Programa Nacional de Atividades Espaciais

O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), é o principal instrumento de planejamento e programação por períodos decenais da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE), instituída pelo Decreto n.º 1.332, de 8 de dezembro de 1994.[1][2]

É a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais que estabelece objetivos e diretrizes para os programas e projetos nacionais relativos à área espacial.[1]

A responsabilidade pela coordenação e atualizações do Programa Nacional de Atividades Espaciais é da AEB.[1][3]

No primeiro Seminário de Atividades Espaciais (SAE), realizado no Rio de janeiro, são lançadas as bases do PNAE para o primeiro período.[4]

Os principais projetos previstos para esse período foram os seguintes:[4]

  • Desenvolvimento, construção e colocação em órbita de um conjunto completo de satélites nacionais
  • Através de um veículo lançador, também brasileiro, o VLSS (Veículo Lançador de Satélites a Propelente Sólido)

Os dois primeiros anos, 1978-79, seriam dedicados a formação de recursos humanos e busca de orçamento.[4]

1994-1996 - Revisão

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Uma grande restruturação ocorreu nesse período:

  • Estabelecimento da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (Pndae) em 8 de dezembro de 1994
  • Em 10 de julho de 1996, ficou definido que a AEB seria o órgão coordenador geral do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (Sindae).

2004 - Revisão

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Uma grande avaliação e revisão do PNAE ocorreu em 2004 sendo publicada em 2005. [5]

Esta foi a terceira edição do PNAE, os dois principais objetivos eram:

  • Consolidação do CLA e comercialização de lançamentos a partir dele
  • Finalizar o desenvolvimento do VLS para satélites de 600 kg em órbitas de 800 km [5]

2009-2010 - Revisão

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Uma grande avaliação e revisão do PNAE ocorreu entre 2009 e 2010

O PNAE tem a sua quarta edição para o período de 2012 a 2021.[6]

Os principais projetos previstos para 2013, são os seguintes: [6]

  • Lançamento do satélite CBERS-3;
  • Lançamento do VLS-1 VSISNAV;
  • Lançamento do SARA Suborbital I.

2014 em diante

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Outros projetos citados, são os seguintes: [6]

Em 2021, foi publicada a quinta versão do programa, relativa ao período do ano de 2022 ao ano de 2031. [7]

Essa edição foi mais completa e teve sua estrutura mais detalhada que as versões anteriores, dividida em três dimensões: estratégica, tática e setorial.

Dimensão Estratégica

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Nessa seção, detalha-se a visão de futuro do programa: Ser o país sul-americano líder no mercado espacial; os fatores críticos para o fortalecimento do Setor Espacial Brasileiro; e os Objetivos Estratégicos de Espaço - OEEs, listados abaixo:

  1. Estabelecer, desenvolver e manter um Programa Espacial Brasileiro de Estado, com garantia de recursos de curto, médio e longo prazos
  2. Promover o atendimento efetivo às necessidades da sociedade e do Estado em geral
  3. Desenvolver a indústria nacional de maneira a consolidá-la competitivamente nos mercados de bens e de serviços espaciais e a gerar benefícios socioeconômicos ao País
  4. Estimular negócios e empreendedorismo no setor privado nacional para o desenvolvimento e para a utilização de bens e de serviços espaciais
  5. Fomentar o desenvolvimento de competências científica, tecnológica e de inovação para o setor espacial
  6. Garantir a não dependência no desenvolvimento e no controle dos sistemas espaciais nacionais
  7. Consolidar de forma ativa, em todos os setores da sociedade, o entendimento sobre os benefícios diretos e indiretos, existentes e potenciais, do setor espacial para o Brasil

Dimensão Tática

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Essa dimensão traz direcionamentos e diretrizes para organizar a atuação do setor, além de apresentar quais são as prioridades que devem ser consideradas ao longo do desenvolvimento do programa, os setores-chave que representam oportunidades de projetos e missões, os Eixos de Atuação dentro de cada OEE, a base para a criação dos Programas Setoriais, e as iniciativas que devem nortear as Cooperações internacionais.

