Pinkwashing
Pinkwashing (lavagem rosa ou lavagem de imagem rosa) é um empréstimo linguístico (do inglês pink, rosa, e whitewash, branquear ou encobrir) para referir-se, no contexto dos direitos LGBT, à variedade de estratégias políticas e de marketing dirigidas à promoção de instituições, países, pessoas, produtos ou empresas apelando a sua condição de simpatizante LGBT.[1][2]
A expressão é especialmente usada para referir à lavagem de imagem do Estado de Israel que, promovendo a sua população LGBTI, disfarça a violação sistémica dos direitos humanos da população palestiniana.[3][4] [5]Através de projetar a aparência de ser um território gay-friendly, a população LGBTI pode chegar a sentir-se identificada com as posições políticas do Estado (homonacionalismo), participar da islamofobia institucionalizada ao considerar que a população muçulmana é necessariamente homófoba ou ignorar a discriminação sofrida em seu próprio país.[6]
O conceito de ''pink washing'' também é contestado e recebe críticas. O ativista LGBT, Christopher McCannell, por exemplo, afirma que acusações de pink washing tentam distrair a atenção das pessoas do mau tratamento que a população LGBT vem recebendo na Cisjordânia e em Gaza.[7] Para o cineasta LGBT, Yair Qedar, acusações de pink washing são mais úteis para a homofobia do que para o diálogo e a para paz.[8] Para Michael Luongo, ganhador do prêmio de jornalismo LGBT, as vozes mais ativas pelos direitos dos gays palestinos vêm dos israelenses. Ele menciona a existência da organização AGUDA de Tel Aviv que acolhe LGBT's perseguidos, incluindo palestinos expulsos de suas comunidades e famílias.[9]
O termo foi originalmente criado pela Breast Cancer Action para identificar às empresas que asseguravam apoiar às mulheres com cancro de mama, enquanto em realidade pretendiam obter maiores benefícios e melhorar sua imagem de marca ao incorporar a sua publicidade uma causa benéfica.[10][11]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ (em castelhano) Pinkwashing em Venezuela. Público.es. 15 de abril de 2013.
- ↑ (em castelhano) O pinkwashing da homófoba Cifuentes. Público.es. 26 de agosto de 2015.
- ↑ (em inglês) Foreign Ministry promoting Gay Israel. The Jerusalem Post. 26 outubro 2006.
- ↑ (em inglês) Israel's gay propaganda war. The Guardian. 1 julho 2010.
- ↑ Bento, Berenice (29 de janeiro de 2017). «'Redwashing': discursos de 'esquerda' para limpar os crimes do Estado de Israel». Desacato. Consultado em 24 de junho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022
- ↑ (em inglês) Israel and ‘Pinkwashing’. The New York Times. 22 de novembro de 2011.
- ↑ «Opinion | West Bank, Gaza no haven for LGBT Palestinians». Washington Blade: Gay News, Politics, LGBT Rights (em inglês). 9 de julho de 2015. Consultado em 29 de agosto de 2019
- ↑ Kaufman, David (13 de maio de 2011). «Is Israel Using Gay Rights to Excuse Its Policy on Palestine?». Time (em inglês). ISSN 0040-781X
- ↑ «Gay Palestinians caught in the middle of the conflict». Public Radio International (em inglês). Consultado em 29 de agosto de 2019
- ↑ (em inglês) Think before you Pink. Breast Cancer Action
- ↑ (em inglês) Pastel Injustice: The Corporate Use of Pinkwashing for Profit. Environmental Justice. 2011.