O saque de Tessalônica (português brasileiro) ou saque de Salonica (português europeu) de 1185 pelos normandos do Reino da Sicília foi um dos piores desastres a se abater sobre o Império Bizantino no século XII.
O incompetente governador da cidade, David Comneno, não se preparou adequadamente para o cerco e chegou a proibir ataques dos defensores que tentavam desestabilizar as armas de cerco normandas. Os exércitos bizantinos não conseguiram coordenar seus esforços para livrar a cidade e apenas duas forças, sob Teodoro Cumno e João Maurozomes, chegaram para ajudar a cidade. Na ocasião, os normandos conseguiram cavar sob a muralha leste da cidade, que desmoronou abrindo uma brecha pela qual os invasores penetraram na cidade. A conquista degenerou rapidamente num massacre em grande escala da população civil da cidade, com mais de 7 000 cadáveres encontrados posteriormente. O cerco foi relatado de maneira bastante detalhada pelo arcebispo da cidade, Eustácio de Tessalônica, que estava na cidade durante e depois do evento. Os normandos ocuparam Tessalônica até meados de novembro e, depois de terem sido derrotados na Batalha de Demetritzes, eles a evacuaram.
Ocorrendo logo depois do "Massacre dos Latinos" em Constantinopla três anos antes, o massacre dos tessalonicenses pelos normandos aprofundou o cisma entre os bizantinos ortodoxos e os latinos católicos. Como demonstração da fraqueza militar do Império Bizantino, ele também levou à deposição do impopular e tirânico Andrônico I Comneno e à ascensão de Isaac II Ângelo.
- Brand, Charles M. (1968). «The Norman Threat: 1185». Byzantium Confronts the West, 1180–1204 (em inglês). Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. pp. 160–175
- Magoulias, Harry J., ed. (1984). O City of Byzantium. Annals of Niketas Choniates (em inglês). Detroit: Wayne State University Press. pp. 164–171, 175–176. ISBN 0-8143-1764-2 }}
- Stephenson, Paul (2000). «The Norman Invasion, 1185–1186». Byzantium's Balkan Frontier: A Political Study of the Northern Balkans, 900–1204 (em inglês). Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press. pp. 284–288. ISBN 0-521-77017-3