Neossovietismo
Neossovietismo é uma forma de nacionalismo com reminiscências e elementos imaginários da União Soviética, presente em alguns Estados pós-soviéticos, bem como um movimento político para reviver elementos a União Soviética no mundo moderno com base na nostalgia pela União Soviética.[1][2] Alguns comentaristas disseram que o atual presidente russo, Vladimir Putin, tem muitos pontos de vista neossoviéticos, especialmente em relação à lei e ordem e à defesa estratégica militar.[3] A ideologia neo-soviética abandona o marxismo-leninismo, mas adota elementos do legado soviético - como o culto da vitória na segunda guerra mundial, o status de potência global, e o estranhamento negativo para com o Ocidente -, está frequentemente associada com o conservadorismo anti-liberal.[4] O neossovietismo também busca acentuar a negatividade da transição da década de 1990, por vezes chamados de Tempos de Problemas. Os discursos e imaginações neo-soviéticas tem tido uma escalada diante da Guerra Russo-Ucraniana, e tem sido um elemento de consolidação de poder para o regime de Putin.[4]
Neossovietismo nas políticas estatais russas
[editar | editar código-fonte]De acordo com Pamela Druckerman, do The New York Times, um elemento do neossovietismo é que "o governo administra a sociedade civil, a vida política e a mídia".[5]
De acordo com Mathew Kaminski do, The Wall Street Journal, inclui esforços de Putin para expressar a glória da União Soviética, a fim de gerar apoio para uma "grande potência russa revivida no futuro", trazendo de volta memórias de várias realizações russas que legitimaram o domínio soviético, incluindo a vitória soviética contra a Alemanha Nazista. Kaminski continua dizendo que o neossovietismo "oferece o jingoísmo russo despojado de pretensões marxistas internacionalistas" e o usa para assustar os vizinhos da Rússia e gerar patriotismo russo e antiamericanismo.[6]
Andrew Meier do Los Angeles Times em 2008 listou três pontos que expõem o neosovietismo e como a Rússia moderna se assemelha à União Soviética:[7]
- A Rússia era uma terra de discurso duplo. Meier afirma que a Rússia distorceu deliberadamente palavras e fatos sobre vários assuntos, particularmente em relação à Guerra Russo-Georgiana na época, alegando que os Estados Unidos instigaram o conflito e que a Geórgia estava cometendo genocídio na Ossétia do Sul.
- A Rússia estava disposta a aumentar seu poder por todos os meios possíveis, incluindo a dura repressão contra seus próprios cidadãos, com exemplos sendo Mikhail Khodorkovski e as Mães de Beslan.
- A Rússia continua sendo uma terra na qual "o medo do Estado — e seu alcance sufocante — prevalece", ao introduzir inúmeras leis que limitam a liberdade de expressão e promovem a propaganda.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Conceitos semelhantes em outros países
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Heathershaw 2009, pp. 63–64.
- ↑ Shevtsova 2007, p. 200.
- ↑ Slade 2005.
- ↑ a b Kazharski & Makarychev 2021, p. 1.
- ↑ Druckerman 2014.
- ↑ Kaminski 2014.
- ↑ Meier 2008.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Heathershaw, John (2009). Post-Conflict Tajikistan: The Politics of Peacebuilding and the Emergence of Legitimate Order. Londres: Routledge. ISBN 978-1-134-01418-7
- Shevtsova, Lilia (2007). Russia Lost in Transition: The Yeltsin and Putin Legacies. Washington D.C.: Carnegie Endowment for International Peace. ISBN 978-0870032363
- Slade, Gavin (2005). «Deconstructing the Millennium Manifesto: The Yeltsin-Putin Transition and the Rebirth of Ideology». The School of Russian and Asian Studies. Arquivado do original em 26 de setembro de 2007
- Druckerman, Pamela (2014). «Opinion | The Russians Love Their Children, Too». The New York Times. ISSN 0362-4331. (pede subscrição (ajuda))
- Kaminski, Matthew (2014). «Putin's Neo-Soviet Men». Wall Street Journal. ISSN 0099-9660
- Meier, Andrew (2008). «Is the Soviet Union back?». Los Angeles Times
- Kazharski, Aliaksei; Makarychev, Andrey (2021). «Belarus, Russia, and the escape from geopolitics» (PDF). Political Geography