Dimensão Setorial

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O terceiro segmento é o mais extenso, primeiro trazendo cinco cenários que podem ocorrer de acordo com o nível de investimentos feitos no setor. Em seguida, descreve as Iniciativas Estruturantes que procuram contribuir para que o Setor Espacial Brasileiro robusteça a sua atuação, são elas:

  • Procedimento para Seleção e Adoção de Missões Espaciais (ProSAME[8] - criado pela Portaria Nº 857, de 25 de maio de 2022[9])
  • Observatório do Setor Espacial Brasileiro, disponível em https://observatorio.aeb.gov.br/
  • Centro Espacial de Alcântara
  • Programa de Desenvolvimento Integrado para o Centro Espacial de Alcântara[10]
  • Constelação Catarina[11]
  • Programa Incuba Espaço
  • Câmara de Demandas Federais
  • Mapeamento das Tecnologias Espaciais Brasileiras[12]
  • Rota Tecnológica
  • Programa UNIESPAÇO[13]
  • Rede de Estudos Estratégicos
  • Programa Artemis
  • Programa AEB Escola[14]
  • Programa de Apoio às Atividades de Normalização e à Qualidade na Área Espacial
  • Programa de nanossatélites acadêmicos
  • Cooperação BRICS
  • Programa Microgravidade[15]

Depois disso, expõe a Carteira de Execução, que compreende projetos em andamento no contexto orçamentário da AEB, citando as missões espaciais em operação, as missões de nanossatélites e os objetos de acesso ao espaço. Para complementar, aprensenta-se como ficaria a linha do tempo das missões desenvolvidas em cada um dos cenários citados anteriormente.

A conclusão dessa dimensão vêm com a lista de missões presente na carteira de admissão do PNAE, na época da elaboração do texto. Pode-se acessar o conteúdo atualizado da Carteira de Admissão no sítio eletrônico do ProSAME: https://observatorio.aeb.gov.br/prosame .

Referências

  1. a b c «AEB - Programa Espacial». AEB. Consultado em 24 de fevereiro de 2013 
  2. DECRETO Nº 1.332, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1994 - Aprova a atualização da Política de Desenvolvimento das Atividades Espaciais - PNDAE.
  3. LEI Nº 8.854, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1994 - Cria, com natureza civil, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e dá outras providências.
  4. a b c «O sistema de gestão da Missão Espacial Completa Brasileira-MECB: uma avaliação de sua contribuição ao desenvolvimento do programa». Fundação Getúlio Vargas. 1997. Consultado em 24 de abril de 2013  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "FDGV1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  5. a b Programa Nacional de Atividades Espaciais 2005-2014
  6. a b c PNAE 2012-2021
  7. «Programa Nacional de Atividades Espaciais – PNAE 2022-2031». AEB. 2021. Consultado em 11 de junho de 2024 
  8. «Procedimento para Seleção e Adoção de Missões Espaciais – ProSAME.». Observatório do Setor Espacial Brasileiro. 2022. Consultado em 11 de junho de 2024 
  9. «PORTARIA Nº 857, DE 25 DE MAIO DE 2022: Estabelece o Procedimento para Seleção e Adoção de Missões Espaciais no âmbito da Agência Espacial Brasileira». DOU. 2022. Consultado em 11 de junho de 2024 
  10. «Contextualização do Programa de Desenvolvimento Integrado para o Centro Espacial de Alcântara – PDI-CEA.». Observatório do Setor Espacial Brasileiro. 2022. Consultado em 11 de junho de 2024 
  11. «Contextualização sobre o Programa Setorial Constelação Catarina.». Observatório do Setor Espacial Brasileiro. 2022. Consultado em 11 de junho de 2024 
  12. «Mapeamento Tecnológico». Observatório do Setor Espacial Brasileiro. 2022. Consultado em 11 de junho de 2024 
  13. «UNIESPAÇO». gov.br. 2022. Consultado em 11 de junho de 2024 
  14. «Plataforma AEB Escola Virtual». gov.br. 2022. Consultado em 11 de junho de 2024 
  15. «Programa Microgravidade». gov.br. 2023. Consultado em 11 de junho de 2024 

Ligações externas

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