Zolpidem

Estrutura química de Zolpidem
Zolpidem
Aviso médico
Nome IUPAC (sistemática)
N,N,6-trimethyl-2-(4-methylphenyl)-
imidazo(1,2-
a)pyridine-3-acetamide
Identificadores
CAS 82626-48-0
ATC N05CF02
PubChem 5732
DrugBank APRD00095
Informação química
Fórmula molecular C19H21N3O 
Massa molar 307.395 g/mol
Farmacocinética
Biodisponibilidade 92% no plasma
Metabolismo hepático
Meia-vida 2 a 2.6 horas
Excreção renal 16%, fecal 60%
Considerações terapêuticas
Administração oral, sublingual
DL50 ?

Zolpidem (nomes comerciais: Ambien[1], Stilnox, entre outros) é um fármaco hipnótico (indutor do sono), do grupo das imidazopiridinas, não-benzodiazepínico, de rápida ação e de curta meia-vida. Possui eficácia semelhante aos benzodiazepínicos no tratamento dos distúrbios do sono, possui um rápido inicio de atividade associado a uma modesta depressão psicomotora no dia seguinte ao seu uso apresenta poucos efeitos amnésicos. Não há evidências de efeito rebote desse medicamento, quando interrompido após o uso recomendado, entretanto pode ocorrer insônia se for administrado em doses mais altas e apesar da redução do sono de ondas lentas não existe qualquer relato de distúrbio na secreção dos hormônios do eixo hipofisário ou nas suprarrenais. Sua utilização por semanas resulta em tolerância sobre os padrões do sono.[2]

É utilizado para o tratamento a curto prazo da insônia (de 2 e 6 semanas).

Em 2011 foi aprovado pelo FDA a marca Intermezzo que consiste numa dose baixa de zolpidem para quem acorda no meio da noite e não consegue voltar a dormir.[3]

Efeitos colaterais

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O Zolpidem deve ser usado com cautela e por um período curto de tempo, pois tem um potencial de causar dependência física e psíquica com seu uso constante, efeitos indesejáveis tais como fadiga, irritabilidade e cefaléia podem ser observados no dia seguinte ao uso do medicamento e usualmente são discretos e intimamente ligados à dose e susceptibilidade de cada paciente, seu efeito hipinótico dura por até 15 meses e estudos comprovaram que quando utilizado em doses de 5 a 10 mg por um período de 28 dias contínuos não alteram significativamente os estados de alerta e concentração dos pacientes.[4]

Os seus efeitos colaterais mais comuns são:

Interações medicamentosas

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Associações a serem evitadas:

  • álcool.
  • Deve ser evitada a sua ingestão com alimentos, pois isso diminui a sua biodisponibilidade.[7]
  • Depressão do Sistema Nervoso Central no caso de sua utilização conjuntamente com antipsicóticos, hipnóticos, ansiolíticos/sedativos, agentes antidepressivos, analgésicos narcóticos, anestésicos e anti-histamínicos, podendo aumentar também o estado de sonolência e o comprometimento psicomotor, sendo portando aconselhável não dirigir durante o período de tratamento.
  • Quando utilizado com analgésicos narcóticos, pode ocorrer aumento da sensação de euforia levando a ocorrência de dependência psicológica.[8]

Associações que devem ser monitoradas cuidadosamente: outros depressores do sistema nervoso central (p. ex., benzodiazepínicos). A Fluvoxamina (Antidepressivo) causa um aumento dos efeitos do Zolpidem, por ser um inibidor do citocromo P450, devendo ser utilizado com cautela. Assim como o antibiótico Ciprofloxacina por ser um inibidor da enzima CYP1A2.[9]

Mecanismo de ação

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Acredita-se que seus efeitos se devam a sua alta afinidade pelos receptores GABA A, que modulam a transmissão sináptica em todo SNC, mais precisamente sua subunidade α1, com menores afinidades pelas subunidades α2 e α3, e com pouca ou nenhuma afinidade pelo α5. Possuí grandes propriedades hipnóticas, e em menores proporções, ansiolíticas, relaxantes musculares e anticonvulsivantes.[10]

Os receptores benzodiazepínicos intensificam a resposta de ligação ao GABA facilitando a abertura dos canais de Cloreto por eles ativados ligando-se a um sitio alostérico regulatório específico, não alterando a sua condutância ou o seu tempo médio de abertura.[11] Quando comparado aos benzodiazepínicos tradicionais, o zolpidem apresenta poucas diferenças nos resultados obtidos, como latência do sono, duração total do sono, número de despertares e na qualidade do sono, com a vantagem de não apresentar os mesmos efeitos adversos que esses.[12]

Zolpidem é prontamente absorvido no trato gastrointestinal, sendo que seu metabolismo de primeira passagem apresenta uma biodisponibilidade, quando ministrado via oral, de cerca de 70% porém quando ingerido com alimentos essa biodisponibilidade é menor pois sua absorção se torna mais lenta e ocorre um aumento do fluxo sanguíneo hepático. É eliminado pelo fígado através do processo de oxidação dos grupos metilas existentes em seus anéis fenila e imidazopiridina e hidroxilação pela enzima CYP3A4 hepática. Sua meia vida é de aproximadamente 2h em indivíduos com funções hepáticas normais.

Sua via de depuração são os rins e embora poucas moléculas do fármaco sejam encontradas na urina, em indivíduos com insuficiência renal crônica a sua eliminação é mais lenta.[2][7]


Referências

  1. «What Is Ambien?». isbellengraving.com (em inglês). Consultado em 14 de março de 2019 
  2. a b Predefinição:Katzung B. G. - Farmacologia básica e clínica - 13ª Edição - Porto Alegre: AMGH - 2017
  3. «EUA aprovam remédio para quem acorda no meio da noite e não consegue voltar a dormir». 24 de novembro de 2011. Consultado em 25 de novembro de 2011 
  4. Azevedo P.A., Aloé F. e Hasan R.. «Hipnóticos» (PDF). Consultado em 17 de maio de 2021  Texto "2004" ignorado (ajuda)
  5. «Zolpidem - Generis 10 mg - Bula». www.bulariobrasil.com. Consultado em 26 de agosto de 2016 
  6. Estadão (3 de abril de 2006). «Pesquisadores estudam efeitos de remédio para insônia». Consultado em 12 de outubro de 2018 
  7. a b Predefinição:Goodman & Gilman - As bases da farmacologia terapêutica - 12ª Edição - Porto Alegre: AMGH - 2012
  8. Sandoz do Brasil Industria Farmacêutica Ltda (17 de maio de 2021). «Hemitartarato de zolpiden» (PDF). Consultado em 17 de maio de 2021 
  9. Aventis Pharma Limited (21 de maio de 2018). «Stilnoct 10mg Film-Coated Tablets». Consultado em 12 de outubro de 2018 
  10. Dalva, Lucia (Setembro de 2010). «Novos sedativos hipnóticos» (PDF). Departamento de Psicobiologia. Consultado em 8 de março de 2019 
  11. Predefinição:Rang & Dale - Farmacologia - 7ª Edição - Eselvier - 2012
  12. Yenal Dündar, Susanna Dodd, Judith Strobl, Angela Boland, Rumona Dickson, Tom Walley (27 de maio de 2004). «Comparative efficacy of newer hypnotic drugs for the short‐term management of insomnia: a systematic review and meta‐analysis». Consultado em 17 de maio de 2021  Texto " https://doi.org/10.1002/hup.594" ignorado (ajuda)

Ligações externas

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