Juan de la Cosa
Juan de la Cosa | |
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Juan de la Cosa | |
Nascimento | 1450 Santoña (Coroa de Castela) |
Morte | 28 de fevereiro de 1510 Turbaco |
Residência | Porto de Santa Maria |
Cidadania | Coroa de Castela |
Ocupação | explorador, cartógrafo, conquistador, jornalista |
Obras destacadas | Mapa de Juan de la Cosa |
Causa da morte | veneno |
Assinatura | |
Juan de la Cosa (Santoña, Espanha, 1460 – Turbaco, Colômbia, 1510) foi um navegador, explorador, conquistador e cartógrafo espanhol.
Autor do mais antigo mapa-múndi preservado em que aparece o continente americano, Juan de la Cosa foi codescobridor da América em 1492 como comandante da nau Santa Maria (capitânia do almirante Cristóvão Colombo).[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Pouco se sabe acerca de sua biografia até ao ano de 1488, em que Bartolomeu Dias regressou a Portugal depois de haver cruzado o Cabo da Boa Esperança. É possível que Juan de la Cosa se encontrasse em Lisboa como espião dos Reis Católicos.
Em 1492 participou da primeira expedição de Cristóvão Colombo, sendo o proprietário da nau Santa Maria (Marigalante, segundo alguns autores[2]), capitânia da expedição. As suas relações com Colombo não foram muito boas, tendo sido acusado pelo Almirante de ter sido o responsável pelo naufrágio da embarcação durante a noite de Natal de 1492. Entretanto, Juan de la Cosa participou da segunda viagem de Colombo, tendo recebido de Isabel I de Castela uma recompensa pela perda de seu navio (28 de fevereiro de 1494).[3]
Em 1499, participou como piloto principal na expedição de Alonso de Ojeda. No curso dessa viagem foram exploradas as costas entre a desembocadura do Rio Orinoco e o cabo de la Vela, tendo Juan de la Cosa sido ferido por uma flecha indígena. No regresso dessa viagem, confeccionou em 1500, no porto de Santa Maria, a pedido dos Reis Católicos, o seu famoso mapa,[4] no qual reúne e apresenta todas as terras descobertas pelos portugueses e espanhóis até à data, compreendidas as descobertas feitas por Sebastião Caboto. Este mapa encontra-se atualmente no Museu Naval de Madrid. Dele existe uma cópia facsimilada na mapoteca do Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro, uma vez que é o primeiro mapa a representar cartográficamente o litoral do Brasil, num trecho do Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco até a Costa Norte.
Em outubro de 1500, Juan de la Cosa realizou a sua quarta viagem, como capitão e co-responsável, juntamente com Rodrigo de Bastidas. Nessa expedição foram percorridas costas entre o cabo de la Vela e Darién, tendo sido encontradas expressivas quantidades de ouro. Como recompensa, a rainha nomeou-o Comissário Principal de Urabá.
Em 1503, a rainha encarregou-o de uma delicada missão de espionagem em terras portuguesas, da qual não se saiu muito bem. Foi preso e a rainha teve que intervir pessoalmente em favor da sua libertação. Após esse episódio, o explorador solicitou à Coroa uma permissão, a fim de ampliar as descobertas. Obtida a permissão, Juan de la Cosa realizou a sua quinta viagem, dessa vez como Capitão-Geral, com quatro embarcações. A expedição margeou as costas entre a Ilha Margarita e o golfo de Urabá, recuperando na área da futura Cartagena das Índias os homens de Cristóbal Guerra e dirigindo-se em seguida a Hispaniola ("La Española").
Regressou à Espanha em 1506 e, no ano seguinte, foi encarregado pela Casa de Contratação de dirigir um pequeno esquadrão de vigilância das costas entre Cádiz e o cabo de São Vicente, zona freqüentada por piratas.
Em 1508, participou, em companhia de Vicente Yáñez Pinzón, Juan Díaz de Solís e Américo Vespúcio, da comissão durante a qual se discutiu um projeto de expedição até à Ásia pela rota Ocidental.
A sua sexta e última viagem realizou-se em 1510, em companhia de Alonso de Ojeda e de Nicuesa, tendo recebido do rei Fernando V de Castela uma importante ajuda. Instalou-se com a sua família nas novas terras com o cargo de Tenente-governador. Apesar dos pedidos em contrário de Juan de la Cosa, Ojeda decidiu desembarcar na região onde mais tarde seria fundada a cidade de Cartagena das Índias, na actual Colômbia. Os exploradores venceram o primeiro confronto com os indígenas e Juan de la Cosa foi encarregado de infiltrar-se no interior das terras até Turbaco. Nessa missão, foi surpreendido por um grupo de indígenas que, utilizando flechas envenenadas, mataram tanto Juan de la Cosa como os seus homens.
Referências
- ↑ Antonio de Herrera y Tordesillas. «Historia general de los hechos de los Castellanos en las islas y tierra firme de el Mar Oceano, Volume 2» (em espanhol). p. 348. Consultado em 27 de abril de 2019
- ↑ ÁLVAREZ DE TOLEDO, Luisa Isabel (2006). África versus América (2ª ed.). [S.l.]: Sanlúcar de Barrameda: Fundación Casa Medina-Sidonia. Site
- ↑ Orden fechada en Medina del Campo a 28 de febrero de 1494. Conservada no Archivo de Simancas, Registro General del Sello II-1494-130.
- ↑ MARTÍN MERÁS, Luisa (2000). La carta de Juan de la Cosa: interpretación e historia. Monte Buciero (Ayuntamiento de Santoña). [S.l.: s.n.] pp. 71–86. ISSN 1138-9680
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Historia General de las Indias. Capítulo LVII. Francisco López de Gómara. Medina del Campo, 1553; Zaragoza, 1555.
- Examen critique de l'histoire de la géographie du Nouveau Continent, et des progrès de l'astronomie nautique aux 15me et 16me siècles. Alejandro Humboldt. París, Gide, 1836-39.
- Boletín de la Sociedad Geográfica de París. Número 17, tomo 3, 1862.
- Enciclopedia Ilustrada Cumbre - Tomo 4. Págs. 252-253, 32ª edición, 1993. Editorial Hachette Latinoamérica, S.A. de C.V., México. ISBN 970-611-119-0
Ligações externas
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