Passeio Público (Salvador)
Passeio Público | |
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Salvador, Bahia, Brasil | |
Panorama da praça. | |
Tipo | praça |
Inauguração | 1810 (214 anos) |
Cruzamentos | Avenida Sete de Setembro, Largo dos Aflitos, Rua Gamboa de Cima |
Lugares que atravessa | Teatro Vila Velha, Palácio da Aclamação |
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O Passeio Público de Salvador, Bahia, localiza-se ao lado do Palácio da Aclamação.[1]
Apesar de ter passado por restaurações em 2015, em 2023 o local estava abandonado pela administração pública, de forma que funcionava como estacionamento.[2]
História
[editar | editar código-fonte]Foi inaugurado em 1810 pelo 8º Conde dos Arcos, Dom Marcos de Noronha e Brito, então governador da Bahia (1810 – 1918). Ornado de flores e árvores frutíferas, transforma-se num importante espaço de lazer e local onde aconteciam grandes festas populares.[3] O terreno foi adquirido para esse fim em 1803 pelo governador da Bahia na época, Francisco da Cunha e Menezes.[1]
Em 1815, foi inaugurado no Passeio Público o primeiro monumento lápide da Bahia: o Obelisco Dom João VI de forma piramidal, em mármore português, comemorativo da passagem do Príncipe Regente (Dom João VI) e da família real portuguesa por Salvador em 1808.[1]
Por ocasião da visita do Imperador Dom Pedro II (1859), foram plantadas no Passeio Público as palmeiras imperiais, seguidamente a construção do coreto, onde se apresentavam as bandas militares nas noites de sexta-feira e nas tardes de domingo.[1]
Em 1913, o governador J. J. Seabra transfere o obelisco para a Praça da Aclamação, ocupando o lugar de outro monumento: o busto do primeiro governador eleito da Bahia (1892 – 1896) – transferido, por sua vez, para o Largo da Vitória. A construção da residência oficial dos governadores reduziu o espaço físico do Passeio Público, ficando separado da Praça da Aclamação por um muro divisório, decorado com bustos femininos.[1]
Na administração do governador Francisco Marques de Góes Calmon (1925) o Passeio Público foi beneficiado com ampla reforma e instalação de um parque infantil. Nas três décadas seguintes, abrigou importantes espaços de arte e cultura: o programa Hora da Criança, do professor Adroaldo Ribeiro Costa; a Galeria Oxumaré, inaugurada em 1952, pelo professor Carlos Eduardo da Rocha; a Boate Manhattam e o Restaurante Perez, em 1955; a primeira companhia teatral profissional da Bahia, "Companhia Teatro dos Novos", sob a direção do professor João Augusto (1959), local cedido pelo governo do Estado para depois abrigar o Teatro Vila Velha (1964).[1]
Após a transferência da residência dos governadores para o “Palácio de Ondina”, o Passeio Público passou a ser alvo dos vândalos: sem segurança e serviços regulares de limpeza e manutenção. As atividades artístico-culturais foram sendo desativadas. Em 1990 o local recebe tratamento e nova reforma. Os bens foram catalogados e registrados, inclusive o “acervo verde” – identificação botânica de todas as espécies vegetais, com a colocação de placas para identificar as 55 árvores ali existentes (15 espécies diferentes entre nativas e exóticas), todas seculares e grande parte plantada antes mesmo da inauguração da área, em 1810.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g Palácio da Aclamação - Restauração, Informe Histórico, pp. 53 a 56, Governo do Estado da Bahia, 1991, CDD: 728.82
- ↑ «Cidade do Abandono: Passeio Público passa por revitalização, mas vira "apenas" estacionamento». Metro1. 9 de outubro de 2023. Consultado em 15 de abril de 2024. Cópia arquivada em 10 de outubro de 2023
- ↑ MATOS, Consuelo Almeida (2008). «A Bahia de Hildegardes Vianna: um estudo sobre a representação de mulheres negras». Scribd by Tainá Moraes. Consultado em 11 de março de 2024. (pede subscrição (ajuda))
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Adailton, Franco (21 de agosto de 2015). «Intervenções restauram Passeio Público». A Tarde. Consultado em 22 de agosto de 2015