Metrô de Fortaleza
Metropolitano de Fortaleza Metrô de Fortaleza Metrofor | |||
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Informações | |||
Proprietário | Governo do Estado do Ceará | ||
Local | Grande Fortaleza, Brasil | ||
Tipo de transporte | Metrô VLT | ||
Número de linhas | 3 | ||
Número de estações | 41 | ||
Tráfego | 52.839 passageiros (Média em todo o sistema em dias úteis) | ||
Tráfego anual | 15.164.271 passageiros em 2023 | ||
Chefe executivo | Igor Vasconcelos Ponte | ||
Sede | Rua Senador Jaguaribe Nº 501, Bairro Moura Brasil, Fortaleza, CE | ||
Website | https://www.metrofor.ce.gov.br/ | ||
Funcionamento | |||
Início de funcionamento | 15 de junho de 2012 (12 anos) | ||
Operadora(s) | Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos | ||
Número de veículos | 40 | ||
Dados técnicos | |||
Extensão do sistema | 56,8 km (35,3 mi) - Total 24,1 km (15,0 mi) - Metrô 32,7 km (20,3 mi) - VLT | ||
Frequência | 17 minutos (Linha Sul) 30 minutos (Linha Nordeste) | ||
Bitola | Bitola métrica 1 000 mm (3,28 ft) | ||
Velocidade máxima | 70 km/h (43,5 mph) - Linha Sul 50 km/h (31,1 mph) - Linha Nordeste e Oeste | ||
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O Metrô de Fortaleza ou Metropolitano de Fortaleza, conhecido popularmente como Metrofor, é um sistema de transporte público do tipo metropolitano que opera na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no estado do Ceará, Brasil.[1]
O sistema é operado pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, uma empresa de economia mista com controle majoritário do Governo do Estado do Ceará. Fundada em 2 de maio de 1997, a empresa é responsável pelo planejamento, construção, implantação, exploração, operação e manutenção de obras e serviços de transporte de passageiros sobre trilhos no Estado do Ceará, administrando seis linhas de transporte público nas três regiões de maior atividade do estado (Região Metropolitana do Cariri, Região Metropolitana de Fortaleza e Região Metropolitana de Sobral).[2] A companhia tem sob sua responsabilidade, em todo o estado, 62 estações, distribuídas em 84,3 quilômetros de vias férreas, constituindo a maior infraestrutura metroviária administrada por uma companhia do Nordeste, atendendo mais de 56 mil pessoais todos os dias, nas cidades de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Pacatuba, Sobral, Juazeiro do Norte e Crato.[1]
As operações do metrô de Fortaleza iniciaram em 15 de junho de 2012, com a inauguração de parte do trecho da Linha Sul, em operação assistida. Já a operação comercial se iniciou no dia 1 de outubro de 2014, com cobranças de passagens, ficando fixada no mesmo valor vigente no Sistema Integrado de Transportes de Fortaleza (SIT-FOR) naquele período.[3]
O sistema é composto atualmente por uma linha de metrô, a linha Sul (Central–Chico da Silva ↔ Carlito Benevides), e duas linhas de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) a diesel: Oeste (Moura Brasil ↔ Caucaia) e Nordeste (Parangaba ↔ Iate). Sua concepção, permitiu integrar-se aos terminais de ônibus urbano da Parangaba e do Papicu, dois importantes polos de intensa movimentação de pessoas na capital, e com a possibilidade de futuramente conectar-se ao terminal de passageiros do Porto do Mucuripe, por extensão da Linha Nordeste, e ao Aeroporto Internacional de Fortaleza pelo futuro Ramal Aeroporto.[1]
Segundo dados divulgados em novembro de 2023, o sistema configura-se como o quinto maior em extensão do Brasil, dentre os quinze sistemas de transportes urbano de passageiros sobre trilhos no país, apresentando 56,8 quilômetros, ficando atrás dos sistemas de São Paulo (377,2 Km), Rio de Janeiro (287,5 Km), Recife (71 Km) e Natal (57,9 Km).[4] As linhas da RMF representavam, em 2023, aproximadamente 5,1% da malha total de transportes urbanos sobre trilhos do Brasil que, a qual, no mesmo ano, era de 1.133,4 quilômetros de extensão, segundo dados da Associação Nacional de Transportadoras de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).[5]
Em 2023, entre janeiro e dezembro, as três linhas do sistema transportaram, aproximadamente, 15,1 milhões de passageiros, uma média de 52,8 mil passageiros em dias úteis.[6]
A rede possui uma projeção de expansão até 2027, chegando a 66,6 quilômetros de extensão, com a inauguração do primeiro trecho da Linha Leste do metrô (Central–Chico da Silva ↔ Papicu) e do novo Ramal Aeroporto (Expedicionários ↔ Aeroporto) do VLT.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]A primeira concessão para a construção de estradas de ferro no Estado do Ceará deu-se com um decreto de 1857, em um empreendimento que deveria construir e explorar uma via férrea a qual, partindo do município de Camocim, seguiria para o Ipu, passando por Sobral. Esse primeiro projeto foi arquivado. Em 1868, foi apresentado um novo projeto para uma linha ferroviária ligando a cidade de Fortaleza à vila de Pacatuba, com um ramal para a cidade de Maranguape. Mais uma vez não saiu do papel. Só dois anos depois, nasceria o projeto da primeira estrada de ferro construída no Ceará, a Estrada de Ferro de Baturité.[7]
Em 13 de março de 1873, chegavam a Fortaleza as primeiras locomotivas, desembarcadas no trapiche do Poço das Dragas (antigo porto de Fortaleza). O prédio da estação central ainda estava em obras quando recebeu as máquinas a vapor que, sendo arrastadas por tração animal com a afixação de trilhos portáteis, foram transformadas num show de apresentação, ao desfilarem pela Rua da Ponte (Atual avenida Alberto Nepomuceno) e Travessa das Flores (Atual rua Castro e Silva) até a Praça da Estação. Um novo “espetáculo” aconteceu cinco meses depois, quando a locomotiva “A Fortaleza” rodou cinco vezes, desta vez com os próprios motores, da Estação Central[8] até a parada “Chico Manoel”, no Cruzamento das Trincheiras, atual Liberato Barroso.[7]
O primeiro trecho da ferrovia, ligando o Centro ao Distrito de Arronches (Atual bairro Parangaba), ficou pronto em setembro de 1873, quando, com restrições, uma locomotiva e alguns vagões chegaram, pela primeira vez, a Parangaba. Em seguida, foram inauguradas as estações de Mondubim, Maranguape, Maracanaú (1875), Monguba e Pacatuba (1876).[7]
O governo imperial encampou a ferrovia em 1878 e estabeleceu algumas mudanças no projeto original, além de ordenar a construção de uma nova estrada ligando o porto de Camocim até Sobral e o início dos estudos para a construção da nova estação central, que seria inaugurada em 1880.[7] O trem chegou a Baturité dois anos depois, em 1882, ainda sob o reinado de Dom Pedro II. Na mesma época iniciava a construção da Estrada de Ferro de Sobral.[7]
Em 1919, as obras de expansão das duas ferrovias cearenses virariam frente de trabalho para os flagelados da grande seca que se abateu sobre a região. As duas estradas de ferro, desde de 1915 unificadas na Rede de Viação Cearense (RVC) passaram a ser subordinadas á Inspetoria Federal de Obras contra a Seca (Ifocs). Em 1920, 12.850 operários estavam envolvidos na construção da ferrovia, inclusive velhos e crianças que pouco podiam ajudar no trabalho. Quando as primeiras maquinas a diesel começaram a operar no Ceará, em 1949, a RVC tinha um total de 86 locomotivas a vapor, todas operacionais. Em 1957 a Rede de Viação Cearense passou a ser um das subordinadas da Rede Ferroviária Federal (RRFSA) e em 1975 foi absorvida.[7][9]
Surgimento
[editar | editar código-fonte]Em outubro de 1977, o Governo Federal liberou uma verba no valor de Cr$ 40 milhões para os primeiros estudos de implantação de um sistema de trens urbanos em Fortaleza e região metropolitana aproveitando a malha ferroviária existente. Com a criação da Coordenadoria de Transportes Metropolitanos (CTM), os trens suburbanos que circulavam somente em horários de picos passaram a ser de hora em hora.[10]
Em 25 de setembro de 1987, foi iniciada a construção do consórcio do Trem Metropolitano de Fortaleza, por meio de assinatura do Contrato de Constituição do Consórcio entre RFFSA, CBTU e Governo do Estado do Ceará com interveniência da União através do Ministério dos Transportes.[11]
Desde 1988, os trens de longa distância foram extintos, permanecendo apenas os que ligavam Fortaleza à Maracanaú e Caucaia. Com essa mudança, houve uma grande concentração no fluxo de passageiros nessas duas linhas, sendo necessário intensificar os serviços ferroviários. Nesse contexto, já surgia a necessidade de uma empresa que atendesse a nova demanda e acompanhasse o crescimento da cidade. No mesmo ano, o governo do estado do Ceará lançou oficialmente o projeto do metrô de Fortaleza, na época o custo inicial previsto era de 290 milhões de dólares, para a reformulação das linhas Norte (Atual linha Oeste), e Sul. A construção do projeto dependia da liberação de US$ 180 milhões do governo Japonês e do acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI).[11]
Em 1 de abril de 1993 o contrato do consórcio formado entre o Governo e o Ministério dos Transportes teve o prazo prorrogado por um ano. O segundo, assinado em 29 de março de 1994, também foi prorrogado por mais um ano. Já o terceiro, em 04 de abril de 1995, prorrogou-se por dois anos, com término previsto para 4 de abril de 1997. Em 3 de abril de 1997 foi lavrada a Ata de Encerramento do Consórcio, tendo sido nomeada comissão, com prazo de sessenta dias, para apresentação do relatório de liquidação.[11]
Com a extinção do consórcio, surgiram ideias para concepção de uma companhia de metrôs em Fortaleza. A primeira e principal etapa de criação da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) foi a estadualização do serviço ferroviário, marcada pela mudança do nome Superintendência de Trens Urbanos de Fortaleza (STU/FOR) para Companhia Cearense de Transportes. Após o Estado assumir as ferrovias de Fortaleza, a etapa seguinte foi a criação de um projeto moderno, inovador que satisfizesse as necessidade dos fortalezenses e moradores das regiões metropolitanas e que reaproveitasse grande parte do terreno já existente.
