O Direito de Nascer (2001)
O Direito de Nascer | |
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Informação geral | |
Formato | Telenovela |
Gênero | Drama |
Duração | 60 minutos |
Criador(es) | Aziz Bajur |
Baseado em | El Derecho de Nacer, de Félix Caignet |
Elenco | |
País de origem | Brasil |
Idioma original | português |
Episódios | 116 |
Produção | |
Diretor(es) | Roberto Talma |
Roteirista(s) | Alcione Carvalho Jayme Camargo |
Tema de abertura | "Amor Eterno", Dhu Moraes |
Empresa(s) produtora(s) | JPO Produções |
Exibição | |
Emissora original | SBT |
Formato de exibição | 480i (SDTV) |
Transmissão original | 21 de maio – 2 de outubro de 2001 |
O Direito de Nascer é uma telenovela brasileira produzida pela JPO Produções em 1997 e exibida pelo SBT apenas 4 anos depois, entre 21 de maio e 2 de outubro de 2001, em 116 capítulos. Originalmente estrearia em setembro de 1997, substituindo Os Ossos do Barão, porém a emissora vivia uma crise financeira e arquivou a novela completamente gravada sem editar.[1]
Baseada na radionovela cubana El Derecho de Nacer, escrita por Félix Caignet em 1940, foi adaptada por Aziz Bajur, com colaboração de Jayme Camargo e Alcione Carvalho, supervisão de texto de Crayton Sarzy, sob direção de Roberto Talma e José Paulo Vallone e direção geral de Roberto Talma.[2]
Contou com Guilhermina Guinle, João Vitti, Dhu Moraes, Jorge Pontual, Ana Cecília Costa, Luiz Guilherme, Elaine Cristina e Esther Góes nos papéis principais.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]A obra O Direito de Nascer (El derecho de nacer em espanhol) foi uma radionovela cubana escrita pelo escritor e compositor da mesma nacionalidade Félix B. Caignet que foi transmitida em Havana pela primeira vez em 1 de abril de 1948 através de CMQ Radio.[3][4] Com 314 episódios transmitidos em 20 minutos cada um,[5] foi um êxito de rádio em seu país de origem,[6] e posteriormente foi adaptado no rádio, cinema, televisão e história em quadrinhos ao redor do continente americano.[7]
A trama foi um sucesso do rádio brasileiro na década de 1950. Na Rádio Tupi, em São Paulo, o herói Albertinho Limonta era interpretado por Walter Forster e, na Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, por Paulo Gracindo, já artistas consagrados.[8][9] Na televisão brasileira a obra foi apresentada em três versões: a primeira versão, lançada pela Rede Tupi entre 1964 e 1965, foi um marco da teledramaturgia nacional. A segunda versão, também da Rede Tupi, entre 1978 e 1979, não conseguiu alcançar a mesma repercussão que a primeira.[2]
A Televisa produziu três versões, a primeira de 1966, a segunda entre 1981 e 1982 e a terceira de 2001. A novela mexicana da década de 1980 foi a terceira novela desta obra exibida no Brasil, apresentada pelo SBT entre 19 de setembro de 1983 a 3 de março de 1984.[2]
Produção
[editar | editar código-fonte]Roteiro
[editar | editar código-fonte]Em 1995, Sílvio Santos comprou, em Cuba, os direitos da obra O Direito de Nascer. Fechou a aquisição pelo valor de 50 mil dólares.[10] Anteriormente, o próprio SBT já tinha apresentado uma adaptação da obra, a mexicana El derecho de nacer, produzida pela Televisa e exibida pelo Canal de las Estrellas.
