Korba
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Município | ||||
Monumento no centro de Korba | ||||
Localização | ||||
Localização de Korba na Tunísia | ||||
Coordenadas | 36° 35′ N, 10° 52′ L | |||
País | Tunísia | |||
Província | Nabeul | |||
Delegação | Korba | |||
Prefeito | Imed Chaouche | |||
Características geográficas | ||||
População total (2004) [1] | 34 807 hab. | |||
Altitude | 5 m | |||
Altitude mínima | 0 m | |||
Código postal | 8070 |
Korba (em árabe: قربة; romaniz.: Qurba), a antiga Cúrubis, é uma cidade e município do litoral nordeste da Tunísia e a capital da delegação homônima, a qual faz parte da província de Nabeul. Em 2004, o município tinha 34 807 habitantes.[1] No mesmo ano, a delegação tinha 60 564 habitantes.[2]
Foi em Cúrubis que o famoso bispo cartaginês Cipriano foi exilado no ano de seu martírio, juntamente com seu companheiro de viagem Pôncio de Cartago. A cidade situa-se à beira no golfo de Hammamet, na costa sul do cabo Bon, 21 km a nordeste de Nabeul e 78 km a leste-sudeste de Túnis (distâncias por estrada).
História
[editar | editar código-fonte]Antigos geógrafos e itinerários mencionam a cidade de Cúrubis na costa da província romana da África, entre Clupeia (Clupea, moderna Kelibia) e Neápolis (Nabeul).[3] O mais antigo registro histórico é uma inscrição do tempo da guerra civil de César, que registra que os generais de Pompeu, Públio Ácio Varo e Caio Consídio Longo, fortificaram a cidade no ano de 46 a.C..[4] Nos anos seguintes à guerra, a cidade foi transformada numa colônia romana, Colônias Júlia Cúrubis (Colonia Iulia Curubis) (Plínio, o Velho se refere a ela como libera, "livre"), talvez em parte por causa da tentativa de Júlio César de livrar o exército romano dos antigos soldados e, ao mesmo tempo, manter a África contra as forças de Pompeu[5].
No ano de 257 d.C., o bispo cartaginês Cipriano foi exilado lá. Seu biógrafo, Pôncio, que o acompanhou no exílio, elogiou o lugar:
“ | provisum esse divinitus … apricum et conpetentem locum, hospitium pro voluntate secretum et quidquid apponi eis ante promissum est, qui regnum et iustitiam dei quaerunt Pela graça de Deus, um lugar ensolarado e apropriado foi providenciado, um refúgio protegido, como ele queria e tudo o que foi previamente prometido ser dado aos que procuram o reino e a justiça de Deus | ” |
— Vida de São Cipriano, Pôncio de Cartago[6]. |
No ano de 411, Cúrubis, assim como muitas outras cidades africanas, tinha seu próprio bispo (mencionado nos anais do Concílio de Cartago daquele ano).[7] Um bispo de Cúrubis é mencionado novamente na Notitia provinciarum et civitatium Africae no ano de 484, entre os bispos exilados para a Córsega por se recusarem a jurar obediência ao rei vândalo Hilderico[8] e novamente nos anais do Concílio de Cartago de 525.[9]
A cidade tinha seu próprio teatro romano. Uma inscrição no final do século II honra os cidadãos que o criaram.[10] Resquícios de um aqueduto romano sobreviveram até os tempos modernos e a contribuição dos proprietários de navios de Cúrubis para um mosaico em Óstia Antiga sugere que a cidade teria também um porto, do qual nada restou.[11]
Referências
- ↑ a b «Population, ménages et logements par unité administrative : Gouvernorat : Nabeul». www.ins.nat.tn (em francês). Instituto Nacional de Estatística da Tunísia. 2004. Consultado em 6 de maio de 2014
- ↑ «Population, ménages et logements par unité administrative. Gouvernorat : Nabeul». www.ins.nat.tn (em francês). Instituto Nacional de Estatística da Tunísia. 2004. Consultado em 6 de maio de 2014
- ↑ Plin. nat. 5, 24 libera (sc.oppida) Curubis, Neapolis "free cities, Curubis, Neapolis"; Ptol. 4, 3, 2; Itin. Anton. Aug. p. 56, 7. al. See Dessau (1901); TLL Onom. II 771, 11 sqq.
- ↑ CIL VIII 24099; Mommsen (1895), 456-60 com discussão sobre a inscrição; Dessau (1901).
- ↑ Broughton (1929), 54-5; CIL VIII 980 e 12452. A cidade já era aparentemente uma colônia no ano de 45 a.C., quando uma inscrição, CIL 12451, relata um duúnviro novamente reparando as muralhas, ou,possivelmente, como Mommsen (1893), 460, sugere, completando a construção começada pelos generais de Pompeu. Para a discussão sobre os mistérios desta inscrição, veja CIL I2 p. 951, com literatura adicional.
- ↑ Pôncio de Cartago. «12». Vida de São Cipriano (em inglês). I. [S.l.: s.n.]
- ↑ Conc. Carth. a. 411, 1, 198.
- ↑ Not. episc. proc. Afr. 36. Veja a edição de Lancel, S. (2002). Victor de Vita (em francês). Paris: Les Belles Lettres. pp. 184 e 339.
- ↑ Conc. Carth. a. 525 p. 271.
- ↑ Inscriptiones Latinae Selectae n. 9407.
- ↑ Trousset (1994); CIL XIV 4549, 34 naviculari Curbitani (late second century).
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T.R.S. (1929). The Romanization of Africa Proconsularis (em inglês). Baltimore e Oxford: The Johns Hopkins Press and OUP
- Dessau, H. (1901). R.E. Curubis. IV. [S.l.: s.n.]
- Mommsen, T., (1895). «Inschriften von Curubis und Lilybaeon». Gallica. Hermes (em alemão) (30): 456-62
- Trousset, P. (1994). Encyclopédie Berbère. Curubis (Korba) (em francês). Aix-en-Provence: Édisud. 2157 páginas. ISBN 2-85744-201-7