Em 2 de maio de 1997, a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) foi criada com o objetivo de assumir e modernizar a operação do transporte dos trens metropolitanos de Fortaleza, até então realizada pela CBTU. O consórcio do Trem Metropolitano de Fortaleza foi extinto em 30 de maio de 1997. Grande parte dos funcionários que pertenceram, incialmente a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) e posteriormente a CBTU, foram agregados ao corpo de profissionais do Metrofor.[10]
O Metrofor iniciou suas obras no dia 24 de agosto de 1999. Três anos depois, em 1º de julho de 2002, o transporte urbano passou fazer parte da alçada do Estado quando a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) passou para a nova empresa a responsabilidade do transporte metroviário de Fortaleza.[10]
Construção (1999–2012)
[editar | editar código-fonte]Em 24 de agosto de 1999, iniciou-se pelo bairro Benfica a construção da linha Sul, como primeira fase do projeto das novas linhas de metrô da cidade que tinha como previsão de entrega o final de 2002. Em 2000 foi erguida a estação São Benedito, a primeira subterrânea construída na cidade. Em outubro de 2002 houve paralisação das obras. Em março de 2004, as obras foram retomada após liberação de R$ 10,9 milhões de verbas do governo federal. Em 2005, houve outra redução no ritmo das obras. O governo federal liberou apenas R$ 22 milhões dos R$ 61,5 milhões previstos
Em 2008, a antiga estrutura da estação Parangaba com mais de 100 anos de história estava no caminho do traçado da linha sul, e teria que sair do local para dar espaço ao metrô. Na época, o então governador Cid Gomes tinha as seguintes opções: fazer uma réplica da estação e transferi-la para outro bairro, custando R$ 214 mil; transladar o prédio para a Praça Central da Parangaba, ao custo de R$ 5,27 milhões; ou construir um memorial no mesmo local, respeitando a estrutura da estação. A solução foi acordada entre Cid e a prefeita de Fortaleza na época, Luizianne Lins: rebaixar a estação por 3,5 metros e elevar a linha do metrô para preservar o equipamento histórico e evitar sua demolição. A obra durou cinco meses, onde foi priorizado a manutenção das estrutura do prédio, bem como seus traços arquitetônicos. O valor de investimento foi de R$ 1.063.324,47. A participação dos moradores do bairro no debate sobre o assunto foi importante para que os executivos acatassem essa decisão.
Já em 2010, todas as frentes de serviço passaram a trabalhar simultaneamente. Em abril, um impasse entre a Prefeitura de Fortaleza e vendedores do "Beco da Poeira", reduto de comércio popular localizado no centro da cidade, foi resolvido e as obras de construção da estação José de Alencar foram iniciadas após a demolição do centro de compras. No inicio de 2011 as primeiras estações foram finalizadas. Com a conclusão da linha, os primeiros testes com Trens Urbanos Elétricos foram iniciados em junho. Em abril de 2012, as obras civis da Linha Sul foram concluídas em definitivo. No mesmo ano foram iniciadas as obras da Linha Nordeste, com frentes de trabalhos nos bairros Papicu, Bairro de Fátima e Parangaba.
Inauguração e expansão (2012–Atualmente)
[editar | editar código-fonte]Em 15 de junho de 2012, o sistema foi inaugurado em operação assistida, no trecho entre as estações Carlito Benevides e Parangaba da Linha Sul.[12] No dia 28 de setembro, foi inaugurado o segundo trecho, entre as estações Parangaba e Benfica, sendo esta última a primeira estações subterrânea a entrar em operação em todo o Nordeste Brasileiro.[13][14]
O terceiro trecho da Linha Sul, compreendendo o pequeno percurso entre as estações Benfica e São Benedito, foi inaugurado no dia 24 de outubro.[15] No dia 28 de julho de 2013 o quarto e último trecho foi entregue com as estações José de Alencar e Central–Chico da Silva, contando com a presença da então Presidenta da República, Dilma Rousseff.[16]
Em 14 de agosto de 2014, foi iniciada a construção da Linha Leste com frentes de trabalhos nas estações Central, Colégio Militar e Edson Queiroz. Já no dia 1 de outubro do mesmo ano, foi dado o início da operação comercial da Linha Sul.[17]
Em 2015, as duas linhas da rede em funcionamento até então, Sul e Oeste, correspondiam a cerca de 4,3% da malha total de metrôs e trens do Brasil que, naquele ano, era de 1.062 km de extensão.[18]
No dia 10 de agosto de 2015 foram apresentaram os projetos em curso e o cronograma de trabalho para os próximos meses. Entre as ações, foi detalhado o projeto de automatização da Linha Sul do metrô, cuja contratação foi realizada em julho daquele ano. A automatização da Linha Sul consiste na implantação do Sistema de Sinalização e Controle de Trens, Tráfego e Energia, fornecido e implantado pela empresa MPE Engenharia e Serviços Ltda, ao valor global de R$ 125,6 milhões, que são compostos por recursos do Governo do Estado (21,79%) e da União (78,21%). A ordem de serviço foi assinada no dia 17 de julho e o prazo de execução era de dois anos e meio,[19] prazo esse que não foi respeitado.
