Niki Lauda
Niki Lauda | |
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Niki Lauda no GP dos Países Baixos de 1982 | |
Informações pessoais | |
Nome completo | Andreas Nikolaus Lauda |
Nacionalidade | austríaco |
Nascimento | 22 de fevereiro de 1949 Viena, Áustria |
Morte | 20 de maio de 2019 (70 anos) Zurique, Suíça |
Filhos | Mathias Lauda |
Registros na Fórmula 1 | |
Temporadas | 1971-1979, 1982-1985 |
Equipes | 5 (March, BRM, Ferrari, Brabham e McLaren) |
GPs disputados | 177 (171 largadas) |
Títulos | 3 (1975, 1977 e 1984) |
Vitórias | 25 |
Pódios | 52 |
Pontos | 420,5 |
Pole positions | 24 |
Primeiro GP | GP da Áustria de 1971 |
Primeira vitória | GP da Espanha de 1974 |
Última vitória | GP dos Países Baixos de 1985 |
Último GP | GP da Austrália de 1985 |
Andreas Nikolaus Lauda (Viena, 22 de fevereiro de 1949 – Zurique, 20 de maio de 2019), mais conhecido como Niki Lauda, foi um automobilista e piloto austríaco. Participou do Campeonato Mundial de Fórmula 1 entre 1971 a 1979 e de 1982 a 1985, disputando 177 Grandes Prêmios, obtendo 25 vitórias, 24 pole positions e 24 melhores voltas, totalizando 419,5 pontos. Considerado um dos melhores pilotos da história da Fórmula 1, sagrou-se tricampeão mundial em 1975, 1977 e 1984, e é o único piloto até hoje a ser campeão tanto pela Ferrari quanto pela McLaren. Pilotou para as equipes: March, BRM, Ferrari, Brabham e McLaren.
Lauda foi um empreendedor da aviação que fundou e administrou três companhias aéreas: Lauda Air, Niki e Lauda. Ele também foi consultor da Scuderia Ferrari e gerente de equipe da Jaguar Racing F1 Team por dois anos. Depois, Lauda trabalhou como comentarista para a TV alemã durante os fins de semana do Grande Prêmio e atuou como presidente não executivo da equipe de Fórmula 1 da Mercedes, da qual ele possuía 10% das ações.[1]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Nikolaus Lauda iniciou sua carreira no automobilismo em 1968, destacando-se na Fórmula 3 e na Fórmula 2 antes de ingressar na Fórmula 1, levando uma verba pessoal para a então pequena equipe March. Estreou no Grande Prêmio da Áustria de 1971, abandonando por problemas mecânicos. Disputou a temporada de 1972 como segundo piloto da equipe e, em 1973, foi ser piloto da BRM, garantindo seu lugar como piloto pagante, graças a um empréstimo. Por indicação de Clay Regazzoni, recontratado pela Scuderia Ferrari para a temporada de 1974, assinou seu primeiro contrato como piloto remunerado. Depois de um pódio na estreia pela escuderia italiana (2ª posição na Argentina), venceu seu primeiro Grande Prêmio, na 4ª corrida que disputou com um carro competitivo, em Jarama, na Espanha. Em 1975, após cinco vitórias (quatro das quais após largar na primeira posição), sagrou-se campeão mundial pela primeira vez.
Acidente em Nürburgring em 1976
[editar | editar código-fonte]Manteve o ritmo competitivo em 1976, mas um acidente em Nürburgring (onde seu carro se incendiou, e Lauda ficou preso nas ferragens por 55 segundos) quase lhe tirou a vida. Um padre chegou a ser chamado ao hospital para lhe dar a extrema unção. Mas apesar de todos os esforços, as graves queimaduras lhe custaram parte da orelha direita.[2]
Volta às pistas
[editar | editar código-fonte]Lauda ainda voltaria a correr no mesmo ano de 1976 e só perderia o título mundial na última corrida, o Grande Prêmio do Japão (estreia no calendário) para o inglês James Hunt. Em 1977, obteve 3 vitórias e recuperou o título mundial.
