Les Proscrits

Les Proscrits
Os Proscritos [BR]
Autor(es) Honoré de Balzac
Idioma Francês
País  França
Série Études philosophiques
Editor Charles Gosselin
Lançamento 1831
Edição brasileira
Tradução Mário Quintana
Editora Globo
Cronologia
L'Élixir de longue vie
Louis Lambert

Les Proscrits (em português Os Proscritos) é uma novela de Honoré de Balzac publicada pela primeira vez na Revue de Paris em 1831 e em volume neste mesmo ano nos Romans e Contes Philosophiques (Romances e Contos Filosóficos) da editora Gosselin. Em 1835 foi incluído, junto com Louis Lambert e Séraphîta no Livre Mystique (Livro Místico), em dois volumes, da editora Werdet e, enfim em 1846, nos Estudos filosóficos da primeira edição (Furne) da Comédia Humana.[1] Trata-se de uma homenagem ao poeta italiano Dante Alighieri, [2] cuja fisionomia "é estudada de forma magistral".[3]

Encontra-se aqui um dos temas de Louis Lambert: a teoria do doutor Sigier segundo a qual a inteligência tem diversas manifestações: da inteligência da besta até a inteligência dos anjos. E também a ideia de que os anjos vivem em meio aos homens, ideia encontrada com frequência em Balzac na descrição de retratos femininos (Esther, o anjo caído de Esplendores e misérias das cortesãs, tem o aspecto de um anjo e termina sua vida em um tipo de redenção angélica).

"Um quadro da Paris medieval, um episódio da vida de Dante, uma aula do filósofo Sigier, a história de um moço que a mãe encontra depois de tê-lo perdido, são os quatro elementos insuficientemente fundidos desta narrativa, um dos produtos menos felizes da fase romântica de Balzac.[4]

Em princípio do século XIV, o sargento Tirechair vive perto de Notre-Dame de Paris em uma casa sombria. Ele aloja dois estrangeiros que o assustam e que ele crê serem capazes de bruxaria, apesar de se tratar de dois fidalgos. O mais velho frequentou a corte do rei, o mais jovem (Godefroy, conde de Gand - Godofredo na edição brasileira organizada por Paulo Rónai) é filho da condessa de Mahaut, a qual trabalha como servente na cada dos Tirechair. O sargento se prepara para expulsá-los na mesma tarde em que os dois homens assistem a um curso de teologia mística. Conhece-se então o doutor Sigier[5] e sua teoria dos mistérios da criação.

O velho gentil-homem, que foi proscrito de seu país natal, a Itália, não é outro senão o poeta Dante Alighieri, que um cavaleiro vem informar que pode retornar a Florença, sua cidade de origem. Quanto ao jovem Godefroy, que tenta se suicidar a fim de se juntar aos anjos, e que o poeta salva na última hora, acaba por encontrar sua mãe e sua nobre condição.

O desenlace rápido da narrativa, inicialmente complexa, faz desse "esboço histórico" (subtítulo de Balzac) uma obra insólita onde se encontra a expressão do misticismo do autor da Comédia Humana.

Referências

  1. Charles de Lovenjoul, Histoire des Œuvres de H. de Balzac, Troisième Édition, Genève: Slatkine Reprints, 1968, pág. 202 e «Les Proscrits». Consultado em 27 de outubro de 2023 
  2. Prefácio de Paulo Rónai a Os Proscritos na edição da Comédia Humana por ele organizada.
  3. Marcel Barrière, L'Œuvre de H. de Balzac: Étude Littéraire et Philosophique sur La Comédie Humaine, Paris: Calmann Lévy, 1890, pág. 432. Prossegue Barrière: "É de lamentar que Balzac não nos tenha proporcionado outros retratos históricos do mesmo gênero."
  4. Prefácio de Paulo Rónai a Os Proscritos.
  5. Trata-se do filósofo medieval Siger de Brabant que, por ter morrido em 1284, não poderia estar figurando neste texto que transcorre em 1308, como observa Paulo Rónai em sua Introdução à novela na edição da Comédia Humana por ele organizada.
  • (fr) Wayne Conner, « En marge des Proscrits : Vigny lecteur de Balzac », L'Année balzacienne, 1974, p. 322-23.
  • (fr) Allan H. Pasco, « Les Proscrits et l’unité du ‘Livre mystique’ », L’Année balzacienne, juil. 1999, n° 20 (1), p. 75-92.
  • (fr) Maxime Prévost, « Écrire la voyance : présence de Dante Alighieri dans Les Proscrits de Balzac », Études Littéraires, Printemps 2006, n° 37 (2), p. 87-98.
  • (pt) Honoré de Balzac, « A comédia humana ». Porto Alegre: Editora Globo, 1954. Volume XVI.

Ligações externas

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