Vitamina C

A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico e ascorbato, é uma vitamina encontrada em vários alimentos e vendida como suplemento dietético.[1] É usada para prevenir e tratar o escorbuto.[1] A vitamina C é um nutriente essencial para o reparo de tecidos e a produção enzimática de certos neurotransmissores.[1][2] É necessária para o funcionamento de várias enzimas e é importante para o funcionamento do sistema imunológico.[2][3] Também funciona como um antioxidante.[4]

Algumas evidências sugerem que o uso regular de suplementos pode reduzir a duração do resfriado comum, mas não evitar a infecção.[4][5][6] É incerto se o uso de suplementos afeta o risco de câncer, doenças cardiovasculares ou demência.[7][8] Pode ser tomada por via oral ou por injeção.[1]

A vitamina C geralmente é bem tolerada.[1] Grandes doses podem causar desconforto gastrointestinal, cefaleia, dificuldades para dormir e rubor da pele.[1][5] Doses normais são seguras durante a gravidez.[9] O Instituto de Medicina dos Estados Unidos não recomenda doses elevadas.[2]

A vitamina C foi descoberta em 1912, isolada em 1928 e, foi a primeira vitamina a ser produzida quimicamente em 1933.[10] Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde.[11] A vitamina C está disponível como um medicamento genérico acessível e de venda livre.[1][12][13] Em parte por sua descoberta, Albert Szent-Györgyi e Walter Norman Haworth receberam os Prêmios Nobel de Fisiologia e Medicina e Química de 1937, respectivamente.[14][15] Os alimentos que contêm vitamina C incluem frutas cítricas, kiwi, goiaba, brócolis, couve de Bruxelas, pimentão e morango.[4] O armazenamento ou cozimento prolongado pode reduzir o teor de vitamina C dos alimentos.[4]

A vitamina C é um nutriente essencial para certos animais, incluindo humanos. O termo vitamina C engloba diversos vitâmeros que têm atividade de vitamina C em animais. Sais de ascorbato, como o ascorbato de sódio e o ascorbato de cálcio, são usados em alguns suplementos dietéticos. Esses liberam ascorbato após a digestão. O ascorbato e o ácido ascórbico estão naturalmente presentes no corpo, pois as formas se convertem de acordo com o pH.

A vitamina C atua como cofator em muitas reações enzimáticas em animais (incluindo humanos) que mediam uma variedade de funções biológicas essenciais, incluindo cicatrização de feridas e síntese de colágeno. Em humanos, a deficiência de vitamina C leva à síntese deficiente de colágeno, contribuindo para os sintomas mais graves do escorbuto.[2] Outro papel bioquímico da vitamina C é atuar como antioxidante (um agente redutor) doando elétrons para várias reações enzimáticas e não enzimáticas.[2] Ao fazer isso, a vitamina C é convertida para um estado oxidado - seja como ácido semideidroascórbico ou ácido desidroascórbico. Esses compostos podem ser restaurados a um estado reduzido por mecanismos enzimáticos dependentes de glutationa e NADPH.[2][16][17]

Nas plantas, a vitamina C é um substrato para a ascorbato peroxidase. Esta enzima utiliza o ascorbato para neutralizar o excesso de peróxido de hidrogênio (H2O2) convertendo-o em água (H2O) e oxigênio.[2][16][17]

Referências

  1. a b c d e f g «Ascorbic Acid». The American Society of Health-System Pharmacists. Consultado em 8 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2016 
  2. a b c d e f g «Vitamin C». Dietary Reference Intakes for Vitamin C, Vitamin E, Selenium, and Carotenoids. Washington, DC: The National Academies Press. 2000. pp. 95–185. ISBN 978-0-309-06935-9. Consultado em 1 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2017 
  3. «Vitamin C». Micronutrient Information Center, Linus Pauling Institute, Oregon State University, Corvallis, OR. 1 de julho de 2018. Consultado em 19 de junho de 2019. Cópia arquivada em 12 de julho de 2019 
  4. a b c d «Fact Sheet for Health Professionals – Vitamin C». Office of Dietary Supplements, US National Institutes of Health. 11 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 30 de julho de 2017 
  5. a b WHO Model Formulary 2008. [S.l.]: World Health Organization. 2009. ISBN 9789241547659 
  6. Hemilä H, Chalker E (janeiro de 2013). «Vitamin C for preventing and treating the common cold». The Cochrane Database of Systematic Reviews (1): CD000980. PMC 1160577Acessível livremente. PMID 23440782. doi:10.1002/14651858.CD000980.pub4 
  7. Ye Y, Li J, Yuan Z (2013). «Effect of antioxidant vitamin supplementation on cardiovascular outcomes: a meta-analysis of randomized controlled trials». PLOS ONE. 8 (2): e56803. Bibcode:2013PLoSO...856803Y. PMC 3577664Acessível livremente. PMID 23437244. doi:10.1371/journal.pone.0056803 
  8. Duerbeck NB, Dowling DD, Duerbeck JM (março de 2016). «Vitamin C: Promises Not Kept». Obstetrical & Gynecological Survey. 71 (3): 187–93. PMID 26987583. doi:10.1097/OGX.0000000000000289 
  9. «Ascorbic acid Use During Pregnancy». Drugs.com. Consultado em 30 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 31 de dezembro de 2016 
  10. Squires, Victor R. (2011). The Role of Food, Agriculture, Forestry and Fisheries in Human Nutrition - Volume IV. [S.l.]: EOLSS Publications. ISBN 9781848261952. Consultado em 8 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2020 
  11. World Health Organization model list of essential medicines: 21st list 2019. Geneva: World Health Organization. 2019. WHO/MVP/EMP/IAU/2019.06. License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO 
  12. British national formulary : BNF 76 76 ed. [S.l.]: Pharmaceutical Press. 2018. ISBN 9780857113382 
  13. «International Drug Price Indicator Guide. Vitamin C: Supplier Prices». Management Sciences for Health, Arlington, VA. 2016. Consultado em 22 de março de 2017. Cópia arquivada em 23 de março de 2017 
  14. «The Nobel Prize in Physiology or Medicine 1937». Nobel Media AB. Consultado em 20 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2014 
  15. Zetterström R (maio de 2009). «Nobel Prize 1937 to Albert von Szent-Györgyi: identification of vitamin C as the anti-scorbutic factor». Acta Paediatrica. 98 (5): 915–9. PMID 19239412. doi:10.1111/j.1651-2227.2009.01239.x 
  16. a b Marriott MP, Birt DF, Stallings VA, Yates AA, eds. (2020). «Vitamin C». Present Knowledge in Nutrition, Eleventh Edition. London, United Kingdom: Academic Press (Elsevier). pp. 155–70. ISBN 978-0-323-66162-1 
  17. a b Gropper SS, Smith JL, Grodd JL (2005). Advanced nutrition and human metabolism. Belmont, CA: Thomson Wadsworth. pp. 260–275. ISBN 978-0-534-55986-1