Santa Clara (nau de 1533)

Santa Clara
   Bandeira da marinha que serviu Carreira das Índias
Construção Reino de Portugal
Lançamento Ribeira das Naus, Lisboa
Patrono Santa Clara
Período de serviço (1533-1574)
Estado Naufragado na praia de Arembepe
Destino Amarra encalhada e dano do casco em arrecifes
Características gerais
Deslocamento 1,000 toneladas(?)
Comprimento ???
Boca ???
Armamento 30 a 40 bocas de fogo
Tripulação 169-320

A Nau Santa Clara foi uma Nau portuguesa da Carreira das Índias que naufragou na Praia de Arembepe perto de Salvador, na costa do Brasil em 1574. Fez parte de várias Armadas da Índia desde 1533.

Pouco se sabe acerca da nau, apenas que era semelhante às naus da Carreira das Índias, e que transportou Luís Vaz de Camões da Ilha de Moçambique a Portugal em 1570.[carece de fontes?] A Santa Clara, que regressava da Índia integrada numa frota de quatro navios, terá sido a única dessas naus com destino a Lisboa que sobreviveu à passagem do cabo da Boa Esperança. Afundou por volta da meia-noite o que provocou a morte a mais de 300 pessoas a bordo do navio, incluindo o capitão Luís de Alter de Andrade, e levando consigo inúmeras riquezas.[1]

Deve-se salientar que esta foi a segunda Nau portuguesa com o nome Santa Clara, tendo a mais antiga naufragado de Malaca para a Índia em 1509 comandada pelo Capitão José Teixeira.

Pouco se sabe acerca da Nau Santa Clara. Das escassas informações disponíveis sabe-se que era uma nau da Carreira das Índias,do tipo carraca, logo por isso da elite da Marinha Portuguesa na altura.[2]

Tinha uma estrutura semelhante às Naus Portuguesas quinhentistas.[3] Entre 1569 e 7 de abril de 1570,transportou Diogo do Couto e Luís Vaz de Camões para Lisboa depois da escala em Moçambique.[carece de fontes?]

Após esta viagem foi posteriormente carregada de mantimentos e homens e iniciou uma nova viagem à Índia na Armada da Índia composta por quatro naus(Santo Espírito , líder da esquadra, São Gregório, Bethlem e Santa Clara) do Capitão-Mor D.Francisco de Sousa a 9 de abril. Em 1573, após duas das naus(Santo Espírito e São Gregório) terem ficado em Moçambique. Deparou-se com mau tempo no Cabo da Boa Esperança, onde acabariam por naufragar duas caravelas da esquadra ,o que a obriga a mudar de rumo para a costa brasileira, onde haveria de seguir para Lisboa. Faz escala em Salvador, atracando na Baía de Todos os Santos para a aguada, carena e desembarque onde saem os feridos e doentes.[carece de fontes?] Iria prosseguir viagem para Portugal na noite seguinte.

Por volta da meia-noite de data incerta, a cerca de 5 a 6 léguas de Salvador, na zona da praia de Arembepe, depois de um problema com a amarra da âncora a nau começa a inclinar-se para um dos lados. Os oficiais do navio decidem por isso dar à vela do traquete de modo a atracar em terra acabando depois por embater em arrecifes. Acabaram por pedir socorro com um tiro de falcão mas sem sucesso.Acabaram por morrer no naufrágio mais de 300 homens juntamente com o capitão da embarcação Luís de Alter de Andrade.[4]

Posteriormente ao naufrágio, nos dias seguintes, índios e colonos acabaram por retirar as riquezas do navio, tendo a história de Garcia d´Ávila ocorrido, levando até à sua excomunhão pelo Bispo da diocese.[5][6]

A Nau Santa Clara participou em várias Armadas da Índia, pelo menos desde 1531[7], havendo os registos das seguintes:

Diogo do Couto diz que "destas náos a S. Gregorio se passou ao Reyno, todas as mais invernáram em Moçambique, e foi-se o Viso-Rey D. Antonio nesta armada na náo Capitânia"; e o códice da BN acrescenta o seguinte : "á volta invernarão em Moçambique, e Luis de Alter se perdeo no Brasil arribando para este Reino as mais vierão: nestas naos voltou para o Reino D. António de Noronha que havia sido Vice-Rei em dous annos, e ficou governando António Moniz Barreto.

Referências

  1. SOARES, Grabriel S. (1587). Tratado Descritivo do Brasil. Portugal: [s.n.] pp. pg.71 
  2. «As Naus da Carreira da Índia». Consultado em 29 de junho de 2019 
  3. «Descrição das Naus». Consultado em 29 de junho de 2019 
  4. «Nau Santa Clara». Consultado em 29 de junho de 2019 
  5. SALVADOR, Frei Vicente (1627). Historia do Brasil. Portugal: [s.n.] pp. p.65–66 
  6. SOARES, Gabriel S. (1587). Tratado Descritivo do Brasil. Portugal: [s.n.] pp. p.71 
  7. «Conhecimento de Gonçalo Pires, mestre da nau Santa Clara, em como recebeu de Gavriel Fernandes, recebedor do trato da ilha de São Tomé, 591 caixas de açúcar e o mais conteúdo no dito conhecimento - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 4 de setembro de 2021 
  8. a b c d e Library, British; Maldonado, Maria Hermínia (1985). Relação das náos e armadas da India, com os successos dellas que se puderam saber, para noticia e instrucção dos curiozos, e amantes da historia da India: British Library, códice add. 20902. [S.l.]: UC Biblioteca Geral 1 
  9. a b [%5b%5bWikipédia:Livro de estilo/Cite as fontes|carece de fontes%5d%5d?]%5b%5bCategoria:!Artigos que carecem de notas de rodapé desde dezembro de 2020%5d%5d%5b%5bCategoria:!Artigos que carecem de notas de rodapé sem indicação de tema%5d%5dwiki/Armadas_da_%C3%8Dndia «Armadas da Índia» Verifique valor |url= (ajuda). Consultado em 29 de junho de 2019 

Ligações externas

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http://antiguidadesnauticas.blogspot.com/2010/07/modelo-da-nau-santa-clara.html

http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/d03.html

http://nautarch.tamu.edu/shiplab/01monteiro/CarreiraIndias02.htm

http://eve.fcsh.unl.pt/content.php?printconceito=785