Xenoturbella
Xenoturbella | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Espécies | |||||||||||||||||
Xenotuberlla é um gênero de animais bilaterados que contêm duas espécies de animais marinhos vermiformes. A primeira espécie, X. bocki, foi descoberta em 1915 por Sixten Bock, mas a descrição oficial foi feita somente em 1949 por Einar Westblad.[1] Já em 2016 o pesquisador Greg Rouse, do centro de oceanografia Scripps, nos EUA, descobriu quatro novas espécies no fundo do Pacífico que possibilitou o estudo mais detalhado desse animal.
Com minissubmarinos remotos, foi possível filmar as criaturas pela primeira vez. A investigação identificou uma nova e grande espécie, com mais de 20 cm de comprimento, batizada como Xenoturbella monstrosa. O animal foi registrado a quase 3 km de profundidade, no golfo da Califórnia (México). E também a Xenoturbella churro: nomeada pela semelhança com o tradicional doce frito.
Com as novas inclusões à família, os pesquisadores puderam realizar testes genéticos mais completos, e reforçar a hipótese de que esses animais formam um grupo ate então desconhecido de organismos bilaterais. Sua posição taxonômica têm sido considerada enigmática desde o descobrimento da espécie, que foi inicialmente posicionada entre os platelmintos, próximo a planária. O gênero foi relacionado com os moluscos,[2] mas posteriormente descobriu-se que o material estava contaminado com o DNA de moluscos.[3] Em 2003, um estudo molecular (DNA) revelou que o gênero representa um grupo de deuterostômios primitivos, posicionando-o num filo próprio, o Xenoturbellida.[4] Este resultado foi corroborado num estudo de 2006.[5] A posição taxonômica entre os deuterostômios foi recenteme modificada num estudo que ligou o grupo ao Acoelomorpha.[6]
O animal habita o Mar Báltico (costa da Letônia, Estônia e Finlândia) e não tem mais de 4 cm de comprimento, um plano de corpo muito simples, possui cílios para locomoção e um sistema nervoso difuso, porém não possui cérebro, nem sistema digestivo, nem mesmo gónadas (mas tem gametas, e os ovos e embriões se desenvolvem em folículos) ou qualquer outro órgão definido, com exceção de "estatocistos", contendo células ciliadas. Alimenta-se de moluscos.
O gênero Xenoturbella contêm cinco espécies:[7]
- Xenoturbella bocki Westblad, 1949 (=Xenoturbella westbladi Israelsson, 1999)
- Xenoturbella churro Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016
- Xenoturbella hollandorum Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016
- Xenoturbella monstrosa Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016
- Xenoturbella profunda Rouse, Wilson, Carvajal & Vrijenhoek, 2016
Referências
- ↑ WESTBLAD, E. (1949). «Xenoturbella bocki n.g, n.sp, a peculiar, primitive turbellarian type». Ark. Zool. 1: 3–29
- ↑ NOREN, M.; JONDELIUS, U. (1997). «Xenoturbella's molluscan relatives...». Nature. 390 (6655): 31–32. doi:10.1038/36242
- ↑ ISRAELSSON, O.; BUDD, G.E. (2006). «Eggs and embryos in Xenoturbella (phylum uncertain) are not ingested prey». Development Genes and Evolution. 215 (7): 358–363. doi:10.1007/s00427-005-0485-x
- ↑ BOURLAT, S.J.; NIELSEN, C.; LOCKYER, A.E.; LITTLEWOOD, T.J.; TELFORD, M.J. (2003). «Xenoturbella is a deuterostome that eats molluscs». Nature. 424: 925-928. doi:10.1038/nature01851
- ↑ BOURLAT, S.J.; JULIUSDOTTIR, T.; LOWE, C.J.; FREEMAN, R.; ARONOWICZ, J.; KIRSCHNER, M.; LANDER, E.S.; THORNDYKE, M.; NAKANO, H.; KOHN, A.B.; HEYLAND, A.; MOROZ, L.L.; COPLEY, R.R.; TELFORD, M.J. (2006). «Deuterostome phylogeny reveals monophyletic chordates and the new phylum Xenoturbellida». Nature. 444 (7115): 85–88. doi:10.1038/nature05241
- ↑ PHILIPPE, H.; BRINKMANN, H.; COPLEY, R.R.; MOROZ, L. L.; NAKANO, H.; POUSTKA, A.J.; WALLBERG, A.; PETERSON, K.J.; et al. (2011). «Acoelomorph flatworms are deuterostomes related to Xenoturbella». Nature. 470 (7333): 255-258. doi:10.1038/nature09676
- ↑ Rouse, Greg W.; Wilson, Nerida G.; Carvajal, Jose I.; Vrijenhoek, Robert C. (3 de fevereiro de 2016). «New deep-sea species of Xenoturbella and the position of Xenacoelomorpha». Nature (530): 94–97. doi:10.1038/nature16545. Consultado em 3 de fevereiro de 2016