Em 3 de setembro de 2015, foram instaladas as primeiras catracas eletrônicas da Linha Sul do metrô na estação Central–Chico da Silva com a presença do então secretário das Cidades, Lúcio Gomes, o presidente da Metrofor, Eduardo Hotz, e por demais diretores da estatal.[20]
Em 27 de setembro de 2016 se deu inicio a fase experimental de parte da linha Nordeste do VLT, então chamado de VLT Parangaba–Mucuripe, com 3,6 quilômetros de extensão, passando nas proximidades da Vila União e do Aeroporto.[21] As primeiras composições do VLT só passaram a operar na manhã do dia 26 de setembro de 2016, no pequeno trecho entre as estações Montese e Borges de Melo, com o inicio da operação experimental, que consiste no funcionamento do sistema mais sem o transporte de passageiros, para serem realizados os ajustes necessários para o início das operações assistida e comercial.[22]
No mês seguinte, outubro de 2016, completava-se três anos de assinatura do maior edital regido pela Lei de Licitações no Estado do Ceará, que foi vencido por um consórcio formado pela espanhola Acciona e pela paulista Cetenco, que assumiram a construção da Linha Leste do metrô de Fortaleza por R$ 2,3 bilhões, mas até aquele período apenas 1% das obras haviam sido concluídas. O governo estadual adquiriu para a obra, 4 “tatuzões” para a escavação dos túneis. Geralmente, estes equipamentos são alugados e não comprados visto que depois que a obra acaba, eles ficam inutilizados. A ideia, segundo auxiliares do ex-governador Cid Gomes, era que a construção do metrô fosse política permanente do governo do estado. Ter tuneladoras (nome formal dos “tatuzões”) significaria facilitar a ampliação contínua das linhas do transporte coletivo pela cidade, mas devido a paralisação das obras os equipamentos ficaram parados ficando expostos aos agentes do tempo sem nenhuma previsão de quando começariam a ser operados.[23] A demora para a retomada das obras fez com que a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) liberasse o trecho da avenida Santos Dumont interditado para a implantação do canteiro de obras de construção da Estação Colégio Militar, o canteiro então ficou restrito a praça localizada em frente à Igreja do Cristo Rei até que as obras fossem enfim retomadas.[24]
Segundo dados divulgados em dezembro de 2016, o sistema já se classificava como o sexto maior em extensão do Brasil dentre as 12 regiões metropolitanas brasileiras que contavam com transporte de passageiros sobre trilhos naquele período, apresentando 43,6 quilômetros. O numero foi superado nos anos seguintes devido a adição de 13,2 novos quilômetros com a entrega de todo o percurso da linha nordeste do VLT.[25][26]
Ao final do primeiro mês de 2017, a Secretaria das Cidades do Ceará enviou para a Secretaria de Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE) o edital de realização de uma Parceria Público-privada (PPP) para a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos. O edital solicitava manifestação de interessados em operar e manter as linhas Sul e Nordeste, em Fortaleza, e os sistemas de VLT do Cariri e Sobral. Os processos encaminhados à Seplag envolviam inicialmente a análise da atratividade, segmentação e recomendação para os principais ativos, estratégia de outorga e identificação de investidores. A Metrofor possuía também um outro projeto, intitulado PPP 2, que tratava da construção e operação das Linhas Leste e Oeste. Nenhuma das PPPs conseguiram seguir adiante.[27][28][29]
O ano de 2017 trouxe diversas novidades para o sistema de metropolitanos de Fortaleza. Iniciou com a inauguração, no dia 15 de maio, da 19ª estação da Linha Sul: Juscelino Kubitschek, localizada na Avenida João Pessoa, no bairro Damas. Acompanhado por lideranças políticas e imprensa, o governador do estado do Ceará, Camilo Santana realizou, no início daquela manhã uma solenidade de inauguração do equipamento.[30] Houve também a entrega para a população do trecho entre as estações Borges de Melo e Parangaba da Linha Nordeste em Julho de 2017, que estava até então em fase experimental, compreendendo quatro estações e contemplando os bairros Parangaba, Fátima, Vila União, Itaoca e Montese. Na Operação Assistida, foram utilizados três trens, sendo um reserva. Ao chegar na estação da Parangaba do VLT, “o passageiro terá acesso, também, à Linha Sul do metrô e ao terminal de ônibus urbano, ambos na Parangaba, possibilitando a integração”, lembrou o ex-presidente da Metrofor, Eduardo Hotz, presente na solenidade de inauguração.[31]
No dia 16 de setembro de 2020 foram entregues as ultimas duas estação da Linha Nordeste (Mucuripe e Iate), com a presença do então Governador do Estado do Ceará, Camilo Santana e do então Prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio. Com a entrega, o modal passou a funcionar integralmente em seus 13,2 quilômetros, passando por dez estações, fazendo a rede metroviária da capital alcançar seus atuais 56,8 quilômetros de extensão. No mesmo dia foi anunciado um novo horário de funcionamento para a linha, que passaria a funcionar de 5h30 até as 22h46, de segunda a sábado. A população começou a utilizar as novas estações no dia seguinte, 17 de setembro de 2020.[32]
Em novembro de 2020 foi lançado o edital de licitação, pela Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE), para a construção de um ramal da Linha Nordeste, com o objetivo de atender o Aeroporto Internacional de Fortaleza. A obra foi estimada em R$ 46,94 milhões e também contempla serviços complementares para total operação da linha Nordeste, do qual a estação do Pinto Martins fará parte. Os trabalhos deverão ser finalizados no prazo de 12 meses, após a liberação da ordem de serviço, mas o contrato entre Governo do Estado e vencedor terá validade de 18 meses. Os recursos para implantação do VLT ramal Aeroporto de Fortaleza virão do Tesouro estadual e de financiamento junto à Caixa Econômica Federal.[33][34]
Linhas do sistema
[editar | editar código-fonte]O sistema de metrô de Fortaleza conta atualmente com três linhas: Nordeste, Oeste e Sul. Estão em construção, por meio da Secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará, a linha leste (metrô) e o ramal aeroporto (VLT).
Apenas a estação Parangaba permite integração física entre linhas atualmente, conectando as linhas Sul e Nordeste. Enquanto as estações Moura Brasil (Linha Oeste) e Central–Chico da Silva (Linha Sul), embora próximas, não permitem integração física atualmente.
Linhas do Metrô de Fortaleza | |||||||
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Linhas | Terminais | Extensão | Estações | Inauguração | |||
Linha Sul | Central-Chico da Silva ↔ Carlito Benevides | 24,1 km | 20 | 15 de junho de 2012 | |||
Linha Leste | Central-Chico da Silva ↔ Papicu | 7,3 km (Quando concluído) | 4 (Quando concluído) | 2º Semestre de 2026 (Previsão) | |||
Linha Oeste (VLT) | Moura Brasil ↔ Caucaia | 19,5 km | 10 | 1988 | |||
Linha Nordeste (VLT) | Parangaba ↔ Iate | 13,2 km | 11 | 06 de Julho de 2018 | |||
Ramal Aeroporto (VLT) | Expedicionários ↔ Aeroporto | 2,5 km (Quando concluído) | 2 (Quando concluído) | 2º Semestre de 2024 (Previsão) |
Linhas em operação
[editar | editar código-fonte]Linha Sul
[editar | editar código-fonte]A Linha Sul (Central–Chico da Silva ↔ Carlito Benevides), foi a primeira a ser inaugurada do sistema. É atualmente a maior via de transporte de passageiros sobre trilhos em operação no Ceará, tanto em extensão (24,1 km), como em número de estações (20) e de passageiros (28 mil/dia). A Linha Sul Funciona de 5h30 até 23h, de segunda-feira a sábado.[35]
Cada composição de trens em operação nesta linha tem capacidade de transporte de 890 pessoas. Por dia, são feitas 126 viagens, interligando Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba. Nas estações, o tempo de parada do metrô é apenas o suficiente para desembarque e embarque de passageiros, sendo de 1 minuto ou menos. A velocidade média dos trens é de aproximadamente 40 Km/h, chegando a 70 Km/h entre as estações (velocidade máxima). A frota operacional da Linha Sul atualmente é de 10 trens elétricos, que circulam agrupados em dois, formando 5 composições de 2 trens.[36]
Sua historia tem inicio em dezembro de 1998, quando foi assinado o contrato para a concepção do novo sistema de metroviário da Região Metropolitana de Fortaleza, com primeira fase constituída pela construção da Linha Sul. Segundo o ex-presidente da Metrofor, Rômulo dos Santos Fortes, a obra "iniciou em janeiro de 1999, já com restrição orçamentária".[37] Em 2002, quando cessaram os repasses de recursos federais, a obra praticamente parou. Os recursos repassados não foram significativos, e apenas serviram para manter os canteiros e a segurança.[38] Consequentemente, a obra foi paralisada, e a situação só veio mudar com a assinatura de um convênio com o Ministério da Fazenda, em setembro de 2005. O presidente da Metrofor relatou que na "época ainda havia dívida com o FMI e foi assinado um convênio que reduzia o escopo, para adaptar a obra aos recursos disponíveis. Cortamos escopo, tiramos a parte subterrânea, e dos dez trens ficaram só quatro, foi um caos. As empresas não aceitaram e a negociação não andou". A obra retornou em 2006.[38] Houve um desagrado da parte do Ministério das Cidades, pois, segundo o presidente, o Ministério da Fazenda tratou o assunto priorizando a questão financeira, sem se preocupar com a infraestrutura urbana e a mobilidade. Em 2007, no início do segundo Governo Lula, o então Ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, interveio para trazer de volta os escopos originais, tanto em Fortaleza quanto em outras capitais.[38]
Após 13 anos desde o inicio de obras, em 1999, a Linha Sul teve seu primeiro trecho inaugurado entre as estações Parangaba e Carlitos Benevides, por autoridades locais, em 15 de junho de 2012.[39][40] Durante este tramo a linha esteve em operação de testes no qual o serviço era totalmente gratuito e com horários limitados.[39] Dentre as últimas estações que estavam em obras como a estação Central–Chico da Silva e José de Alencar foram inauguradas em 18 de julho de 2013, com presença da presidente Dilma Rousseff.[16][41][42]
O sistema permaneceu em fase de testes até o dia 1 de outubro de 2014 quando se iniciou a fase comercial da linha, com cobranças de passagens e horário estendido. Na primeira fase da etapa comercial a Linha Sul opera das 6:30 da manhã até as 7:00 da noite, com aumento gradativo do horário e diminuição do tempo de espera. Por falta de equipamentos de sinalização e problemas nas licitações, a linha Sul permaneceu dois anos em testes e hoje funciona com restrições operacionais como intervalo alto e baixo número de trens em circulação.[43]
No dia 2 de março de 2017 a Cia Cearense de Transportes Metropolitanos aumentou o horário de funcionamento da Linha Sul do Metrô de Fortaleza. A partir daquele dia, estações e trens começaram a funcionar uma hora mais cedo. As estações passaram a abrir às 5h20 e os trens começam a circular a partir das 5h30, com partida simultânea nas duas extremidades da linha (estações Central–Chico da Silva, no Centro, e Carlito Benevides, em Pacatuba). Com essa medida, a Linha Sul aumentou a quantidade de horas em operação, de 12 horas e 30 minutos, para 13 horas e 30 minutos, diariamente. O intervalo de espera pelo próximo metrô, em todas as estações, continua em aproximadamente 17 minutos.[44]
Linha Oeste
[editar | editar código-fonte]A Linha Oeste (Moura Brasil ↔ Caucaia) tem extensão de 19,5 km de extensão, 10 estações e transporta em média 8 mil passageiros por dia, funcionando de segunda a sábado, de 5h30 às 20h40h.[45]
Entre 2007 e 2010, esta linha passou por uma remodelação, ganhando novos trens e estações reformadas. A via interliga Fortaleza e Caucaia, com estações no Centro das duas cidades. Os trens circulam numa velocidade média de 30 Km/h, chegando até a 50 Km/h, e tem capacidade de transporte de 756 pessoas. Nas estações, o tempo de parada é de aproximadamente 1 minuto. Os trens da Linha Oeste são Veículos Leve sobre Trilhos (VLTs), movidos a óleo diesel.[36]
A origem da linha Oeste vem por meio do trecho da estrada de ferro de Sobral que ligava Sobral a Ipu. Em 1909, toda a estrada de ferro de Sobral (Camocim-Ipu) foi juntado com a estrada de ferro de Baturité para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal.