A versão para o SBT toma como base o texto da novela de rádio e foi sendo adaptada por Aziz Bajur, Jaime Camargo e Alcione Carvalho.[9] A trama se passa em Havana e em Santiago de Cuba no começo do século e é composta por três fases (1900, 1910 e 1928), com 120 capítulos, "Usamos a mesma temática e estamos criando vários personagens e descrevendo melhor a trajetória deles. Nas outras versões, o recurso do flashback foi muito usado, agora vamos mostrar a história de cada um", diz Bajur.[9] Para escrever esse remake de O Direito de Nascer, Bajur leu o original da novela de rádio e preparou uma sinopse. Agora, sua equipe já tem 37 capítulos escritos.[9] A JPO, que produz a novela para o SBT, promete versão requintada, com novas tramas para enriquecer a história.[8]
Gravações
[editar | editar código-fonte]As gravações começaram em agosto de 1997, ainda sem atores. A assessoria da JPO, a produtora do diretor Roberto Talma, afirmou que foi só um ensaio de câmera, na estação ferroviária de Anhumas, interior de São Paulo. As gravações da nova versão de O Direito de Nascer, começaram, para valer, este mês, em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro. A produtora que regrava a novela, escrita originalmente em 1946 pelo cubano Félix Caignet, cogita nomes como Esther Góes, Luiz Guilherme, Guilhermina Guinle, Antônio Petrin e Angelina Muniz.[8] As primeiras cenas foram gravadas em Campinas, no interior de São Paulo. Posteriormente, equipe e elenco iniciaram as gravações em estúdio, na capital São Paulo.[11]
Mesmo sem previsão de estreia, as gravações de O Direito de Nascer continuaram a todo o vapor. Produzida pela JPO do diretor Roberto Talma para o SBT, a novela já tem 33 capítulos prontos, Silvio Santos assistirá às primeiras cenas da trama para avaliação, "Não sabemos quais são os planos do SBT, mas se Sílvio Santos decidir pôr a novela no ar amanhã, estamos preparados", diz João Paulo Vallone, sócio de Roberto Talma, na próxima semana o empresário Sílvio Santos irá assistir aos cinco primeiros capítulos, "De repente, ele manda mudar tudo", diz Vallone.[11]
Segundo Vallone, a adaptação de Aziz Bajur do original de Félix Caignet será dividida em três fases, num total de 123 capítulos. Cada um custará em média R$ 40 mil.[11]
Exibição
[editar | editar código-fonte]Com as gravações em andamento, a ideia era que O Direito de Nascer fosse a substituta de Os Ossos do Barão, mas a última ordem do patrão Silvio Santos é a de que Maria Mercedes, trama mexicana estrelada por Thalia, entrasse no lugar de Os Ossos do Barão, a partir de 13 de outubro de 1997.[11]
Em 1998, O Direito de Nascer chegou a ser uma das opções para substituir Maria do Bairro, mas foi trocada por Pérola Negra – outra novela que havia sido engavetada pela emissora – Curiosamente, a escolha por Pérola Negra foi feita pelo auditório do Programa Silvio Santos. O empresário e apresentador exibiu trechos das duas produções e suas "colegas de trabalho" demonstraram maior interesse pelo texto argentino, em detrimento de O Direito de Nascer.[12]
Em 1999, a emissora pretendia exibir O Direito de Nascer como sucessora de Pérola Negra mas optou pela inédita mexicana A Usurpadora por causa da concorrência no horário com a novela Louca Paixão, da Rede Record, ""O Direito..." tem um tom muito pesado. O público acostumado com "Pérola Negra" acabaria migrando para a Record", afirmou Eduardo Lafon, diretor de programação do SBT.[13] Silvio Santos escolheu o ano de 2001 para transmitir a telenovela, onde o SBT passava por um bom momento na audiência.[14]
Reprises
[editar | editar código-fonte]O SBT nunca reprisou a novela, mas no entanto foi exibida pelo canal Fox Life Brasil entre 25 de maio a 13 de novembro de 2015, substituindo A Escrava Isaura, às 20h.[15] Na Fox Life, a trama e exibida com classificação indicativa de "inadequada para menores de 14 anos". Também foi exibida na portuguesa RTP, entre 2 de novembro de 2011 e 28 de junho de 2012, tendo uma reapresentação em 2013.
Em dezembro de 2017, foi confirmado um acordo entre a JPO Produções e a TV Aparecida para uma exibição da telenovela a partir de 14 de fevereiro de 2018, entrando nas faixas horárias em que foi exibida A Padroeira.[16] Assim como a antecessora, foi exibida inicialmente de segunda a sábado, sendo que posteriormente a exibição aos sábados passou a ser um resumo dos capítulos exibidos de segunda a sexta. A trama foi finalizada no canal em 8 de agosto de 2018, com 125 capítulos, sendo substituída pela venezuelana Coração Esmeralda, que estreou em setembro de 2018.[17]
Enredo
[editar | editar código-fonte]Na sociedade moralista de Havana, capital de Cuba, no início do século XX, a jovem Maria Helena engravida do noivo Alfredo, filho do inimigo do seu pai, o poderoso Dom Rafael, e diante da recusa do rapaz em assumir o filho, torna-se mãe solteira. A criança será alvo do ódio do avô, que fará de tudo para acabar com ele. Após o nascimento, temendo as represálias do velho, a criada negra Dolores foge com o bebê, que batiza como Alberto. Depois disso, desgostosa, Maria Helena se recolhe a um convento, e passa a atender por Irmã Helena da Caridade. Sempre fugindo, Dolores cria o menino e ele, já crescido, forma-se em medicina. O destino leva Alberto à família que desconhece, para desespero de Mamãe Dolores. Albertinho se apaixona, sem saber, por sua prima Isabel Cristina, e acaba salvando a vida do avô que o amaldiçoara no passado.
