Terra Nova (Pernambuco)

 Nota: Para outras cidades com este nome, veja Terra Nova (desambiguação).

Terra Nova
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Terra Nova
Bandeira
Hino
Gentílico terra-novenses
Localização
Localização de Terra Nova em Pernambuco
Localização de Terra Nova em Pernambuco
Localização de Terra Nova em Pernambuco
Terra Nova está localizado em: Brasil
Terra Nova
Localização de Terra Nova no Brasil
Mapa
Mapa de Terra Nova
Coordenadas 8° 13′ 48″ S, 39° 22′ 33″ O
País Brasil
Unidade federativa Pernambuco
Municípios limítrofes Cabrobó, Parnamirim, Serrita e Salgueiro
Distância até a capital 554 km
História
Fundação 1962 (62 anos)
Administração
Prefeito(a) Aline Cleanne Filgueira Freire de Carvalho (AVANTE, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 360,863 km²
População total (estatísticas IBGE/2015[2]) 10 185 hab.
 • Posição PE: 169°
Densidade 28,2 hab./km²
Clima Semiárido (BSh)
Altitude 363 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,599 baixo
 • Posição PE: 81°
PIB (IBGE/2013[4]) R$ 53 136 mil
 • Posição PE: 168°
PIB per capita (IBGE/2013[4]) R$ 5 358,65
Sítio terranova.pe.gov.br (Prefeitura)

Terra Nova é um município brasileiro do estado de Pernambuco. Administrativamente, o município é formado pelo distrito sede e pelo povoado de Guarani.

A região onde está situada Terra Nova foi ocupado por sesmarias doadas pela poderosa Casa da Torre (cuja família, Garcia D'Ávila acumulou o maior latifúndio brasileiro incluindo boa parte dos atuais estados da Bahia, do Sertão de Pernambuco, do Piauí e Cariri Cearense) ao fazendeiro Antonio Pereira da Costa. As lutas entre os sesmeiros e os grupos indígenas cariris misturados com grupos de origem tupi e africanos refugiados no litoral é recordado no nome de sítios como Contendas e Trincheira na fronteira do município com o vizinho Salgueiro, onde ainda hoje habitam descendentes de Antonio Pereira. Estes, de origem mestiça entre lavradores portugueses, indígenas e africanos, se misturaram com famílias de origem européia, provavelmente filhos de religiosos ou aventureiros como as famílias Callou e Arnoud, de origem francesa, com os descendentes de Manoel de Sá fundador de Salgueiro-PE, Antonio da Cruz Neves, autor do Massacre do Ouro Preto, que eliminou os índios da região e Francisco Magalhães Barreto e Sá, fundador de Barbalha-CE. Descendia destes grupos o Coronel Geremias Sá, sua mulher Joaquina Parente de Sá Barreto, "Branca", e seu filho Glicério de Sá Parente que lideraram a cidade na sua emancipação política e o também coronel Pereira Dum das Taíras, atual distrito de Guarani.

Os fazendeiros baianos e cearenses que ocuparam o município se dedicaram a pecuária extensiva, na chamada civilização do couro, vendido para o Cariri cearense e a região dos São Francisco. Contavam com escravos negros e agregados mestiços e índios conformados com o domínio desta aristocracia. Mais tarde, brancos pobres e ciganos chegaram ao território conquistando pequenas propriedades e se dedicando ao comércio. Dessa forma a população se dividiu em três classes, Famílias tradicionais de fazendeiros aparentados, brancos pobres e "cabras". Com o tempo, os negros conquistaram pequenos territórios, onde se dedicavam à agricultura de subsistência, formando verdadeiros quilombos, como Contendas, no município vizinho de Salgueiro - que foram trazidos para o local pelo "major" João Parente de Sá Barreto, primo de dona Branca - que conseguiu o 'status' de Comunidade Quilombola.

A influência política dos alferes e capitães-mores do período colonial foi substituído pelo coronelismo da República do Café com Leite. Os Pereiras e Sá Barretos se associaram aos Filgueiras Sampaios de Barbalha e Serrita, descendentes do Cristão-Novo português José Quezado Filgueiras Lima, pai do capitão-mor do Crato-CE, José Pereira Filgueiras e de Romão Pereira Filgueiras, cujos descendestes se uniram mais tarde a poderosa família Sampaio. Essa família dominou várias cidades da região como Barbalha-CE e Serrita-PE, e casaram-se com as famílias de Salgueiro e Terra Nova para estender sua influência a essa região. Glicério Parente aliou-se à Veremundo Soares de Salgueiro, desfrutando do prestígio deste coronel. Com o declínio das duas famílias, se aliaram aos Cabral e Freire de Parnamirim-PE e aos Coelhos de Petrolina-PE.

