Novo Partido Anticapitalista
Novo Partido Anticapitalista Nouveau Parti Anticapitaliste | |
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Sigla | NPA |
Porta-vozes (NPA-B) | Christine Poupin Philippe Poutou Olivier Besancenot |
Porta-vozes (NPA-C) | Gaël Quirante Armelle Pertus Aurélien Gautreau |
Fundação | 2009 |
Sede | Montreuil, França |
Ideologia | Ecossocialismo[1] Socialismo democrático[2] Anticapitalismo Feminismo socialista[2] Progressismo Altermundialismo Socialismo do século XXI[2] |
Espectro político | Extrema-esquerda[3][4] |
Publicação | L'Anticapitaliste (NPA-B) Révolutionnaires (NPA-C) |
Sucessor | Revolução Permanente (dissidência) |
Membros (2017) | 1800[5] |
Afiliação europeia | Esquerda Anticapitalista Europeia |
Cores | Vermelho |
https://nouveaupartianticapitaliste.org/ (NPA-B) https://nouveaupartianticapitaliste.fr/ (NPA-C) | |
O Novo Partido Anticapitalista (em francês: Nouveau Parti Anticapitaliste), abreviado como NPA, é um partido político francês de extrema-esquerda, fundado em fevereiro de 2009 por meio de um processo iniciado pela Liga Comunista Revolucionária (LCR), que votou sua dissolução, com 87% de votos, em 5 de fevereiro de 2009, após quarenta anos de existência.[6]
Na sua Fundação, o partido reivindica a adesão de 9123 militantes, o que representa três vezes o tamanho que tinha a LCR.[7][8] Em 2023, o partido havia 2000 membros e atualmente se encontra dividido entre dois grupos homônimos que reivindicam o NPA: o NPA-B, formado pela antiga direção advinda da LCR, e o NPA-C, formado por grupos de oposição a essa direção.[9][10]
História
[editar | editar código-fonte]Crise política e divisões
[editar | editar código-fonte]No 4º Congresso do NPA, que ocorreu entre os dias 2 e 4 de fevereiro de 2018, se expressou no partido o princípio de uma crise política aberta. Neste congresso, que contou com sete plataformas em votação, a liderança majoritária, formada pelos antigos dirigentes da Liga Comunista Revolucionária (LCR), antiga seção francesa do Secretariado Unificado da Quarta Internacional (SU-QI), obteve maioria relativa. No entanto, a direção eleita foi alvo de críticas à sua aproximação com a França Insubmissa (LFI) (LFI), de Jean-Luc Mélenchon, pois Philippe Poutou, membro da direção do NPA, apresentou listas comuns com a LFI, para as eleições municipais de Bordeaux.[11]
Em abril de 2021, a tendência interna Corrente Comunista Revolucionária (CCR), seção francesa da Fração Trotskista pela Quarta Internacional (FT-QI), que obteve 11,05% durante o 4º Congresso do NPA, anuncia a pré-candidatura do militante Anasse Kazib. Dois meses depois, em 10 de junho, cerca de 300 militantes, membros da CCR e aliados, anunciam sua saída do NPA, queixando-se de terem sido excluídos da participação no próximo 5º Congresso e na Conferência Nacional do NPA, além de denunciar “uma linha política de direita” que o partido estava a seguir, abandonando seu projeto político original, ao se aliar novamente a LFI, agora em Nova Aquitânia e na Occitânia. Os membros assinantes da CCR também acusam a maioria da direção de provocar a divisão, para evitar tornar-se uma “minoria” no partido, devido às declarações de Christine Poupin ao Le Monde. A maioria da direção do NPA, por sua vez, acusou a então CCR de divisão.[12][13][14][15][16] O NPA estava em discussão para aderir à Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES) para as eleições legislativas francesas de 2022. Após a adesão do Partido Socialista (PS) a coligação, o NPA anunciou que não entraria na coligação devido a diferenças ideológicas intransponíveis, mas que apoiariam os candidatos de esquerda mais radicais da coalizão.[16][17][18][19]
