Jornal

Capa do Jornal do Brasil no dia 12 de novembro de 1918, anunciando a assinatura do Armistício de Compiègne e a vitória dos Aliados, assinada no dia anterior.

Jornal é um meio de comunicação impresso, um produto derivado do conjunto de atividades denominado jornalismo. O primeiro, e por muito tempo, o principal espaço de atividade profissional jornalístico.

Na linguagem jornalística, as características principais são: uso do material "papel de imprensa" ou papel jornal (de menor qualidade que outros materiais e assim mais barato); seu meio de comunicação cultural de massas; publicação de notícias e opiniões que abrangem os mais diversos interesses sociais (alguns com conteúdo especializado como economia e desporto); periodicidade de veiculação diária (alguns com periodicidade semanal, quinzenal e mensal).

A crise económica de 2008, combinada com o rápido crescimento de alternativas online, causou um grande declínio nas vendas de jornais, caindo quase 9% nos Estados Unidos.[1] No entanto, verificou-se o contrário no Brasil, onde a tiragem de jornais impressos cresceu 4,2% em 2010.[2]

Os jornais são uma das principais fontes de pesquisa quando se estuda a história contemporânea.[3]

Os jornais tipicamente atendem a quatro critérios:[4][5]

  • Abrangência: seus conteúdos são razoavelmente acessíveis ao público em geral;
  • Periodicidade: é publicado em intervalos regulares;
  • Atualidade: sua informação é atual;
  • Universalidade: cobrem um amplo número de assuntos.

Na Roma Antiga, era produzida a Acta Diurna, um boletim de anúncios do governo, sendo esculpidos em metal ou pedra e exibidos em locais públicos.

Na China, circulavam entre oficiais da corte, durante o final da Dinastia Han (séculos II e III AD), folhas de notícias do governo, chamadas tipao. Entre 713 e 734, o Kaiyuan Za Bao (Boletim da Corte) da Dinastia Tang chinesa também publicava notícias do governo; era escrito à mão, em seda e lido pelos oficiais do governo.[6][7]

Em 1556, o governo da República de Veneza publicava boletins mensais chamados notizie scritte (notícias escritas), com notícias políticas, militares e económicas, escritas à mão e vendidas nas cidades italianas.[8] Um boletim custava uma gazetta moeda de baixo valor da época.[9]

Em 1582, é feita a primeira referência a um jornal publicado privadamente, durante o final da Dinastia Ming.[10]

O jornal em alemão Relation aller Fürnemmen und gedenckwürdigen Historien, impresso a partir de 1605 por Johann Carolus em Estrasburgo, é reconhecido como o primeiro jornal da história.[11][12]

Os jornais contemporâneos, em sua maioria, são impressos em um tipo específico de papel espesso e áspero, o papel-jornal ou papel de imprensa (do inglês newsprint), um papel reciclado obtido de fibras recicladas e de pedaços de madeira não aproveitados na fabricação de móveis,[13] cortado em folhas de tamanhos padronizados:

  • Tamanho padrão - entre 60 cm x 38 cm e 75 cm x 60 cm;
  • Tamanho tabloide - cerca de 38 cm x 30 cm;
  • Tamanho tabloide berlinense (ou europeu) - cerca de 47 cm x 31,5 cm;
  • Tamanho microjornal.

Atualmente, entretanto, os jornais têm sido veiculados, cada vez mais, por meio eletrônico na Rede Mundial de Computadores, conhecidos, assim, por Webjornais

Nos jornais, os editoriais são organizados por assunto, em cadernos e suplementos temáticos.

São fascículos de encadernação separada incluídos no conjunto publicado e de periodicidade predeterminada (geralmente semanal).

O conteúdo editorial dos jornais costuma ser dividido em:

Os jornais diários, além da divisão em editorias e cadernos temáticos mencionada acima, apresentam ainda outras seções de conteúdo jornalístico no âmbito da opinião, das informações institucionais e da utilidade pública.