Ao final daquele ano, abandonaria a Ferrari para juntar-se à Brabham-Alfa Romeo, dirigida por Bernie Ecclestone. A parceria lhe rendeu duas vitórias e cinco pódios em 1978, mas a frequência de quebras o deixou fora da disputa pelo título. Em 1979, marcou apenas quatro pontos. Os maus resultados fizeram Lauda voltar suas atenções para a companhia aérea que acabara de fundar e, assim, deixou a Fórmula 1.
Durante o período em que ficou afastado, além de administrar sua empresa de aviação, Niki Lauda chegou até a ser comentarista e repórter de Fórmula 1 para um canal de televisão austríaco. Entretanto, Lauda recebeu proposta milionária da McLaren para voltar às pistas em 1982. Após duas corridas de readaptação, Lauda venceu no seu novo time, o Grande Prêmio do Oeste, em Long Beach, e o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, em Brands Hatch; no seu retorno terminou em 5º na classificação final. Em 1983, sem condições de acompanhar as equipes com motor turbo, Lauda pouco pôde fazer no campeonato; nenhuma vitória e apenas dois pódios: 3º no Grande Prêmio do Brasil em Jacarepaguá e o 2º no Grande Prêmio do Oeste dos Estados Unidos em Long Beach. Faltando quatro provas para o término, a McLaren iniciava o desenvolvimento com o motor Porsche, financiada pela TAG; o piloto austríaco terminou o ano em 10º lugar. Para a temporada de 1984, iniciou o ano desacreditado, e seu companheiro de equipe, o francês Alain Prost, era o favorito ao título. Após 5 vitórias (contra 7 de Prost), Lauda seria campeão mundial pela terceira vez, com apenas meio ponto de vantagem (Prost marcara apenas metade dos pontos - 4,5 - da vitória do Grande Prêmio de Mônaco, (encerrado prematuramente por causa da chuva). Lauda ia para a defesa do título em 1985, mas sem motivação, obteve apenas 1 vitória e abandonou 12 das 15 provas do ano. Sua última prova na carreira foi o Grande Prêmio da Austrália (estreia no calendário), porém abandonou-a após um acidente no final da reta Brabham. Encerrou sua carreira na categoria em 10º na classificação final.
Funções de gestão posteriores
[editar | editar código-fonte]Em 1993, Lauda retornou à Fórmula 1 em uma posição gerencial quando Luca di Montezemolo lhe ofereceu uma função de consultoria na Ferrari. Na metade da temporada de 2001, Lauda assumiu o papel de gerente de equipe da equipe Jaguar de Fórmula 1. A equipe não conseguiu melhorar e Lauda foi demitido, junto com outras 70 figuras-chave, no final de 2002.[3]
Em setembro de 2012, foi nomeado presidente não executivo da equipe Mercedes.[4] Ele participou das negociações que trouxeram Lewis Hamilton para a equipe alemã no final de 2012.[5][6]
Em 2013, o filme Rush contou a história do campeonato mundial de 1976 e a disputa do título entre Niki Lauda e James Hunt. Seu intérprete nessa produção foi o ator alemão Daniel Brühl.
Vida privada
[editar | editar código-fonte]Lauda casou-se em 1976 com Marlene Knaus e tiveram dois filhos, Mathias Lauda e Lukas Lauda. Divorciaram-se em 1991.[7]
Em 2008, casou-se com Birgit Wetzinger, uma hospedeira de bordo da sua companhia de aviação. Em 2005, Birgit doou um rim a Lauda, quando o rim que este recebera do irmão em 1997 falhou. Em Setembro de 2009, tiveram dois filhos gémeos.[8]
Morte
[editar | editar código-fonte]Lauda faleceu em 20 de maio de 2019, devido a problemas renais. O ex-piloto havia passado por um transplante de pulmão em agosto de 2018 e, apesar de uma boa recuperação inicial, seu estado de saúde se deteriorou nos meses seguintes.[9]
Todos os resultados de Niki Lauda na Fórmula 1
[editar | editar código-fonte](Legenda: Corridas em negrito indica pole position; Corridas em itálico indica volta mais rápida.)