A linha da antiga estrada de ferro de Sobral chega a seu ponto máximo em Oiticica, na divisa com o Piauí, em 1932, dezoito anos antes de Sobral ser unida a Fortaleza pela estrada de ferro de Itapipoca (1950). Esses dois trechos passam então a constituir a linha Norte. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). Trens de passageiros percorreram a linha Norte até o dia 12 de dezembro de 1988, sobrando depois disso apenas cargueiros e trens metropolitanos no trecho Fortaleza–Boqueirão.[46]
A linha era administrada inteiramente pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) na época em que todo o seu trajeto era feito por trens urbanos. Em 2010, a Metrofor investiu cerca de R$ 125 milhões com as estações e a reforma de treze trens conhecidos como Pidners. Quatro locomotivas foram modernizadas e 31 carros de passageiros receberam nova fuselagem e sistema de climatização.[47]
Além da reforma e aquisição de novos veículos, foram recuperados 17 quilômetros de via permanente e duplicados outros 2,5 quilômetros, reformadas nove estações, e realizado o trabalho de sinalização das passagens de nível. Também foi concluído o viaduto rodoviário Visconde de Cauípe, em Caucaia. Cerca de 13 mil passageiros, que fazem o trajeto Caucaia–Fortaleza diariamente, foram beneficiados com a ação.[48]
Em 2011, os trens da linha Oeste transportaram mais de 3,46 milhões de passageiros.[47] Ao todo a Linha Oeste é composta por 46 viagens diárias.[48]
Linha Nordeste
[editar | editar código-fonte]A Linha Nordeste (Parangaba ↔ Iate), denominada anteriormente como linha Parangaba-Mucuripe, é uma das linhas do Metrô de Fortaleza em formato de VLT (Veiculo Leve Sobre Trilhos) movidos a diesel. Sua inauguração oficial foi realizada no dia 6 de Julho de 2018 com o funcionamento de 8 estações das 10 previstas no projeto inicial.[49]
Com 13,2 km de extensão, sendo 11,8 km em superfície e 1,4 km em elevado, e 11 estações, a linha nordeste tem a capacidade de transportar diariamente 90 mil passageiros, cruzando 22 bairros da cidade em apenas 36 minutos, chegando a parte da zona turística da capital e interligando dois importantes terminais de ônibus urbanos (Parangaba e Papicu).[32] Futuramente se interligará ao Aeroporto Internacional de Fortaleza por meio de um ramal ferroviário atualmente em construção.
O projeto original contava com três tipologias de estação. A primeira é a estação elevada da Parangaba, promovendo a integração física com a linha Sul; a segunda presente na estação Papicu, que conta com um design único frente as demais estações de superfície da primeira fase da linha, devido a projeção de movimentação dado a futura integração com a linha leste do metrô e o terminal de ônibus urbano; a terceira tipologia é uma padronização presente em outras oito estações: Montese, Vila União, Borges de Melo, São João do Tauape, Pontes Vieira, Antônio Sales, Mucuripe e Iate.[50] Os estudos que demostraram a viabilidade da implementação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) foram feitos pela empresa espanhola Eptisa.[51]
A linha tem inicio na estação elevada da Parangaba, no qual a mesma segue no sentido leste para a estação já em superfície do Montese, a linha segue na direção nordeste passando por baixo da avenida Carlos Jereissati atrás do Aeroporto Pinto Martins, onde se localiza a estação Vila União. Seguindo ainda no mesmo sentido a linha chega as mediações da avenida Borges de Melo, local onde se localiza a estação de mesmo nome, atendendo assim as proximidades do terminal Rodoviário Engenheiro São João Thomé. A linha continua no mesmo sentindo até a rotatória da avenida Aguanambi onde a mesma devirá para o leste de forma paralela a Via Expressa, seguindo dessa forma pelas estações São João do Tauape, Pontes Vieira, Antônio Sales, Papicu (Onde e feita integração com o terminal urbano do Papicu e a linha Leste do Metrô), e Mucuripe. A linha segue no sentido norte ainda paralelo a via expressa onde faz uma curva a direita na direção do porto, juntamente com a avenida Vicente de Castro, onde ao lado do morro Santa Terezinha se localiza a estação Iate.
Na manhã do dia 25 de julho de 2017 se deu início a Operação Assistida no trecho entre as estações Borges de Melo e Parangaba, com a presença do governador do estado do Ceará Camilo Santana e do Vice-Prefeito de Fortaleza Morone Torgan. Nesta fase, os usuários podem utilizar o modal de forma gratuita, de segunda a sexta-feira, das 6 da manhã ao meio dia. A Operação Assistida vai permitir os ajustes finais do equipamento, incluindo a mensuração do valor do bilhete. O trecho, de 5 (cinco) quilômetros de extensão, foi o primeiro dos três trechos que compõem os 13,5 quilômetros do VLT, interligando os bairros de Mucuripe e Parangaba. A Operação Assistida também da condições à população para ambientar-se com o novo serviço.[52][53][31] Após quatro meses de operação assistida, a Linha Nordeste transportou gratuitamente mais de 55 mil pessoas, a marca foi alcançada no dia 29 de novembro de 2017.[54]
Em 06 de Julho de 2018 ocorreu a inauguração oficial com a entrega de mais quatro estações além das quatro já existentes da linha Nordeste. Com a inauguração, passageiros podem se deslocar, gratuitamente, na Cidade, em um trajeto de 10,9 quilômetros.[55][55][56][57] As duas estações restantes (Mucuripe e Iate) foram entregues em 16 de Setembro de 2020, totalizando os 13,2 km de extensão a um custo de R$ 700 milhões.[32]
Linhas em Construção
[editar | editar código-fonte]Atualmente, a Secretaria de Infraestrutura do Ceará mantém em construção o primeiro trecho de 7,3 quilômetros de uma nova linha do metrô na capital, a linha Leste,[58] e um trecho de 2,5 quilômetros de um ramal da Linha Nordeste com duas novas estações (Expedicionários e Aeroporto), com vista a atender o Aeroporto Internacional de Fortaleza.[33][59]
Linha Leste
[editar | editar código-fonte]Este artigo ou se(c)ção trata de uma construção atualmente em andamento. |
A Linha Leste (Central–Chico da Silva ↔ Papicu) será uma das futuras linhas do sistema, a primeira com quase totalidade de seu traçado subterrâneo. As obras da linha foram iniciadas em 2013.[60] A proposta inicial era a construção de uma linha com 13 estações, mas devido a impasses e problemas com liberação de recursos o projeto teve que ser divido em duas fases de construção.
