Vitória (Salvador)
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Bairro do Brasil | ||
Fachada do Museu de Arte da Bahia no Corredor da Vitória. | ||
Localização | ||
Localização do bairro em Salvador. | ||
Coordenadas | ||
Unidade federativa | Bahia | |
Município | Salvador | |
Características geográficas | ||
População total | 45 789 hab. | |
Densidade | 3 998 hab./km² | |
• IDH | 0,910 | |
• Índice de Gini | 31 | |
• Expectativa de vida ao nascer (anos) | 79,10 | |
Outras informações | ||
Domicílios | 63 | |
Rendimento médio mensal | 3.657 | |
Limites | Barra, Campo Grande, Canela e Graça | |
Alfabetização | 93 | |
Energia elétrica (%) | 100% | |
Água encanada (%) | 100% | |
Coleta de lixo (%) | 100% |
A Vitória é um bairro de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.[1] Formado basicamente pela classes média-alta e alta, está geograficamente posicionado junto ao declive que margeia a entrada da Baía de Todos os Santos. É um dos bairros com metro quadrado mais caro de Salvador.[2]
A Vitória faz ligação entre a Cidade Velha de Salvador (o centro antigo) e a Barra, que dá início à orla marítima. Bairro tradicional, cuja ocupação rural data do fim do século XVI. Tornou-se na década de 1940 um dos pólos de concentração de artistas e intelectuais baianos, aspecto que se intensificou nos anos seguintes à fundação da Universidade da Bahia. Em menos de um quilômetro de extensão total, o Corredor da Vitória abriga o Museu de Arte da Bahia, o Museu Carlos Costa Pinto e o Museu Geológico da Bahia. A Vitória é uma das regiões urbanas mais valorizadas no Nordeste do Brasil.
O bairro da Vitória é basicamente composto pelo Corredor da Vitória, trecho da avenida Sete de Setembro que vai do Largo da Vitória até o Campo Grande, ruas e vielas adjacentes. É vizinho dos bairros da Barra, Graça, Campo Grande e Canela. O trecho possui árvores centenárias, a maioria de oitis (espécie Licania Tormentoza), que também foram plantadas na Graça, Campo Grande e Forte de São Pedro. Na calçada do Solar Cunha Guedes destaca-se uma frondoza mangueira, que chama atenção pela largura do tronco, altura da árvore e extensão da copa.
O Esporte Clube Vitória, um dos dois clubes populares de Salvador, ganhou esse nome porque foi fundado num casarão que se localizava onde hoje fica o Edifício Casablanca.
História
[editar | editar código-fonte]Seguindo o trajeto do antigo Caminho do Conselho, começa no topo da Ladeira da Barra, onde fica a Igreja de Nossa Senhora da Vitória (construída pelos portugueses no século XVI - daí o nome do bairro), na pequena praça Rodrigues Lima, popularmente chamada de Largo da Vitória, onde se encontra um busto que homenageia o ex-governador Rodrigues Lima; a partir daí a avenida é chamada de Corredor da Vitória, se estendendo por um trecho com pouco mais de um quilômetro de extensão e abrigando grandes equipamentos culturais da cidade de Salvador, assim como um patrimônio da arquitetura eclética dos séculos XIX e XX.
Até o começo do século XIX era um subúrbio de Salvador, sendo ocupado a partir da segunda metade por enormes casarões com feições arquitetônicas distintas do então predominante estilo colonial, abrigando em parte a nascente aristocracia imperial que fugia das estreitas e acidentadas ruas do Centro Histórico, assim como comerciantes estrangeiros ingleses, franceses, espanhóis e italianos recém-chegados à cidade da Bahia, que se instalaram nesse trecho trazendo inovações construtivas baseadas nos princípios higienistas europeus, separando suas residências com recuos laterais, jardins e sanitários próprios.
