Julie Makani
Julie Makani | |
---|---|
Nascimento | 1970 |
Cidadania | Tanzânia |
Alma mater |
|
Ocupação | hematologista, investigadora |
Distinções |
|
Empregador(a) | Muhimbili University of Health and Allied Sciences, Muhimbili University of Health and Allied Sciences, Muhimbili University of Health and Allied Sciences |
Julie Makani (nascida em 1970) é uma pesquisadora médica tanzaniana. Desde 2014 ela é Wellcome Trust Research Fellow e Professora Associada no Departamento de Hematologia e Transfusão de Sangue da Universidade Muhimbili de Saúde e Ciências Afins (MUHAS), em Dar es Salaam, na Tanzânia. Também é pesquisadora visitante e consultora do Departamento de Medicina de Nuffield, Universidade de Oxford, na Inglaterra. Ela mora em Dar es Salaam, na Tanzânia.[1] Em 2011, ela recebeu o Royal Society Pfizer Award por seu trabalho com a doença falciforme.[2]
Educação
[editar | editar código-fonte]Depois de frequentar a escola primária de St Constantine, na cidade de Aruxa, na Tanzânia,[3] Julie Makani formou-se em medicina na Universidade Muhimbili, recebendo seu diploma de medicina em 1994.[4] Em 1997, ela fez pós-graduação em medicina interna no Hammersmith Hospital, Royal Postgraduate Medical School, na Universidade de Londres, na Inglaterra, com uma bolsa da Commonwealth.[3] De lá, ela foi para Oxford como pesquisadora no Nuffield Department of Medicine, da Universidade de Oxford.[1] Ela recebeu uma bolsa de treinamento de doutorado de quatro anos do Wellcome Trust, em 2003, para estudar a doença falciforme na Tanzânia. Ela completou seu doutorado em epidemiologia clínica da doença falciforme (SCD).[5]
Pesquisa biomédica
[editar | editar código-fonte]Em 2004, ela recebeu uma bolsa de treinamento do Wellcome Trust e estabeleceu o programa de doença falciforme (SCD) na Muhimbili University of Health and Allied Sciences (MUHAS), com vigilância prospectiva de mais de 2.000 pacientes com SCD.[6] Na doença falciforme, os glóbulos vermelhos do sangue têm uma forma anormal, causando problemas no fluxo de sangue pelo corpo e no consequente transporte de oxigênio por todo o corpo. Um distúrbio genético, a doença causa episódios recorrentes de dor e danos graves aos órgãos, que podem resultar em morte.[7] Estima-se entre 8.000 e 11.000 crianças nascem com doença falciforme na Tanzânia por ano.[8] O foco do trabalho inicial de Julie Makani, em Muhimbili, foi examinar fatores como malária, infecções bacterianas e derrames, que são considerados como contribuintes significativos para doenças e mortes quando as intervenções estão disponíveis.[9]
Em colaboração com colegas, ela desenvolveu um programa de pesquisa biomédica e assistência médica que é uma das maiores coortes de SCD de um centro no mundo.[6] Seu interesse atual está no papel da anemia e da hemoglobina fetal na influência da carga de doença na SCD.[10]
Julie Makani está trabalhando com colegas para estabelecer redes em nível nacional na Rede Regional de Pesquisa da Doença Falciforme da África Oriental e Central (REDAC) e África (Sickle CARTA – Consórcio para Saúde, Advocacia, Pesquisa e Treinamento na África).[7] Julie Makani é co-fundadora da Sickle Cell Foundation da Tanzânia.[11] A nível global, faz parte do grupo técnico consultivo da Global SCD Research Network, co-presidindo o grupo de trabalho responsável pela terapia com hidroxiureia em África.[7]
Seu objetivo é usar a doença falciforme como modelo para estabelecer soluções científicas e de saúde na África que sejam relevantes localmente e tenham significado global. Alcançar o sucesso na doença falciforme ilustrará que, com parcerias globais eficazes, as desigualdades na ciência biomédica e na saúde podem ser abordadas.[12]