A primeira fase do novo projeto do Metrô de Fortaleza, terá 7,3 km de extensão e irá ligar o Centro de Fortaleza ao Papicu. Serão executadas uma estação de superfície (Tirol–Moura Brasil) e outras quatro subterrâneas (Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu). A ideia é garantir a integração da Linha Leste com as linhas Sul e Oeste, no Centro, e com a linha Nordeste, além do terminal de ônibus do Papicu. A previsão é de que obra seja concluída em quatro anos, a partir da assinatura da ordem de serviço. A Fase 1 da Linha Leste do Metrô de Fortaleza terá capacidade para transportar até 150 mil passageiros por dia. O tempo de viagem entre o Centro e o Papicu deverá ser de 15 minutos.[36]
Uma segunda fase adicionará mais 3 estações no primeiro trecho (Sé, Luiza Távora e Leonardo Mota) e outras 5 no segundo trecho (HGF, Cidade 2000, Bárbara de Alencar, Centro de Eventos e Edson Queiroz) entre as estações Papicu e Edson Queiroz.[61]
A linha, quando completamente concluída, atenderá as principais regiões financeiras e comerciais de Fortaleza, entre as estações Central–Chico da Silva no centro histórico da cidade e Edson Queiroz na avenida Washington Soares.
O Material Rodante compreenderá 20 TUE’s (trem unidade elétrico), alimentados através de uma rede aérea de 3.000 volts em corrente contínua, com motor de tração do tipo indução, com controle de tração através de inversores estáticos.
As maquinas que estão construindo os tuneis são chamadas de "Shield", ou tuneladoras, também conhecidas no jargão técnico como “tatuzão”. Eles foram adquiridas pelo Governo do Estado, através da Seinfra, ao preço de R$ 128,2 milhões. Os equipamentos foram fabricados pela empresa norte-americana The Robbins Company, que venceu uma licitação ocorrida em maio de 2012.[62] Os dois primeiros equipamentos, de um total de quatro, para a construção da linha realizaram testes em fábrica entre maio e junho de 2013. Logo depois, os equipamentos foram embarcados para o Brasil, chegando ao Porto do Pecém no final de julho de 2013.[62] A distancia entre cada estação será de aproximadamente 900 metros. No total são treze estações que compõe a Linha Leste, essas são Central–Chico da Silva, Sé, Luiza Távora, Colégio Militar, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, HGF, Cidade 2000, Bárbara de Alencar, CEC, Edson Queiroz.
No ano de 2015 em virtude da reformulação do consórcio Cetenco–Acciona, executor original da obra, a linha teve suas obras paralisadas e com apenas 1% de evolução.[63] Para retomar o serviços, o Governo do Estado tentou, em 2018, garantir liberação dos recursos da licitação com o Governo Federal, sem sucesso.[64][65][66]
O estado do Ceará possui R$ 1 bilhão de financiamento para o metrô junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES). Além deste valor há mais R$ 1 bilhão, parte do Orçamento Geral da União (OGU). O BNDES condicionou a liberação de sua parte na obra se o Governo Federal liberar os recursos do OGU. Como a União não libera sua parte, está feito o imbróglio, que já se arrasta há tempos. O governador do Ceará, o petista Camilo Santana, tem lutado para liberar a verba do Orçamento da União.[67] Em julho deste ano chegou a apesentar a linha Leste do Metrô ao presidente do China Development Bank (CDB), Hu Huaibang, que visitou Fortaleza.[68]
Sem o repasse de verbas a Seinfra iniciou as montagens das quatro máquinas tuneladoras conhecidas popularmente como “tatuzões". Desde de que chegaram ao estado em 2013, essas máquinas estavam até então sem qualquer uso. Em nota, a Seinfra informou que o objetivo da montagem é realizar “uma manutenção preventiva da forma mais adequada e econômica para o Estado”, além de “preservar a integridade dos equipamentos e a extensão da garantia”. Sem a previsão da liberação dos recursos, no entanto, as obras da Linha Leste continuarão paralisadas e sem qualquer perspectiva de retomada.[68][69]
Sem data para retorno de obras, canteiros das obras foram desfeitos, localizados na Praça da Bandeira, conhecida como Praça do Cristo Rei, e na avenida Washington Soares, em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua, os canteiros foram desinstalados e os locais devolvidos à Cidade no o início de dezembro de 2017.[70][71][72][73][74]
As obras da Linha Leste foram retomadas em 2019, e a previsão mais atual do Governo do Estado do Ceará é que as estações comecem a ser entregues em 2027, quase 14 anos após o início das obras.[75]
Ramal Aeroporto
[editar | editar código-fonte]O Ramal Aeroporto (Expedicionários ↔ Aeroporto) será um ramal ferroviário pertencente a rede do Metrô de Fortaleza, que interligará a linha Nordeste ao Aeroporto Internacional de Fortaleza. O projeto será composto de uma via permanente singela com 2.430 metros de extensão, dos quais 910 metros são em trecho elevado e o restante em superfície.
O ramal possuirá duas estações de passageiros, uma em superfície, nas proximidades da Avenida dos Expedicionários, e a segunda estação elevada, na rótula de acesso ao aeroporto, e se conectará com a passarela existente para a travessia da Avenida Senador Carlos Jereissati.
O material rodante será composto por VLTs (Veiculo Leve sobre Trilhos) movidos a diesel, semelhantes aos utilizados nas linhas nordeste e oeste.
Crescimento da rede
[editar | editar código-fonte]A empresa tem planos de ampliação da Linha Leste ligando a estação Edson Queiroz a Messejana e da linha Oeste ligando a estação Caucaia ao Pecém.[76]-
Linha Leste | ||||||
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Trecho | Distância (Km) | Estações em construção | Situação Atual | |||
Trecho 1: Tirol–Moura Brasil↔ Papicu | 7,3 Km | Tirol–Moura Brasil, Central–Chico da Silva, Sé, Colégio Militar, Luiza Távora, Nunes Valente, Leonardo Mota e Papicu. | Obras em andamento. | |||
Trecho 2: Papicu ↔ Edson Queiroz | 5,9 km | HGF, Cidade 20000, Bárbara de Alencar, Centro de Eventos e Edson Queiroz. | Sem previsão. | |||
Ramal Aeroporto | ||||||
Trecho | Distancia (Km) | Estações em construção | Situação Atual | |||
Expedicionários ↔ Aeroporto | 2,5 Km | Aeroporto | Obras em andamento. |
Projetos cancelados ou temporariamente suspensos
[editar | editar código-fonte]Durante a historia da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, diversos projetos de estações, linhas e ramais foram apesentados.
Um exemplo foi o plano para a construção de um ramal que ligaria a Parangaba a Arena Castelão, com o plano de ser concluído antes da Copa do Mundo FIFA de 2014. Entretanto, o projeto foi cancelado, devido a estudos do governo do estado indicando que não haveria usuários suficientes para manter o trecho em funcionamento após o mundial.[77]
Outro caso é o do ramal Maranguape, que ligaria a estação Jereissati, da Linha Sul, ao centro de Maranguape, município da região metropolitana de Fortaleza. Segundo apresentado, a linha contaria inicialmente com apenas duas estações e já teria previsão de uma possível expansão a ponto de atingir outras áreas do município de Maranguape.[78] O ramal foi incorporado em diversos mapas do sistema metroviário. Com o decorrer do tempo, sem que nenhum projeto concreto, estudo ou mesmo nota por parte da Metrofor tenha sido divulgado, em maio de 2017 o ramal foi removido dos mapas da companhia sem nenhuma explicação por parte da mesma, encerrando deste modo, a especulação de sua possível concretização.
Tarifas
[editar | editar código-fonte]Tipo | Tarifa | Descrição | Referencia | |||
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Linha Sul | ||||||
Cartão Pré-Pago | R$3,60 | Utilizado para pagamento de passagem inteira e habilitado para acúmulo de tarifas. Este cartão pode ser adquirido e recarregado em qualquer uma das bilheterias e fica de posse do usuário. | [79][80] | |||
Cartão Estudante | R$1,80 | Utilizado para pagamento de meia-passagem e habilitado para acúmulo de tarifas. Emitido após cadastro na Cia Cearense de Transportes Metropolitanos. Este cartão pode ser recarregado em qualquer uma das bilheterias e fica de posse do usuário. Cartão identificado, de uso pessoal e intransferível. | [79][80][81] | |||
Cartão Unitário | R$3,60 | Utilizado para embarque imediato de passageiros que compram apenas uma passagem. Cartão recolhido pela catraca eletrônica no momento do embarque. | [79][80] | |||
Linha Oeste | ||||||
Tarifa Unitária | R$1,00 | Catracas liberadas após pagamento da tarifa direto na bilheteria. | [79] | |||
Tarifa Unitária Estudante | R$0,50 | Catracas liberadas após pagamento da tarifa direto na bilheteria. (Necessária apresentação de carteirinha estudantil) | [79] | |||
Linha Nordeste | ||||||
Sem cobrança de tarifa | R$0,00 | Acesso liberado as estações | [79] | |||
Obs:
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Dados operacionais e estatísticos
[editar | editar código-fonte]Metrô de Fortaleza | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Sistema possui atualmente 56,8 quilômetros de extensão em funcionamento (Linha Sul - 24,1 km sendo 18 km em superfície, 3,9 km em subterrâneo na área central e 2,2 km em via elevada; Linha Oeste - 19,5 km em superfície; Linha Nordeste - 13,2 km sendo 11,8 km em superfície e 1,4 km em elevado), distribuído em três linhas e 41 estações, com projeção futura de 68,7 quilômetros dividido em quatro linhas e um ramal. Atualmente o metrô de Fortaleza é o sexto sistema mais extenso do Brasil.