A partir do século XX, com o inchaço urbano e as transformações econômicas e sociais sofridas por Salvador, toda a área entra em um profundo processo de especulação imobiliária, pela verticalização (sendo ali construído o edifício Apolo XXVIII, durante décadas o mais alto da Capital), destruindo vários monumentos arquitetônicos. No final dos anos 80 ocorre a intervenção preservacionista, pela ocupação e destinação pública de várias da mansões. Contudo, até os dias atuais não existe uma lei de tombamento específico para o acervo local, deixando-o desprotegido contra o avanço da ocupação desordenada.
Demografia
[editar | editar código-fonte]Foi listado como um dos bairros mais perigosos de Salvador, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgados no mapa da violência de bairro em bairro pelo jornal Correio em 2012.[3] Ficou entre os mais violentos em consequência da taxa de homicídios para cada cem mil habitantes por ano (com referência da ONU) ter alcançado o terceiro nível mais negativo, o "31-60", sendo um dos piores bairros na lista.[3]
Edifícios
[editar | editar código-fonte]A Vitória é um dos metros quadrados mais elevados de Salvador. Alguns de seus edifícios possuem teleféricos e píers exclusivos para o mar. O bairro tem construções que estão entre as mais altas da Bahia, como o edifício Margarida Costa Pinto, de 148 metros de altura e 43 pavimentos, e a Morada dos Cardeais, com 137 metros de altura e 40 pavimentos. O bairro fica a aproximadamente 100 metros do nível do mar.
O calçamento de pedra portuguesa das calçadas do Corredor da Vitória remonta à urbanização daquele trecho da avenida Sete no século XIX. As árvores seculares plantadas na via dão uma característica única a esta região de Salvador, com seus museus, centros culturais e palacetes.
No Largo da Vitória fica a Igreja de Nossa Senhora da Vitória, tombada em outubro de 2007 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Na praça em frente à igreja há um busto em homenagem ao governador Rodrigues Lima. Ao lado da igreja, ao fundo, uma viela desce a encosta da Ladeira da Barra, onde estão fixadas as moradias de uma pequena comunidade, a Vila Brandão. É uma comunidade de pescadores, fundada pelo Pai de Santo Antonio de Oxala há 80 anos.
Principais marcos
[editar | editar código-fonte]- Igreja de Nossa Senhora da Vitória;
- Largo da Vitória;
- Museu Geológico da Bahia;
- Museu de Arte da Bahia;
- Museu Carlos Costa Pinto;
- Escola Estadual Odorico Tavares;
- Instituto Goethe;
- Associação Cultural Brasil-Estados Unidos;
- Saladearte Cinema do Museu.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- TAVARES, Luis Henrique Dias. Editora Ática, ed. História da Bahia. 1979 Sétima ed. [S.l.: s.n.].
- RISÉRIO, Antônio. Versal Editores, ed. Uma história da cidade da Bahia. 2003. [S.l.: s.n.].
- PINHEIRO, Eloísa Petti. EDUFBA, ed. Europa, França e Bahia, difusão e adaptação de novos modelos urbanos. 2002 Sétima ed. [S.l.: s.n.].
- «Instituto Cid Teixeira». Consultado em 15 de julho de 2008. Arquivado do original em 15 de julho de 2008
- Portal Salvador - Prefeitura de Salvador. «Grupo de trabalho define mudanças na Avenida Sete». Consultado em 15 de julho de 2008. Arquivado do original em 26 de agosto de 2009
- Salvador Cultura Todo Dia. «AVENIDA SETE / CARLOS GOMES». Consultado em 15 de julho de 2008
- Portal Vitruvius. «Fora do centro: a lógica das extensões. Qual tem sido o destino dos "edifícios antigos" fora dos centros históricos brasileiros? O caso de Salvador». Consultado em 15 de julho de 2008
- Casamatria
Referências
- ↑ Bairro
- ↑ Priscila Machado (24 de março de 2019). «Terceira metrópole do país tem cena urbana de contrastes». A Tarde. Universo Online. Consultado em 7 de maio de 2019
- ↑ a b Juan Torres e Rafael Rodrigues (22 de maio de 2012). «Mapa deixa clara a concentração de homicídios em bairros pobres». Correio (jornal). Consultado em 28 de abril de 2019