Elas costumam estar distribuídas pelos cadernos ou páginas especiais:

  • Editorial - artigos que expressam a opinião institucional e apócrifa (sem assinatura individual);
  • Expediente - listagem da equipe da redação (no mínimo a direção e os editoriais), dados de tiragem e circulação, mais endereços e telefones para contato, assinaturas e outras edições;
  • Cartas dos leitores - cartas selecionadas pela redação (ou pelo Ombudsman), comentando temas abordados ou sugerindo pautas para novas matérias;
  • Obituário - falecimentos, geralmente agrupados junto aos anúncios fúnebres;
  • Coluna Social - notas e fotos de personalidades em festas e eventos sociais;
  • Tempo e clima - previsões meteorológicas;
  • Horóscopo - previsões astrológicas;
  • Efemérides e curiosidades - fatos históricos na data corrente e informações de almanaque e cultura geral;
  • Charge ou cartoon- A charge é uma ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidos; já o cartoon é uma ilustração humorística acompanhado ou não de legenda, de caráter extremamente crítica, retratando, de uma forma bastante sintetizada, algo que envolve o dia a dia de uma sociedade;
  • Quadrinhos ou banda desenhada - geralmente publicados em tiras de três ou quatro quadros ou em páginas inteiras aos domingos;
  • Jogos de passatempo - para o lazer do leitor, normalmente palavras-cruzadas, caça-palavras e atualmente sudoku;
  • Classificados, imóveis e empregos - anúncios pequenos, geralmente pagos por indivíduos;
  • Desporto;
  • Economia;
  • Política.

Uma empresa jornalística típica costuma apresentar a seguinte hierarquia:

Principais de Portugal

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Em Portugal os principais jornais de notícias são o Correio da Manhã, Diário de Notícias, i, Jornal de Notícias, Público e Expresso.

Entre os jornais desportivos os principais são A Bola, O Jogo e Record.

Entre os jornais económicos os principais são Diário Económico e Jornal de Negócios.

Como jornais gratuitos existem o Destak e Metro.

A imprensa regional desempenha também um papel fundamental na difusão de notícias em Portugal, como por exemplo: Notícias de Santo Tirso.

Principais do Brasil

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De acordo com a ONG Instituto Verificador de Circulação (IVC) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ), em 2018 os principais jornais impressos deste país são:[14]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
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Referências

  1. Plambeck, Joseph (26 de abril de 2010). «Newspaper Circulation Falls Nearly 9%». The New York Times. Consultado em 26 de outubro de 2011 
  2. «Circulação de jornais impressos cresce no País, Redação Portal IMPRENSA | 22/07/2011.». Consultado em 12 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 25 de julho de 2011 
  3. Di Carlo, Josnei (2016). «Política das artes e arte da pesquisa: entrevista com Francisco Alambert». Em Tese (em inglês) 
  4. Werner Faulstich: "Grundwissen Medien", 4th ed., UTB, 2000, ISBN 978-3-8252-8169-4, chapter 4
  5. Margarete Rehm: Information und Kommunikation in Geschichte und Gegenwart. Das 17. Jh. Arquivado em 4 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine. (em alemão)
  6. «A Invenção do Jornal». cultura.avancada.info. Consultado em 18 de abril de 2023 
  7. «Construindo o Futuro: ORIGEM DO JORNAL». Construindo o Futuro. Consultado em 18 de abril de 2023 
  8. Infelise, Mario. "Roman Avvisi: Information and Politics in the Seventeenth Century." Court and Politics in Papal Rome, 1492–1700. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. 212,214,216–217
  9. Wan-Press.org Arquivado em 11 de janeiro de 2012, no Wayback Machine., A Newspaper Timeline, World Association of Newspapers
  10. Brook, Timothy. (1998). The Confusions of Pleasure: Commerce and Culture in Ming China. Berkeley: University of California Press. ISBN 0-520-22154-0 (Paperback). Page xxi.
  11. «Weber, Johannes: Straßburg 1605: Die Geburt der Zeitung, in: Jahrbuch für Kommunikationsgeschichte, Vol. 7 (2005), S. 3–27» (PDF) (em alemão). Consultado em 12 de fevereiro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 10 de abril de 2008 
  12. World Association of Newspapers: "Newspapers: 400 Years Young!" (em inglês)
  13. «RECICLAGEM Impressão sustentável avança em jornais». Observatório da Imprensa. 30 de março de 2010. Consultado em 31 de maio de 2010. Arquivado do original em 10 de julho de 2015 
  14. «Tiragem impressa dos maiores jornais perde 520 mil exemplares em 3 anos». www.anj.org.br. Consultado em 6 de março de 2021