Em outra versão, mais conciliadora, uma das famílias pioneiras na colonização de Terra Nova-PE foi a de Gregório Pereira Pinto (Pereirinha) - filho do capitão Antonio Pereira Pinto e de Joana Batista do Espírito Santo - que com sua mulher Ana Angélica de Jesus - filha de Francisco Magalhães Barreto e Sá, fundador de Barbalha-CE - ainda no século XIX, adquiriu terras no que hoje é um município sertanejo. Seus filhos Zuza e Callou, suas filhas e outras famílias tradicionais que a eles se associaram, iniciaram o processo de desenvolvimento econômico, político e social do lugar. Tiveram o apoio dos remanescentes de índios sobreviventes dos conflitos com os sertanistas e donatários no século XVIII - os nomes das fazendas Contendas e Trincheira, na fronteira com a vizinha Salgueiro, devem ser lembrança destes conflitos – e africanos fugidos de quilombos arrasados que aqui receberam terras e prosperaram, preservando suas culturas sob a proteção destes fazendeiros. Muitos outros brancos vieram depois, adquiriram terras ou se dedicaram ao comércio. Descendem deste Pereirinha os Parentes, os Sá Barretos e os Callous. Entre seus descendentes destacaram-se Glicério de Sá Parente e sua esposa Adélia de Sá Barreto, que lideraram o processo de emancipação política do município. Também foi seu descendente o coronel Pereira Dum do Guarani. Sua família associou-se aos Sá Araújo de Salgueiro e aos Filgueiras e Grangeiros do Cariri entre outras famílias da região.

Enquanto distrito, Terra Nova foi criada com sede na povoação de Pau Ferro, por Lei municipal de nº 03, de 13 de março de 1893. Na época, integrava o território do município de Leopoldina, hoje Parnamirim. A 11 de novembro de 1904, a sede do distrito foi transferida para a povoação de Mocambo, passando, a 19 de janeiro de 1911, para a localidade de Terra Nova.

Com a extinção do município de Leopoldina, o distrito de Terra Nova passou a integrar o município de Serrinha (hoje Serrita). Depois, o município foi restaurado e Terra Nova voltou a integrar o seu território. O município de Terra Nova foi criado a 31 de dezembro de 1958.

Em 1 de março de 1952, foi elevada à categoria de município, pela Lei Estadual de nº 3.340, de 31 de dezembro de 1958.


Localização

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Noroeste: Serrita Norte: Serrita Nordeste: Salgueiro
Oeste: Parnamirim Leste: Salgueiro
Sudoeste: Parnamirim e Cabrobó Sul: Cabrobó Sudeste: Cabrobó

O município está inserido na bacia do Rio Terra Nova.[5]

Gráfico climático para Terra Nova
JFMAMJJASOND
 
 
67
 
33
21
 
 
68
 
32
21
 
 
128
 
32
20
 
 
103
 
31
20
 
 
38
 
29
20
 
 
62
 
28
19
 
 
28
 
28
18
 
 
14
 
30
18
 
 
28
 
31
20
 
 
11
 
33
21
 
 
34
 
34
22
 
 
58
 
34
22
Temperaturas em °CPrecipitações em mm

O clima do município é o clima semiárido, do tipo Bsh. Os verões são quentes e úmidos, é neste período em que praticamente quase toda chuva do ano cai. Os invernos são mornos e secos, com a diminuição de chuvas; as mínimas podem chegar a 15 °C. As primaveras são muito quentes e secas, com temperaturas muito altas, que em que algumas ocasiões podem chegar a mais de 40 °C.

  • Loteamento Adelina Barreto
  • Alto Bela Vista
  • Centro
  • Cohab
  • Vila Real [6]

O município localiza-se na unidade ambiental da depressão sertaneja, com relevo suave a ondulado.[5]

A vegetação do município é composta por caatinga hiperxerófila.[5]

Em relação aos solos, nos Patamares Compridos e Baixas Vertentes do relevo suave ondulado ocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural média problemas de sais; Topos e Altas Vertentes, os solos Brunos não Cálcicos, rasos e fertilidade natural alta; Topos e Altas Vertentes do relevo ondulado ocorrem os Podzólicos, drenados e fertilidade natural média e as Elevações Residuais com os solos Litólicos, rasos, pedregosos e fertilidade natural média.[5]

O município de Terra Nova é constituída pelos litotipos dos complexos Gnáissico-migmatítico Sobradinho-Remanso e Riacho Seco, dos gnaisses Arapuá, Bangê e Bogó, do Complexo Saúde, dos Granitóidessin e póstectônicos.[5]

Segundo o censo 2013 do IBGE, Terra Nova possui uma população de 9.916 habitantes, distribuídos numa área de 320,501 km², tendo assim, uma densidade demográfica de 28,95 hab/km².[7]

O poder executivo do município é exercido por Aline Cleanne Filgueira Freire de Carvalho, do PR.[7]

Segundo dados sobre o produto interno bruto dos municípios, divulgado pelo IBGE referente ao ano de 2011, a soma das riquezas produzidos no município é de 50.085 milhões de reais (168° maior do estado). Sendo o setor de serviços o mais mais representativo na economia terra-novense, somando 34.453 milhões. Já os setores industrial e da agricultura representam 5.176 milhões e 8.544 milhões, respectivamente. O PIB per capita do município é de 5.323,14 mil reais (108° maior do estado).[8]

A cidade conta com uma unidade de escola estadual com ensino semi-integral. São elas:

  • Escola de Referência em Ensino Médio Gumercindo Cabral [9]

A cidade conta com 5 estabelecimentos de saúde, sendo todos públicos.[10]

O município é cortado pela PE-483. A população conta com o aeroporto de Petrolina, estando a 225 km de distância.

Comunicação

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O município recebe o sinal de TV do município de Petrolina, Caruaru e Recife.

O carnaval da cidade é marcado por intensas atividades culturais como apresentações de xaxado, coco e pastoril. Os espetáculos são realizados pelos diversos grupos folclóricos existentes no município.[11]

Barragem Terra Nova e o Serrote do Algodão

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Além de suas festas muito populares, Terra Nova possui esses dois grandes atrativos naturais.[11]

Referências

Ligações externas

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