Passeio Público (Salvador)

Passeio Público
Salvador, Bahia, Brasil
Passeio Público (Salvador)
Panorama da praça.
Tipo praça
Inauguração 1810 (214 anos)
Cruzamentos Avenida Sete de Setembro, Largo dos Aflitos, Rua Gamboa de Cima
Lugares que atravessa Teatro Vila Velha, Palácio da Aclamação
Fundo do portal do Passeio Público
https://www.flickr.com/photos/acervoafrobrasileiro/37572738874/
Passeio Público de Salvador (1862) Fonte: Acervo Digital Afro-Brasileiro (Flickr)

O Passeio Público de Salvador, Bahia, localiza-se ao lado do Palácio da Aclamação.[1]

Apesar de ter passado por restaurações em 2015, em 2023 o local estava abandonado pela administração pública, de forma que funcionava como estacionamento.[2]

Foi inaugurado em 1810 pelo 8º Conde dos Arcos, Dom Marcos de Noronha e Brito, então governador da Bahia (1810 – 1918). Ornado de flores e árvores frutíferas, transforma-se num importante espaço de lazer e local onde aconteciam grandes festas populares.[3] O terreno foi adquirido para esse fim em 1803 pelo governador da Bahia na época, Francisco da Cunha e Menezes.[1]

Em 1815, foi inaugurado no Passeio Público o primeiro monumento lápide da Bahia: o Obelisco Dom João VI de forma piramidal, em mármore português, comemorativo da passagem do Príncipe Regente (Dom João VI) e da família real portuguesa por Salvador em 1808.[1]

Por ocasião da visita do Imperador Dom Pedro II (1859), foram plantadas no Passeio Público as palmeiras imperiais, seguidamente a construção do coreto, onde se apresentavam as bandas militares nas noites de sexta-feira e nas tardes de domingo.[1]

Em 1913, o governador J. J. Seabra transfere o obelisco para a Praça da Aclamação, ocupando o lugar de outro monumento: o busto do primeiro governador eleito da Bahia (1892 – 1896) – transferido, por sua vez, para o Largo da Vitória. A construção da residência oficial dos governadores reduziu o espaço físico do Passeio Público, ficando separado da Praça da Aclamação por um muro divisório, decorado com bustos femininos.[1]

Na administração do governador Francisco Marques de Góes Calmon (1925) o Passeio Público foi beneficiado com ampla reforma e instalação de um parque infantil. Nas três décadas seguintes, abrigou importantes espaços de arte e cultura: o programa Hora da Criança, do professor Adroaldo Ribeiro Costa; a Galeria Oxumaré, inaugurada em 1952, pelo professor Carlos Eduardo da Rocha; a Boate Manhattam e o Restaurante Perez, em 1955; a primeira companhia teatral profissional da Bahia, "Companhia Teatro dos Novos", sob a direção do professor João Augusto (1959), local cedido pelo governo do Estado para depois abrigar o Teatro Vila Velha (1964).[1]

Após a transferência da residência dos governadores para o “Palácio de Ondina”, o Passeio Público passou a ser alvo dos vândalos: sem segurança e serviços regulares de limpeza e manutenção. As atividades artístico-culturais foram sendo desativadas. Em 1990 o local recebe tratamento e nova reforma. Os bens foram catalogados e registrados, inclusive o “acervo verde” – identificação botânica de todas as espécies vegetais, com a colocação de placas para identificar as 55 árvores ali existentes (15 espécies diferentes entre nativas e exóticas), todas seculares e grande parte plantada antes mesmo da inauguração da área, em 1810.[1]

Referências

  1. a b c d e f g Palácio da Aclamação - Restauração, Informe Histórico, pp. 53 a 56, Governo do Estado da Bahia, 1991, CDD: 728.82
  2. «Cidade do Abandono: Passeio Público passa por revitalização, mas vira "apenas" estacionamento». Metro1. 9 de outubro de 2023. Consultado em 15 de abril de 2024. Cópia arquivada em 10 de outubro de 2023 
  3. MATOS, Consuelo Almeida (2008). «A Bahia de Hildegardes Vianna: um estudo sobre a representação de mulheres negras». Scribd by Tainá Moraes. Consultado em 11 de março de 2024. (pede subscrição (ajuda)) 

Ligações externas

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