Elenco
[editar | editar código-fonte]Intérprete | Personagem |
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Guilhermina Guinle | Maria Helena de Juncal |
João Vitti | Jorge Luís Belmonte |
Dhu Moraes | Mamãe Dolores |
Jorge Pontual | Alberto de Juncal (Albertinho) |
Ana Cecília Costa | Isabel Cristina de Juncal Monteverde |
Luiz Guilherme | Rafael de Juncal |
Elaine Cristina | Conceição de Juncal |
Angelina Muniz | Condessa Victória de Monteverde |
Esther Góes | Laura Gonzales |
Cynthia Benini | Emília Gonzales |
Fernando Eiras | Alfredo Villareal Martins |
Vera Zimmermann | Cecília Moraes |
Fernando Alves Pinto | Oswaldo Martins |
Márcia Maria | Madre Superiora Tereza |
Antônio Petrin | Frei Estevão de Santarém |
Dênis Derkian | Ricardo de Monteverde |
Ana Kutner | Dorinha de Juncal |
Olivetti Herrera | Luiggi |
Sônia Lima | Basília |
Marcelo Mansfield | Frederico |
Gustavo Haddad | Horácio |
Valéria Alencar | Clementina |
Lavínia Pannunzio | Marcelina |
Miguel Magno | Comendador Fagundes |
Neco Vila Lobos | Anselmo |
Ariel Moshe | Dr. Pezzi |
Cida Moreira | Irina |
Octávio Mendes | Jonas |
Bruna Thedy | Verinha |
Jerusa Franco | Rosário |
Jacqueline Cordeiro | Carmela |
Lorena Nobel | Carmen |
Sofia Papo | Dulce |
Luciano Chirolli | Ramon |
Maurício Moraes | Dodô |
Paixão de Jesus | Célia |
Maria Teresa | Rufina |
Ludmila Rosa | Laurita Gonzales |
Participações especiais
[editar | editar código-fonte]Ator | Personagem |
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Maria Estela | Augusta |
Márcia Real | Madre Teresa |
Renato Borghi | Ramiro Martins |
Geórgia Gomide | Luiza |
Tânia Bondezan | Mirtes |
Norival Rizzo | Inspetor Pedro |
Fabiana Alvarez | Laura |
Paula Ribas | Irmã Fátima |
Nilton Bicudo | Astolfo |
Lui Strassburger | General |
Imara Reis | Mercedes de Campos |
Carlos Meceni | Mariano de Campos |
Alexandra Marques | Julinha de Campos |
Maurício Xavier | Pedro |
Osmar de Pieri | General |
Paulo Ivo | Bruno Capataz |
Ângelo de Souza Ozório | Gomes |
Gilberto Salvio | Padre Leonardo |
Sérgio Luiz de Campos | Comandante Gonzales |
Hugo Coelho | José |
Wanderley Martins | Rubem |
Valdir Rivaben | Godoy |
Bruna Marcotti | Laurita (jovem) |
Tabata Queirós | Dorinha (jovem) |
Kaíto Ribeiro | Albertinho (jovem) |
Recepção
[editar | editar código-fonte]Avaliação em retrospecto
[editar | editar código-fonte]Audiência
[editar | editar código-fonte]O Direito de Nascer sucedeu a reprise de Éramos Seis (até hoje, a novela mais bem-sucedida do SBT) e segurou a audiência do horário com médias de 15 pontos no Ibope (na Grande São Paulo) contra 30 da Globo.[18]
Legado
[editar | editar código-fonte]Guilhermina Guinle satirizou a personagem que protagonizou em O Direito de Nascer no seriado do SBT, Meu Cunhado, parodiando a cena do parto com o elenco do programa.
Versões
[editar | editar código-fonte]O Direito de Nascer foi baseada na obra El derecho de nacer, radionovela cubana escrita pelo escritor e compositor cubano Félix B. Caignet que foi transmitida pela primeira vez em 1948. As demais produções foram:
- Rádio
- El derecho de nacer, radionovela venezuelana adaptada da versão cubana transmitida entre 1949 e 1950.
- El derecho de nacer, radionovela mexicana adaptada da versão cubana transmitida em 1950.
- El derecho de nacer, radionovela venezuelana como uma minissérie adaptada da versão cubana transmitida em 2010.
- Televisão
- El derecho de nacer, telenovela cubana de 1952, adaptação da radionovela de 1948 e protagonizada por Salvador Levy, Violeta Jimenez e Carlos Badia.
- El derecho de nacer, telenovela de Porto Rico produzida em 1959 e protagonizada por Helena Montalban e Braulio Castillo.
- El derecho de nacer, telenovela equatoriana produzida em 1960, uma das primeiras telenovelas neste país.
- El derecho de nacer, telenovela peruana de 1962.
