Piciformes
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Classificação científica | |||||||||||
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Subordens e famílias | |||||||||||
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Sinónimos | |||||||||||
Galbuliformes Fürbringer, 1888 |
Piciformes é uma ordem de aves que inclui animais de médias dimensões que habitam o meio arbóreo. O grupo tem cerca de sete famílias, 67 gêneros e 339 espécies, incluindo os tucanos e os pica-paus. Cerca de metade das espécies são constituídas pelos Picidae (pica-paus e descendentes).[1]
Em geral, os piciformes são insetívoros, embora os capitonídeos e tucanos comam principalmente frutas, e os indicatorídeos sejam únicos entre as aves, por serem capazes de digerir cera de abelha (embora insetos constituam a maior parte de sua dieta). A maior parte dos membros da ordem são zigodáctilos, isto é, possuem dois dedos para a frente e dois para trás, uma característica vantajosa para as aves que passam a maior parte do tempo em árvores, exceto algumas espécies de pica-pau, que não têm essa vantagem.
Sistemática
[editar | editar código-fonte]As famílias Galbulidae e Bucconidae, antes incluídas entre a ordem Piciformes, são frequentemente incluídas em uma ordem distinta, os Galbuliformes.[2][3] Historicamente, os Galbuliformes e os Piciformes foram agrupados em uma mesma ordem, pois ambos são zigodáctilos e apresentam semelhanças na estrutura do tendão. Em 2006, a análise do DNA genômico confirmou que Galbulidae e Bucconidae são grupos irmãos dentro da ordem Piciformes, formando uma subordem chamada Galbuli.[4] Entretanto, pensa-se que, como a zigodactilia evoluiu independentemente em diferentes táxons (com os Psittaciformes), esta característica não implica em uma relação evolutiva próxima e a subordem Galbuli é muitas vezes elevada à ordem Galbuliformes.[5]
Evolução
[editar | editar código-fonte]A reconstrução da história evolutiva dos Piciformes tem sido dificultada pela falta de compreensão da evolução do pé zigodátilo. Uma série de famílias e gêneros pré-históricos, como Neanis e Hassiavis do Eoceno Inferior, às vezes são atribuídos provisoriamente a esta ordem.[6] Existem alguns Piciformes ancestrais extintos conhecidos de fósseis, mas pelo menos em parte provavelmente pertencem aos Pici. Sabe-se que as famílias modernas existem desde meados do final do Oligoceno até o início do Mioceno; consequentemente, as formas mais antigas parecem ser mais basais. Uma grande parte da evolução piciforme parece ter ocorrido na Europa (onde apenas os Picidae ocorrem hoje); talvez até mesmo algumas famílias agora exclusivamente neotropicais têm sua origem no Velho Mundo.
Classificação
[editar | editar código-fonte]- Não atribuídos (todos fósseis)
- Piciformes gen. et sp. indet. IRScNB Av 65 (Oligoceno inicial de Boutersem, Bélgica)
- Piciformes gen. et sp. indet. SMF Av 429 (Oligoceno tardio de Herrlingen, Alemanha)
- Subordem Galbuli
- Família Galbulidae (arirambas) – 18 espécies
- Família Bucconidae (macurus, rapazinhos) – 38 espécies
- Subordem Pici
- Não atribuídos e táxons basais (todos fósseis)
- Genus Rupelramphastoides (Oligoceno inicial de Frauenweiler, Alemanha)
- Pici gen. et sp. indet. (Mioceno Médio de Grive-Saint-Alban, França)
- Família Miopiconidae (fóssil)
- Família Picavus (fóssil)
- Infraordem Ramphastides
- Família Megalaimidae (barbichas) – cerca de 25 espécies
- Família Lybiidae (barbadinhos) – cerca de 40 espécies
- Família Capitonidae (capitães) – cerca de 15 espécies
- Família Semnornithidae (capitães-tucanos) – cerca de 2 espécies
- Família Ramphastidae (tucanos e araçaris) – cerca de 40 espécies
- Infraordem Picides
- Família Indicatoridae (indicadores) – 17 espécies
- Família Picidae (pica-paus) – mais de 200 espécies[7]
- Não atribuídos e táxons basais (todos fósseis)
Referências
- ↑ «Piciformes» (em inglês). ITIS (www.itis.gov)
- ↑ «Galbuliformes Fürbringer, 1888»
- ↑ «Clements Checklist». birds.cornell.edu. Cornell Lab of Ornithology. Agosto 2020. Consultado em 6 de dezembro de 2020
- ↑ Ericson, Per G.P; et al. (2006). «Diversification of Neoaves: integration of molecular sequence data and fossils». Biology Letters. 2 (4): 543–547. PMC 1834003. PMID 17148284. doi:10.1098/rsbl.2006.0523
- ↑ John M. Sykes IV (2015). R. Eric Miller & Murray E. Fowler, ed. Fowler's Zoo and Wild Animal Medicine. 8. Missouri: Elsevier Health Sciences. ISBN 978-1-4557-7397-8
- ↑ Cracraft, Joel; Morony, John J. Jr. (1969). «A new Pliocene woodpecker, with comments on the fossil Picidae» (PDF). American Museum Novitates (em inglês). 2400: 1–8
- ↑ «Os Nomes Portugueses das Aves do Mundo» (PDF). europa.eu. 20 de junho de 2021. Consultado em 11 de julho de 2023