Zonas Azuis
Zonas Azuis são locais no mundo onde se alega que as pessoas são mais longevas que a média.[1] Tais regiões foram identificadas por cientistas e demógrafos, que constataram nos locais características e práticas específicas que resultam em casos de alta incidência de longevidade. É provável que o nome tenha sido empregado pela primeira vez em um artigo científico por uma equipe de demógrafos que pesquisavam os centenários de Sardenha em 2004.[2]
Zonas
[editar | editar código-fonte]O explorador Dan Buettner identificou cinco Zonas Azuis em suas pesquisas no projeto Quest Network, Inc.:[1][3]
- Sardenha, Itália: uma equipe de demógrafos encontrou um local de alta incidência de longevidade em uma determinada montanha, onde a maioria dos homens alcança a idade de 100 anos.
- Loma Linda, Califórnia, Estados Unidos: os pesquisadores estudaram um grupo de Adventistas do Sétimo Dia que estão entre os mais longevos dos Estados Unidos.
- Península de Nicoya, Costa Rica: o local foi alvo de uma pesquisa empreendida pela Quest Network em 2007.[4][5]
- Icária, Grécia: uma expedição em abril de 2009 na ilha identificou o local com a maior taxa de pessoas que alcançam os 90 anos no planeta — aproximadamente uma em cada três pessoas chegam a essa idade. Constatou-se também que os icarianos têm uma taxa 20% menor de incidência de câncer, 50% menor de doenças cardíacas e praticamente nulas de demência.[6]
Críticas
[editar | editar código-fonte]As alegações de longevidade excepcional nas populações das zonas azuis foi questionada devido à ausência de informações baseadas em evidências de qualidade.[7] A expectativa de vida em Okinawa caiu significativamente no século XXI, e atualmente é a 26ª maior entre as 47 prefeituras do Japão, suscitando mais motivos para questionar as alegações de longevidade excepcional.[8] Um estudo feito em 2011 por um dos autores do artigo original sobre as zonas azuis não foi capaz de confirmar as idades dos moradores mais velhos da cidade japonesa devido ao fato que muitos registros não sobreviveram à Segunda Guerra Mundial.[9]
Harriet Hall, em um artigo crítico publicado na Science-Based Medicine, afirmou que não há estudos controlados de pessoas com idades avançadas nas chamadas zonas azuis, e que as dietas dessas populações são baseadas em especulações, e não em evidência coletada de forma rigorosa ou científica.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b "Livro revela por que pessoas vivem mais de um século nas 'Zonas Azuis'". Folha de S. Paulo, 10 de janeiro de 2010
- ↑ Poulain M.; Pes G.M., Grasland C., Carru C., Ferucci L., Baggio G., Franceschi C., Deiana L. (2004). "Identification of a Geographic Area Characterized by Extreme Longevity in the Sardinia Island: the AKEA study". Experimental Gerontology, 39 39 (9): 1423–1429. doi:10.1016/j.exger.2004.06.016. PMID 15489066.
- ↑ Buettner, Dan (21 de abril de 2009) [2008]. "Contents". The Blue Zones: Lessons for Living Longer From the People Who've Lived the Longest. Washington, D.C.: National Geographic. p. vii. ISBN 978-1426204005. OCLC 246886564
- ↑ «Nicoya, Costa Rica». BlueZones.com
- ↑ Dan Buettner (2 de fevereiro de 2007). «Report from the 'Blue Zone': Why Do People Live Long in Costa Rica?». ABC News
- ↑ "The Island Where People Live Longer", NPR: Weekend Edition Saturday, 2 de maio de 2009
- ↑ a b Hall, Harriet (2021). «Blue Zones Diet: Speculation Based on Misinformation». Science-Based Medicine. Consultado em 15 de outubro de 2021
- ↑ Hokama, Tomiko; Binns, Colin (outubro de 2008). «Declining longevity advantage and low birthweight in Okinawa». Asia-Pacific Journal of Public Health. 20 Suppl: 95–101. PMID 19533867
- ↑ Poulain, Michel (21 de julho de 2011). «Exceptional Longevity in Okinawa:: A Plea for In-depth Validation» 7 ed. Demographic Research. 25: 245–284. doi:10.4054/DemRes.2011.25.7