Parque Nacional do Juruena

Parque Nacional do Juruena
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Nacional do Juruena
Salto Augusto, no interior do parque.
País  Brasil
Estado  Amazonas
 Mato Grosso
Dados
Área &0000000001958203.5600001 958 203,56 hectares (19 582,0 km2)[1]
Criação 5 de junho de 2006[2]
Gestão ICMBio[1]
Coordenadas 7° 23' S 58° 12' O
Parque Nacional do Juruena está localizado em: Brasil
Parque Nacional do Juruena

O Parque Nacional do Juruena (PARNA do Juruena) é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada nos estados de Mato Grosso e do Amazonas, com território distribuído pelos municípios de Apiacás, Apuí, Colniza, Cotriguaçu, Maués e Nova Bandeirantes.[1] O parque foi criado com o objetivo de "proteger a diversidade biológica da região do baixo Juruena - Teles Pires e alto Tapajós, suas paisagens naturais e valores abióticos associados."[3]

Localização

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O parque cobre 1 958 203,56 hectares (19 582,0 km2), principalmente no bioma Amazônia.[4][5] É o terceiro maior do Brasil.[6][7] Abrange partes dos municípios de Apuí e Maués no Amazonas, e Cotriguaçu, Nova Bandeirantes e Apiacás no Mato Grosso.[8] É adjacente ao Parque Estadual Sucunduri, no município de Apuí.[9] O Parque Estadual dos Igarapés do Juruena, a oeste, sobrepõe-se em quase 53% ao Parque Nacional do Juruena.[10]

Cerca de 49% do parque são planícies planas, 18% suavemente onduladas, 21% onduladas e 10% fortemente onduladas. 1% é montanhoso. As altitudes variam de 39 a 457 metros (130 a 1 500 pé) acima do nível do mar. O parque possui 39 sub-bacias hidrográficas. A maior é a do Rio São Tomé, que ocupa 23% da área e tem todas as suas nascentes no parque. A bacia do Rio Sucunduri, ao norte do parque, cobre 10% da área total. Os rios são classificados como águas claras. São verdes ou verde-oliva na estação seca e lamacentos na estação chuvosa. A navegabilidade é ruim para embarcações de qualquer porte devido a afloramentos rochosos, pequenas ou grandes corredeiras e cachoeiras.[8]

O Parque Nacional do Juruena foi criado por decreto em 5 de junho de 2006 e é administrado pelo Instituto Federal Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.[4][3] É um dos parques criados no âmbito do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), lançado em 2002.[11]

Em 2014, o governo federal estudava uma proposta para declarar o Parque Nacional do Juruena como área de utilidade pública em preparação para a construção de duas hidrelétricas no local, a São Simão Alto e Salto Augusto Baixo. As barragens planejadas tinham capacidade prevista de 4.940 MW.[12] O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) tinha dois assentos para membros da sociedade civil, os quais não foram preenchidos. O WWF-Brasil liderou uma campanha contra o projeto, que inundaria uma área de mais de 40 mil hectares.[13][14] Em setembro de 2014, o governo federal retirou a proposta.[15] As barragens teriam inundado partes do Parque Nacional do Juruena, do Parque Estadual dos Igarapés do Juruena e de terras indígenas no Mato Grosso, além de afetar parcialmente o Parque Estadual do Sucunduri, no Amazonas, e outras terras indígenas.[12]

Conservação

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O parque é classificado como área protegida da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) de categoria II (parque nacional).[8] O objetivo básico é preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, como as cachoeiras do Rio Juruena em Salto Augusto e San Simon, e apoiar a pesquisa científica, a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico.[8] O parque visa proteger a diversidade biológica e as paisagens naturais do baixo Juruena – Teles Pires e Alto Tapajós. Garante um ecossistema saudável na crucial região do Sul da Amazônia, entre os rios Tapajós e Madeira.[8] O parque protege muitas espécies ameaçadas de extinção, incluindo a onça-pintada, a ariranha e o gavião-real.[16][17]

O parque faz parte de um corredor ecológico, que inclui o Parque Indígena do Xingu no Mato Grosso e Pará, o Mosaico Terra do Meio no Pará, o Parque Nacional do Juruena no Amazonas e Mato Grosso, o Mosaico Apuí no Amazonas e depois o Parque Nacional dos Campos Amazônicos, no Amazonas e Roraima.[6] O corredor destina-se a conter a expansão agrícola na região central da Amazônia e o desmatamento.[8] A unidade de conservação é apoiada pelo Programa Áreas Protegidas da Região Amazônica.[18]

A precipitação média anual é 1.000 milímetros. As temperaturas variam de 17 a 34 ºC, com uma média de 27 ºC.[8]

A região é uma zona de transição entre o bioma Amazônia e as formações xeromórficas do bioma Cerrado. O parque possui 22 771 hectares (56 000 acre(s)s) de água e 1 934 229 hectares (4 800 000 acre(s)s) de diferentes tipos de vegetação. 53,4% são florestas tropicais densas ou abertas e 36,35% consistem em áreas de contato ou enclaves de floresta tropical com outras formações, como savanas arborizadas ou parques. O restante das terras contém floresta semidecídua ou vegetação perturbada. Embora haja controvérsia quanto à classificação, as áreas não florestais se assemelham às formações denominadas Campinarana.[8]

Foram identificadas 412 espécies de aves, das quais 40 são endêmicas do sul da Amazônia e pelo menos 26 estão restritas ao Madeira – Tapajós. As espécies endêmicas incluem papagaio-de-cabeça-laranja (Pyrilia aurantiocephala), mãe-de-taoca-de-cara-branca (Rhegmatorhina gymnops), cambaxirra-cinzenta (Odontorchilus cinereus), uirapuru-de-chapéu-branco (Lepidothrix nattereri), jacamim-das-costas-verdes (Psophia viridis) e tiriba-de-barriga-vermelha (Pyrrhura perlata). As aves migratórias incluem o martin-roxo (Progne subis), hirundo rustica (Hirundo rustica), tesourinha-do-campo (Tyrannus savana) e suiriri-tropical (Tyrannus melancholicus).[8]

O callicebus cinerascens é endêmico. Os peixes migratórios incluem Brachyplatystoma filamentosum, Hydrolycus armatus, Leiarius marmoratus, espécies de Pseudoplatystoma, Prochilodus nigricans, Pseudoplatystoma fasciatum e Tympanopleura atronasus.[8]

Referências

Ligações externas

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