Carxi
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Cidade | ||||
Mesquita Kok-Gumbaz | ||||
Localização | ||||
Localização de Carxi no Usbequistão | ||||
Coordenadas | 38° 52′ N, 65° 48′ L | |||
País | Uzbequistão | |||
Província | Casca Dária | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 82 km² | |||
População total (2020) [1] | 274 891 hab. | |||
Densidade | 3 352,3 hab./km² | |||
Altitude | 374 m |
Carxi (em usbeque: Qarshi/Қарши; em russo: Карши; romaniz.: Karshi; em persa: نخشب; romaniz.: Nakhshab) é uma cidade do sul Uzbequistão, capital do vilaiete (viloyat; província) de Casca Dária. Tem 82 km²[carece de fontes] e em 2020 tinha 274 891 habitantes.[1]
É o centro dum oásis fértil que produz trigo, algodão e seda, que foi um local de paragem na rota de caravanas de camelos entre Bactro (Balkh, perto da atual Mazar e Xarife, no Afeganistão) e Bucara. Quase toda a cidade está rodeada por campos de algodão. É conhecida pelos seus tapetes e um importante centro de produção de gás natural.
Fica 140 km a sudoeste de Samarcanda (distâncias por estrada), 160 km a sudeste de Bucara, 450 km a sudoeste de Tasquente, 275 km a noroeste de Termez (que praticamente faz fronteira com o Afeganistão), 300 km a oeste da fronteira com o Tajiquistão, 370 km a oeste de Duchambé (a capital tajique) e 70 km a norte da fronteira com o Turquemenistão.
História
[editar | editar código-fonte]Na Antiguidade chamada Nakhshab, Carxi foi uma cidade soguediana, que pode ter sido a Eucratideia do Reino Greco-Báctrio (séculos II e II a.C.) mencionada em obras de autores greco-latinas como Estrabão[2] e Ptolemeu.[3] Durante o período em que pertenceu a estados muçulmanos turcomanos chamou-se Naçafe (Nasaf). O seu nome atual surgiu quando pertenceu ao Império Mongol. A partir do século XVI Carxi integrou o Canato de Bucara e depois do século XVIII e até ao início do século XX, o Emirado de Bucara, dos quais era uma duas principais cidades a seguir à capital Bucara.
O cãs chagatai Kebek (r. 1309–1310 e c. 1318–1325/1326) e Cazã (r. 1343–1346) tiveram palácios na cidade, no local da pastagem de verão de Gêngis Cã.[4] Em 1364 Tamerlão construiu um palácio fortificado com fossos no que é hoje a parte sul da cidade. O nome Carxi (Qarshi) significa fortaleza.
Com o declínio de Xacrisabez (Shahrisabz) no século XVIII Carxi ganhou importância e tornou-se a residência do príncipe herdeiro do Emirado de Bucara. A cidade tinha então duas cercas de muralhas, dez caravançarais e quatro madraças. Em 1868 os russos anexaram o vale do Zarafexã e em 1873 o tratado pelo qual o Emirado de Bucara se tornou um protetorado russo foi assinado em Carxi, contra a vontade do filho do emir, Abedal Maleque, que se rebelou e foi para as montanhas.
No início dos anos 1970, foi completada a primeira fase dum grande projeto de irrigação que incluía o transvase de água do Amu Dária desde o Turquemenistão para o Uzbequistão, para irrigar os terrenos em redor de Carxi. Praticamente todos esses terrenos irrigados são usados para produzir algodão.
Clima
[editar | editar código-fonte]O clima de Carxi é do tipo semiárido frio (BSk na classificação de Köppen-Geiger).[5]
Dados climatológicos para Qarshi (1981–2010) | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima média (°C) | 8,7 | 11,8 | 17,2 | 24,5 | 30,8 | 36,4 | 38,1 | 36,5 | 31,2 | 24,3 | 17,3 | 10,6 | 38,1 |
Temperatura mínima média (°C) | −1,0 | 0,6 | 5,3 | 11,0 | 15,9 | 20,3 | 22,2 | 19,7 | 13,7 | 8,0 | 4,2 | 0,4 | −1,0 |
Precipitação (mm) | 32,5 | 35,9 | 52,5 | 32,6 | 19,3 | 1,7 | 0,8 | 0,1 | 1,5 | 5,4 | 21,9 | 32,9 | 237,1 |
Dias com precipitação | 11 | 11 | 12 | 9 | 7 | 2 | 1 | 0 | 1 | 4 | 7 | 10 | 75 |
Humidade relativa (%) | 79 | 74 | 72 | 64 | 48 | 33 | 30 | 33 | 38 | 48 | 62 | 78 | 66
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Fontes: Centro do Serviço Hidrometeorológico da República do Uzbequistão (Uzhydromet); [6] Deutscher Wetterdienst (Serviço Meteorológico Alemão) [7] |
Infraestruturas, desporto, educação e monumentos
[editar | editar código-fonte]Na cidade há uma universidade e um instituto superior de engenharia e economia. O Aeroporto de Carxi (IATA: KSQ, ICAO: UTSK) tem voos regulares para Tasquente, Navoi e algumas cidades russas. O principal clube de futebol é o Nasaf Qarshi, fundado em 1986, que compete na primeira divisão nacional e joga no Estádio Markaziy, inaugurado em 2008 e com capacidade para 16 000 espectadores.
- Principais monumentos
A Madraça Coja Adbalazize (Khoja Adbul Aziz) é a maior da cidade e nela está instalado o Museu Regional. A Madraça Rabia é feminina foi construída no final do século XIX. A Mesquita Kok Gumbaz faz parte dum conjunto monumental do século XVI. O Memorial da Grande Guerra Patriótica (Segunda Guerra Mundial) é um dos maiores monumentos do seu género da ex-União Soviética.
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Qarshi», especificamente desta versão.
- ↑ a b «Qarshi» (em inglês). City Population. Consultado em 31 de outubro de 2020
- ↑ Estrabão, Geografia, Livro XI, Capítulo 11, 2–A Bactriana e a Soguediana [fr] [en] [en] [en]
- ↑ Encyclopaedia Metropolitana 1923, p. 260
- ↑ Grousset 1970, pp. 341–342.
- ↑ «Qarshi Climate (Uzbekistan)» (em inglês). climate-data.org. Consultado em 12 de outubro de 2020
- ↑ «Average monthly data about air temperature and precipitation in 13 regional centers of the Republic of Uzbekistan over period from 1981 to 2010» (CSV) (em inglês). Centro do Serviço Hidrometeorológico da República do Uzbequistão (Uzhydromet). www.meteo.uz. Consultado em 11 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 15 de dezembro de 2019
- ↑ «Klimatafel von Karshi (Karschi) / Usbekistan» (PDF) (em alemão). Deutscher Wetterdienst. www.dwd.de
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Grousset, René (1970), The Empire of the Steppes: A History of Central Asia, ISBN 9780813513041 (em inglês), Rutgers University Press</ref>
- Ibbostson, Sophie; Burford, Tim (2020), Uzbekistahn, ISBN 9781784771089 (em inglês) 3.ª ed. , Chesham: Bradt Travel Guides
- Smedley, Edward; Rose, Hugh James; Rose, Henry John, eds. (1923), The Encyclopaedia Metropolitana: Or Universal Dictionary of Knowledge, 23