha, a região passou a constituir um protetorado cristão. Em 1264, a região foi definitivamente incorporada ao reino de Sevilha e, consequentemente, à Coroa de Castela. No entanto, investigações recentes sugerem que a incorporação ocorreu somente no ano de 1266.
Com a conquista cristã, o topônimo Xerix foi alterado para Xeres ou Xerez. Posteriormente, foi acrescentado o "da Fronteira", em referência à fronteira com o Reino Nacérida de Granada. A partir de 1492, com a descoberta da América, a região se tornou muito próspera devido à proximidade com os portos de Cádiz e Sevilha. No século XVI, a pronúncia do topônimo Xerez foi alterada para sua pronúncia atual, com o som de "r". No século XVIII, com a reforma ortográfica da Academia Real, o topônimo adquiriu sua grafia atual: Jerez. A partir do século XVIII, a região se tornou famosa devido à produção de xerez. Durante a Guerra Peninsular (1807-1814), a cidade foi saqueada.
Os séculos XVIII e XIX foram marcados pela industrialização da cidade e pela chegada da primeira linha de trens da Espanha, que uniu Jerez a El Puerto de Santa María em 1854 e à zona do Trocadero, no município de Puerto Real, em 1856. O século XIX também foi marcado por grandes tensões sociais entre a classe rica dos grandes proprietários, exportadores de vinhos e boa parte da nobreza, e a classe proletária urbana e rural. Essas tensões levaram a vários levantes camponeses, que o governo reprimiu violentamente baseando-se na suposta existência de uma sociedade anarquista chamada La Mano Negra que estaria promovendo assassinatos e incêndios de colheitas e edifícios. Durante os séculos XIX e XX, grandes músicos flamencos nasceram e cresceram na cidade, tornando-a o berço do atual flamenco. No início do século XX, a cidade teve que lutar contra a filoxera, a praga que destroçou as vinhas europeias.
Demografia
[editar | editar código-fonte]Variação demográfica do município entre 1991 e 2004 | |||
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1991 | 1996 | 2001 | 2004 |
183 316 | 182 269 | 183 273 | 192 648 |
Cultura
[editar | editar código-fonte]É a região originária do xerez e também um dos centros de origem do flamenco. O termo Frontera refere-se à sua antiga localização, que se situava na fronteira entre as regiões dominadas pelos mouros (Reino Nacérida de Granada) e pelos cristãos (reinos de Múrcia, Xaém, Córdova e Sevilha, pertencentes à Coroa de Castela).
Desporto
[editar | editar código-fonte]O Xerez Club Deportivo é o principal clube de futebol da cidade.
Em Jerez, situa-se o Circuito Permante de Jerez, onde se realizam provas internacionais de desportos motorizados, em especial a Fórmula 1 com o Grande Prêmio da Espanha.
Referências
- ↑ «Cifras oficiales de población resultantes de la revisión del Padrón municipal a 1 de enero» (ZIP). www.ine.es (em espanhol). Instituto Nacional de Estatística de Espanha. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ Padrón continuo de los municipios de España. INE, 2015.
- ↑ Diario de Jerez. Disponível em http://www.diariodejerez.es/jerez/rico-patrimonio-torno-Jerez_0_738526210.html. Acesso em 13 de novembro de 2016.