Mamurra
Mamurra | |
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Morte | século I a.C. |
Nacionalidade | República Romana |
Etnia | Romana |
Ocupação | Militar e engenheiro |
Religião | Politeísmo romano |
Mamurra (fl. século I a.C.) foi um oficial militar romano do fim da República Romana que teria servido sob o general e político Júlio César.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Mamurra foi um equestre nascido em Fórmias, na Itália.[1] Sua família era proeminente na região, como relatado satiricamente pelo poeta Horácio que chama Fórmias de "a cidade dos Mamurras".[2] Mamurra aparece pela primeira vez nos anos 50 a.C., quando serviu como prefeito dos engenheiros (em latim: praefectus fabrum) no exército de Júlio César na Gália.[1] Um poeta de Cátulo também refere-se a seu serviço na Britânia, bem como no Ponto e Hispânia,[3] sugerindo que serviu durante a guerra civil entre César e Pompeu. Entre os feitos de engenharia realizados pelo exército cesarino durante o período, dos quais Mamurra provavelmente esteve envolvido, estão a rápida construção de uma ponte sobre o rio Reno em 55 a.C.,[4] a projeção e construção de um novo tipo de navio para a segunda expedição à Britânia em 54 a.C.[5] e a circunvalação dupla de Alésia em 52 a.C..[6]
O serviço militar de Mamurra, e seu patrocínio por César, fez-o extremamente rico.[3][7] Segundo Cornélio Nepos (citado por Plínio, o Velho) ele foi o primeiro romano que teria sua casa inteira, que estava no Célio, revestida de mármore, e o primeiro a usar sólidas colunas de mármore.[1] Em um de seus poemas endereçado a César, Cátulo atacou Mamurra, junto com o ditador, com as mais severas invectivas: o autor cita que Mamurra possuía um estilo de vida desregrado e escandaloso e como era mulherengo, inclusive apelidando-o mêntula (termo vulgar para pênis) e alegando que ele mantinha uma relação homossexual com César.[8] Isto foi considerado uma "mancha duradoura" no caráter de César, mas Cátulo desculpou-se mais adiante, e foi imediatamente convidado para jantar com ele.[9]
Apesar disso, Cátulo voltaria a atacá-los: em outro poema o autor diria que Mamurra e César viviam nos mais vergonhosos termos,[10] enquanto num terceiro ele faz menção, em termos pouco lisonjeiros, a Ameiana, a amante do "falido de Fórmias" (em latim: decoctor Formianus), geralmente considerado como Mamurra.[1][9][11][12] Uma carta de Cícero de 45 a.C. refere-se a César dando qualquer reação visível quando ouviu as notícias de Mamurra, o que poderia ser interpretado como sua morte.[13] Apesar disso, William Smith considera que ela poderia estar vivo no período de Horácio, devido a menção dele à família de Mamurra.[14]
Referências
- ↑ a b c d Plínio, o Velho século I, 36.7.
- ↑ Horácio 35/33 a.C., 1.5.
- ↑ a b Cátulo século I a.C., 29.
- ↑ Júlio César século I a.C., 4.17-19.
- ↑ Júlio César século I a.C., 5.1.
- ↑ Júlio César século I a.C., 7.68-74.
- ↑ Cícero século I a.C., 7.7.
- ↑ Cátulo século I a.C., 29; 57.
- ↑ a b Suetônio século II, 73.
- ↑ Cátulo século I a.C., 52.
- ↑ Cátulo século I a.C., 41-43.
- ↑ Cícero século I a.C., 7.7, 13.52..
- ↑ Cícero século I a.C., 13.52.
- ↑ Smith 1870, p. 914.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Cícero (século I a.C.). Cartas para Ático. [S.l.: s.n.]
- Júlio César (século I a.C.). Comentários sobre a Guerra Gálica 🔗. [S.l.: s.n.]
- Plínio, o Velho (século I). História Natural 🔗. [S.l.: s.n.]
- Smith, William (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.]: Little, Brown and Company
- Suetônio (século II). Vida dos 12 Césares 🔗. Vida do Divino Júlio. [S.l.: s.n.]