Bolsas e outros prêmios
[editar | editar código-fonte]Julie Makani recebeu um treinamento (2003) e uma bolsa intermediária (2011) do Wellcome Trust para o programa de doença falciforme.[6] Em 2007, ela recebeu uma bolsa para participar do encontro TEDGlobal em Aruxa, na Tanzânia. Em 2009, ela recebeu uma bolsa de estudos Archbishop Tutu Leadership Fellowship do African Leadership Institute .[13]
Em 2011, ela foi premiada com o Prêmio Royal Society Pfizer. O prêmio será usado em pesquisas para fornecer uma melhor compreensão dos mecanismos moleculares, genéticos e ambientais da doença falciforme. Ao conceder o prêmio, a professora Lorna Casselton, da Royal Society, disse: "Estamos extremamente satisfeitos em reconhecer um indivíduo tão impressionante com o Royal Society Pfizer Award este ano... Esperamos que a Dra. Julie Makani seja um modelo para outros jovens cientistas africanos que desejam fazer a diferença em seu continente e no mundo."[2]
Em 2019, foi incluída na lista da BBC 100 Women.[14]
Veja também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Dr Julie Makani». Nuffield Department of Medicine. Consultado em 20 de março de 2014. Arquivado do original em 13 de julho de 2010
- ↑ a b «Tanzanian scientist wins Royal Society Pfizer Award for Sickle Cell Disease research». The Royal Society. 15 de setembro de 2011. Consultado em 20 de março de 2014
- ↑ a b Mwangi, Tabitha (6 de novembro de 2011). «Painful crisis: Dr Julie Makani's fight against sickle cell disease». The East African Magazine. Consultado em 20 de março de 2014
- ↑ «DR JULIE MAKANI: Feeling the pain of sickle cell anaemia». Africa Review. 2 de abril de 2012. Consultado em 20 de março de 2014
- ↑ «Dr Julie Makani - Principal Investigator (Haematology)». Muhimbili Wellcome Programme. Consultado em 20 de março de 2014
- ↑ a b c «Muhimbili Wellcome Programme». Muhimbili Wellcome Programme. Consultado em 20 de março de 2014
- ↑ a b c Sangare, Nene. «FABA (For Africa By Africans): Sickle Cell Disease Research». Africa Strictly Business. Consultado em 20 de março de 2014. Arquivado do original em 20 de março de 2014
- ↑ Gribbin, Alice. «The NS Interview: Julie Makani, tropical medicine researcher». New Statesman. Consultado em 18 de março de 2014
- ↑ Makani, Julie; Kirkham, Fenella J.; Komba, Albert; Ajala-Agbo, Tolulope; Otieno, Godfrey; Fegan, Gregory; Williams, Thomas N.; Marsh, Kevin; Newton, Charles R. (maio de 2009). «Risk factors for high cerebral blood flow velocity and death in Kenyan children with Sickle Cell Anaemia: role of haemoglobin oxygen saturation and febrile illness». British Journal of Haematology. 145 (4): 529–532. PMC 3001030. PMID 19344425. doi:10.1111/j.1365-2141.2009.07660.x
- ↑ Makani, J.; Menzel, S.; Nkya, S.; Cox, S. E.; Drasar, E.; Soka, D.; Komba, A. N.; Mgaya, J.; Rooks, H. (10 de novembro de 2010). «Genetics of fetal hemoglobin in Tanzanian and British patients with sickle cell anemia» (PDF). Blood. 117 (4): 1390–1392. PMC 5555384. PMID 21068433. doi:10.1182/blood-2010-08-302703. Consultado em 20 de março de 2014
- ↑ «Sickle Cell Foundation of Tanzania». Consultado em 20 de março de 2014. Arquivado do original em 26 de novembro de 2013
- ↑ «Julie Makani biography». Global Sickle Cell Disease Network. Consultado em 20 de março de 2014. Arquivado do original em 20 de março de 2014
- ↑ «The Archbishop Desmond Tutu Leadership Fellowship Program». The Personal Blog of Lanre Dahunsi. 26 de outubro de 2009. Consultado em 20 de março de 2014
- ↑ «BBC 100 Women 2019: Who is on the list this year?». BBC News. 16 de outubro de 2019