O intervalo entre os trens (headway) na Linha Sul do metrô é de aproximadamente 17 minutos na linha sul, tempo considerado exorbitante para um sistema de alta capacidade em uma metrópole como Fortaleza, mas esse tempo deve ser diminuído consideravelmente a medida que o sistema de comunicação da Linha for implantado.[82][83]
Demanda de linhas e estações
[editar | editar código-fonte]No ano de 2015 o metrô de Fortaleza foi catalogado como o quinto que menos transporta usuários no país, transportando aproximadamente 6,5 milhões de pessoas, uma media diária de 23,3 mil passageiros nas duas linhas (Sul e Oeste) em operação naquele ano.[84][85]
Em 2016, a Linha Sul, terminou com quase 800 mil passageiros a mais, em relação ao ano anterior. De janeiro a dezembro de 2015, foram transportadas 4,6 milhões de pessoas. Em 2016, o número saltou para 5,4 milhões. O crescimento foi de 17%, ou 798,9 mil passageiros a mais. A Linha Oeste, também registrou aumento de passageiros, saltando de 1,7 milhão em 2015 para 1,8 milhão em 2016. Nesse caso, o aumento foi de 97,4 mil passageiros, ou 5,4% do total.[86] Mantendo o aumento constante, a Linha Sul registrou aumento de 19,8% no número de passageiros transportados em 2017, em relação ao ano de 2016. O índice considera o total de usuários do metrô de janeiro a dezembro. No total, foram 6,5 milhões de pessoas atendidas em 2017, em comparação ao valor apresentado em 2016.[87][88][89][90]
Durante o ano 2018 as três linhas em operação na capital registraram uma movimentação de pouco mais de 11,4 milhões de passageiros, chegando a mais de 14,6 milhões transportados em 2019. Em 2020, devido a pandemia da COVID-19, foram necessárias ações de controle do Estado para contenção da doença que exigiram o fechamento do sistema entre março e junho de 2020, reduzindo o numero de passageiros registrados que até outubro daquele ano que se encontrava na marca de pouco mais de 6,7 milhões.[91]
Segundo o Relatório de Demanda do 4º semestre de 2022, a Linha Sul transportou 2.398.086 passageiros no semestre analisado, registrando, portanto, um acréscimo de 58.433 passageiros em comparação ao trimestre imediatamente anterior, ou um crescimento de 2,50%. O relatório ressalta que a demanda média nos dias úteis para o trimestre em questão foi de 32.651 passageiros, enquanto a demanda média nos sábados foi de 24.586 passageiros.[92]
No mesmo trimestre analisado, a linha Nordeste transportou 799.271 passageiros, registrando, portanto, um decréscimo de 81.243 passageiros em comparação ao trimestre imediatamente anterior, ou uma redução de 9,23%. Ressalta-se que a demanda média nos dias úteis para o trimestre em questão nessa linha foi de 10.684 passageiros, enquanto a demanda média nos sábados foi de 6.958 passageiros.[92]
No mesmo período, a Linha Oeste transportou 497.430 passageiros, registrando, portanto, um decréscimo de 17.103 passageiros em comparação ao trimestre imediatamente anterior, ou uma redução de 3,32%. Observa-se que a demanda média nos dias úteis para o trimestre em questão foi de 6.518 passageiros, enquanto a demanda média nos sábados foi de 5.084 passageiros.[92]
Linha Sul [93] | ||||||
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Estação | Passageiros no mês (Dezembro de 2022) | Passageiros no trimestre (Outubro a Dezembro de 2022) | Média por mês (Janeiro a Dezembro de 2022) | Passageiros no ano (2022) | ||
Chico da Silva | 11.566 | 32.108 | 7.594 | 68.350 | ||
José de Alencar | 180.257 | 460.955 | 137.839 | 1.654.062 | ||
São Benedito | 42.992 | 141.047 | 46.575 | 558.901 | ||
Benfica | 51.053 | 167.399 | 54.022 | 648.259 | ||
Padre Cícero | 3.923 | 12.059 | 3.702 | 44.4211 | ||
Porangabussu | 16.750 | 52.919 | 16.950 | 203.399 | ||
Couto Fernandes | 12.658 | 37.094 | 12.051 | 144.612 | ||
Juscelino Kubitschek | 11.189 | 35.134 | 11.915 | 142.984 | ||
Parangaba | 93.007 | 274.926 | 87.833 | 1.053.995 | ||
Vila Pery | 20.126 | 59.981 | 19.581 | 234.977 | ||
Manoel Sátiro | 26.206 | 76.516 | 24.137 | 289.649 | ||
Mondubim | 17.607 | 53.713 | 17.600 | 211.195 | ||
Esperança | 62.505 | 181.883 | 57.101 | 685.211 | ||
Aracapé | 42.714 | 119.077 | 36.243 | 434.910 | ||
Alto Alegre | 14.300 | 41.161 | 12.787 | 153.449 | ||
Rachel de Queiroz | 33.853 | 99.456 | 31.437 | 377.241 | ||
Virgílio Távora | 39.879 | 129.970 | 38.977 | 467.719 | ||
Maracanaú | 74.595 | 222.267 | 70.076 | 840.917 | ||
Jereissati | 22.820 | 66.526 | 21.355 | 256.261 | ||
Carlito Benevides | 47.995 | 138.895 | 43.356 | 520.277 | ||
Total Linha Sul | 825.995 | 2.398.086 | 749.232 | 8.990.789 | ||
Linha Nordeste [93] | ||||||
Estação | Passageiros no mês (Dezembro de 2022) | Passageiros no trimestre (Outubro a Dezembro de 2022) | Média por mês (Janeiro a Dezembro de 2022) | Passageiros no ano (2022) | ||
Parangaba | 82.428 | 228.115 | 77.745 | 932.945 | ||
Montese | 18.958 | 59.408 | 20.392 | 244.699 | ||
Expedicionários | 778 | 778 | 778 | 778 | ||
Vila União | 17.199 | 53.153 | 20.114 | 241.364 | ||
Borges de Melo | 20.151 | 62.051 | 21.503 | 258.039 | ||
São João do Tauape | 25.215 | 74.256 | 24.035 | 288.421 | ||
Pontes Vieira | 12.571 | 41.277 | 14.167 | 170.004 | ||
Antônio Sales | 21.045 | 60.149 | 20.939 | 251.273 | ||
Papicu | 36.629 | 111.341 | 35.222 | 422.659 | ||
Mucuripe | 11.355 | 34.247 | 10.353 | 124.239 | ||
Iate | 28.990 | 74.496 | 25.083 | 300.990 | ||
Total Linha Nordeste | 275.319 | 799.271 | 269.618 | 3.235.411 | ||
Linha Oeste [93] | ||||||
Estação | Passageiros no mês (Dezembro de 2022) | Passageiros no trimestre (Outubro a Dezembro de 2022) | Média por mês (Janeiro a Dezembro de 2022) | Passageiros no ano (2022) | ||
Moura Brasil | 46.776 | 127.817 | 40.579 | 486.952 | ||
Álvaro Weyne | 12.801 | 37.451 | 12.569 | 150.831 | ||
Padre Andrade | 8.478 | 25.312 | 8.608 | 103.298 | ||
Antônio Bezerra | 11.943 | 34.215 | 11.316 | 135.792 | ||
São Miguel | 17.946 | 49.976 | 16.187 | 194.249 | ||
Parque Albano | 11.134 | 30.789 | 9.749 | 116.988 | ||
Conjunto Ceará | 8.210 | 24.017 | 7.964 | 95.568 | ||
Jurema | 21.941 | 61.575 | 19.459 | 233.511 | ||
Araturi | 10.362 | 31.674 | 10.277 | 122.729 | ||
Caucaia | 26.042 | 76.604 | 24.344 | 292.131 | ||
Total Linha Oeste | 175.633 | 497.430 | 161.004 | 1.932.049 |
Acessibilidade
[editar | editar código-fonte]Todas as estações e trens das linhas operadas pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos dispõem de itens de acessibilidade para viabilizar o embarque de pessoas com deficiência. Entre eles e possível citar o piso podotátil, mapas de localização em braile é sistema de sonorização para portadores de deficiência visual; elevadores, passarelas de ligação e plataformas elevatórias para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção; painéis explicativos bem localizados nas plataformas para portadores de deficiência auditiva, além de toda a equipe de funcionários bem treinados e especializados para atender aos usuários em qualquer situação. Os Trens de Unidade Elétrica (TUE) e os Veículos Leve sobre Trilhos (VLT) utilizados para o transporte de passageiros possuem espaços reservados para cadeira de rodas, com recuo necessário o engate para cinto de segurança.[94]
A Metrofor dispõe de três plataformas elevatórias que ajudam no acesso de pessoas com deficiência às regiões de embarque do Metrô de Fortaleza. São máquinas que elevam cadeira de rodas ou carrinho de bebê, possibilitando subir ou descer escadas. Dois desses equipamentos estão em funcionamento permanente na estação de Maracanaú, em substituição dos elevadores, que não puderam ser construídos nesta estação devido a restrições técnicas do projeto. Outra plataforma elevatória fica na estação Parangaba. As plataformas elevatórias não são necessárias em outras estações do metrô porque, em todas as paradas, os elevadores fazem a subida e descida das pessoas com deficiência ou das mães e pais com carrinho de bebê, sendo a estação de Maracanaú uma exceção. Na Parangaba, a plataforma tem sido utilizada porque o elevador da unidade está sendo reconfigurado, para atender também à estação da linha Nordeste, que já está em funcionamento no horário de 6h às 12h.
