Sorano de Éfeso

Sorano (século I/II d.C.) foi um médico grego de Éfeso. Ele praticava medicina em Alexandria e subsequentemente em Roma, e foi um dos chefes representantes da Escola metódica de medicina. Vários de seus escritos ainda sobrevivem, mais notavelmente seu tratado de quatro volumes sobre ginecologia, e uma tradução latina de sua obra Sobre Doenças Crônicas e Agudas.

Pouco é conhecido acerca da vida de Sorano. De acordo com a Suda (que tem duas entradas sobre ele)[1] ele foi um nativo de Éfeso, era filho de Menandro e Fobos e praticou medicina em Alexandria e Roma nos reinados de Trajano e Adriano (98-138). Viveu pelo menos tão contemporaneamente quanto Arquígenes, que usava um de seus remédios;[2] ele foi tutor de Átalo; e foi morto quando Galeno escreveu seu trabalho De Methodo Medendi, c. 178.[3]

Ele pertencia à Escola metódica, uma escola de medicina,[4] e foi um dos mais eminentes médicos daquela escola. Muito pouco é conhecido sobre sua vida, exceto que ele passou algum tempo na Aquitânia para a finalidade de tratar algumas doenças de pele que eram muito comuns ali naquele tempo.[5]

Seu tratado Ginecologia sobreviveu (primeiramente impresso em 1838, mais tarde por V. Rose, em 1882, com uma tradução do latim no século 6 d.C. por Múscio). Também sobreviventes são as partes dos tratados Sobre os Sinais de Fraturas e Sobre Ataduras. De seu mais importante trabalho (Sobre Doenças Crônicas e Agudas) permanecem apenas alguns fragmentos em grego, mas possuímos uma tradução latina completa por Célio Aureliano (século 5 d.C.). A Vida de Hipócrates provavelmente formava uma das coleções de biografias médicas de Sorano referenciada na Suda, e é válida apenas como única autoridade para a vida do grande médico, com a exceção dos artigos na Suda e no Estefano de Bizâncio (s.v. Κώς). A Introduction to the Science of Medicine[6] é considerada espúria.

Além destes trabalhos, Sorano foi o autor de vários outros, dos quais apenas os títulos e alguns fragmentos foram preservados. Galeno menciona dois trabalhos na Farmácia, dos quais ele cita algumas passagens.[7] Célio Aureliano cita de vários outros trabalhos,[8] e o próprio Sorano se refere a muitos trabalhos adicionais que não sobreviveram.[9] Tertuliano cita um trabalho De Anima, em quatro livros,[10] no qual Sorano dividiu a alma em sete partes,[11] e negou sua imortalidade.[12] Ele é citado por Paulo de Égina,[13] como sendo um dos mais primitivos escritores gregos médicos que tinham descrito o verme da guiné; e parece ter desfrutado de grande reputação entre os antigos, como Agostinho de Hipona que o chama de "Medicinae auctor nobilissimus,"[14] e Tertuliano de, "Methodicae Medicinae instructissimus auctor."[12]

  1. Suda, Soranos, σ851, σ852
  2. ap. Aët. ii. 2. 55
  3. Galen, De Meth. Med., i. 7. vol. x.
  4. Pseudo-Galen, Introd. c. 4, vol. xiv.
  5. Marcellus Empiricus, De Medicam. c. 19
  6. V. Rose, Anecdota graeca, ii. 1870
  7. Galen, De Compos. Medicam. sec. Loc., i. 2, vi. 7, 8, vii. 2. vol. xii., xiii. 42
  8. Caelius Aurelianus, De Morb. Acut., ii. 29, 33; De Morb. Chron., i. 3, iv. 1
  9. Soranus, De Arte Obst., passim.
  10. Tertullian, De Anima, cc. 8, 15, 25, 44
  11. Tertullian, De Anima, c. 14
  12. a b Tertullian, De Anima, c. 6
  13. Paulus Aegineta, iv. 59
  14. Augustine, Cont. Julian, v. 51

Leitura aprofundada

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  • Texto grego
    • Johannes Ilberg, Sorani Gynaeciorum libri IV, De signis fracturarum, De fasciis, Vita Hippocratis secundum Soranum, Corpus medicorum Graecorum 4, Berlin, 1927. (on-line)
    • Paul Burguière, Danielle Gourevitch, and Yves Malinas, Maladies des femmes (com tradução francesa), Collection Budé, 1988-.
  • Tradução inglesa
    • Owsei Temkin et al., Soranus' Gynaecology, Johns Hopkins Press, 1956.