- ↑1 Foi atribuído metade dos pontos, porque o número de voltas não alcançou 75% de sua distância percorrida. Lauda terminou em 6º lugar e marcou 0,5 ponto.
Vitórias de Niki Lauda de Fórmula 1
[editar | editar código-fonte]- GP da Espanha de 1974 (Jarama)
- GP dos Países Baixos de 1974 (Zandvoort)
- GP de Mônaco de 1975 (Monte Carlo)
- GP da Bélgica de 1975 (Zolder)
- GP da Suécia de 1975 (Anderstorp)
- GP da França de 1975 (Circuit Paul Ricard)
- GP dos Estados Unidos de 1975 (Watkins Glen)
- GP do Brasil de 1976 (Interlagos)
- GP da África do Sul de 1976 (Kyalami)
- GP da Bélgica de 1976 (Zolder)
- GP de Mônaco de 1976 (Monte Carlo)
- GP da Grã-Bretanha de 1976 (Brands Hatch)
- GP da África do Sul de 1977 (Kyalami)
- GP da Alemanha de 1977 (Hockenheim)
- GP dos Países Baixos de 1977 (Zandvoort)
- GP da Suécia de 1978 (Anderstorp)
- GP da Itália de 1978 (Monza)
- GP do Oeste dos Estados Unidos de 1982 (Long Beach)
- GP da Grã-Bretanha de 1982 (Brands Hatch)
- GP da África do Sul de 1984 (Kyalami)
- GP da França de 1984 (Dijon-Prenois)
- GP da Grã-Bretanha de 1984 (Brands Hatch)
- GP da Áustria de 1984 (Spielberg)
- GP da Itália de 1984 (Monza)
- GP dos Países Baixos de 1985 (Zandvoort)
Vitórias por equipe
[editar | editar código-fonte]- Ferrari: 15
- McLaren: 8
- Brabham: 2
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas e referências
- ↑ «Mercedes give Toto Wolff and Niki Lauda new long-term contracts». skysports.com. Consultado em 22 February 2017. Cópia arquivada em 29 December 2022 Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ GAZETA esportiva: O acidente, acessado em 30 de outubro de 2007
- ↑ «Niki Lauda: a memória de um dos maiores de sempre da Fórmula 1». web.archive.org. 22 de maio de 2024. Consultado em 22 de maio de 2024
- ↑ «Lauda to join Mercedes in advisory role». GPUpdate.net. 28 de setembro de 2012. Consultado em 7 de outubro de 2012. Arquivado do original em 3 de outubro de 2012
- ↑ «Por que Niki Lauda foi o campeão mais resiliente da história da F1 | Quatro Rodas». web.archive.org. 22 de maio de 2024. Consultado em 22 de maio de 2024
- ↑ «Hamilton recalls first meetings with Lauda before Mercedes move». www.motorsport.com (em inglês). 20 de maio de 2020. Consultado em 30 de setembro de 2020. Cópia arquivada em 26 de junho de 2020
- ↑ «A morte de Niki Lauda, uma das lendas da Fórmula 1, aos 70 anos». Jornal O Sul. 21 de maio de 2019. Consultado em 23 de dezembro de 2019
- ↑ «Quem é Birgit Wetzinger, a mulher que deu mais dez anos de vida a Niki Lauda?»
- ↑ Marum, Pedro Henrique (20 de maio de 2019). «Tricampeão da F1 e dirigente da Mercedes, Lauda não resiste a problema renal e morre aos 70 anos». Grande Premio. Consultado em 20 de maio de 2019