Existem dois tipos de plataforma elevatória: fixas e móveis, a primeira usando energia elétrica e a segunda funcionando com uma bateria. A fixa suporta até 150 kg e a móvel leva até 200 kg. A fixa é instalada na parede da escada da estação. O equipamento é ligado com uma chave acionada pelo agente do metrô. A máquina abaixa o piso onde será colocado o passageiro, que então é afivelado sobre a plataforma. O funcionário aciona o botão que move o aparelho para cima ou para baixo. A plataforma móvel, em sua estrutura inferior, apresenta uma esteira que se encaixa nos degraus da escada. Quando o equipamento é ligado, essa esteira se move, subindo ou descendo a escada.[95]
Material rodante
[editar | editar código-fonte]Para a linha Sul foram adquiridos 20 TUE’s de 3 carros cada, modelo Elettrotreno ETR 200, fabricados pela AnsaldoBreda.[96][97] Os veículos deste sistema possuem uma velocidade comercial de 70 km/h e uma velocidade máxima de 80 km/h. A bitola é de 1000 milímetros e a alimentação dos trens é feita por catenárias utilizando uma tensão de 3000 VCC. As composições começaram a circular em testes em 2010.[98] Sua operação teve inicio em Junho de 2012, juntamente com o inicio das operações da Linha Sul.
Para a Linha Oeste foram adquiridos originalmente 6 VLT's diesel de 4 carros TUDH BS Mobile 4, da empresa Bom Sinal, sendo o primeiro entregue no início de outubro de 2010[99].
Em 2015, a Linha Nordeste recebeu 14 novos VLT´s TUDH BS Mobile 4, da companhia Bom Sinal. Esses novos trens contavam com sistema de Ar-condicionado melhorado, designe mais sofisticado, circuito interno de TV, telas informativas, bem como sinal sonoro atualizado.
Frota | Imagem | Linha | Ano | Fabricante | Trens / Carros |
TUE Elettrotreno ETR 200 | Sul | 2012 | Ansaldo Breda | 20/60 | |
TUDH BS Mobile 4 | Oeste | 2015 | Bom Sinal | 6/24 | |
TUDH BS Mobile 4 | Nordeste | 2015 | Bom Sinal | 14/56 |
Infraestrutura e Sistemas
[editar | editar código-fonte]Estações
[editar | editar código-fonte]Quando a Linha Leste for concluída, serão ao todo 52 estações distribuídas entres as três linhas em operação e a nova linha em construção, todas elas com acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência, sistema de sonorização e multimídia. Cada linha do sistema tem o seu modelo de estação especifico, dependendo da funcionalidade e localização, podendo ser: elevada, de superfície ou subterrânea. Algumas estações formam terminais de integração intermodal como e o caso das estações Parangaba pertencente as linhas Sul e Nordeste, e Papicu pertencente a futura linha Leste e a linha Nordeste, ambas integrando o metrô, o VLT, o BRT e os ônibus urbanos.
As estações subterrâneas são geralmente de estrutura em concreto aparente, sendo em sua maioria com plataformas centrais, com exceção de algumas futuras estações da Linha Leste, no qual as plataformas são sobrepostas. As estações de superfície tem um sua grande maioria plataforma central (com exceção da estação Couto Fernandes, pertencente a Linha Sul), e acesso que dependendo da linha podem ser: sobre, em baixo ou ao mesmo nível da plataforma de embarque e desembarque. Já as estações elevadas são encontradas apenas nas Linhas: Nordeste e Sul, sendo atualmente as estações Parangaba e Juscelino Kubitschek sendo elas com plataformas laterais. A estação Central–Chico da Silva será um ponto de integração importante para o sistema quando completamente concluído, pois permitirá um fácil deslocamento entre as 3 principais linhas: Sul, Oeste e Leste, criando dessa forma a centralização de todo o metrô.
Cento de Controle Operacional (CCO)
[editar | editar código-fonte]Os sistemas de controle do metrô de Fortaleza, são integrados e automatizados em um centro de controle operacional conhecido como CCO. O centro tem como funções essenciais a garantia de fornecimento de energia de tração e a regulação do tráfego metroviário, para que sejam compridos os intervalos entre trens e viagens diárias programadas para o comprimento das metas de transporte e atendimento as demandas dos usuários.
Os sistemas e equipamentos utilizados são de ultima geração, sendo ressaltados no fornecimento de segurança, confiabilidade, preservação ambiental é preservação de energia. O registro de todas as imagens captadas pelas câmeras de vigilâncias localizadas nos trens e nas estações são monitoradas constantemente dentro do CCO, onde há telões para acompanhamento das imagens em tempo real.
Nas estações existem postos de comando locais, habilitados para assumirem o comando nos casos de interrupção nas linhas de comunicação que interligam o CCO as instalações fixas das linhas. É um sistema essencial. Ele permite que os trens andem na sua velocidade comercial mais adequada, que atendam à sua programação de trabalho; o sistema ainda permite o menor intervalo possível entre os trens, com a máxima segurança.[100]
Transmissão de dados e radiocomunicações
[editar | editar código-fonte]O Sistema de transmissão de dados, assim como os demais sistemas, utiliza a tecnologia de 10 Gigabit de Ethernet, com capacidade de roteamento avançada para garantir alta disponibilidade do sistema. O sistema é suportado por dois anéis ópticos redundantes para fins de disponibilidade e confiabilidade. No sistema de transmissão de dados trafegam todas as informações de dados, imagens e voz entre o CCO e as estações. Atendendo ao usuários o sistema auxilia na sonorização de estações, radiocomunicações, circuito fechado de TV, Multimídia, Cronometria, Telefonia, Controle de tráfego centralizado é controle de centralização de energia.
O sistema de radiocomunicações é formado por três redes distintas: Operação, manutenção e segurança. Tem como finalidade permiti de forma independente a comunicação em faixas exclusivas entre o controlado de trafego do CCO e os condutores dos trens que estarão trafegando nesse domínio, entre o supervisor de manutenção do CCO e as equipes de manutenção, entre o supervisor de segurança do CCO e as equipes de segurança do sistema e entre as equipes de manutenção e as de segurança.
O sistema de telecomunicações é de extrema importância na transmissão de informações para os passageiros, dentro dos vagões e estações. O subsistema de sonorização, funciona através de caixas de som instaladas dentro das TUEs (trens unidade elétrico) e nas estações do metrô. Através de mensagens gravadas ou alertas ao vivo, será possível comunicar aos usuários a existência de eventual imprevisto, fornecer informações gerais, programação de trens e mensagens institucionais.