- O Direito de Nascer, telenovela brasileira produzida pela Rede Tupi em 1964 e protagonizada por Amilton Fernandes e Nathalia Timberg.
- O Direito de Nascer, telenovela brasileira produzida pela TV Paraná Canal 6 em 1966 e protagonizada por Airton Muller, Aracy Pedrozo e Odelair Rodrigues.
- O Direito de Nascer, telenovela brasileira produzida pela Rede Tupi em 1978 e protagonizada por Eva Wilma e Carlos Augusto Strazzer.
- El derecho de nacer, telenovela venezuelana produzida pela RCTV em 1965 e protagonizada por Raúl Amundaray e Conchita Obach.
- El derecho de nacer, telenovela mexicana produzida para Telesistema Mexicano (hoje Televisa) em 1966 e protagonizada por María Rivas e Enrique Rambal.
- El derecho de nacer, telenovela mexicana produzida para Televisa em 1981 e protagonizada por Verónica Castro e Salvador Pineda.
- El derecho de nacer, telenovela mexicana produzida para Televisa em 2001 e protagonizada por Kate del Castillo e Saúl Lisazo.
- Cinema
- El derecho de nacer, filme mexicano lançado em 1952, dirigida por Zacarías Gómez Urquiza e protagonizada por Jorge Mistral e Gloria Marín.
- El derecho de nacer, filme mexicano lançado em 1966, dirigida por Tito Davison e protagonizada por Aurora Bautista e Julio Alemán.
Referências
- ↑ «SBT desenterra novela "O direito de nascer"». Estadão. 13 de maio de 2001. Consultado em 1 de maio de 2015
- ↑ a b c Nelson Xavier. «O Direito de Nascer - Bastidores». Teledramaturgia. Consultado em 6 de maio de 2015
- ↑ Arturo Merayo Pérez (2007). La radio en Iberoamérica: evolución, diagnóstico, prospectiva. [S.l.]: Comunicación Social. p. 461. ISBN 978-84-960-8249-6
- ↑ Jorge Domingo Cuadriello (2014). Una mirada a la vida intelectual cubana: (1940-1950). [S.l.]: Editorial Renacimiento. p. 136. ISBN 978-84-8472-939-6
- ↑ Jorge Martillo Monserrate (1999). La bohemia en Guayaquil & otras historias crónicas. [S.l.]: Archivo Histórico del Guayas. p. 154
- ↑ Pablo Sirvén (2013). El rey de la TV. Goar Mestre y la pelea entre gobiernos y medios latinomericanos.: De Fidel Castro a Perón. [S.l.]: Random House Mondadori. ISBN 978-95-0074-574-1
- ↑ Carlos Monsiváis (1980). A ustedes les consta / You will Make Known. [S.l.]: Era Dinámica Editores, S.A. de C.V. p. 366. ISBN 978-96-8411-035-9
- ↑ a b c Liba Frydman (3 de agosto de 1997). «'O Direito de Nascer' está de volta». O Estado de S. Paulo. TV-Pesquisa. Consultado em 6 de maio de 2015
- ↑ a b c d «Direito de Nascer' recria texto do rádio». Folha de S.Paulo. 17 de agosto de 1997. Consultado em 6 de maio de 2015
- ↑ «Bom negócio». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. 12 de abril de 1995. Consultado em 6 de maio de 2015
- ↑ a b c d Carla França (31 de agosto de 1997). «Regravação espera aval de Sílvio Santos». O Estado de S. Paulo. TV-Pesquisa. Consultado em 6 de maio de 2015
- ↑ «Emissora deve estrear novos programas em 98». Folha de S.Paulo. UOL. 15 de dezembro de 1997. Consultado em 6 de maio de 2015
- ↑ Thiago Stivaletti (20 de junho de 1999). «Mexicana substitui "Pérola" no SBT». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 6 de maio de 2015
- ↑ «SBT quer tirar da gaveta "O Direito de Nascer", de 97». Folha de S.Paulo. UOL. 9 de janeiro de 2001. Consultado em 1 de outubro de 2017
- ↑ Thiago Forato (27 de abril de 2015). «"O Direito de Nascer" deve substituir "A Escrava Isaura" na Fox». NaTelinha. UOL. Consultado em 21 de maio de 2015
- ↑ Flávio Ricco (2 de dezembro de 2017). «TV Aparecida vai exibir novela "O Direito de Nascer" em 2018». UOL. Consultado em 2 de dezembro de 2017
- ↑ TV Aparecida adquire novela venezuelana com mote ambiental para substituir "O Direito de Nascer"
- ↑ «Observatorio da Imprensa - Materias - 30 de maio de 2001». www.observatoriodaimprensa.com.br. Consultado em 13 de outubro de 2015