Miguel Juárez Celman

Miguel Ángel Juárez Celman
Miguel Juárez Celman
Miguel Ángel Juárez Celman
8.º Presidente da Argentina
Período 12 de outubro de 1886
a 6 de agosto de 1890
Vice-presidente Carlos Pellegrini
Antecessor(a) Julio Argentino Roca
Sucessor(a) Carlos Pellegrini
Senador da Argentina por Córdova
Período 17 de maio de 1883
a 17 de maio de 1886
Governador de Córdova
Período 17 de maio de 1880
a 17 de maio de 1886
Antecessor(a) Antonio del Viso
Sucessor(a) Gregorio Gavier
Dados pessoais
Nascimento 29 de setembro de 1844
Córdoba, Argentina
Morte 14 de abril de 1909 (64 anos)
Buenos Aires, Argentina
Nacionalidade argentino
Primeira-dama Elisa Funes de Juárez Celman
Partido Partido Autonomista Nacional - PAN
Profissão Advogado

Miguel Juárez Celman foi advogado, político e presidente da Argentina entre 1886 e 1890.[1] Não chegou a concluir seu mandato que duraria até 1892, pois renunciou em 6 de Agosto de 1890. Sua carreira política foi influenciada por seu concunhado, Julio Argentino Roca,[2] que foi seu antecessor na presidência do país.[3]

Durante seu governo impulsionou a separação entre Igreja e Estado (instituindo o registro civil e obrigando a que os sepultamentos ocorressem em cemitérios civis) e foi um liberal de caráter aristocrático, além de ter fomentado a educação pública e a imigração. Deu grande impulso às obras públicas, porém foi incapaz de manter a estabilidade econômica, tendo que enfrentar uma forte oposição sob a liderança de Leandro N. Alem. Esta oposição mais tarde deu origem ao partido Unión Cívica Radical (UCR).

Celman não hesitou em intervir em províncias que eram fiéis a Julio Roca, e não tardou a ganhar a inimizade deste.[3] A enorme concentração de poderes em suas mãos valeram a seu governo a alcunha de Unicato.[3]

Promoveu obras públicas especialmente em Buenos Aires, com o intuito de torná-la semelhante a capitais europeias. Em seu governo foram erguidos o Teatro Colón, numerosas escolas, e expandida a infra-estrutura sanitária da cidade. O porto de Buenos Aires foi reformulado, de acordo com projeto do engenheiro Eduardo Madero. Celman promoveu também a privatização de ferrovias, julgando que tal serviço não devia permanecer em mãos estatais.

Também estimulou a imigração e a entrega de terras a colonos. Impulsionou também uma grande reforma jurídica, incluindo a organização processual dos tribunais, e criando um registro público de propriedades imóveis. Sancionou as leis do Matrimônio Civil e os códigos de mineração, penal e de comércio. A face legalista do governo, porém, contrastava com acusações de corrupção, baseadas sobretudo na concessão de obras a pessoas de seu círculo íntimo, mas também na especulação imobiliária e financeira dos membros do governo, além do excesso de gastos públicos. Os excessivos gastos criaram uma situação de instabilidade financeira. Em fins da década de 1880 o banco Baring Brothers exigiu pagamentos que drenaram as reservas de ouro do país, levando à inconversibilidade da moeda e à inflação. Em 1890 numerosas greves exigiram melhorias salariais. Em 26 de julho daquele ano inicia a chamada Revolução do Parque comandada por Leandro N. Alem. Apesar da repressão aos inssurretos, Juárez Celman renunciou poucos dias depois, em 6 de agosto de 1890. Carlos Pellegrini, seu sucessor, teve que enfrentar uma situação na qual a dívida externa da Argentina superava 60% do Produto Interno Bruto, e onde a maioria dos bancos havia fechado suas portas ("Pânico de 1890").

Referências

  1. Astengo, Agustín Rivero (1944). Juárez Celman, 1844-1909 (em espanhol). Buenos Aires: Guillermo Kraft ltda. p. 651 
  2. 100 años al servicio del país, 1872-1972 (em espanhol). Buenos Aires: Banco de Italia y Río de la Plata. 1972. p. 77 
  3. a b c Rock, David (1985). Argentina, 1516-1982: From Spanish Colonization to the Falklands War (em inglês). Berkeley: University of California Press. pp. 155, 157 

Precedido por
Julio Argentino Roca
Presidente da Argentina
1886 - 1890
Sucedido por
Carlos Pellegrini