Em 18 de dezembro de 2022, a CCR realizou em Paris o congresso para a fundação do partido Révolution Permanente.[12][13][14][15][16] No mesmo mês, durantes os dias 9 a 11, ocorreu o 5º Congresso do NPA, que reuniu cerca de 2.000 membros em suas assembleias locais de preparação. Neste congresso, o partido aprofunda sua cisão. Três tendências são apresentadas ao congresso: Plataforma A, formada pela corrente Alternativa Revolucionária Comunista (ARC), que obteve 6,12% dos votos. Plataforma B, formada por dirigentes históricos remanescentes da LCR, que obteve 48,50% dos votos. Plataforma C, de oposição a direção majoritária, composta pelos grupos Anticapitalismo e Revolução (A&R), L'Étincelle, Socialismo ou Barbárie (SoB), e Democracia revolucionária, que obteve 45,29% dos votos. Durante o congresso, membros da Plataforma B e C anunciaram a impossibilidade de trabalhar em conjunto. Parte da divisão ocorre devido à divergência quanto às alianças com à França Insubmissa. Após o congresso, cada uma das plataformas continua a sua atividade política, mas de forma independente um do outro. Os grupos locais dividem-se e as comunicações são distintas. Contudo, as duas organizações continuam a afirmar fazer parte do NPA, utilizando o seu nome, logotipo e páginas homônimas.[9][10]
Referências
- ↑ «Leur Europe n'est pas la nôtre ! | NPA». web.archive.org. 24 de maio de 2009. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ a b c «Principes fondateurs du Nouveau Parti Anticapitaliste». NPA (em francês). 7 de agosto de 2013. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ «Nouveau Parti anticapitaliste: Actualité du NPA en direct, image et vidéo - Présidentielle 2022 - Actualité, infos et vidéos en direct». Franceinfo (em francês). Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ March, Luke (2008). Contemporary Far Left Parties in Europe: From Marxism to the Mainstream? (em inglês). [S.l.]: Friedrich-Ebert-Stiftung, Internat. Policy Analysis, Division for Internat. Dialogue
- ↑ La très instructive publication des comptes 2017 des partis politiques par la CNCCFP 25 de Janeiro de 2019.
- ↑ Nasce, na França, o Novo Partido Anticapitalista - Agência Carta Maior, 17 de fevereiro de 2009
- ↑ « L'introduction du congrès par Myriam Duboz (CAN sortant) », site officiel du NPA.
- ↑ « Le NPA élit son "parlement" »[ligação inativa], Le Nouvel Observateur, 8 de fevereiro de 2009.
- ↑ a b Taburet, Marceau. «Marginalisés, les partis d'extrême gauche cherchent l'étincelle». Libération (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ a b Bernard, Guillaume (9 de janeiro de 2023). «Pourquoi deux NPA irréconciliables ?». Rapports de Force (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ «Le Nouveau Parti anticapitaliste menacé d'implosion». Le Monde.fr (em francês). 27 de julho de 2020. Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ a b Marianne, Magazine (11 de junho de 2021). «Scission au NPA : la direction accusée de "droitiser" le parti». www.marianne.net (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ a b «Le NPA d'Olivier Besancenot au bord de la scission - 21/04/2021». La Lettre (em francês). 21 de abril de 2021. Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ a b «Scission ou exclusion ? Le NPA secoué par une importante crise interne». Le Monde.fr (em francês). 12 de junho de 2021. Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ a b Permanente, Révolution (10 de junho de 2021). «Excluded from the NPA, We Begin the Process of Building a New Revolutionary Organization: Statement of 296 NPA Activists». Left Voice (em inglês). Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ a b c B.Corson, Equipe (22 de fevereiro de 2022). «Monsieur Blanquer, l'École de la République c'est aussi le concours !». POLITIS (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ «L'accord de LFI avec le PS a définitivement fait fuir le NPA de l'alliance des gauches». Le HuffPost (em francês). 6 de maio de 2022. Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ «Législatives: le NPA ne signe pas avec LFI et dénonce l'absence de circonscription pour Poutou». BFMTV (em francês). Consultado em 30 de janeiro de 2024
- ↑ «Déçu par la présence du PS, le NPA refuse de rejoindre l'union de la gauche». France 24 (em francês). 6 de maio de 2022. Consultado em 30 de janeiro de 2024
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Sítio oficial do NPA» (em francês)