O Consórcio Comunicação Metrofor é formado pelas empresas ACE Systems Soluções em Tecnologia da Informação LTDA, Hitech Tecnologia e Sistemas S.A e Tecbrás Engenharia S.A. Juntas, as empresas são responsáveis pelo projeto, instalação e montagem de todos os equipamentos relativos ao sistema de telecomunicações do metrô.[101][102][103]
Sistemas de alimentação elétrica
[editar | editar código-fonte]A infraestrutura elétrica que gera tração nos trens elétricos da Linha Sul é composta por 874 postes, distribuídos de Fortaleza a Pacatuba, que sustentam dezenas de quilômetros de fios de alta tensão, e que se conectam com os trens em movimento, possibilitando a transmissão de energia até os motores dos veículos. Esta é só uma parte do sistema que mantém o funcionamento da maior linha férrea em operação no Ceará.[104]
A transmissão de eletricidade da rede aérea para os trens de unidade elétrica acontece por meio dos pantógrafos, que funcionam como “braços”, no teto dos trens, e das catenárias, que são estruturas fixas nos postes, que possibilitam a conexão com os pantógrafos. A tensão elétrica transmitida neste sistema é de 3.000 volts, correspondendo a 13 vezes o valor presente nas tomadas domésticas do Ceará. A infraestrutura elétrica está presente em toda a extensão da Linha Sul, com seus 24,1 quilômetros.[104]
Mas a eletrificação da via começa em outros equipamentos que integram a rede elétrica: as subestações retificadoras. Localizadas próximas às estações Padre Cícero, Vila Pery e Rachel de Queiroz, as três subestações da Linha Sul são as unidades que recebem a energia elétrica da concessionária fornecedora, que chega em uma tensão de 69.000 volts. Nas subestações, a energia é transformada para tensão contínua, em 3.000 volts, atendendo aos parâmetros necessários para alimentação dos trens.[104]
A rede elétrica da Linha Sul é segmentada em oito trechos independentes. Assim, se houver uma ocorrência em um trecho específico, não é necessário desligar toda a rede elétrica para atuar naquele local. É possível que seja desligada apenas a seção em que será necessária intervenção, mantendo o funcionamento das demais seções elétricas e reduzindo o comprometimento da operação.[104]
Garantir o funcionamento diário desse sistema de eletrificação demanda uma rotina constante de manutenções. O trabalho é feito diariamente, no período da madrugada, quando não há operação com passageiros. Todos os dias, do encerramento da operação até as 4h da madrugada, equipes do serviço de manutenção da rede elétrica percorrem a via férrea vistoriando cada item, cada equipamento, e corrigindo eventuais ocorrências. Um trabalho noturno, que pouca gente vê, mas que garante o funcionamento dos trens elétricos no dia seguinte, a partir das 5h30.[104]
Sistemas de sonorização, CFTV e multimídia
[editar | editar código-fonte]O sistema de sonorização da estações provê orientação aos usuários por meio de mensagens e avisos originados no CCO, além de provê musica ambiente para todas as estações. É um elemento muito valioso para a busca de pessoas e na evacuação da estação em caso de emergência como acidentes e incêndios, permitindo a orientação de usuários de forma adequada.
O Sistema de CFTV (Circuito fechado de TV), permite a CCO o monitoramento em tempo real da movimentação de usuários nas plataformas, mezaninos e áreas de acessos das estações, permite também a seleção, gravação e armazenamento de imagens de uma ou mais câmeras de qualquer estação. O sistema multimídia tem por finalidade a veiculação de texto previamente gravadas ou digitadas originalmente no CCO, estas mensagens são vinculadas diretamente para os painéis de LED que estarão localizados nas plataformas. As informações podem ser veiculadas exclusivamente em uma estação, um grupo de estações ou todas as estações simultaneamente.[105]
Os primeiros painéis de LED informativo da Linha Sul foram instalados na primeira semana de Fevereiro de 2016 na estação Benfica, fato curioso pois em geral a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) instala suas novidades primeiros nas Estações Chico da Silva e José de Alencar depois passando para as demais estações.
Impactos Socioambientais
[editar | editar código-fonte]O Metrô de Fortaleza recebeu parecer favorável da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) ao seu primeiro Relatório de Acompanhamento e Monitoramento Ambientais (Rama), relativo ao ano de 2015. Essa documentação certifica que a operação do metrô não tem causado impactos negativos ao meio ambiente, certificando também as iniciativas de educação ambiental desenvolvidas nas comunidades lindeiras (aquelas que vivem próximas dos trilhos). Um dos itens analisados são as emissões de materiais na atmosfera. No caso da Linha Sul, foi certificado que não há emissões atmosféricas, já que o sistema metroviário é movido à eletricidade. Na Linha Oeste, em que a tração do trem funciona a diesel, foi verificado que os motores têm padrões internacionais, estando as emissões dentro da normalidade. Também foram medidos ruídos e vibrações emitidos pelos dois sistemas, antes e durante a passagem dos trens. De acordo com o relatório, o resultado apontou que ruídos e vibrações estão dentro dos padrões.
Também foi analisado e aprovado o funcionamento do sistema de coleta dos resíduos gerados na operação dos trens. Há lixeiras em todas as estações das linhas Sul e Oeste, com coleta realizada pela ECOFOR às terças, quintas e sábados. Os materiais recicláveis são encaminhados a entidades que aproveitam o lixo como matéria-prima. Os demais materiais são transportados até o aterro sanitário de Caucaia na Região Metropolitana de Fortaleza. O parecer da SEMACE aponta que “no interior do metrô, os resíduos produzidos são praticamente zero". Quanto ao possível impacto da operação do metrô sobre o solo e a bacia hidrográfica, o estudo apontou que não há prejuízos. Segundo a pesquisa, “o metrô não interfere nos recursos hídricos. [...] Considerando que o metrô está inserido em áreas urbanizadas, onde o solo é, em sua maioria, recoberto por revestimento asfáltico, a interferência deste sobre os solos locais, é mínima”.
A análise também destacou as ações sociais voltadas para a preservação do meio ambiente e o bom convívio entre o metrô e as comunidades lindeiras, todas elas inseridas no projeto Metrô & Cidadania. De acordo com o parecer, “no que diz respeito aos Planos de Controle e Monitoramento Ambiental visando à mitigação dos impactos inerentes à atividade quando de sua operação, foram implementadas ações voltadas para a educação ambiental das comunidades próximas, junto às escolas públicas com parcerias firmadas entre diversas instituições a nível estadual e municipal. Foi implantada ainda a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) no Metrofor, enfatizando o gerenciamento de resíduos sólidos”.[106]
Em fevereiro de 2017 o relatório de ações ambientais apresentado pela Metrofor, relativo às linhas Sul e Oeste do Metrô de Fortaleza foi aprovado pela SEMACE. O Rama 2016 traz detalhes de todas as ações ambientais realizadas no ano de 2016, envolvendo as palestras nas escolas, ações de controle do Aedes Aegypti, retirada de lixo das regiões da via férrea e parcerias com entidades de catadores para melhor destinação dos resíduos sólidos. Na análise do Rama, a SEMACE também estuda o impacto ambiental gerado pela operação do sistema metroviário, considerando o tipo de solo e a presença de águas superficiais e subterrâneas, a geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos, emissões atmosféricas e emissões sonoras. Com base nesses itens, a SEMACE concluiu que a Cia Cearense de Transportes Metropolitanos atendeu majoritariamente às exigências para aprovação do relatório ambiental, e considerou “louvável” a parceria com a Cooperativa Nordestina de Catadores COMVIDA, firmada no ano passado, para uma melhor destinação dos resíduos sólidos.[107]
Acidentes e Incidentes
[editar | editar código-fonte]Na madrugada de 10 de janeiro de 2019 uma bomba explodiu no viaduto da estação Parangaba da Linha Sul, no nono dia da onda de violência que atingiu o Ceará no início do ano. Engenheiros avaliaram os danos estruturais, e concluíram que foram superficiais, não comprometendo as operações dos trens.[108]
Em 28 de setembro de 2019 ocorreu uma colisão frontal entre dois VLTs da Linha Nordeste em um elevado localizado no bairro de Fátima, Fortaleza. Entre os quase quarenta feridos estavam os dois maquinistas, que sofreram ferimentos graves.[109][110]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Transporte em Fortaleza
- Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos
- Expresso Fortaleza
- Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza
- Bilhete único
- Lista de metropolitanos no Brasil
Referências
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- ↑ Assessoria de Comunicação da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos - Metrofor (2 de Julho de 2015). «Sistema multimídia do metrô de Fortaleza». Metrofor. Consultado em 5 de Julho de 2015
- ↑ Metrofor (11 de Abril de 2016). «Relatório Ambiental do Metrô de Fortaleza». Assessoria de Comunicação da Metrofor. Consultado em 16 de Abril de 2016. Arquivado do original em 25 de abril de 2016
- ↑ «Semace aprova ações ambientais do Metrô de Fortaleza». www.metrofor.ce.gov.br. Consultado em 1 de abril de 2017. Arquivado do original em 1 de abril de 2017
- ↑ «Bomba explode nas proximidades de estação do metrô de Fortaleza». R7.com. 10 de janeiro de 2019. Consultado em 27 de dezembro de 2019
- ↑ «Trens se chocam e deixam 38 pessoas feridas em Fortaleza (CE)». noticias.uol.com.br. Consultado em 27 de dezembro de 2019
- ↑ «Colisão entre trens no Ceará deixa 37 feridos; dois estão em estado grave». VEJA. Consultado em 27 de dezembro de 2019
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Sítio oficial»
- «Informações do Urban Rail» (em inglês)