Monsanto e Idanha-a-Velha
| ||||
---|---|---|---|---|
Freguesia | ||||
Vista geral da aldeia histórica de Monsanto | ||||
Localização | ||||
Localização de Monsanto e Idanha-a-Velha em Portugal | ||||
Coordenadas | 40° 01′ 06″ N, 7° 07′ 45″ O | |||
Região | Centro | |||
Sub-região | Beira Baixa | |||
Província | Beira Baixa | |||
Distrito | Castelo Branco | |||
Município | Idanha-a-Nova | |||
Código | 050520 | |||
História | ||||
Fundação | 28 de janeiro de 2013 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 152,73 km² | |||
População total (2021) | 766 hab. | |||
Densidade | 5 hab./km² |
Monsanto e Idanha-a-Velha (oficialmente: União das Freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha) é uma freguesia portuguesa do município de Idanha-a-Nova, com 152,73 km² de área[1] e 766 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 5 hab./km².
História
[editar | editar código-fonte]Monsanto
[editar | editar código-fonte]Monsanto avista-se na encosta de uma grande derrapagem escarpada, designada de o Pelourinho de Monsanto (Mons Sanctus). Situa-se a nordeste de Guarda e irrompe repentinamente do campo. No ponto mais alto, o seu pico atinge os 100 metros. A presença humana neste local data desde a era de Dom Afonso Henriques. A arqueologia diz-nos que o local foi habitado pelos bárbaros, no sopé do monte. Também existem vestígios da passagem visigótica e árabe. Os mouros seriam derrotados por Dom Afonso Henriques.[3] Em 1165, o lugar de Monsanto foi doado ao rei de Portugal que, sob orientações de Gualdim Pais, mandou construir o Castelo de Monsanto. O foral foi concedido pela primeira vez em 1174 pelo Rei de Portugal e retificado, sucessivamente, por D. Sancho I (em 1190) e D. Afonso II (em 1217). “O castelo de robusta construção, foi mandado construir por D. Gualdim Paes de Marecos, Grão Mestre dos Templários em 1239” [4]
Foi D. Sancho I quem repovoou e reedificou a fortaleza que, entretanto, fora destruída nas lutas contra o Reino de Leão. Seriam novamente reparadas, um século mais tarde, pelos Cavaleiros Templários.
Em 1308, o rei D. Dinis deu Carta de Feira. Em 1510, seria o rei Dom Manuel I a entregar de novo foral e concedendo à aldeia a categoria de vila.
Em meados do século XVII, Luis de Haro y Guzmán (ministro de Filipe IV de Espanha), tenta cercar Monsanto, mas sem sucesso. No século XVIII, o Duque de Berwick também cerca Monsanto, mas o exército português, comandado pelo Marquês das Minas, derrota o invasor nas difíceis escarpas que se erguem até ao castelo. Monsanto foi sede de concelho no período 1758-1853. Em 1815 um grave acidente, provocado por um raio, destruiu o seu castelo medieval, pela explosão do paiol de munições.[5]
Em 1927 a localidade foi de novo elevada à categoria de vila.[6]
Em 1938, ganhou o título de "Aldeia mais portuguesa de Portugal", exibindo o Galo de Prata, troféu da autoria de Abel Pereira da Silva, cuja réplica permanece até hoje no cimo da Torre do Relógio ou de Lucano.[3] Um pouco por toda a parte, foram depois colocadas réplicas do Galo de Prata, quer em igrejas, torres ou outros monumentos de todo o país.
Idanha-a-Velha
[editar | editar código-fonte]A povoação de Idanha-a-Velha foi fundada no período de Augusto (século I a.C.)[7] e a fundação deste núcleo populacional teve para Roma uma importância extrema entre Guarda (Lancia Oppidana) e Mérida (Augusta Emerita).[8] A ocupação romana desta zona está bem comprovada pela observação detalhada das muralhas edificadas entre os séculos III a IV, quando do início das Invasões Bárbaras. É possível identificar os inúmeros vestígios materiais de habitações e templos romanos existentes na povoação, com o reaproveitamento de pedra nas construções posteriores. De facto, esta muralha só cercava parte do que terá sido a magnífica cidade do Alto Império. Segundo algumas teorias, terá sido aqui que, em 305, terá nascido o Papa Dâmaso I.[9]
Os elementos romanos mais importantes foram destruídos no século V pelos Suevos, restando vestígios em condições muito diversas: a Ponte de Alcântara, que ligava Mérida (Augusta Emerita) a Astorga (Asturica), o Forum, o Podium de Vénus (sobre o qual foi construída a Torre dos Templários), e as Termas, a sul do Forum. No concílio de Lugo, em 569, participou também Idanha, ainda não apelidada de "a Velha". A prosperidade veio com a conquista visigótica, durante a qual foram construídos a Catedral, o Palácio dos Bispos, o Paço episcopal e a Ponte de São Dâmaso. Em 713, os mouros tomaram a cidade e destruíram-na. Reconquistada pelo Rei Afonso III de Leão, foi perdida novamente, só tendo sido definitivamente tomada por D. Sancho I.
Em 1319, D. Dinis doou-a à Ordem de Cristo e o foral só foi renovado no tempo de D. Manuel I em 1514.[7] Os seus marcos mais importantes são o Pelourinho, a Igreja Matriz, as Capelas de São Dâmaso, de São Sebastião e do Espírito Santo.
União de freguesias
[editar | editar código-fonte]A atual união de freguesias foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha e tem a sede em Monsanto.[10]
Demografia
[editar | editar código-fonte]A população registada nos censos foi:[2]
|
Distribuição da População por Grupos Etários[11] | |||||
---|---|---|---|---|---|
Antes da agregação | |||||
Ano | 0-14 anos | 15-24 anos | 25-64 anos | >= 65 anos | Total |
2001 | 68 | 50 | 419 | 702 | 1239 |
2011 | 32 | 45 | 277 | 538 | 892 |
Após a agregação | |||||
Ano | 0-14 anos | 15-24 anos | 25-64 anos | >= 65 anos | Total |
2021 | 50 | 27 | 275 | 414 | 766 |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b c Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ a b «A chamada «Catedral» e a velha ponte a este, sobre o Ponsul». IGESPAR. Consultado em 2 de abril de 2014
- ↑ Pinho Leal, Augusto Soares d’Azevedo Barbosa de (1875). Portugal Antigo e Moderno - Diccionario. [S.l.]: Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia. p. 413
- ↑ «Castelo e Muralhas de Monsanto». SIPA. Consultado em 2 de abril de 2014
- ↑ [1]
- ↑ a b «Idanha-a-Velha». Câmara Municipal de Idanha-a-Nova. Consultado em 2 de abril de 2014
- ↑ «Pelourinho de Idanha-a-Velha». IGESPAR. Consultado em 2 de abril de 2014
- ↑ https://www.dn.pt/lusa/idanha-a-nova-lanca-projeto-papa-sao-damaso-para-reforcar-turismo-religioso-10015226.html
- ↑ «Lei n.º 11-A/2013 (Reorganização administrativa do território das freguesias)» (PDF). Diário da República 1.ª Série, n.º 19, de 28 de janeiro. Consultado em 2 de fevereiro de 2013
- ↑ a b c INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022